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A Voz Do Coração

Capitulo 1

Antes de começar a fic, queria dizer que ela foi inspirada em um filme que eu assisti a muito tempo, e tive a vontade de fazer uma fanfic baseada nela. No caso só o romance entre os personagens principais, e o show que vai aparecer aqui.

Mas enfim, é isso. Espero que gostem e que deixem o apoio. 💗(⁠.⁠ ⁠❛⁠ ⁠ᴗ⁠ ⁠❛⁠.⁠)

Queria que vocês tivessem uma ideia dos personagens também, vou colocar em dois tipos para vocês verem.

    Não demorou para Katniss despertar graças ao despertador.

O barulho irritante a fazia querer chorar, estava tendo um sonho tão maravilhoso.

Estava em um palco enorme com milhões de pessoas na platéia, ela vestia um vestido de galar espetacular. Os músicos começaram a tocar animadamente, mas quando fora abrir a boca para cantar, acordou. Tudo havia sumido, estava sozinha em seu pequeno quarto.

— As vezes queria que não fosse apenas um sonho — Resmungou com a voz rouca olhando seu gatinho em cima da cama. Bem, pelo menos alguém podia dormir mais um pouco. Que gato sortudo.

    Katniss desligou o despertador ainda pensando se podia joga-lo contra a parede ou não.

Mas quando afastou o pensamento da cabeça, logo entrou no banheiro, fez suas necessidades e tomou um banho gelado que a ajudava a despertar.

Ao colocar uma roupa confortável, ficou parada olhando para a maçaneta da porta do quarto.

Todos os dias fazia isso, não sabia muito bem o porque fazia isso ao certo.

Ou, então sabia e só queria fingir que não?

     Gregory. Ela não queria encontra-lo, o detestava de todas as formas possíveis. Tentar evita-lo tornou-se um hábito matinal para Katniss.

Era um velho com o coração amargurado, e um homem insuportável.

     Então fez o que sempre fazia depois de encarar a porta. Pegou suas coisas e pulou a janela. Oque eram dois metros de altura para ela? Absolutamente nada.

Mas antes de ir, tinha que dá um beijinho em seu gato, ele ficaria mau humorado se não o fizesse.

— Até daqui a pouco Lasanha — Abaixa e o beija — Se comporta tá bom?

      Em resposta o gato a deu um miado preguiçoso e se aconchegou mais nos lençóis da cama.

Katniss riu e saltou da janela como uma verdadeira acrobata maluca. Isso tirando o fato de ter quase caído na moita do lado.

Ela pegou a bicicleta cor pêra com uma cestinha trançada a mão, e logo foi para a rua, pedalando sentindo a brisa fresca no rosto.

As manhãs na cidade eram sempre silenciosas e calmas, isso até os comércios serem abertos.

Enquanto pedalava pelas ruas dava para ver o mar de longe, o brilho do sol refletindo sobre ele, a fazia pensar que valia a pena estar viva.

Katniss abriu um sorriso satisfeito e mentalmente deu um bom dia para o vasto mar ao seu lado.

    O sol já estava alto no céu, as pessoas já estavam abrindo suas lojas, padarias, farmácias.

— Bom dia Kat! — Gritou uma velhinha com chapel colorido e um sorriso no rosto.

— Bom dia dona Julie! — Respondeu acenando para a senhora que abria sua floricultura.

      A cada comércio aberto era alguém a cumprimentando. Até mesmo o dono do açougue que afirmava não gostar dela por certa vez Lasanha ter-lhe roubado um pedaço de linguiça enquanto conversava com um cliente.

Era engraçado o fato de todos ali serem pessoas maravilhosas e gentis. Parecia um conto de fadas, não significava que tudo era perfeito,

mas davam seu melhor para chegar perto de ser.

Sitka era uma cidadezinha pequena e pacata, nada de diferente acontecia, os dias iam se repetindo todos iguais. E talvez no fundo, no fundo, Katniss queria algo mais do que isso. Estava esperando uma boa oportunidade, mesmo sabendo que nunca teria uma. Certo?

— Pode me dizer o por que precisa ir para essa cidadezinha de ninguém? O Alasca é horrível cara. 

— Tenho que visitar minha tia, vou lá uma vez no ano. Já expliquei isso a você Daniel. — Repondeu pegando a mala da mão de seu amigo.

— Damian temos muito oque fazer, tenta não demorar lá cara. Fora que suas namoradas vão ficar loucas por você ter cancelado todos seus encontros — Pôs a mão no rosto bufando — Vai sobrar pra mim apanhar de todas elas.

— Não seja dramático, não é como se você nunca tivesse apanhado de várias mulheres diferentes — Responde indiferente. Daniel fingiu ri com puro sarcasmo.

— Olha quem fala, o maior mulherengo de todos os tempos, você é mais pegador do que eu, o sujo falando do mal lavado.

— Mas diferente de você eu nunca apanhei de uma mulher.

     Damian sorriu para ele com um olhar que parecia dizer: " eu sou melhor que você seu idiota "

— Seu filho da...

— Meu vôo vai sair agora. — O corta guardando o celular e agarrando bem a mala — Cuide de tudo. Voltarei em três semanas.

— Tá, tá, vai logo. Vê se volta com uma boa garrafa de whisky pra mim.

     Ele sabia que Damian não iria trazer nada para ele. Só pediu por pedir.

Damian entrou no avião na primeira classe, como sempre preferiu. Se deitou na poltrona mais  confortável que o dinheiro podia pagar, e pegou o celular que estava vibrando em seu bolso. Assim que o ligou, foi inundado por várias mensagens, umas de pessoas conhecidas, outras anônimas que provavelmente eram de repórteres desesperados.

      Só fazia um dia que anunciara sua aposentadoria no ramo de produtor musical, e todos já estavam ficando loucos. Para ele, aquilo não era nada, estava cansado de criar músicas e produzir grandes cantoras com elas, estava entediado, a vida se tornara monótona.

A pergunta que sempre se fazia era: desde quando? Desde quando perdeu o prazer em marcar a história com as cantoras maravilhosas que criara?

      A mesma coisa aconteceu no ramo de filmes.

Estava no auge de sua carreira quando resolveu jogar a toalha. Ganhou sua marca na calçada da fama, se tornou um dos melhores atores de Hollywood da história do cinema, ganhou diversos prêmios todos os anos.

Seus filmes de romance eram os mais vistos, sucessos de bilheteria, todas as mulheres iam a loucura com o galã Damian Raynold em todos os papéis que fazia. Seja herói ou vilão, todos eram sucessos na certa apenas por ter seu rosto no elenco.

    Mas por algum motivo estava tudo uma chatice, a única coisa que ele estava aturando no momento era a vida de empresário. Sua empresa cresceu bastante, fazendo grandes parcerias, abrindo filias novas por toda a América. Estava tudo correndo bem, embora ele sentisse que logo perderia o interesse também.

Por agora só iria relaxar um pouco.

— Essa porcaria não para de vibrar! — Ele pegou o celular e o desligou depois o jogo na outra poltrona vazia.

     Bem, ele iria tentar relaxar.

     Jogou a bicicleta de qualquer maneira no estacionamento pequeno do bar. Logo que entrou sentiu o cheiro inebriante de ovos e bacon sendo fritos na hora junto com o café fresquinho, seu estômago pediu socorro na mesma hora.

— Bem vinda senhorita, oque vai querer hoje?

— Tiff, suas brincadeiras estão cada vez mais sem graça.

— Aff, você não sabe atuar não é mesmo? Que coisa chata.

      As duas dão risada como duas bobas. Tiffany era a melhor amiga que Katniss poderia pedir. Foram criadas juntas, o pai de Tiffany era o dono do bar em que estavam, então foi fácil aceitar Katniss como garçonete junto com a amiga. Ela se sentia mais em casa ali, do que na própria onde infelizmente morava.

— Bem, creio que está com fome. Vou pedir pro Larry preparar o de sempre. — Disse saindo de trás do balcão.

Tiffany era um menina linda e muito mais carismática do que se possa imaginar. Os cabelos loiros estavam sempre trançados, e o avental sempre sujo de ketchup.

     Tanto ela quanto o bar eram meio doidos. A dinâmica do bar era o seguinte, de manhã tinha um café da manhã excelente como uma cafeteria, mas ainda era um bar. A tarde o almoço também era servido, como um restaurante, mas ainda era um bar. E a noite, a noite era uma loucura, todos se reuniam depois de seus trabalhos cansativos, para beber, rir, contar histórias que todos já estavam carecas de ouvir, dançavam e cantavam músicas nativas da região.

    Ou seja, a noite o bar se transformava em um bar.

   Não tinha nada melhor do que o café da manhã que Larry preparava. Mesmo tendo a aparência de um urso fedorento prestes a hibernar, ninguém fazia um sanduíche de ovos e bacon como ele fazia, nem panquecas de morango tão espetacularmente deliciosas.

Katniss comeria tão bem todos os dias, que não sabia se conseguiria sobreviver sem a comida que Larry preparava. Parecia que seus dentes iam cair de vez.

Ela riu com o pensamento bobo que teve, mas definitivamente era verdadeiro.

— Então Kat, pensou no que lhe disse esses dias? — Indagou Tiff se aproximando enquanto varria o chão.

— Eu não sei se me fazer cantar na frente de todos vai me tirar o medo do palco. — Respondeu com um pequeno sorriso.

— Pode ser que não perca, ou pode ser que sim. De qualquer forma, só saberá se tentar.

— É eu sei. Quando eu tiver uma oportunidade, eu penso melhor.

— Amanhã é aniversário do papai. Por que não canta aquela música que ele sempre tá ouvindo?

      Katniss deixou o pano que limpava a mesa cair, depois de ouvir oque Tiff a propôs. Ela amava o tio Edy, mas não podia cantar na frente de todos.

Uma coisa era o dar um presente, agora outra diferente era lhe dedicar uma música.

— Não seja boba Kat, você tem uma voz linda. E seria o presente perfeito para o papai, era a música que a mamãe cantava sempre.

Os olhos de Tiff demonstraram saudade e tristeza. Uma mistura dolorosa e Katniss sentia isso. Ela amava muito aquele bar e as pessoas ali, todas pessoas de bem e que certamente fariam uma festa repleta de bebedeira para o amigo Edy.

— Eu...vou tentar — Disse depois de um longo suspiro. Os olhos de Tiff brilharam como duas pedras preciosas.

— Oba! Valeu amiga! — Abraçou a amiga dando pulinhos de felicidade — Você vai arrasar.

— Lembra que eu disse que ia tentar! Não crie muitas expectativas — pequeno sorriso.

— Eu conheço muito bem essa sua linda voz, pode deixar que eu sei que você vai alcançar minhas expectativas.

   Katniss deu um leve soco no ombro de Tiff que riu.

Ficou a manhã toda trabalhando bem no bar, mas logo deu a hora do almoço.

— Ei! Larry as marmitas estão prontas? — Perguntou Katniss enfiando a cabeça dentro da janelinha onde passavam os pedidos.

— Estão prontas Kat, coloquei molho de pimenta extra na sua em! — Gritou ele colocando duas marmitas em cima da bancada.

— Aí você arrasa sempre Larry! Daqui a pouco estou de volta.

   Ela pegou as marmitas antes de ouvir um tchau de Larry. Depois colocou as duas dentro da cestinha trançada da bicicleta e partiu para casa. Odiava essa hora do dia, na verdade, odiava todas as horas que devia ir para casa.

Engraçado que, devíamos nos sentir acolhidos em nossa casa, devia ser nosso lar, nosso lugar seguro de conforto.

Mas era completamente o contrário. Qualquer lugar era melhor do que em casa, qualquer um.

     Quando chegou em casa, girou a maçaneta e entrou. O cheio horrível de cigarro invadiu suas narinas fazendo os olhos de Katniss marejarem.

Tirou umas garrafas vazias de cerveja de cima da bancada e colocou as duas marmitas ali.

— Demorou, na próxima venha mais rápido. Estava morrendo de fome. — Disse o homem sem camisa jogado na poltrona velha com um cigarro entre os dedos. 

— É que, o bar hoje estava muito cheio. Muitas crianças forma tomar café e...

— Dani-se. Não quero saber das suas desculpas. Traz logo a minha comida. — Mandou com a voz rouca.

Katniss respirou fundo com o intuito de manter-se calma. Foi até a bancada, pegou a marmita depois um talher e o entregou a comida.

Ouviu barulho de passos quando se virou, havia uma mulher entrando na cozinha com os cabelos enrolados em uma toalha. Provavelmente tinha uns 46 anos, era muito bonita por sinal. Mas quem era ela?

— Com licença — A mulher a olhou — Quem é você?

— Sou namorada desse velho babão — Respondeu como se estivesse cuspindo as palavras. Por que não estava surpresa? Toda semana ele estava com uma mulher diferente, todas eram drogadas, alcoólatras, e sempre estavam roubando as roupas de Katniss. Exatamente como essa nova, estava usando um dos vestidos preferidos de Katniss.

— Esse vestido...

— Eu achei lá em cima jogado. Só peguei e coloquei. — Disse abrindo a geladeira.

Oque ela quis dizer realmente com jogado foi: " Invadi seu quarto, abri seu armário e peguei sua roupa "

    Katniss olhou para o homem com intuito de fazer ele dizer alguma coisa para sua...namorada. Mas ele continuou a devorar a comida olhando pra tv e bebendo uma lata de cerveja.

Katniss suspirou e começou a catar as latinhas vazias que estavam no chão, emporcalhando mais a sala.

Quando se virou a mulher estava comendo a marmita de Katniss.

— Ei! Espera, essa é minha comida. — disse se aproximando da bancada.

— O pirralha deixa de ser egoísta, aprende a dividir, que droga em. — Interveio ele da sala.

— Mas essa é minha comida, o Larry preparou para mim, por que eu tenho que dividir? Ela é sua namorada, dívida a sua comida com ela! — Gritou ficando irritada.

— Para de gritar garota! Essa é minha casa eu mando e você obedece, agora cala a merda da boca.

Katniss não podia acreditar naquele absurdo. Olhou para a mulher que tinha um sorriso vitorioso no rosto.

— Está apimentado demais. Quem fez essa porcaria, um cozinheiro de quinta? — Ela fez uma careta e se virou para o lixo.

— Não! — Katniss correu para tentar impedir, mas a mulher já havia jogado tudo no lixo. Ela saiu da cozinha e se sentou no sofá do lado de Gregory. Katniss ficou lá, fitando a comida que Larry lhe preparou com todo o cuidado e dedicação, no lixo. Como se não fosse nada. Ficou irritada e chateada.

Não era só por causa da comida, ela podia ficar sem almoço,isso não faria diferença, mas foi pela falta de consideração, falta de respeito. Aquela mulher agia como se fosse dona da casa, sendo que em poucos dias seria só mais uma mulher jogada fora comi lixo.

— Me desculpa Larry — Resmungou para si mesma.

  Katniss correu para seu quarto e se trancou lá dentro. Deitou na cama com um baita nó na garganta.

Lasanha se aproximou e deitou ao lado dela.

— Poxa Lasanha, por que tem que ser assim em? — Carinhando perguntou ao gatinho sem esperar  respostas.

Só teve um momento pequeno para poder se acalmar, ela não queria ficar em casa, decidiu voltar mais cedo para o bar, seria melhor assim.

— Vou pegar a bicicleta.

     Assim que pousou no Alasca  Sitka, Damian foi buscar o carro que alugara durante sua estadia ali, e foi em busca da loja da tia dele.

Ver a tia era apenas uma desculpa muito boa para se afastar da mídia e da loucura que a cidade estava causando nele.

O celular começou a tocar, Damian o pegou no bolso e atendeu, já sabia que era. Isso enquanto tentava prestar atenção na rua.

— Já chegou cara? — Ele ligou em chamada de vídeo. Damian odiava chamadas de vídeo.

— Já estou aqui. — Respondeu — Por que ligou? Está com algum problema na empresa?

Tendo ou não problemas ele não voltaria para a empresa de qualquer forma.

— Não, não precisa de preocupar com a empresa.

— Então devo me preocupar com oque?

Daniel bufou.

— Cristiny está aqui na empresa, está fazendo o maior show por você ter cancelado os encontros com ela.

— Coitada. — Foi tudo que disse com um pequeno sorriso no rosto.

— Coitada? Coitado de mim! essa louca me bateu, e eu espero que isso não seja um sorriso Damian. — A expressão carrancuda de Daniel era mais engraçada do que ele podia imaginar.

— É difícil não sorrir com essa história cômica que tá me contando — Respondeu olhando a tela do celular.

Quando voltou a olhar para a rua uma garota de bicicleta atravessou bem na frente do carro.

— Merda! — Damian freio bem em cima da garota. Com o susto ela caiu no chão junto com a bicicleta.

— Damian? Oque aconteceu cara? Ei!

— Droga, depois falo com você. — Ele desligou o celular e saiu do carro.

Continua.

Já revisei pessoal, coloquem fé na história em! Peço para que deixar o apoio ai 💗😩

capitulo 2

Katniss ficou o dia todo trabalhando no bar, conversou com os clientes, limpou enquanto ouvia música do rádio velho do tio Edy, e comeu os lanches maravilhosos que Larry preparou para os funcionários.

Ela não queria ir embora, estava cansada sim de fato, mas ir para casa era um saco.

Tiff até tinha insistindo para que ela dormisse na casa dela, Katniss queria dizer que sim, queria muito. Mas não podia, a última vez que dormiu na casa de Tiff, no dia seguinte Gregory a bateu e a jogou no porão. A deixou lá por um dia inteiro.

Gregory odiava quando Katniss não fazia oque ele mandava, ele era agressivo, e ela tinha medo dele. Ela morria de medo dele.

- Eu vou pra casa agora, mas obrigada por me convidar. - Sorriu para a amiga. Tiff fez uma expressão triste, estava um pouco decepcionada.

- Tudo bem, talvez na próxima né. Mas pensa no que eu disse sobre o aniversário do papai. - Antes que pudesse responder ou protestar, Edy entrou no bar com um sorriso no rosto.

- Oque estão falando sobre mim em meninas?

Tiff era a cópia de Edygar. Os olhos azuis e os cabelos loiros puxara completamente do pai. O jeito bobo e engraçado fora da mãe.  Mas não falavam dela, a morte dela foi difícil tanto para Edygar quanto para Tiff.

- Não é nada papai. Deixa de ser fofoqueiro. - Piscou para Katniss que gargalhou.

- Se você não vão me falar eu não vou insistir, mas a bebedeira vai começar agora e vocês jovenzinhas devem ir para casa.

Lembrou ele balançando as chaves nos dedos. É verdade, todos os outros funcionários saíram, só estavam os três ali. Edy nunca deixava elas trabalharem no turno da noite, por mais que pedissem. Segundo ele, era melhor elas fossem descansar ou estudar. Então as sete já estavam saindo do bar para que os funcionários noturnos chegassem.

- Bem, então já vou indo. Até amanhã pessoal. - Katniss abraçou os dois e os deixou sozinhos no bar.

Ela colocou os fones de ouvido ouvindo músicas animadas enquanto olhava para a rua pouco agitada.

Estava presa em seus pensamentos quando viu um par de faróis fortes vindo em sua direção.

Que droga é um carro! Ela freio bruscamente com a bicicleta e ouviu o som estridente do carro freando também.

Que porcaria! De onde veio aquele maldito carro? Katniss pensava enquanto via se estava mesmo bem. Diferente dela que arranhou o cotovelo com a queda, a bicicleta estava ilesa. Pelo menos isso né.

- Garota, você está bem?

Katniss levantou o olhar e se espantou um pouco. Seu atropelador era o homem mais lindo que já vira na vida. Estava com um semblante preocupado no rosto, e ainda assim era lindo. Os cabelos pretos balançando com o vento, os olhos azuis como jóias lapidadas e os lábios...

Não! Pare de pensar nisso Katniss, ele quase te matou!

- Qual é o seu problema? Você é cego por acaso? - Se levantou e o encarou com os punhos cerrados.

- Eu sinto muito, é culpa minha eu não prestei atenção na rua. - A voz dele era mais grossa do que imaginara, mas isso não abalaria ela.

- Não me diga! É claramente culpa sua - Respirou fundo - Só entra no seu carro e trate de não tirar a vida de ninguém.

Katniss se virou para pegar a bicicleta, mas o homem agarrou o braço dela a fazendo se virar para ele assustada.

- Você está machucada. Pelo menos me deixe te levar para o hospital mais próximo.

O toque dele era quente, mesmo eles estando perto do inverno com a cidade cada vez mais gelada. Katniss se afastou puxando o braço.

- Não, obrigada. Tenho que ir...para casa.

- Tem certeza?

- Sim, já disse que sim.

Katniss levantou a bicicleta e subiu em cima dela. O homem continuava parado olhando para ela, sem nenhuma expressão no rosto. Parecia conferir se ela estava bem mesmo.

- Adeus.

Ela não esperou ele responder, apenas começou a pedalar novamente indo em direção á sua casa.

Que homem estranho, nunca o vira na cidade. Seria ele um turista? Achava que sim.

Bem, no momento Katniss só queria chegar o mais rápido possível em casa, e cuidar com cuidado do machucado no cotovelo.

Estava começando a arder.

Porcaria, ele mal chegara na cidade e já estava se metendo em encrenca. A ideia era passar despercebido, mas ele conseguiu estragar isso.

Entretanto, também não conseguia parar de pensar naquela garota.

Os olhos azuis irritados em cima dele, ele certamente não iria esquecer aqueles olhos. Será que devia ter deixado a garota ir embora? Ela estava ferida, o machucado não era muito grande, mas serviu para deixá-lo preocupado.

\- Cara você mal chegou e já atropelou uma criança? - Rindo Indagou.

\- Não era uma criança Daniel, era uma adolescente. E isso não teria acontecido se você não tivesse me ligado. - Reclamou irritado.

\- Bem então eu vou desligar né. Vai que você capota com o carro e coloca a culpa em mim também.

\- Para de falar besteira.

Damian desligou o celular e respirou fundo. Logo chegou na floricultura de sua tia, estacionou e desceu do carro para falar com ela. Provavelmente sua tia estava prestes a fechar a loja, já que iam dar oito horas da noite.

Quando entrou na loja ouviu o sino da porta tocar, e foi inundando pelos mais diversos perfumes doces de flores diferentes. A lojinha era fofa e acolhedora. Assim como sua tia.

\- Tia? Eu já cheguei. - Anunciou chegando perto do balcão.

\- Olá querido, seja bem vindo! - Ela levantou rapidamente de debaixo do balcão o fazendo recuar de susto.

\- Você está muito bonita tia Julie. - Ela sorriu com os olhos brilhantes.

\- Obrigada querido, foi difícil chegar aqui?

\- Bem...não, mas já cheguei arrumando problemas.

\- Que tipo de problemas? - Indagou limpando as mãos no avental sujo de terra.

\- Eu quase atropelei uma garota, ou atropelei. Não sei dizer. - Bufou.

\- Minha nossa! A garota está bem?

\- Acho que sim. Mas ela foi tão teimosa, não me deixou levá-la ao hospital. - Julie negou com a cabeça em reprovação.

\- As meninas de hoje em dia são tão descuidadas, e despreocupadas também. Pelo menos você tentou ser gentil. - Damian a deu um leve sorriso vago.

Quando chegou em casa, colocou a bicicleta na varanda. Mas quando abriu a porta da casa, gritos a esperavam. Ela não estava entendendo nada, aquela namorada de Gregory estava lá gritando com ele e ele com ela.

- Oque está acontecendo? - Perguntou entrando na sala.

- Oque eu disse sobre gatos?!

Ah não, ele descobriu. Gregory odiava animais, principalmente gatos. Katniss escondia Lasanha em seu quarto já que ninguém entrava lá além dela. Ah e, as amantes abusadas de Gregory.

- Eu...posso explicar. Ele estava com fome e...

- Eu disse que não queria gatos aqui! Essa maldita bolas de pelos estava no seu quarto! - Gritou ele com raiva. A mulher ao lado dele estava de braços cruzados olhando a cena.

- Como assim? Você nem entra no meu quarto. - Olhou para a mulher.

- Eu entrei, queria pegar umas coisas emprestadas e ele estava lá jogado na cama. - Katniss olhou para onde a mulher estava olhando. E viu seu gato debaixo da cadeira. Ela se abaixou e o chamou.

- Lasanha, venha até aqui. Pode vir. - Disse em uma voz leve .

- Você ainda deu nome a ele? Eu já disse para não me desobedecer pirralha! _ Esbravejou jogando uma lata de cerveja no chão com força. O gatinho estava mancando não conseguia apoiar uma das patas no chão.

Katniss arregalou os olhos e olhou para os dois.

- Por que ele tá mancando? Oque vocês fizeram com ele? - Perguntou sentindo o coração apertar.

- Ele tentou me morder, então eu só me defendi! - respondeu a mulher se aproximando de Gregory.

- Mentira! Ele não é agressivo desse jeito. Você não tinha o direito de machucar ele! - Gritou com raiva.

- Pare agora de gritar! Você nunca faz nada pra ajudar, só sabe me desobedecer. Sua ingrata, eu devia ter te dado para adoção!

As palavras dele não machucavam tanto, ela as ouviu tantas vezes que já estava imune a dor que elas causavam. Mas estava irritada por terem machucado seu melhor amigo.

- Eu sempre tô ajudando! Como pode dizer isso? Eu nem fico em casa droga! Você trás essas mulheres toda semana e eu fico quieta enquanto elas revistam meu quarto! Se não fosse por mim essa casa seria um chiqueiro!

Foi surpreendida por um tapa forte no rosto. Fora tão forte que a vez cair no chão com o rosto ardendo.

O gato logo saiu mancando de debaixo da cadeira para ficar perto de Katniss, tentar protege-la.

- Você tem que aprender a me respeitar, está vendo oque tive que fazer? - Disse ele  colocando as mãos na cintura - Tire esse bixo daqui, e vá para o porão. Passará a noite lá pensando no que fez.

Ela levantou o olhar sentido o gosto de sangue passar por sua garganta. Provavelmente cortou o lábio, mas oque mais doía era seu coração. Principalmente quando viu que no pescoço da mulher estava o colar que sua mãe a dera. Ela levantou rapidamente e encarou a mulher.

- Devolva meu colar. - Pediu quase como um sussurro. Gregory olhou para o colar do pescoço da mulher.

- Como tem essa coisa? - Katniss abaixou o olhar.

- Não importa. É meu, eu quero de volta.

- Eu achei por aí. Depois eu te devolvo. - A loira respondeu com um sorriso sonso.

- Eu quero agora! Me dê era da minha mãe, você não tem o direito de entrar no meu quarto e pegar minhas coisas! - Gritou.

- Sua mãe não amou e não ama você sua pirralha. Para de fazer drama por tudo. Essa porcaria não vale nada e agora não é mais sua pronto!

Katniss cerrou os punhos. Ela podia abrir mão de suas roupas e de seus sapatos, mas não daquele colar. Era tudo oque tinha de sua mãe.

Katniss correu até a mulher e puxou o colar do pescoço dela rapidamente.

- Ei! Gregory olha oque ela fez! Mande me devolver agora! - Pediu fingindo chorar. Gregory se aproximou pisando forte e pegou o gato com brutalidade.

- Oque vai fazer? - Perguntou assustada - Me de ele agora!

- Já chega, nem você nem ele vão ficar mais aqui - Ele também pegou o braço de Katniss e a jogou para fora de casa junto com o gato. Ele subiu de novo na varanda.

- Você não vai mais pisar nessa casa entendeu?! Ja está grande, e já que não me obedece pode se virar sozinha - Ele se preparou para fechar a porta.

- Ei! Espera, está um gelo aqui fora! Posso morrer congelada. - Gritou abraçada ao gatinho tentando esquenta-lo.

- Isso não é problema meu. - Ele entrou e bateu a porta com força.

Ótimo, ela estava desabrigada debaixo do sereno gelado. Ela não podia simplesmente voltar e implorar para que ele abrisse a porta para ela. Ele não abriria de qualquer forma.

- Oque vamos fazer? - Perguntou a Lasanha com lágrimas quentes escorrendo pelo rosto. Tudo que podia fazer era pegar a bicicleta e ir para a praça e ficar lá por um tempo. Ela não queria ir para a casa de Tiff, se fosse o pai dela armaria um escândalo enorme e provavelmente espancaria Gregory. Ela não queria isso, não queria deixar ninguém preocupado, ou que se metessem em problemas por causa dela. Ela não queria isso.

Então foi para a praça e se sentou em um dos bancos de madeira agarrando os joelhos tentando se esquentar e esquentar seu gatinho. Mas estava cada vez mais frio, e ela só estava usando calça jeans, uma camiseta e uma blusa de frio meio velha, fora o tênis velhinho que usa também.

" Sua mãe não amou e não ama você sua pirralha! "

Não era verdade...não podia ser verdade. Ela se lembrava da música que sua mãe cantava para ela dormir, se lembrava dos abraços quentes e dos beijos.

Ela a amava sim, tinha certeza que sim.

Mas, então por que a abandonara com aquele homem desprezível? Por que fizera isso?

Estava tremendo e batendo os dentes. Os olhos fechando a visão ficando turva, o sono estava vindo.

Katniss pensou que estava começando a delirar por causa do frio, o homem que a atropelara mais cedo, estava se aproximando lentamente. Ela só pode ver a mão dele sobre seu rosto, e depois apagou completamente.

Depois que Damian terminou de arrumar a floricultura com sua tia para fechar. Ele foi se despedir dela.

\- Amanhã estou de volta para te ajudar com as tulipas ok? - Ela sorriu assentindo, e depois o entregou o casaco.

\- Amanhã faço um chá de ervas maravilhoso para você, e então você me conta tudo que está acontecendo lá em Los Angeles.

\- Está bem, vou te contar tudo. - Ele beijou o topo da cabeça da mulher, e então foi na direção do seu carro.

Quando ligou o carro e começou a sai devagar com ele. Reparou que na praça tinha uma garota sentada lá.

\- Oque ela está fazendo ali com esse frio todo? - Se perguntou. Ele manobrou com o carro e se quando olhou atentamente se espantou.

\- É a garota da bicicleta.

Ele tentou ver se tinha alguém com ela, mas não. Estava sozinha ali. Ele podia deixa-la ali e seguir caminho para o hotel que alugara a cobertura. Contudo, não conseguiu. Ele parou o carro e foi andando até ela. O vento brincava com os cabelos cacheados dela, jogando-os de um lado para o outro.

\- Ei! você tá bem menina? - Ela parecia não escutar, quando ele ia tocar no rosto dela, ela desmaiou. Damian se assustou, ele não tinha escolha, tinha que levar ela com ele, ele a pegou no colo. E logo viu um gato junto a ela.

\- Aí meu Deus do céu. - Ele bufou e levou o gato junto. Colocou os dois dentro do carro e fechou as portas.

\- Ela vai ficar me devendo uma depois dessa. - Ele ligou o carro e se preparou para ir.

Continua.

Capitulo 3

Uma música de melodia calma começou a soar. A voz doce de uma mulher se fez presente, a mulher fazia uma linda trança nos cabelos desarrumados de uma garotinha animada.

Os raios do sol poente banhavam as duas, mas não dava para ver o rosto da mulher. A música e a voz começaram a abaixar, até ficar o silêncio completo.

Então Katniss acordou, saltou da cama rapidamente.

- Mãe!

Gritou ela. Mas quem estava a sua frente era um homem. Aquele homem.

- Não, eu acho que não sou sua mãe.

Ela começou a reparar o local, um quarto enorme de luxo, a cama que estava era enorme e cheia de lençóis. E o homem que estava a sua frente foi aquele que havia atropelado ela.

- Onde...onde eu tô? - Indagou colocando a mão na cabeça.

- Você está em um hotel. No quarto de hóspedes para ser mais específico. - Ele se sentou em uma poltrona ao lado da cama.

- Como? Eu estava na praça e...eu desmaiei. Não me lembro de nada depois disso.

Ela olhou para si mesma, e percebeu que estava de pijama, não era a roupa que estava usando. Logo ficou na defensiva e se afastou mais dele.

- Calma, garota. Eu pedi para que uma das arrumadeiras vestisse você. - Ele podia ver o alívio no rosto dela.

- Eu não sinto atração por meninas de quinze anos garota.

- Eu não tenho quinze anos! Tenho dezoito. - Cruzou os braços. Ele deu de ombros.

- Não tem muita diferença. - Ela revirou os olhos.

- Me responda - Ela o olhou curiosa - Oque você tava fazendo debaixo do sereno no meio da noite?

Katniss se contraiu e apertou os lençóis. Ele percebeu o desconforto dela, mas se a situação era grave, então ele teria que ajudar, não podia fechar os olhos para ela. Não quando já estava completamente envolvido, a quase a atropelara mais cedo, e agora trouxera para o hotel que alugara para ele mesmo.

- Eu só estava... passeando, precisava pegar um pouco de ar. - Respondeu ela sem o olhar nos olhos coçando o nariz com o dedo.

- Passeando? Você estava praticamente congelando quando te encontrei. Espera que eu acredite nisso? - Indagou ele com a voz leve. Ele não estava disposto a desistir, e ela percebeu isso.

Mordeu o lábio inferior.

- Não é nada, isso não é da sua conta. Eu agradeço por me ajudar, sou grata mesmo. Mas não quero que se meta nisso.

Ele se levantou da poltrona e foi se aproximando da cama em passos firmes. Depois a encarou bem com os olhos mais penetrantes que Katniss já vira.

- Tenho certeza de que isso é da minha conta. Fiquei te devendo uma por ter te atropelado, e agora que te ajudei já estou envolvido com você. Não pense que não foi nada - Ele se apoiou na cama e levantou o queixo dela que se contraiu um pouco - Esse corte no seu lábio me diz o contrário de " nada "

Katniss afastou a mão dele com lágrimas brotando nos cantos dos olhos. Ele se afastou olhando bem para ela, analisando seu rosto.

Ela levantou a cabeça e então disse:

- Eu fui expulsa de casa ok? Meu pai me bateu e me expulsou no meio da noite - Ele ouviu com surpresa no rosto, não estava esperando ouvir aquilo - Está satisfeito?

- Não, é claro que não estou. Por que ele fez isso com você?

Porque ele era um babaca egoísta e nojento. Por isso ele a expulsou.

Também porque não pensava em mais ninguém além dele.

Embora não quisesse, Katniss explicou tudo para aquele homem estranho do qual salvou sua vida.

Conforme ela explicava a expressão dele ficava mais fechada e carrancuda, parecia que tinha nojo de Gregory tanto quanto ela.

E devia ter mesmo.

- Que desgraçado! Não acredito que fez isso com a própria filha. - Repudiou o homem apoiando o queixo com a mão.

- Não vale a pena falar nele, ele não vai me machucar mais. Nunca mais. - Assegurou ela.

- Não vai mesmo, eu vou garantir isso.

Ele afirmou com convicção.

Katniss franziu o cenho demonstrando seu completo desentendimento.

- Do que está falando?

- Você está sem casa não é? Não tem pra onde ir. Até você se estabilizar de alguma forma, posso te oferecer abrigo.

- Por que faria isso? Você nem me conhece. E seria completamente antiético ficar sozinha na mesma casa que um homem desconhecido.

Damian ficou ligeiramente surpreso com toda a relutância dela. Em toda sua carreira, nenhuma mulher o negara nada, nem mesmo se resguardavam em questão a ele. Pelo contrário, muitas matariam para ter a oportunidade de ficar debaixo do mesmo teto que ele. Mas essa garota...ela era teimosa. Teimosia o irritava.

- Admiro toda sua ética, mas não é hora para tê-la. Eu não sou nenhum tipo de tarado, minha irmã mora comigo e ainda tem as empregadas. Não pense tão mau de mim assim garota. - Os olhos dele não saiam de cima dela. Percebeu que pela expressão dela, que estava começando a desistir de lutar contra ele.

- Está bem...eu não tenho escolha por agora. - Ela bufou - Pode pelo menos me dizer seu nome?

- Damian - Completou - Damian Raynold.

Ele esperou que ela o reconhecesse, se assustasse, ou pelo menos ficasse ligeiramente empolgada.

Mas nada. Nada além de um leve sorriso inocente.

- Sou Katniss. - completou ela - Katniss Hart.

- Pronto. - Ele se afastou um pouco - Acho que está na hora de almoçar, quer vir?

- Almoçar? - Ela franziu o cenho.

- Faltam quinze minutos para dar duas horas da tarde. - Você dormiu muito.

Katniss suspirou ainda não acreditando que dormira tando. Ela levantou da cama e viu Lasanha deitado no tapete.

- Lasanha! - Ela correu até o gato e o pegou no colo. Estava tão aliviada por ele estar bem. O bichano ronronou no colo dela a fazendo sorrir.

- Cuidei da pata dele, estava machucada. - Avisou Damian.

Katniss olhou para a patinha enfaixada com bandagens limpas. Ela sorriu para ele com o coração grato.

- Obrigada senhor.

- Não precisa agradecer, venha antes que a comida esfrie.

Aquele homem tinha uma aura misteriosa pairando sobre ele. Quase como se fosse um livro de segredos que não podiam ser revelados. E era completamente atraente, o homem mais bonito que ela já vira. Parecia ter uns 36 anos, e por onde estava hospedado, devia ser bastante rico.

Ela não sabia ainda, mas ele seria sua perdição.

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