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Amizade Colorida O Nosso "Felizes Para Sempre"

Um

Jake

Almas gêmeas...

Até um ano atrás, eu achava isso completamente ridículo!

Mas agora...

Desde o primeiro momento em que a Callie e eu nos falamos, quando ainda crianças, eu senti que havia algo diferente nela...

Seu jeitinho recluso, desconfiado e seus modos nada femininos...

Ahhh, como era engraçado.

Afinal, não é todo dia que você conhece uma menina que gosta praticamente de todas as coisas que você gosta.

Nos tornamos amigos desde o início, quando seus pais bateram em nossa porta para nos dar as boas-vindas a vizinhança.

Lembro até hoje da nossa primeira brincadeira, juntos.

Bolinhas de gude.

Eu não poderia ter desejado alguém melhor para ser a minha primeira amiga, na nova casa.

E a Callie não se tornou apenas a minha primeira amiga, como também a minha melhor amiga.

Ao longo dos anos, ao invés de me enturmar com outros garotos da minha idade e fazer coisas normal que todos os garotos da escola faziam, eu preferia estar com ela.

Nos tornamos inseparáveis, porque ela me conhecia mais do que eu conhecia a mim mesmo, e vice versa.

Mas, eu jamais poderia imaginar que, um dia, seríamos mais do que apenas melhores amigos.

Alma gêmea ou não, era com a Callie que eu me imaginava, daqui a alguns anos, quando já estivesse bem velhinho.

Era ao lado dela que eu queria acordar todas as manhãs e era ela que eu imaginava como a mãe dos meus filhos.

Eu tenho certeza, que não me sentiria completo se não a tivesse mais, ao meu lado.

Olhei mais uma vez para a carta em minhas mãos, antes de olhar para fora, observando a chuva fina caindo.

Eu recebi a resposta de uma das universidades e que me inscrevi.

Na verdade, Callie e eu nos inscrevemos para as mesmas universidades, na esperança de não termos que nos separar.

Mas, lá no fundo, eu já sabia que isso não seria possível.

As notas dela eram, sem sombra de dúvidas, muito melhores que as minhas e isso seria levado em conta.

Com certeza, ela seria aceita em uma universidade melhor.

Eu só esperava que não fosse tão longe, assim poderíamos no ver, mesmo que não estudássemos no mesmo lugar.

De repente, senti uma vontade enorme de vê-la, de sentir o seu cheiro e apenas abraçá-la por algum tempo.

Se eu pudesse, a abraçaria e nunca mais soltaria, só para que ela não se afastasse de mim.

Esse foi o meu desejo, quando criança, depois que tivemos que nos mudar e deixei todos os meus amigos para trás.

Desejei não ter que me mudar novamente, e que a Callie fosse minha amiga, para sempre, mesmo quando ela zombava de mim, falando que o “para sempre” não existe.

Esse desejo ainda se mantém em meu coração, só que agora, ainda mais intenso.

Sei que o “para sempre” não existe, não sou tolo.

Ninguém vive para sempre, ultimamente, mal chegamos aos noventa anos.

Mas, se eu fosse viver até os noventa anos, eu queria viver ao lado dela.

Meus olhos caíram sobre a foto mais recente na nossa estante, da nossa primeira ceia de Natal, juntos, como namorados.

Nossas famílias se reuniram, mas a única pessoa que não compareceu foi o Daniel.

Isso, porque ele tinha outra ceia de Natal para fazer presença, agora.

Com a família da Alissa!

Sim, ele conseguiu domar a pequena fera ruiva e a convenceu de que queria mais do que apenas uma transa de férias.

Ele conseguiu isso ao cumprir a tal promessa de comprar um capacete para ela. E prometeu deixar a moto com ela quando ele voltasse para o seu último ano na faculdade.

Acho que foi mais o lance de ficar com a moto dele que a convenceu, na verdade.

Depois disso, ele simplesmente decidiu que precisava ir até a sua casa e conversar com seus pais, tornando as coisas entre eles ainda mais sérias, com alianças de compromisso e tudo o que tinha direito.

Me senti envergonhado por nunca ter comprado uma aliança para a Callie.

E era justamente o que eu faria ainda naquela tarde.

Larguei os papéis de lado e me levantei do sofá de casa.

Callie tinha saído com as amigas, portanto não nos veríamos naquele sábado, a não ser a noite.

Meus pais tinham acabado de viajar, para as férias anuais em comemoração a mais um ano de casamento, e nós dois teríamos a noite toda sozinhos.

Não posso negar que estou mais do que apenas ansioso.

Odeio fazer as coisas escondido, porque isso não me deixa muito tempo para curtir a minha namorada.

Eu queria passar toda uma noite com a Callie nos meus braços, mas da última vez que fizemos isso, levamos um sermão daqueles, dos pais dela.

O Senhor Jones ainda me encara com certa suspeita, todas as vezes em que vou buscá-la para sair.

Claro, eu não precisava ouvir nada do que eles falaram naquele dia, porque, desde o dia em que fizemos sexo sem proteção, tomamos o cuidado para não deixar acontecer novamente.

Eu jamais a abandonaria em um momento difícil, porque só Deus sabe o quanto eu quero e amo essa garota, a ponto de ansiar terminar logo a faculdade para podermos nos casar e formar uma família.

Mas, mesmo assim, fomos sensatos e finalmente a convenci a ir na ginecologista.

E juro que foi o dia mais pavoroso e ao mesmo tempo, engraçado, da minha vida.

Meses antes...

_Jake, eu não preciso de uma ginecologista. _ ela disse, emburrada. _Se você encapar bem o seu brinquedinho, vamos ficar seguros e...

_Meu amor, camisinhas estouram. _ eu expliquei, quando já estávamos na porta da clínica médica.

Quase ri quando a vi ficar pálida de repente.

_E, eu acho que você não vai querer terminar a escola com um barrigão enorme e, depois, ficar em casa cuidado de um bebê, da nossa casa e lavando as minhas roupas enquanto eu trabalho em uma oficina, consertando carros e chegando todo sujo de graxa todos os dias...

_Pode parar por aí! _ ela pediu, erguendo a mão e me fazendo calar imediatamente, enquanto dava um passo em direção a clínica. _Eu não tenho nada contra pessoas que trabalham em oficinas, isso é um trabalho tão digno quanto os outros. Mas... Acho que ainda não estou pronta para ter filhos. Não sei cuidar de mim mesma!

Eu a fiz parar, quando ela estava um pouco mais a frente que eu, sem perceber, e a puxei para mim.

_Callie... _ eu a chamei, olhando diretamente para os seus olhos. _Se isso acontecesse, você não estaria sozinha. Eu estou aqui e não vou a lugar nenhum. E você saberia o que fazer, porque, por mais que eu seja o mais esperto entre nós dois, você é a mais inteligente.

Eu ri, quando ela me deu um leve beliscão, mas a sua expressão preocupada se foi e, era esse, o meu intuito.

_Ok! _ ela disse, suspirando, então eu segurei sua mão e entramos juntos na clínica.

Não levou muito tempo e a médica já chamava o seu nome.

O vermelho em suas bochechas deve ter chamado a atenção de todas as pessoas, a nossa volta, quando a médica, amiga da mãe dela, a reconheceu.

_Calíope, querida! _ ela disse, se aproximando e lhe dando um abraço.

Tive que soltar sua mão nesse momento, sem saber o que fazer.

_Oi, Suzie... _ Callie respondeu. _Eu não sabia que ainda trabalhava aqui...

_Querida, essa clínica agora me pertence. _ ela contou. _Faz dois anos que peguei todas as minhas economias e a comprei do antigo dono.

_Oh, meus... parabéns! _ Callie disse, evidentemente sem graça.

_Mas, me diga, o que faz aqui? _ ela perguntou, olhando da Callie para mim, como se finalmente se desse conta da minha presença. _E onde está a sua mãe?

_Ah, a minha mãe está trabalhando muito e...

Callie olhou de lado para mim, como se buscasse ajuda.

_Podemos ir para a sala, por favor? _ eu pedi e a médica me encarou novamente, completamente desconcertada.

_Oh, céus, me desculpem! _ ela pediu, afastando-se para o lado e apontando para o corredor. _Por favor, venham por aqui.

Ela orientou e nós dois seguimos, novamente de mãos dadas, até o fim do corredor.

Paramos em frente a uma sala, que ela logo tratou de abrir para que entrássemos, fechando-a em seguida.

_Me desculpem, acabei me empolgando ao ver alguém conhecido e...

_Não se preocupe. _ eu disse, quando a Callie permanecia calada.

_Então, Callie... O que a trouxe ao meu consultório? E quem é esse lindo rapaz? Você está...?

Nós entendemos bem o que ela queria dizer, e ambos negamos rapidamente.

_Não, eu... _Callie gaguejou. _ Jake é o meu namorado e eu vim até aqui para conseguir uma receita de anticoncepcionais.

_Ohhh... _ ela murmurou, enquanto afastava o olhar de nós dois e começava a digitar alguma coisa em seu computador. _Bem, então... Vamos iniciar o seu atendimento. Como já é maior de idade, não será necessária a presença da sua mãe, então…

Ambos ficamos em silêncio, enquanto ela terminava o que estava fazendo.

_Querida, eu vou precisar saber algumas coisas, antes de decidir qual o medicamento perfeito para você. Por exemplo, quando foi que menstruou pela primeira vez, a duração do seu ciclo e quando foi que teve relações...

Senti o olhar da Callie sobre mim antes mesmo de olhar para ela.

Me Deus, eu tive que me segurar para não rir naquele instante.

_Eu vou... esperar do lado de fora. _ Eu avisei, afastando a minha cadeira.

Callie assentiu, aliviada.

Estava obvio o seu constrangimento em ter que falar sobre todas aquelas coisas na minha frente, então eu tomei a decisão mais sábia e me retirei, antes que ela desistisse de continuar a consulta.

Dois

Depois da consulta, Callie saiu com uma receita nas mãos e seus dedos brincavam com o pingente do colar que eu tinha lhe dado de presente de aniversário no ano anterior.

_Foi tudo bem? _Eu quis saber, enquanto caminhávamos para fora da clínica médica.

Isso foi muito desconfortável. ela respondeu, com um suspiro. _Sabe o quanto evitei ter qualquer tipo de conversa sobre assuntos sexuais com a minha mãe? A conversa que eu tive lá dentro foi bem parecida, só que dez vezes pior!

Foi por uma boa causa. Eu disse, me segurando para não rir.

Agora só precisamos passar na farmácia e comprar os remédios. ela disse, balançando a receita na minha frente. _E mais camisinhas. As suas acabaram.

Parei por um momento e a encarei, enquanto Callie continuava a andar até o lugar onde eu estacionei o carro.

Como você sabe que minhas camisinhas acabaram, mulher? eu questionei, mas ela apenas me lançou um olhar divertido sobre o ombro, sem parar de andar e me forçando a correr para alcançá-la.

Eu vi quantas você comprou da última vez e usamos a última ontem. ela respondeu, me pegando de surpresa.

Ah, eu tinha realmente criado uma monstrinha sexual.

Ela estava fazendo controle até mesmo das minhas camisinhas!

Ri, divertido, antes de abrir a porta para ela.

Callie entrou no carro e entrei logo em seguida, pronto para dirigir de volta para casa.

Passamos na farmácia juntos e, enquanto ela ia até o balcão de atendimento para pegar os remédios, eu caminhei pelo corredor até a prateleira onde ficavam as camisinhas.

Peguei logo três pacotes e fui até ela em seguida.

Sua médica já lhe explicou como tomar os remédios? O senhor Armand estava perguntando a ela quando me aproximei.

Ah, sim. Um comprimido por dia. Callie respondeu.

O senhor Armand notou minha aproximação e olhou para mim, sua expressão se fechando imediatamente ao me reconhecer.

Senhor Harrison. ele me cumprimentou e seus olhos desceram em seguida para as minhas mãos.

Parei ao lado da Callie e abracei sua cintura, enquanto ela retirava a carteira da bolsa para pagar pelos remédios, antes de se virar para mim com um sorriso.

Esse sorriso deu lugar ao assombro quando eu coloquei as camisinhas sobre o balcão, ao lado do seu remédio.

Olá, senhor Armand. eu o cumprimentei de volta, enquanto ele olhava de mim para a Callie, antes de suspirar e menear a cabeça. _Amor, eu vou pagar pelos remédios.

Tirei a carteira do meu bolso traseiro da calça e soltei a Callie por alguns minutos enquanto pagava a nossa compra.

Faz muito bem em tomar esses remédios, menina. O senhor Armand disse, enquanto me entregava o troco. _Porque se depender desse rapaz aqui, vão ter filhos feito coelhos!

_Ah... eu...

Pode deixar, senhor Armand. eu disse, quando percebi que a Callie não conseguiria terminar sua frase, tamanho o seu constrangimento. _Filhos só depois do casamento.

O senhor Armand apenas me olhou com uma mistura de desconfiança e alívio, antes de olhar novamente para a Callie e se afastar para atender outros clientes.

Guardei a minha carteira novamente e segurei a mão da Callie para sairmos da farmácia.

Quando estávamos lá fora, Callie soltou a mão da minha e me deu um beliscão.

Ai! O que fiz para merecer isso? eu perguntei, mas sabia exatamente o motivo, então segurei para não rir.

Callie estava vermelha de vergonha e me encarava com um olhar acusador.

Você tinha mesmo que ter pegado tantas camisinhas? ela acusou. _Poderia ter ao menos me esperado pagar pelos remédios antes de...

Callie, relaxa. Somos maiores de idade e estamos namorando. eu disse. _Namorados fazem sexo, algo que o senhor Armand nem deve mais saber o que é, por isso me olha daquele jeito todas as vezes que venho renovar o nosso estoque.

Callie me beliscou mais uma vez e eu me fastei para longe de suas mãos, esfregando o meu braço dolorido.

_Tenha respeito! O senhor Armand e a esposa já são idosos, então não devem mais fazer essas coisas. _Fiquei em silêncio por um momento e acho que devo ter feito alguma careta, porque ela me encarou, franzindo o cenho. _O que foi?

Callie, podemos mudar de assunto? eu pedi, abrindo a porta do carro para ela.

_Porquê?

_Porque não é nada agradável para mim, imaginar o senhor Armand e a esposa fazendo sexo, então...

Oh, Jake! Callie reclamou, cobrindo o rosto com as mãos.

Dessa vez eu não me contive e dei uma risada alta enquanto fechava a porta e dava a volta no carro para me colocar atrás do volante.

Você é um grande idiota! ela disse, quando eu dei a partida.

Olhei para ela, de lado, com um sorriso.

Admita que você ama esse idiota. eu pedi, lhe dando uma piscadela.

Sua expressão de brava deu lugar a um sorriso, que ela tentou disfarçar imediatamente, desviando o olhar do meu.

Callie... eu chamei, agora sério, e ela se voltou para mim novamente, brincando com o pingente do seu colar.

Naquele momento eu pensei o quão sortudo eu era, por ter aquela garota comigo.

Callie tinha abandonado o coque, e seus cabelos estavam amarrados em um rabo- de- cavalo, deixando seu pescoço a mostra.

Ela ainda usava aquelas blusas largas com estampas de seus cantores favoritos, mas passara a usar shorts curtos, sem ter vergonha do próprio corpo, como antes.

Como eu poderia um dia sequer pensar em olhar para outras garotas, se eu tinha a mulher perfeita ao meu lado?

Eu sabia que ela estava preocupada com isso, com o dia em que receberíamos a carta da universidade.

Odiava quando ela ficava preocupada com alguma coisa, e nos últimos dias, era isso o que estava acontecendo.

Com mais frequência do que eu gostaria, na verdade.

Mas ela sempre se esquivava do assunto, apesar de eu já saber do que se tratava.

Ela estava com medo de irmos para lugares diferentes, quando chegasse o fim do ano, e isso nos separasse.

Se dependesse de mim, isso jamais aconteceria.

Eu faria o que estivesse ao meu alcance para que isso jamais acontecesse.

Eu te amo. eu disse, olhando fixamente para os seus olhos.

Um enorme sorriso se formou em seus lábios novamente e ela me pareceu ficar um pouco mais relaxada.

Eu também te amo, Jake. ela respondeu. _Agora, podemos ir para casa?

Para a sua ou para a minha? eu perguntei, brincando, apenas para irritá-la novamente.

Callie me encarou, séria, mas o brilho em seus olhos denunciava o seu pensamento.

Para onde tenha uma cama e podemos ter algumas horas sozinhos. ela respondeu. Afinal, temos muitas camisinhas agora...

Callie deu uma piscadinha para mim e...

Porra!

Essa garota sabia como mexer comigo.

Meu coleguinha se animou de imediato, e não contive um gemido que escapou dos meus lábios.

Você é uma diabinha, Calíope Jones! eu disse, baixinho, enquanto dava partida no carro e seguíamos direto para a minha casa.

Meus pais estavam no trabalho e Daniel já tinha voltado para a faculdade.

Teríamos a casa todinha para nós dois, por algumas horas.

E eu aproveitaria cada minuto…

Três

Abandonando meus devaneios, peguei minha carteira e as chaves do carro e saí de casa.

Eu tinha tudo planejado para aquela noite.

Jantar, um bom vinho...

Sim, eu queria aproveitar aquela noite com a minha namorada. Aproveitar a casa vazia.

Mas não apenas para sexo.

Queria mostrar a Callie como seria, quando déssemos o próximo passo e fossemos morar juntos.

Eu mimaria aquela garota todas as manhãs, levando o café na cama.

A levaria para jantar fora...

E faria muitas outras coisas que eu sabia que ela gostaria, porque ela merece isso e muito mais.

Sei que já estamos namorando há um ano e deveria ter feito isso logo no início, mas iria reparar o meu erro aquela noite e lhe dar um anel.

Um anel com os nossos nomes, para afastar qualquer abutre de cima da minha garota enquanto eu não estiver por perto.

Segui até o centro e entrei em uma joalheria.

Uma moça ruiva se aproximou, me olhando dos pés a cabeça.

Posso ajudá-lo? ela perguntou, seu olhar pairando por mais um tempo sobre os meus braços, antes de subirem para o meu rosto.

Eu estava usando uma camisa básica, colada, calças jeans e tênis.

Qualquer um poderia dizer que ela estava avaliando e julgando, por conta das minhas roupas, a minha condição financeira.

Nossa família pode não ser rica, mas meu avô tinha deixado uma boa grana guardada para mim e o Dani, antes de falecer.

E meus pais tinham um ótimo emprego.

Mas eu sabia, pelo brilho em seus olhos, que não era isso.

Aquele não era o olhar de alguém que estava julgando, mas sim, alguém que estava desejando alguma coisa.

E nesse caso, era eu!

Ela me olhava da mesma maneira que as garotas da escola me olhavam até hoje, mesmo sabendo que eu e a Callie estávamos juntos.

Isso a irritava sobremaneira, mas de certa forma eu achava até divertido.

A Callie ciumenta era linda, intensa...

E todas as vezes em que ela começa a brigar comigo por isso, por algo que nem era a minha culpa, eu encontrava uma maneira de distraí-la.

Sempre dava certo.

Pode sim. eu respondi, olhando em volta, para as várias peças em exposição. _Eu quero comprar um par de alianças.

Ora, espero que não seja de noivado. Você me parece ser tão jovem para... ficar noivo. ela disse, novamente me analisando.

Pigarreei, para chamar sua atenção.

Se eu ainda fosse o Jake de antes, eu teria aproveitado aquela oportunidade e corresponderia as investidas da mulher.

Era mais velha que eu, isso era certo.

E muito bonita.

Mas eu tinha uma garota ainda mais bonita que morava a duas casas de distância da minha... Por enquanto.

A mesma garota que me deixou completamente cego para qualquer outra pessoa do sexo feminino.

Porque eu só tinha olhos para a Calíope Jones, a garota que não só gostava, mas também jogava Lacrosse, assim como eu. Que me salvou várias e várias vezes quando minhas notas estavam ruins e que sempre me aceitou do jeito que eu sou.

Essa é a garota que eu amo, a garota que um dia será minha esposa e a mãe dos meus filhos.

Você está certa, não é de noivado... Ainda. eu disse, firme. _Por hora, eu quero apenas um par de alianças de compromisso.

Ela suspirou diante das minhas palavras, decidindo finalmente fazer o seu papel de vendedora daquela loja ao invés de ficar me comendo com os olhos.

_Se fosse por minha vontade, me casaria amanhã mesmo, mas ela ainda é muito nova e eu quero que ela termine os estudos primeiro.

A moça se afastou, indo até um balcão onde havia alguns modelos de alianças.

Ela é uma garota de sorte. ela disse, antes de olhar para mim novamente.

Não moça... eu a corrigi. _Eu é quem sou um cara de sorte.

Não havia nenhuma dúvida disso.

Mesmo depois de um ano de namoro, eu ainda dava graças a Deus por não ter sido um covarde e negado a ajudá-la a não perder aquela aposta.

Você trouxe algum anel da garota, para verificarmos o tamanho? ela quis saber, agora agindo de maneira completamente profissional.

Eu trouxe sim... respondi, pegando o pequeno anel que a mãe da Callie pegou escondido dela, quando contei o que ia fazer.

Quase fiquei surdo na hora, quando contei o meu plano de dar Callie um anel, tamanha a euforia da senhora Jones.

A mulher pegou o anel da minha mão e mediu a largura do dedo da Callie, antes de anotar em um pedaço de papel.

Ótimo. Temos esses modelos para pronta entrega. Ela disse, me apontando para algumas alianças de prata. _Só precisamos tirar a sua medida também, já que quer um par...

Assenti e olhei com atenção as alianças a minha frente.

Havia um par muito bonito, com o símbolo do sol em uma e a lua na outra, mas isso não me agradou muito.

O sol e a lua jamais poderiam viver juntos, porque, quando um chegava, o outro precisava partir.

Não era o significado que eu queria para as nossas primeiras alianças de compromisso.

Sim, eu sei que pode soar meio piegas.

Se meu irmão estivesse ali comigo, naquele momento, e ouvisse os meus pensamentos, teria me julgado muito mal.

Foi então que meus olhos pousaram sobre um par que logo me chamou a atenção.

Era simples, mas não deixava de ser bonito.

E tinha exatamente o significado que eu queria.

Ambos os anéis eram de prata, mas um deles continha o desenho de uma metade de coração dourado, enquanto o outro possuía a outra metade do coração na cor preta.

Esse era o verdadeiro significado que eu procurava para um anel de compromisso.

Porque a Callie tinha o meu coração em suas mãos e somente ao lado dela eu seria completo.

Eu quero esses! eu disse, decidido, apontando para o par em questão.

A moça sorriu, enquanto retirava as duas peças da vitrine.

Você tem muito bom gosto. Tenho certeza que ela vai amar. ela disse. Qual o nome que devemos gravar na parte interna do anel? ela quis saber.

O meu é Jake. respondi, admirando as duas peças com uma sensação de orgulho e satisfação. _E o nome da minha namorada, é Calíope.

A moça me encarou, com um misto de confusão e surpresa.

Esse é um nome... único. ela disse, e acabei dando uma risada baixa e curta.

Sim, ele é. eu respondi apenas.

Hellen não poderia ter escolhido um nome tão perfeito para a Callie.

Porque ela era única...

E continuaria a ser única para mim...

A minha Calíope Jones...

A minha Calíope Harrison...

Isso soava perfeito para mim... me peguei pensando, com um sorriso, enquanto a moça terminava de fazer o seu trabalho e me avisava que os anéis ficariam prontos em uma hora.

Enquanto isso, eu poderia esperar no carro e mandar algumas mensagens para a minha garota.

Só de pensar nela e falar dela, já me deixava com saudades.

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