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Cárcere

Cofre

Tyler Morgan

A terça feira está chuvosa e gelada na turbulenta e agitada New York City, extamente do jeito que eu gosto, um dia cinzento, para uma tarefa cinzenta. O nome no topo da lista é Lucas White, um traidor narcisista que deu seu próprio jeito de roubar milhões de dólares do Capo dei capi* da máfia americana, o senhor Chales Harrison.

Quando a noite cai, me preparo para o serviço, matar para mim já é tão comum quanto tomar café da tarde, ou escovar os dentes. Visto uma blusa preta de mangas longas e gola cacharrel, calça de moletom da mesma cor e tênis escuros.

Dentro do carro pensei em tudo o que terei que fazer, eliminar o alvo silenciosamente e de forma limpa, sem muito sangue ou qualquer tipo de sujeira, procurar o cofre de Lucas White e levá-lo até o senhor Charles. Nada muito complicado e nada que eu já não tenha feito antes, sem deixar rastros ou pistas, essa é a minha maior marca na máfia.

A mansão White é suntuosa, gigantesca e passar por todos os seguranças sem ser visto foi uma árdua tarefa. Mas depois de conseguir entrar na casa, me deparo com um descuido surpreendente. Lucas White come sozinho e tranquilamente, sentando à sua mesa gigantesca de madeira, nenhuma companhia, nenhum empregado, nenhum segurança... Aqui parado silenciosamente atrás dele, me permito analisá-lo por alguns segundos, despreocupado, parece nem sequer imaginar estar perto da morte, só que infelizmente pra ele, todo mundo colhe o que plantou um dia...

Silenciador acoplado, arma engatilhada, aponto exatamente na cabeça do alvo e atiro, frio, cruel e sem nenhum resquício de pena, remorso ou qualquer coisa do tipo. Alvo abatido, hora de vasculhar a casa em busca do tão famoso cofre...

Começo pelo quarto de Lucas, a casa é imensa e eu jamais me localizaria tão bem aqui dentro se não tivesse acesso às plantas da mansão, fornecidas pelo próprio arquiteto que a projetou. Cada centímetro do quarto é vasculhado minuciosamente, mas não encontro nada, faço a mesma coisa na sala e nada, novamente. Onde mais poderia estar escondido um cofre? O porão!

Caminho até a dispensa que fica um cômodo depois da cozinha, atrás de uma das prateleiras de ferro, encontro o alçapão que dá acesso ao porão. Começo a descer as escadas e sinceramente fico surpreso com o tamanho desse porão, é praticamente uma outra casa, só que subterrânea.

Procuro, procuro mais um pouco e quando já estou quase desistindo, encontro uma porta escondida atrás de uma estante de livros, só pode ser aqui. A droga da porta está trancada e arrombar com certeza faria barulho demais para continuar despercebido. Consigo dar um jeito usando alguns clipes que encontro numa das mesas espalhadas pelo lugar, forço a fechadura e a mesma se abre.

A sala é escura e o fedor é horrível, tateio a parede em busca de um interruptor e quando encontro e acendo a luz, a cena com a qual me deparo é deplorável e cruel em níveis que até eu chego a ter pena.

-Porra! O que é isso? -Deixo escapar, alto demais para o meu gosto.

-Quem é você? -A voz dela é baixa e rouca, fraca como um passarinho.

Quando é que eu ia imaginar encontrar esse tipo de coisa? A pobre moça está trancada em uma espécie de jaula com grades grossas de ferro enferrujado, parecendo um animal em cativeiro, suja, maltrapilha, fedendo e aparentemente magra demais. O que será que devo fazer? Decido ligar para Charles.

-Sim! -Charles atende.

-Chefe, estou na casa do White, o alvo já foi abatido, mas o que eu encontrei vai muito além de um simples cofre...

-Do que está falando, Ty?

-Tem uma mulher enjaulada, numa sala secreta, dentro do porão.

-E o que eu tenho a ver com isso? Deve ser alguma fantasia doentia daquele cretino. Só me traga o cofre.

-Eu não encontrei nenhum cofre, senhor. Nada...

-Eu sou o cofre. -A voz baixa e rouca torna a falar, dessa vez ela levanta e caminha até a grade, segurando as barras de ferro com mãos pequenas e sujas. -Eu sou a chave...

-Mas, que porra está... -Charles começa a falar, mas eu o interrompo.

-Ela disse que é a chave para o cofre, chefe. Não sei o que quer dizer exatamente, mas faz sentido considerando o fato de ela estar trancafiada aqui.

-Traga-a para mim, Ty. E acho bom esta mulher não estar mentindo.

-Certo, chefe. -Desligo o telefone.

-Quem é você? -Pergunto me aproximando da jaula e analisando a fechadura.

-Eu perguntei primeiro, senhor. -Ela se afasta e se encolhe no fundo.

-Não acho que esteja em posição de perguntar nada. -Respondo surpreso com a audácia da enjaulada.

-Vai me matar? -Ela levanta a cabeça ligeiramente e posso ver seus olhos verdes brilharem.

-Deveria? -Forço o cadeado com a coronha da arma e ele se quebra. Abro a porta da gaiola e entro.

-Por favor, não me machuque. -Ela implora e se encolhe ainda mais.

Pobre moça, tão atordoada, medrosa e frágil, quem pode culpá-la? Sabe-se lá há quanto tempo ela está presa aqui, sob essas condições, nem sei se ela é bem alimentada, higiene básica com certeza ela não tem. Me abaixo parando de frente para ela, antes de levá-la, preciso me certificar do que ela disse.

-O que quis dizer com "eu sou o cofre"?

-Lucas White é meu pai. O acesso para todo o dinheiro dele está preso à mim. -Ela responde, sem me olhar nos olhos.

-Como assim, preso?

-Preso, literalmente. É uma espécie de pendrive. -Ela puxa os longos cabelos ruivos para o lado e me mostra uma cicatriz atrás da orelha. -Ele colocou sob minha pele, mas todo o conteúdo se apaga se eu morrer...

Lucas White é realmente um sádico, ele pensou em tudo, sabia que se alguém descobrisse seu segredinho sujo, mataria a garota primeiro e só depois retiraria o pendrive. Mas por que fazer isso com a própria filha?

*Capo dei capi* O líder de todos os líderes ou chefe dos chefes. O mais poderoso chefe da máfia, a quem todos os outros dependem.

Revelação

-Certo garota. Eu vou levá-la comigo e nós veremos um jeito de tirar isso de você.

-E depois vão me matar, não é? Por favor, senhor... Eu não quero morrer. -Ela finalmente me olha nos olhos e segura meu braço direito com um tanto de desespero. -Não deixa eles me matarem. -Ela suplica.

-Menina, eu não posso te garantir nada agora. A única certeza é que você vai comigo. Mas antes, você vai tomar um banho.

Me levanto e estendo a mão para que ela tenha apoio para se levantar também. Não posso deixar de ter pena desta pobre mulher, confiando em um assassino, implorando pela vida.

Ela se apoia em meu braço durante todo o percurso até um dos banheiros da mansão White, o mal cheiro que vem dela é atordoante, tanto quanto sua fraqueza, mais uma vez, tenho dó.

-Pronto, menina. É só você me chamar quando terminar.

Ela não responde, apenas confirma e eu saio do banheiro, deixando a porta aberta caso ela tente alguma gracinha. Ouço o barulho do chuveiro e sinto os aromas dos produtos de higiene. Como Lucas teve a coragem de prender a própria filha numa jaula? E o que eu farei agora? Se já foi difícil passar pelos seguranças sozinho, imagina acompanhado de uma moça debilitada... Isso explica a ausência de seguranças dentro da casa, o White morria de medo de descobrirem a menina.

-Sim. -Atendo o telefone no primeiro toque e é Charles, o Capo dei capi.

-Ty, como estão as coisas aí?

-Estamos quase indo, mandei a moça se lavar primeiro. Ela estava numa situação deplorável.

-Certo. Traga-a para mim amanhã. Hoje já é muito tarde e você sabe como a senhora Harrison odeia visitas a essa hora.

-E o que eu faço com a menina até lá?

-Não sei, Tyler. Se vira, leva ela pra sua casa. Deixa a menina ter uma noite de paz antes do inferno que ela vai viver amanhã. -Diz, sem paciência.

-O que pretende fazer?

-Ainda não sei. Afinal, ela é um mistério. Mas, provavelmente não vai sair viva. Você sabe como são as coisas.

-Sim senhor, eu sei.

-Bem, agora vou resolver um assunto com o Capo da Itália, nos falamos amanhã.

Depois de desligar, estranhamente me sinto mal pela menina. Eu nunca me importei com questões de vida ou morte, só cumpro o trabalho e pronto, mas a moça já sofreu tanto. Talvez morrer seja um alívio pra ela.

-Senhor, terminei. -A voz fraca fala de dentro do banheiro e eu entro.

-Céus! Você está nua. -Me viro de costas imediatamente, mas a imagem já está gravada na minha mente.

-Desculpe, eu não tenho o que vestir. Imaginei que não deveria colocar os trapos de antes.

-Espere. -Tiro a blusa cacharrel e entrego para ela, ficando apenas com uma regata preta por baixo. -Vista isso.

Ela pega a blusa da minha mão e veste, me viro de novo para ela e tenho uma revelação, sua beleza é estonteante. Ruiva, olhos verdes, nariz reto, lábios cheios. A menina parece um anjo, delicada, frágil, pequena, o corpo esguio perdido dentro da minha blusa, grande demais para ela.

*Lucy White.*

-Vamos embora, você vai ter que fazer exatamente o que eu disser para não sermos vistos pelos seguranças, do contrário isso aqui vai virar um banho de sangue.

Começamos a caminhar em direção a saída da residência, no caminho passamos por White caído com o rosto sobre a mesa de jantar e um filete de sangue escorre de sua testa.

-Você o matou? -Ela se vira pra mim com um olhar frio.

-Sim.

-Porco, imundo! -Ela se aproxima do cadáver e depois cospe em cima dele, exalando raiva.

-Vamos! Não temos tempo pra isso. -Digo e começo a andar.

Começamos a caminhar apressados pelas sombras e cantos mais escuros, tentando a todo custo não sermos pegos, mas como eu previ, a moça foi vista por um dos seguranças. Hora de engatilhar a arma.

-Fique atrás dessa árvore e não saía até eu vir te buscar, entendeu? -Digo com uma certa rispidez e a posiciono atrás de uma das árvores gigantescas no quintal da mansão.

Uma quantidade considerável de seguranças começa a vir na minha direção e tenho que me concentrar absurdamente para me desvencilhar de todos eles. Numa confusão de tiros, chutes, socos e golpes, consigo derrubar todos eles no chão, não sem antes ser atingido por uma navalha no ombro direito, perto da clavícula.

-Porra! -Aperto o ferimento com a mão e vou em busca da menina. -Vamos, antes que mais seguranças apareçam.

Chegamos dentro do carro e dou partida, finalmente em segurança. Ainda não sei se devo ir pra minha casa com essa garota, mas também não posso simplesmente chegar em um hotel todo ensanguentado, considerando que 90% desse sangue nem é meu.

Olho pro banco do carona, onde a ruiva bela e esguia está sentada e encolhida. As pontas de seus dedos e seus lábios estão arroxeados, deve estar morrendo de frio, considerando que estamos em dezembro, a época mais gelada em New York. Ligo o aquecedor do carro e fecho as janelas e a vejo relaxar quase que imediatamente.

-Então, quer dizer que White era seu pai?

-Sim, aquele monstro. -Ela olha a paisagem pela janela.

-Você sabe porque ele fez isso? -Preciso descobrir o máximo de informações possíveis.

-Porque meu corpo foi compatível. -Ela dá de ombros.

-Como assim?

-Eles fizeram testes em algumas meninas antes, mas em todas elas o corpo "rejeitou o intruso", como dizia o médico cirurgião, o próprio organismo tratava de expulsar o pendrive.

-E seu pai simplesmente sugeriu que fosse você?

-Não. Ele me convenceu. Disse que não seria nada demais, que não iria doer e que minha herança estaria segura dessa maneira. Que ninguém nunca descobriria.

-E você acreditou, pelo jeito.

-Sim, tão burra! Quando a cicatrização começou e os médicos viram que meu corpo aceitou a presença do pendrive, meu pai ficou feliz como nunca. Ouvi ele dizer assim: "agora o Capo pode até me matar, mas nunca terá o dinheiro de volta".

-Filho da puta! -Exclamo e ela se assusta. Tenho que mantê-la falando. Ainda falta muito até minha casa. -Depois disso ele te prendeu lá embaixo?

-No princípio não. Eu tinha 23 anos quando tudo aconteceu, tinha acabado de me formar na faculdade de arquitetura.

Ordens

-Meu pai decidiu me trancar quando um dos cirurgiões começou a sugerir explanar essa ideia para outros cientistas, que seria revolucionário. Então ele matou o médico e me escondeu do resto do mundo.

-Sinto muito. -Digo e é verdade.

-Como o senhor se chama?

-Tyler. Tyler Morgan e você?

-Lucy White. Está doendo muito?

-O quê? -Olho para ela para entender do que está falando e ela encara fixamente meu ombro ferido. -Ah, isso? -Aponto para a ferida. -Foi só de raspão, estou acostumado, é o meu trabalho.

-Matar pessoas? Ou só meu pai?

-Pessoas, mas só as que merecem.

Ela acente com a cabeça e o silêncio se instala no interior do carro, até chegarmos ao condomínio fechado onde moro. Minha casa é a última de todas, a mais afastada e também a maior do condomínio, com a fachada em pedra escura e muitas árvores ao redor. Estaciono o carro na garagem e desço do carro, abro a porta e ofereço a mão para ajudar Lucy a descer.

-Onde estamos? -Lucy me olha temerosa.

-Na minha casa.

-Porque estamos aqui?

-Porque eu não poderia ir para um hotel do jeito que estou. -Aponto para meu corpo ensanguentado, sei que não é essa a resposta que ela quer.

Seguimos em silêncio até o interior da casa, estou completamente confuso e perdido com a presença de outra pessoa. Ninguém nunca vem aqui. Caminhamos pelo hall de entrada e levo a menina para um dos quartos de hóspedes nunca usados.

-Você pode dormir aqui. No banheiro tem alguns roupões de banho, devem ser mais quentes que essa blusa. -Involuntariamente olho para as pernas brancas e nuas na minha frente.

-O senhor pode me dar algo para comer? -Ela encara os dedos entrelaçados e sua voz soa baixa e desesperada.

-É claro, vista-se e me encontre na cozinha. Descendo as escadas, você vai no sentindo contrário de onde viemos.

Desço as escadas e caminho em direção ao banheiro do térreo, preciso lavar a ferida, a dor é lancinante e já escorreu sangue demais. Sentado no tampo do vaso sanitário, faço a higiene da ferida com gase e soro fisiológico, depois passo álcool para esterilizar e dou alguns pontos do meu jeito mesmo, cubro com alguns bandaids e pronto.

Quando chego na cozinha, Lucy já espera por mim, de pé ao lado da ilha de mogno escuro, encarando os próprios pés descalços.

-Pode se sentar, se quiser. -Caminho em direção a geladeira e tiro tudo o que tem dentro, queijos, salames, azeitonas, frutas, congelados, qualquer coisa que ela possa comer. -Tem de tudo aí, fique à vontade, coma o quanto quiser.

-Posso fazer chocolate quente? -Ela pega um morango e coloca na boca, fechando os olhos ao apreciar o sabor. Por que isso pareceu tão sensual?

-Pode.

-O senhor também quer?

-Não precisa me chamar de senhor, Lucy. Meu nome é Tyler, eu já disse à você.

-Desculpe. Quer chocolate quente, Tyler?

-Não, estou bem. Obrigado.

Ela pega alguns ingredientes na bancada e começa a preparar a bebida, se atrapalhando um pouco com a cozinha moderna. Eu observo tudo com atenção, seus movimentos pequenos e carregados de tensão. Ela ainda não fez muitas perguntas sobre seu destino, talvez tenha medo da resposta... Mas algo sobre ela me fascina, passou anos trancada em uma jaula e agora está aqui na minha frente, tentando parecer forte e corajosa e falhando miseravelmente...

-Posso fazer uma pergunta? -Ela não se vira pra mim, continua mexendo o chocolate no fogão.

-Pode.

-O que você vai fazer comigo? -Continua focada na sua bebida no fogo e não me encara.

-Vou levá-la ao Capo. Ele quem decidirá o que vai acontecer com você.

-Então o dinheiro do meu pai, foi roubado desse tal de Capo?

-Sim.

-Eu não queria morrer, Tyler. Antes da jaula eu tinha uma vida, amigos, planos... -Ela finalmente se vira pra mim. -Por favor, não deixa eles me matarem, eu juro que ninguém nunca saberá de nada.

-Não cabe a mim menina, sinto muito.

Ela caminha em direção a cristaleira de vidro e retira duas canecas e serve o chocolate quente, jogando alguns marshmallows dentro.

-Toma, eu fiz demais, desculpa. -Ela me entrega uma das canecas.

-Lucy... -Olho para a bebida na minha frente e tento organizar as palavras. -Sinto muito de verdade que esteja passando por isso. Mas eu sou só o cara que cumpri as ordens.

-E eu sou só a chave do cofre. -Ela sorri ironicamente. -Seu chocolate vai esfriar. -Sentando-se sobre um dos bancos em frente a ilha, Lucy bebe seu chocolate quente e come alguns pães e bolos, com o olhar mais triste que já na vida.

Eu me sinto culpado. A verdade é essa, eu sempre tento ser o mais sincero e honesto possível comigo mesmo, principalmente quando se trata de sentimentos. Afinal, com o trabalho que exerço, não posso me dar ao luxo de ter sentimentos, preocupações ou relações mal resolvidos, precisa estar tudo em ordem dentro da minha mente, caso contrário, enlouqueço. Mas a questão é: Por que me sinto culpado? A culpa não é minha, estou só seguindo ordens, nunca nenhum de nós imaginaria esta situação. O único culpado é o maldito White! E o que eu posso fazer pra ajudar essa menina? Charles nunca permitiria que ela ficasse viva, talvez ele até permita, caso alguém queira comprá-la como esposa... Mas já não é mais tão nova, deve ter uns 26, 27 anos. Geralmente compradores ou leiloeiros optam por mulheres muito mais jovens. Não há o que fazer.

-Está bom? -Ela pergunta me encarando.

-O quê? -Estava tão perdido nos meus devaneios que nem me dei conta de que já tomei praticamente todo o chocolate, Lucy me olha intrigada. -Sim, está. -Respondo, por fim.

-Tyler, posso te fazer outra pergunta?

-Diga, menina. -Reviro os olhos impaciente, amanhã isso acaba.

-Você pode me levar lá fora?

-Por que quer ir lá fora?

-Eu gosto da natureza, gosto de ver carros, pessoas, casas, qualquer coisa que não se pareça com aquela jaula e aquele porão.

-Vai passar frio lá fora. -Mais uma vez olho pra suas pernas nuas que o roupão não foi capaz de cobrir e seus pés pequenos descalços.

-Não me importo!

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