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Casamento E Panetone

1. Lembranças

Mário chegou a cidade e antes de ir para a casa dos pais, voltou ao local que lhe trazia a lembrança mais vívida de sua memória. Lembrava com gosto aquele momento, em que sua namorada Lili, se entregou a ele, com tanto amor e confiança, mesmo sabendo que ele iria embora dali a um mês, para trabalhar na cidade, como advogado, em uma grande empresa. Era a grande oportunidade de sua vida e não perderia por nada nesse mundo, pois seria a chance de ter um futuro com Lili. Sua mente passeou pelas lembranças:

O sol ainda brilhava no céu e a brisa suave tornava tudo calmo naquela tarde de outono. Lili, como era chamada, correu até o rio, onde sabia que Mário estava. Adoravam tomar banho e brincar ali.

– Mário, Mário! Cadê você?

– O que foi, pirralha, porque está me gritando.

Ela olha para cima e vê Mário sentado no galho da árvore que faz sombra na curva do rio.

– Hoje é meu aniversário, não sou mais pirralha, já tenho dezesseis – ela fala, enquanto tira a roupa, ficando só com as peças íntimas e mergulhou no rio.

Mário contempla o corpo da menina que virou mulher, suas curvas já se formaram e seus seios são fartos, de repente sentiu um frisson dentro de si e seu membro entumesceu. Pulou da árvore e tirando sua calça jeans, também mergulhou no rio, indo de encontro a pequena.

Ele mergulhou e por baixo d'água chegou nela, segurando suas pernas e empurrando-a para cima. Ela deu um gritinho e caiu para trás espirrando água para todo lado.

Ela gargalhou, foi até ele e se firmando sobre seus ombros, tentou afundá-lo, mas com esse ato, o rosto dele encaixou entre seus seios e ele não resistiu e mordeu, prendendo para poder sugá-lo, deixando sua marca nela.

Segurou suas coxas, fazendo-a rodeá-lo pela cintura com as pernas, esfregando seu membro viril, já adulto, na suavidade da intimidade dela, ainda imaculada.

– Vou lhe dar, agora, meu presente de aniversário, doce donzela. – Ele se apoderou de sua boca virgem e foi aos poucos lhe ensinando a beijar mais profundamente, pois até então só haviam dado beijos suaves

Sua língua passeava pela dela, até que sentiu que ela lhe correspondia, então, aprofundou o beijo, aguçando o desejo dos dois. Foi andando até a margem e a acariciou, mostrando a ela, toda a gama de excitante prazer que seu corpo poderia lhe dar.

Doeu!

Mas ela não ligou. Não entendia o que exatamente acontecia e a importância do ato. Apesar de ter aprendido sobre sexo na escola, não fora ensinada sobre os preceitos morais que envolviam o ato e nem sobre a responsabilidade que cabia aos dois. Mas estava com Mário e confiava nele. se amavam desde sempre e ele sempre cuidou dela.

Ela perdeu a mãe muito nova e foi criada pelo pai, que nunca fez questão de lhe ensinar nada, só cuidava de suas primeiras necessidades e de sua educação  escolar. Fazendo o mínimo que a sociedade cobrava que um pai fizesse, a seus filhos.

Quando os dois se completaram, ele se retirou e deitou-a em seu peito, para desfrutarem da liberação completa que tiveram juntos. Mário nunca esqueceu aquele momento prazeroso e quando foi embora, levou consigo a lembrança boa e a firme convicção de voltar para casar com sua Lili. Só que para Lili, foi diferente.

Ela não contou para ninguém o que aconteceu naquele dia, guardou o momento mais feliz de sua vida, em sua memória, lembrando dele a todo instante, se enchendo de esperança do dia que Mário voltaria e eles se casariam. Ela terminou os estudos e iniciou a trabalhar na confeitaria da cidade, que era seu grande sonho, aprender a confeitar e fazer bolos e doces.

Porém, faltando poucos dias para a formatura, seu pai e não ela, descobriu que ela estava grávida e questionou quem era o pai, mas ela não quis dizer, não queria responsabilizar Mário, queria que ele se firmasse na profissão e voltasse para se casarem. Porém, seu pai não se conformou e após descontar todo seu desapontamento na cachaça, voltou e deu uma surra tão grande nela, que os vizinhos precisaram socorrê-la e levá-la para o hospital.

Seu pai, bêbado, fugindo dos vizinhos e da polícia, foi em direção ao mesmo rio em que Mário estava agora e caindo lá dentro, morreu afogado. Lili não presenciou nada, pois ficou meses em coma e a cidade toda se condoeu da menina, tão jovem, desprotegida e ainda por cima grávida. Seu pai não tinha reservas financeiras, mas deixou-lhe a pequena casa de herança e quando ela saiu do coma e teve alta, sua barriga já aparecia e foi para essa casa que ela foi.

Mas sua maior sorte foi o que ela recebeu, antes de sair do hospital. A assistente social foi conversar com ela e informou sobre uma ONG que dava assistência a adolescentes grávidas e sem família. Recebeu os primeiros cuidados e todo apoio que precisou para a gravidez e psicológico.

Foi o primeiro passo e ela deu os próximos. Solicitou seu diploma na ex-escola, pegou seus documentos e foi à luta. Trabalhou em todos os serviços que encontrou e foi aplicando ao máximo, o dinheiro que conseguia economizar de seus ganhos. A confeitaria a aceitou de volta, mas era só meio período e pagavam muito pouco.

Com quatro meses de trabalho e economia, teve seu bebê, saudável, uma linda menina parecida com ela. Continuou trabalhando e aprendendo, com a ajuda da ONG, teve tudo que precisou para sua bebê e para si, até poder voltar a trabalhar e sua filha ficava em uma creche. O tempo foi passando e não dava para economizar tanto, mas enquanto Mário não voltava, foi se cuidando como pode.

Uma pequena loja, próximo a um condomínio, foi posta para alugar e ela gostou. falou com o dono, que a conhecia e conseguiu que ele fizesse a reforma que precisava e abriu sua pequena fábrica de bolos. No início, trabalhava sozinha e abria só depois do almoço, quando levava sua pequena para a creche. Sua simpatia e o sabor maravilhoso dos bolos que fazia, atraía muitos fregueses que se tornaram permanentes e assim seu negócio cresceu.

Agora, aos 21 anos, mudou-se de lugar e sua loja era muito maior. Ficava em um centro comercial, por onde passavam muitas pessoas que paravam para comer seus famosos bolos e tortas. Mas sua especialidade, eram os panetones de Natal.

Mário nem imaginava que teria a maior surpresa de sua vida.

Capítulo 2. Retorno

Mário saiu daquele local de tantas recordações e foi dirigindo seu carro alugado, para a casa de seus pais. Assim que chegou, seus pais, que já estavam esperando, saíram pela porta, para o receber.

— Meu filho, é tão bom tê-lo de volta. Este Natal será muito especial para nós, com a família toda reunida. — falou sua mãe, emocionada, o abraçando apertado.

— Seja bem vindo de volta, meu filho. — O pai foi mais comedido, mas também o abraçou.

— Obrigada, mãe, obrigada, pai. É bom finalmente estar de volta.

Mário parou entre seus pais e de frente, contemplou a fachada da casa. Continuava acolhedora como se lembrava, com seus dois andares, varandas no primeiro e segundo andares, janelas clássicas, arcadas, telhado de telhas vermelhas e paredes amarelas. Estava toda enfeitada com pisca piscas, vários ramos de oliveira (artificiais) e flores vermelhas. 

— Está exatamente como me lembrava. Que saudade. — disse Mário.

— Vamos entrar e já vou te avisando que o povo tá todo lá dentro, te esperando. — avisou a mãe.

Dona Elisa estava emocionada em ter os filhos todos em casa. Ela criou seus filhos sempre protegidos debaixo de suas saias, como dizem, mas também os ensinou a serem destemidos e lutarem pelo que querem. Sofreu quando todos foram embora, mas agora estavam todos de volta e ela torcendo que resolvessem ficar na cidade.

— Não tem problema, mamãe, não sou avesso a família. Só fiquei longe esse tempo todo, porque estava preparando o meu futuro.

— Você é um filho de ouro querido. Espero que consiga uma boa esposa.

— Já tenho a minha escolhida, mãe.

Entraram e Elisa não pode falar nada. Se era sua antiga namorada, ele ficaria muito surpreso com a mulher que ela se tornou.

— Aêêê! Ele chegou!

Toda a família comemorou. Mário tinha um par de irmãos mais velhos. A irmã, Suelen,  era casada e tinha três filhos peraltas, que já agarravam as pernas dele, pois o tinham visitado na cidade. Já o irmão, estava com a noiva, que era bonita e simpática e o cumprimentou sorridente.

— Oi, família, é muito bom estar de volta, estava com saudade de todos e de nosso natal. — disse Mário.

— Esse ano preparei uma festa, com a presença de seus tios, primos, sobrinhos e também alguns amigos, claro. — disse Elisa.

— Essa mulher tem me posto louco, com tantos preparativos. — disse o pai, Sr. Nestor.

— O que a senhora aprontou, mãe? — perguntou Suelen.

— O de sempre, querida. Árvore de natal, presentes, enfeites, ceia e claro, roupas novas. Teremos um papai Noel para as crianças, também.

— A senhora é demais, mãe. Posso convidar uma pessoa? — perguntou Mário.

— Quem você quiser, meu filho. — A testa franzida de Elisa, demonstrava, para quem a conhecia, que ela sorria só com a boca, pois não sabia como seu filho iria encarar a traição de sua namorada.

Todos colocaram o papo em dia, contaram as peripécias que aprontaram nos últimos anos e Mário falou de seu sucesso como advogado empresarial. Foram para a sala de jantar e amaram saborear novamente a comidinha de cada. Riam felizes, lembrando o passado e as brincadeiras. As crianças adoraram saber e planejaram as suas próprias.

Quando souberam dos sustos que davam nas pessoas, ao derrubarem uma pilha de latas que colocavam sobre o muro de casa, ou quando amarravam um fio de nylon em uma meia de homem preta, com areia e puxavam, do outro lado da rua, escondidos, fazendo parecer uma cobra, rindo das pessoas que se assustavam e pulavam.

As crianças riam e adoravam as histórias sobre os banhos de mangueira do verão e as batatas doces, assadas nas fogueiras acesas no inverno. As histórias, a comida, a lareira acesa e a alegria brilhando no rosto de todos, era tudo que Mário queria. Não contou para ninguém, mas pretendia se estabelecer na cidade. Já havia registrado a empresa e até alugou um imóvel no prédio central para se estabelecer.

Terminaram a noite animada e cada um foi para seu antigo quarto. A casa era grande, quando eram pequenos, mas agora, parecia muito cheia. 

**

O dia seguinte amanheceu como tinha que ser, céu limpo, azul, pássaros cantando e Mário ansioso para ir até a casa de Lili e ver se ainda morava lá. Desceu seguindo o cheirinho de bacon com ovos, salsichas e panquecas, que sua mãe fazia todas as manhãs, desde que eram crianças.

— Bom dia, mãe!

— Bom dia, senta e coma, antes de sair.

Ele sorriu, pois foi como uma ordem que não poderia desobedecer, mas assim que terminou de comer, saiu, pegou o carro alugado e foi direto para o bairro onde era a casa de sua antiga namorada. Não era muito longe, pois estudavam na mesma escola, só que em bairros diferentes, mas bem próximos. Eram diferentes, pois a classe social dos dois era distinta.

O pai de Lili, criava ela sozinha desde que sua mãe morreu. Costumava sair e beber muito e deixava a filha sozinha em casa. Gastava mais com bebida do que com comida para casa e por isso, ela era muito magra devido a má alimentação. Às vezes, levava de casa algumas panquecas para ela comer e ficava contente com isso. 

Chegou à mesma rua onde ela morava, mas estava tudo diferente, onde era a antiga casa dela, agora era um grande prédio de cinco andares. Ficou parado ali na frente olhando para o prédio sem acreditar que não a encontraria. Mas uma senhora passando por ele, ao vê-lo parado, observando o prédio, absorto, parou.

— Você conhece alguém que mora ai? — perguntou ela.

— Eu conhecia alguém que morava na casa que era neste lugar.

— Ahhh, você conheceu a Lili, ela morava aí com seu pai, mas ele morreu e deixou a casa para ela, ela sempre foi uma lutadora e começou um negócio que cresceu e quando teve oportunidade de ampliar, ela vendeu a casa e com o dinheiro, comprou uma loja no shopping do centro da cidade.

— Uau, que coisa boa. A senhora sabe o nome da loja?

— Sim, quem não sabe? É a Confeitaria Promessas Doces.

— A senhora me ajudou muito, obrigado, preciso ir.

Rapidamente entrou no carro e se dirigiu ao centro da cidade, aquele shopping era bem perto do prédio onde teria seu novo escritório e logo conseguiu estacionar o carro e correu para encontrar a loja. Se surpreendeu ao ver que era uma confeitaria grande, que servia também café da manhã e lanches. A vitrine na frente era bem chamativa e o que mais tinha, eram os panetones diversos e confeitados.

Estava toda enfeitada com vários ramos de Natal, bolas e sinos e tudo remetia ao Natal, no interior da loja. Havia mesas e cadeiras decoradas e várias clientes tomando o café da manhã. Ele entrou devagar, observando tudo e foi até o balcão, onde várias tortas estavam à mostra, com tampas de vidro, para que todos pudessem comer com os olhos.

Alguém falando, passou pela porta de vai e vem que vinha de outro setor e entrou, carregando um panetone confeitado com um lindo papai noel.

— Rachel, este é para o senhor Parker, embrulhe, por favor, ele virá buscar daqui a pouco. — dizia a jovem confeiteira.

— Sim, Lili. Adulto ou criança? — perguntou a funcionária Rachel.

— Criança, é para o neto dele.

Mário se aproximou mais e chegando ao balcão, chamou:

 — Lili!

Ela ouviu e paralisou, reconhecendo a vós, antes de olhar a pessoa que falava. Levantou o rosto e olhou direto para ele e viu a última pessoa que esperava naquele dia e principalmente, naquele momento.

Capítulo 3. Reencontro

Os dois fixaram seus olhares um no outro e ficaram assim por um tempo, até que Mário falou:

— Olá, Lili.

Ela pareceu acordar do torpor que ficou e saiu de onde estava para ir até ele, passando pelo balcão de doces. Contemplou ele por completo, do topo da cabeça até os sapatos nos pés, que brilhavam. Parecia continuar o mesmo rapaz, porém, trazia em si uma aura de responsabilidade e vigor, que ultrapassaram a que ele tinha, quando mais jovem.

— Você voltou…

Ela falou como se ele estar ali, fosse um sonho que finalmente se realizou. Infelizmente para ela, ele chegou muito tarde. Ela o esperou durante muitos anos, ansiosa e esperançosa de que ele chegasse para salvá-la da vida que ele mesmo a proporcionou. Uma vida de lutas e guerras contra a discriminação e a desonra, mas não podia nunca esquecer que foi muito amada, por aqueles que ela nem esperava que um dia poderia contar.

Mário por sua vez, também contemplava ela e reparou que parecia a mesma menina, porém suas feições estavam mais amadurecidas e diria até um pouco endurecidas. Não tinha rugas ou pele flácida, mas era a expressão dela que demonstrava que aqueles últimos cinco anos, não foram vividos em vão.

— Sim, voltei. Cheguei ontem.

— Vai ficar para o Natal?

— Sim, vou. — ele estava tão envolvido pelo sentimento abrangente do amor por ela, que se decepcionou consigo mesmo por aquelas tão poucas palavras. Tinha tanto a dizer mas estava paralisado.

— Que bom que você veio ver sua família, sua mãe sempre sentiu muita saudade.

— Sim, eu sei e você, sentiu saudades? — perguntou ele, ansioso.

— Ahran, ahran… — a mesma jovem com quem Lili falava antes, chamou-lhes  a atenção. — Por que vocês não se sentam naquela mesinha de canto e eu levo para vocês um café com brioches.

— Boa idéia, Rachel, mas traga um mini panetone, também. — ela o guiou até a mesinha sugerida, sentou-se, apoiando o cotovelo na mesa e encarou-o. 

— Você continua com o mesmo rosto de menina, só mais experiente. — conseguiu dizer ele e ela ficou séria.

Ele nem fazia ideia de tudo que passou e sofreu, inclusive com sua família, que a destratou, achando que ela não merecia ele.

— Você parece maior e mais importante, já era bonito quando foi embora, mas agora, é um homem de verdade. Casou? — era impossível pensar em um homem daquele, solteiro.

Mário franziu a sobrancelha diante daquela pergunta. Será que ela havia esquecido a promessa que fez a ela, em um momento tão íntimo e de tanta entrega? Será que ela era muito nova para isso? Rachel chegou com o café, serviu os dois e se retirou.

— Não casei e você?

— Casei com o trabalho… — disse ela servindo-o.

— Você construiu algo estupendo aqui e em muito pouco tempo. Parabéns.

— Obrigada, sempre foi meu sonho trabalhar com confeitaria e acabei me especializando em panetones. — ela cortou o pequeno panetone ao meio e serviu-o — prove.

Ele tirou um pequeno pedaço com a mão, provou e era delicioso, até se surpreendeu.

— É delicioso e olha que nem sou chegado a doces.

Um sininho tocou na mente dela: como se dariam bem se eram tão opostos?

— Espero que se divirta muito, passando o Natal com seus pais. Volte mais vezes, tenho salgados também. Agora preciso voltar ao trabalho. Foi bom te ver novamente, Mário.

Ela se retirou sem dar chance dele falar nada e ele ficou parado, segurando o panetone, vendo ela ir para dentro da área restrita aos funcionários. 

"O que foi que eu fiz?"  Perguntou-se em pensamento.

Terminou seu café, na esperança de que ela voltasse, mas isso não aconteceu. Então se levantou e saiu, trombando com uma menininha afoita, que se desviou logo e continuou seu caminho correndo, sem sequer se desculpar pelo encontrão. Seguiu-a com o olhar para descobrir quem eram os pais, que não lhe deram educação, mas ela sumiu por dentro do estabelecimento. Enfim, ele foi embora, aquele dia havia sido decepcionante.

Chegou em casa e sua mãe logo notou que ele não estava satisfeito.

— O que foi, filho?

— Encontrei Lili, mas ela foi tão fria.

— Ah, querido, esquece essa menina, ela não te merece. Tem muitas jovens bonitas e de boa família, que darão excelentes esposas. Você é um excelente partido, está montando seu escritório, trazendo uma excelente bagagem e atrairá as melhores jovens. — aconselhou sua mãe.

Mário estranhou a fala de sua mãe, o que existiria por trás disso. O que será que fez Lili, para sua mãe dizer que ela não o merecia?

— Eu passei cinco anos trabalhando duro, para voltar e casar com ela. Nós nos comprometemos antes de eu ir embora e não entendo o que aconteceu. — explicou Mário, triste e parado a frente da janela, observando o pinheiro enfeitado do lado de fora, no jardim.

— Que tal você se arrumar para o jantar? Descanse um pouco e tudo ficará melhor. Agora, você está com sua família e tudo dará certo.

Ela pousou as mãos em seus ombros em um carinho de mãe e ele sentiu-se amparado. Daria tempo ao tempo, buscaria se aproximar de Lili e descobrir o que aconteceu durante esses cinco anos, para ela estar tão fria. De uma coisa tinha certeza, continuava a amando intensamente e não desistiria dela.

*

Na manhã seguinte, se dedicou à obra de seu escritório e ficou satisfeito com a aparência que estava adquirindo, logo poderia entrevistar candidatos para os cargos de recepção e secretaria, além de outros auxiliares e novos advogados. Ter seu próprio escritório, na sua cidade natal, sempre foi seu sonho. Se deu esse presente de natal, trabalhando duro e se arriscando em investimentos pesados, agora podia se dar ao luxo de se dedicar ao que queria.

Saiu, junto com os funcionários, trancou a porta e foi à confeitaria, tomar café e comer alguma coisa. Atravessou a rua e quando estava entrando na confeitaria, mais uma vez foi atropelado, mas dessa vez, ele foi mais rápido e pegou a menina pelo braço.

— Espere aí, sua mal educada, você não pode atropelar as pessoas e sair correndo. Tem que se desculpar.

— Você num é meu pai. — o chute dela em sua canela foi tão forte, que ele largou a menina para segurar a perna e ela sumiu de vista, igual ao dia anterior.

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