Toda história
de amor tem um começo meio e um fim, algumas com finais felizes outras nem
tanto. Mais sempre vai haver um comportamento ou uma situação que leva os dois
envolvidos a um extremo que os fazem mudar totalmente sua visão e sua forma de
ver esse sentimento, A história de amor de Helena e Peter não foi diferente, eles
eram irmãos criados em uma família nada tradicional da época, Adonistas, [A1] uma religião massacrada e banida do mundo na
atualidade mais que vigorou na época e fez com que muitas famílias entregassem
seus filhos ao que hoje é um pecado. Helena sabia que teria que se casar com
seu irmão só não sabia que não esperariam mais pela maior idade, o ancião da
família queria um neto logo, no dia de realização do voto ela se sentou em um
grande jardim que ficava no fundo de sua casa, era um casarão antigo, mais
muito bem conservado esse ancião se aproximou dela e contou sobre sua vida e
como aquele lugar era especial, Peter não quis ouvir a história o mesmo era
liberto de tudo que envolvesse sua origem a única coisa que o interessava era o
tal casamento e sua liberdade dos pais tão rígidos, ele achava que assim teria
sua vida mudada.Já Helena
escutou atenta cada palavra, cada sonoro solto pela voz tranquila de seu avô
lhe trazia um fervor interno, família consagrada pela bruxaria, Helena se
animou em saber que tinha descendência de seres místicos.
Ela
estudou a fundo tudo que soube, ela queria saber se poderia praticar magia e
ela pode.
O dia do
casamento chegou, ela e Peter fizeram seus votos e juraram uma fidelidade a
família e a continuidade a soberania Beltron.
Helena
fez mais que isso, ela consagrou com magia esse matrimonio, aquele jardim
inteiro estremeceu, uma onda fria tomou conta do lugar, por um momento ninguém
percebeu que estavam alimentando com suas energias o que seria a fonte mais
poderosa de força.
Pouco
tempo após a união, o ancião da família declarou que Helena em breve daria um
herdeiro a família e naquele mesmo lugar que agora emanava algo diferente ele
tocou e assimilou era como se o chão, a terra que estava a tocar falasse com
ele haverá sim um herdeiro e não será o filho de Helena, ela não usou a magia
corretamente
‘Ela
deixou a chance passar, ela não deveria ter envolvido sangue, nossa pureza vem
do sentimento não dá dor”
-Me Diga!
O que você precisa para isso passar? O Ancião estava desposto a tudo para não
sentir a irá daquele lugar onde ele queria que o amor reinasse
‘ Me
sinto ferida, preciso de força, preciso da sua força”
Ele sabia
o que teria que fazer e em uma tarde de início de outono o ancião partiu, seu
corpo foi encontrado horas depois com um bilhete destinado a Helena a mesma
abalada com a partida de seu avô ignorou o bilhete por anos, ela todo início de
primavera regava seu sangue em pequenas gotas no jardim, e onde esse sangue
pingava se formou uma pequena rosa, que morreu quando ela deu à luz ao seu
primeiro filho. Albierre foi um orgulho para todos, o primeiro herdeiro era um
homem, uma euforia tomou conta da pequena cidade, mais um aviso foi ignorado,
os anos se passaram e Helena teve outro filho Pedro, ela estava cada vez mais
forte, seus filhos puxaram a ela, Pedro praticava magia com facilidade e
Albierri tinha controle sobre pessoas como ela havia ensinado, porém a pratica
de bruxaria não era algo aceito, então o segredo era mantido entre 7 chaves.
O jardim
dava a Helena toda reserva de energia que ela precisava e ela nunca envelhecia
ela presava sua juventude e sua jovialidade
Ela tinha
uma empregada de confiança Badu uma feiticeira, todos os seres místicos eram
atraídos pela energia que exalava no local.
Os anos
foram passando, as coisas mudando, Peter continuou com a vida que buscava,
Helena tentava todos os dias entender o porquê o Quintal magico estava
enfraquecendo, Abierre se casou com uma mulher chamada Madalena outra bruxa
porém ela não gostava de se esconder ele tinha em mente que o quintal só daria
frutos novamente se eles trazer um novo herdeiro ao mundo, porém a primeira gravidez
de Madalena foram gêmeas, não ouve um
intervalo preciso logo tiveram outro filho, que infelizmente faleceu, mais nada
do quintal ressuscitar, Helena estava envelhecendo o que a deixava furiosa
Helena soube que seu outro filho também teve filhos, e todos homens ela queria
que ele trouxesse os mesmo para casa mais Pedro se recusou a ser conveniente os
devaneios dela, ele nunca foi o filho preferido porque essa adulação. A pratica
de magia ficou comum naquele vilarejo mais tudo dentre os panos para que a
família real não fosse atingida, era rigoroso a maneira com que tratavam os
nômades, foi assim que Andrea uma das filhas de Albierri se envolveu com
Gustavo um montador de terços que ganhava a vida assim, ela disputou esse rapaz
com sua irmã Sofia, mais Andrea conseguia tudo que queria e Sofia acabou se
casando com Damian, um homem de boa índole que manteria o sobrenome da família, Andrea por sua vez se encantou por
Álvaro um dos filhos de seu tio Pedro, Helena fez com que Madalena aproximassem
eles mais, na cabeça dela o Quintal era gradativamente movido ao incesto ele se
deu força ao casamento dela com seu irmão quem sabe de primos também não faria
o mesmo efeito
-Confesso
a ti minha sogra, eles não são primos, Pedro e eu tivemos um caso e Álvaro pode
ser fruto disso! Helena nem ao menos ficou chocada com a revelação e então
ordenou que algo fosse feito
Adonismo
já era um pecado na época então quando souberam da gravidez de Andrea ela e
Álvaro foram separados sem nem ao menos se importarem que ambos sofreriam, eles
souberam que eram irmãos.
Álvaro se
revoltou com tudo e jurou uma vida de dor e sofrimento para toda a família
Beltron
Andrea se
casou novamente com Juliano que era o homem que assumiria e cuidaria da criança
que ela carregava em seu ventre
Então
nasceu, uma menina e um menino, saudáveis e cheios de energias, e como
imaginado por Helena o quintal renasceu novamente, assim que a bebê tocou seus
pezinhos no local dessa vez com mais vigor o quintal gerou energia e magia
A
escolhida, a herdeira do QG e da nossa família acaba de nascer, quero uma
festa! Essa criança que aqui lhes apresento é a dona futura de tudo isso
O orgulho
era eminente para Albierri sua neta era herdeira era quem ele queria ter sido,
mais ele cuidaria dela com toda sua proteção passasse por cima de quem for
Anna
Clara Beltron foi criada em uma bolha, onde nada a atingia era educada em casa,
não tinha contatos, o Garoto foi criado como filho de Madalena Bruno, nada
poderia interferir na linhagem pura de Anna, mais como tudo era voltado para o
QG Anna Clara em momentos de sufoco ia para lá e ele acabou acolhendo a garota,
mais a magia dali era modificada, e acabou a unindo amorosamente com seu até
então tio Bruno, Anna Clara quebrou os laços e furou a bolha
Ela e
Bruno se entregaram a um romance, mais quando descobertos, uma desgraça
aconteceu
Era mais
fácil matar um do que a herdeira ter um herdeiro
A magia
estaria límpida e aqueles que dela usufruir será banido e se tornaram um mortal
sem vida.
A
crueldade foi imensa Bruno foi morto mais não contaram com a irá de Anna Clara
que liberou sua força e destruiu toda uma cidade e infelizmente sua vida e a do
seu bebê...
O que
parecia ser o fim, pode dá início ao novo começo, só a passagem dos anos iria
dizer que fim tomaria toda essa história...
[A1]Religião
conhecida pelas pessoas da época
Dias atuais...
Santiago...
Como eu consigo detestar tanto um lugar? Meus pais me
castigaram da maneira mais inclemente [A1] possível.
Me mandando para uma cidade no meio do nada, será que nesse fim de mundo tem
sinal de telefone? Imediatamente retiro meu aparelho celular do bolso e noto
que tem sinal “Ao menos isso” penso comigo mesmo! Dou pequenos passos e paro em
frente a um grande portão cor cinza, fico um tempo encarado o lugar, tudo era
muito organizado, parecia que o dono ou dona era daquelas pessoas que tinham
TOC. A constar por tudo alinhado, enfim toco o interfone e uma voz suave
feminina surgi
-Bom Dia, em que posso ajudar? A voz do outro lado perguntou
calmamente eu me aproximei e respondi em um tom ríspido
-Lopez, tenho uma reserva! Com alguns segundos ouço o enorme portão começar a
se abrir
Entro novamente no carro e arranco para dentro do local,
observo cada detalhe, tudo muito alinhado, cores vivas e um ambiente bem
juvenil, não sei que tipo de hospedes eles costumavam ter mais observando as
quadras a área de laser com jogos de mesa era uma espécie de internado, meu pai
mostrou realmente que me odeia eu ia ficar preso em um internato?
Uma moça e cabelos escuros e longos se aproximou sorridente,
ela parecia ser da minha idade, e com certeza precisava de um banho de loja, ou
uma ‘personal Stilys’ como diz minha irmã
-Bom Dia, sou a Lívia, você deve ser o Santiago Lopez,
correto? Ela falava tudo muito no automático, era como se passasse horas em
frente ao espelho ensaiando as frases prontas
-Sim! Respondo seco e de cara fechada, não estava afim de papo
- Qual minha sela? Abro um meio sorriso para ironizar e ela ergue uma
sobrancelha em desaprovação
-Vou te levar ao seu quarto! -Ela se vira e então a sigo, ao passar pela enorme
sala fico admirando o enorme quadro, era um tipo de playgame, tinha troféus,
quase nem notei a presença de uma outra garota, loira de olhos grandes, seu
semblante foi de seriedade para um tipo de nojo, já vi que eu teria uma
companheira de prisão insuportável
-Hellen, seu pedido já
está na cozinha! Lívia diz sorrindo e ela retribui, e se levanta para ir até o
outro cômodo, subimos uma escadaria e enfim o primeiro andar assim como o
restante da casa, era tudo perfeitamente e milimetricamente calculado para nada
sair do lugar
-Esse é o andar dos homens! Aqui na pousada dividimos as alas para não ter
nenhuma dor de cabeça! - Ela me mostrou todo o andar, tinha uma sala de leitura
com uma biblioteca, outra sala com um telão enorme para jogos, passei
rapidamente as vistas pelo local, ela mostrou também o jardim que pela grande
janela da sala
-Ali tem uma quadra de basquete e tênis caso goste de
esportes...
-Parkuour[A2]
... - A
interrompi
- Temos um parque no fundo da mansão\, e lá muitos praticam\, se quiser te levo
lá! -Ela sorri e acena com a cabeça para que eu a siga, paramos em frente a uma
porta, 81, ela pegou uma chave e a abriu, e me entregou a mesma logo em seguida
-Tem um telefone ao lado da cama, pode ligar para recepção
caso precise de algo! - Eu a agradeço e a vejo sair fechando a porta
Olho em volta, minha mãe sabia meu gosto, ela deve ter
decorado de acordo a ele, me sentir no meu quarto, as paredes de tons claros, uma
enorme cama no canto ao lado de uma janela, os livros enfileirados de acordo
aos autores, até mesmo o lençol da cama remetia aos que Monica a governanta da
minha casa colocava semanalmente, joguei minhas malas em cima da cama e comecei
a desarrumar, entrei no banheiro para colocar meus produtos de higiene pessoal,
não conseguir segurar um riso que se formou em meu rosto
Lavanda, as flores no lavabo tinham um recado por trás, abro o
pequeno armário e coloco minhas coisas, assim que termino e volto para meu
quarto escuto bater na porta e vou até ela e abro, um garoto alto de ombros
largos, ele parecia aqueles atletas idiotas de romance americano, cabelos
escuros como seus olhos um ar arrogante, ele me encara por um longo tempo até
estender a mão direita em um cumprimento amigável
-Olá, sou o Fernando! Eu estendo a mão de volta
-Santiago! Respondo e me viro voltando a minha mala, ele entra
me acompanhando
-Qual a merda que você fez para vim parar aqui? Ele se senta na poltrona se
ajeitando para ficar confortável
- Coloquei fogo no escritório do meu pai\, e agredir minha irmã com um espeto de
carne, e você? Eu ganho um olhar surpreso e ele abre um sorriso bem largo
-Problemas com bebidas, isso aqui é um centro para jovens com problemas. Ele se
aproxima de mim e me chama para ir até um lugar com ele
Na sala e jogos tinha um enorme tapete ele trancou a porta e
puxou o tapete mostrando assim uma porta, aquilo deve ser uma espécie de
calabouço, eu o segui e lá em baixo tinha arsenal de bebidas, entre outras
coisas ilícitas
-O dono daqui tira dinheiro dos nossos pais tentando nos curar
mais no fundo ele nos alimenta para nos tornar piores
Eu olho mais uma vez o local, pelo visto não seria um castigo
tão grande assim
-Qual o problema da Lívia e da loirinha? Elas parecem ser normais. -Faço aspas
ao citar os normais
-Lívia é minha namorada, ela apenas trabalha aqui, já a loirinha é a Hellen ela
tem uma espécie de Boderline mais é a queridinha do dono então não mexe com ela
ou vai se ferrar! - Voltamos ao solo ele me alertou sobre os horários e como
funcionava as refeições, mas não tinha intenção de dormir ali hoje
Assim que terminei de arrumar minhas roupas tomei um banho
rápido e peguei minha mochila, desci rapidamente as escadas, e me deparo com o
olhar de repreensão da loirinha de mais cedo
-Tem permissão para sair? Ela diz me vendo ir em direção a
porta
-E da sua conta? -Repondo na lata e ela me fuzila
-Álvaro não gosta que saímos a noite sem permissão! -Revirei os olhos e ignorei
totalmente a existência dela
Liguei o carro e apertei o pequeno controle que tinha na chave
do quarto e estava certo, ele abria o portão principal, ao passar pelas enormes
grades vi Fernando e Lívia conversando do lado de fora, ela estava escorada de
frente pra ele e as mãos dele seguravam sua cintura como se estivesse mostrando
controle de seu quadril, e que quadril, ela se vestia mal não dava pra negar
mais vendo a enorme camisa pressionada em seu corpo debaixo de todo aquele pano
escondia um baita corpo, mais não era da minha conta, até porque eu iria fugir
logo desse lugar e nunca mais veria ninguém daqui, passei por eles em alta
velocidade, o pneu do carro cantou na curva mais a frente, adrenalina, era algo
que eu buscava para me manter acordado e firme nessa porcaria de mundo.
A noite estava fria e calma, era muito raro sentir isso, onde
eu morava costumava ser tão quente quanto um caldeirão, eu estacionei em uma
praça abandonada, tirei um maço de cigarro da mochila e o trouxe comigo, me
sentei em um banco um pouco deteriorado e peguei o isqueiro, em uma única
batida a chama surgiu acendi meu baseado e dei a primeira tragada, se meu pai
visse isso ele já diria que estava me drogando, eu não tenho ficado muito
lucido nesse último ano, quase todos os dias me drogo, odeio a sensação de
lucidez, não gosto de pensar como estou fazendo agora, minha família é a clichê
tenho dois irmãos por parte de mãe, um mais velho, Henrique que é o orgulho da
família e minha irmã caçula Raycilla, que é do atual casamento dela, por parte
de pai tenho dois
também, Imael e Michael, meu contato com Imael é zero, ele mora fora do país
com a mãe dele, e Mika, também do atual casamento do meu pai, eu me dou bem com
minha madrasta assim como me dou com meu padrasto mais meu relacionamento com
meu pai e minha mãe é a ferro e fogo
Meu pai descobriu esse lugar e me mandou para cá para que eu
pudesse me controlar, coitado! Se o que o Fernando me mostrou for real eu estou
no paraíso, bebidas liberadas, nesse fim de mundo com certeza tem festas, eu
dou mais uma tragada e olho ao redor, mais a frente tinha um casal se pegando
no escuro e do outro lado um pessoal treinando dança, é não é tão vazia como pensei...
-Oi, posso me sentar aqui? A voz era conhecida mais me virei
para ter certeza, Lívia...
- A praça é publica então... se seu namorado não se importar! Digo friamente
cortando qualquer chance de ser simpático
-Por que é tão grosso? Ela é direta eu então a encaro dou uma
última tragada e sopro a fumaça na direção dela que enruga o nariz ao sentir o
cheiro
-Eu não queria estar aqui, e não gosto de pessoas que forcem
simpatia para o meu lado, como está sendo seu caso, eu não preciso de
gentileza! Jogo a bituca no chão e piso
e começo a andar em direção dela que dá passos para trás
-Achei seu namorado gente boa, então não estraga isso me fazendo ser grosso com
você e o deixando chateado, eu esbarro no ombro dela e a deixei sozinha, olho
sobre os ombros e a vejo começar a caminhar, a rua que ela estava entrando era
escura demais, e eu ainda era consciente
-Lívia! Eu grito seu nome e ela para e me encara, eu corro me
aproximando dela novamente
-Quer uma carona? Acho perigoso você ir sozinha! Ela abre um sorriso disfarçado
e aceita eu a guio até meu carro e ela entra, ela me mostra a rua que era para
entrar mais fica em silencio no decorrer do caminho, assim que paramos em uma
casa de muro alto ela agradece e sai do carro entrando portão a dentro,
estranho o Fernando não acompanhar ela assim, eu dou de ombros e volto para
minha prisão, não queria dormir ali mais não teria jeito, o cansaço estava
apertando e não trouxe minha carteira para pagar um hotel.
Assim que passo pela porta principal, sou parado por um homem
alto, ele trajava um terno preto sem uma amassado sequer, sua expressão fria
ficou bem harmoniosa com o maxilar quadrado, seu olhar era frio e assustador
mais mantive minha postura fechada
-Santiago, aguardava você para conversarmos, me acompanhe... ele diz
direcionando a uma porta, assim que entramos ele a fecha eu analiso o lugar,
ele era bem ‘ modesto’ que tipo de pessoa faria uma pintura gigante de si
mesmo?
-Foi um presente de um ex aluno! Ele responde após perceber que eu encarava a
pintura, ele apontou a cadeira em sua frente então me sentei, fiquei um pouco
incomodado com o fato dele me encarar continuamente, era como se tentasse ler
meus pensamentos
Ele praticamente leu o manual de boa conduta do local, Álvaro
não era um bom anfitrião a paciência dele era limitada, ele me entregou uma
caixa em MDF, aparentemente meu pai havia me mandado, eu evitei qualquer
contato com ele antes de vir para cá então o infeliz procurou um jeito de me
atormentar
-Precisa abrir, caso tenha algo que não pode ser aceito aqui
dentro terei de confiscar! Ele falou rudemente então acabei pegando a chave que
veio junto e abrindo a caixa, tinha um monte de baboseiras, fotos, um lenço,
meu anel e um terço, Álvaro ficou curioso com o tal terço e me pediu para ver,
eu o entreguei e o mesmo ficou inquieto com o objeto, eu depois de alguns
minutos tomei de sua mão e joguei na caixa novamente, e me retirei do local,
antes que eu pudesse subir de volta para meu quarto sou parado no Hall
- Ele te deu alguma bronca? Fernando estava escorado no que
parecia ser uma lareira antiga, seus olhos invadiram a caixa em minhas mãos e
eu soltou um suspiro arfado
-Não, ele só queria entregar isso! Levanto a caixa mostrando a
ele e dou um meio sorriso subindo de volta para meu quarto
Fecho a porta e me jogo na cama, olhando para o teto, ele
parecia interessante contando com o fato de que tudo ali me causava tédio,
ainda não compreendia o porquê de estar nesse lugar, mais de algo tinha certeza
não seria muito tempo. O que? No máximo 2 meses? Ou até menos, me levanto para
tomar um banho precisava relaxar, saiu do banho ainda com a toalha na cintura e
olho novamente a caixa, reviro os olhos e a guardo na gaveta de baixo do criado
mudo, eu olhei para o maço de cigarro quase cheio, que evolução, hoje fumei
menos do que o costume.
Dia
seguinte...
A claridade me força abrir os olhos, queria tá sonhando mais
não! Escuto passos e conversas no corredor, me forço a levantar e lavar meu
rosto a agua estava muito fria o que me fez despertar, peguei um moletom
qualquer e me vestir, o barulho pareceu sumir quando abrir a porta, o local
estava vazio eu me arrastei até as escadas e vi umas pessoas sentadas em uma
enorme mesa.
Álvaro estava em pé parado próximo a um rapaz alto de olhos
amarelados, sua postura era mais confortável e ele tinha uma maneira mais
aberta de expressão, ele me encarou por um longo segundo e sorriu em seguida,
seus cabelos claros o fazia parecer com aqueles atores de filmes juvenis dos
anos 2000 onde as garotas brigariam pela atenção
-Deve ser o Santiago, Bem-vindo a família! Ele abre um sorriso
de orelha a orelha e ganho a atenção de todos da mesa, eu aceno com a cabeça me
sentando no lugar vazio ao lado de uma loira com cara de atriz pornô
-Muito que bem! Esse é nosso novo interno! Álvaro começou um discurso chato
–Espero que possamos fazer ele se enturmar, e mostrar a grande família que
somos! A loira ao meu lado passou o braço em volta da minha cadeira me fazendo
retrair ela era muito fria
-Bem-vindo, sou a Josy! Ela sorriu e eu para não parecer mal-educado sorri de
volta
-Fernando, você fica responsável por mostrar o colégio a ele
hoje! As palavras de Álvaro atravessaram meu ouvido como um raio, eu o encarei
e fiz uma carranca com a informação
-Como assim colégio? A pergunta saiu automática
-Seus pais me mandaram sua transferência antes da sua vinda, você tem que
estudar, o bom que estamos no início do ano você só está a 2 meses de atraso,
mais como suas notas sãos ótimas não será muito difícil você se adaptar
Transferência... adaptação... aos poucos conseguir ligar uma
coisa na outra, os meses que achei que seriam foram totalmente exumados
-Você passara todo o ensino médio aqui!
Aquela última frase me nocauteou, meu silencio foi
ensurdecedor, meu corpo entrou em uma paralisia que nem mesmo um tornado me
tirava do lugar
-Vamos? Fernando se levanta me chamando
Eu fico um tempo raciocinando até me levanta robotizado,
Álvaro ergue uma mochila e me entrega
-O que é? Pergunto pegando ela
-Tem cadernos, canetas e seus livros... Boa sorte!
Eu fecho a cara e começo a andar, Fernando me guiou até o
carro dele, eu não estava mesmo em condição de dirigir, eu entrei e olhei pela
janela, o cara que estava ao lado de Álvaro entrava em uma picape preta
acompanhado da Hellen
-Endrigo é quem a leva, estudamos em colégios diferentes! Fernando fala ao
notar que eu encarava, andamos algumas ruas até chegar no prédio, o lugar
parecia bicentenário, minha primeira visão foi Lívia sentada próxima ao portão
com umas meninas, ela usava uma calça larga com um moletom, tudo bem que estava
frio mais custava ela usar algo mais feminino? Assim que o carro foi
estacionado descemos e fomos em direção a elas, uma das meninas me encarou de
cima a baixo, Fernando passou a mão pela cintura de Lívia e deu um beijo rápido
em sua testa e ela respondeu com um sorriso
-Temos carne fresca, prazer Ágata! A menina que me encarou tomou a frente em
sua apresentação, mais apenas revirei os olhos e dei meia volta, segui uma
linha reta até um ponto afastado dali e me sentei, peguei o maço de cigarro no
bolso da minha calça e acendi um, a primeira tragada é sempre a melhor, é como
se o fato daquela fumaça invadir meus pulmões e depois sair limpasse um pouco
da sujeira interna, fui encarado por um grupo de jogadores mais nenhum se atreveu
a falar nada, Fernando voltou e se sentou ao meu lado
-Não pode fumar aqui! Ele rir
-Será que consigo uma suspensão? O
encaro cogitando não ter que entrar nesse lugar
-Álvaro é influente está vendo o cara grandão e cabelo preto ali? Ele aponta o
dedo na direção da quadra –Aquele é o Fred, é o cara mais encrenca que tem, ele
apronta todas e sempre sai ileso, Otavio é outro mais você ainda vai demorar e
conhecer!
-Porque?
-Ele está viajando e sempre demora de voltar, com o tempo
ganhamos uma certa liberdade mais tem que conquistar ela!
-Se puxar o saco daquele cretino for isso, vou morrer sem
liberdade, respondo e jogo o que sobrou do cigarro no chão e piso –Vamos logo,
quero acabar com isso.
Para minha sorte ou pro meu azar fiquei na mesma sala que a Lívia,
ao mesmo a conhecia e as chances de trocar mais do que duas miseras palavras
com ela eram nulas, me encostei na cadeira e esperei aquela sessão de tortura
acabar, e o pior de tudo é que parecia que o tempo não estava passando, olhava
pro relógio no meu pulso e o ponteiro parecia estar colado, não se mexia, eu
queria acender um cigarro e extravasar minha raiva, eu ainda não tinha
explodido o suficiente.
[A1]Extrema
severidade, intransigente, intolerante, severo [A2]Esporte
que consiste em usar o corpo como equipamento e o maior objetivo é transpor
obstáculos
Lívia...
Quando fui informada que chegaria
um novo interno eu não imaginaria que seria um garoto, quando ouvir Álvaro
falar sobre a descrição que criei na minha cabeça era um homem bem mais velho,
fiquei surpresa quando ele desceu do carro, a minha primeira visão foram os
tênis e quando meus olhos encontraram o rosto dele fiquei paralisada, ele no
mínimo deveria ter uns 16 anos, sobrancelhas bem escuras e delimitadas, um
cabelo bagunçado mais notório o quanto macio eram, seu rosto era fechado mais
não representavam o olhar perdido, ele parecia uma pintura feita por um artista
que estava em dia chuvoso a mistura de frustração e vontade de viver brigavam
de uma maneira intensa
Eu fui puxada para a realidade
quando ele disse as primeiras palavras, ele era muito ríspido e grosseiro, sua
voz tinha um timbre tão autoritário que chegava a doer no ouvido
Eu ganhava para atender os
telefones e anotar alguns pedidos dos moradores, então minha convivência com
ele seria mínima, algo nele me chamou a atenção mais não posso me esquecer que
tenho um namorado, e isso causaria um transtorno e Álvaro poderia me expulsar,
eu perdi meus pais a pouco menos de 1 ano, só Fernando sabe e Hellen sabem, eu
sou menor de idade se alguém descobrisse eu seria levada por um conselho
tutelar só Deus sabe para onde
A ideia de sair dali até me
arrepia, isso era minha motivação diária para aguentar algumas grosserias sem
perder a capacidade de sorrir, não fazia ideia do que me aguardava mais meu
choque foi grande, quando vi o carro do meu namorado estacionando e as portas
se abrirem revelando aqueles olhos intensos, eu tremi.
Não era algo de semanas ele
estudaria aqui, até quando? Tentei manter uma postura e me voltei para minhas
amigas mais a presença dele não passou desapercebida, Ágata era uma garota
volátil demais, e ela adorava o fato de se envolver com os novatos
-Gostei dele, vou pegar! Ela abriu um sorriso malicioso quando eles se
aproximaram
Enquanto Ágata se atirava para o
rapaz, Fernando se aproximou e deu um beijo em minha testa e disse como que em
um sussurro ‘Tenho uma coisa para você na mochila’
Ele sempre dava um jeito de me
ajudar com dinheiro, alimentos, o que ganhava quase não pagava as contas, ele
era muito protetor comigo, ele nem me deu tempo de rejeitar a ajuda e já se
afastou, ele teria um dia complicado com o Santiago, a revolta dele iria causar
muita dor de cabeça.
Entrei na sala de aula, e me sentei
no lugar de sempre, fiquei observando ela começar encher de alunos, o silencio
havia dado lugar para um barulho, eu abaixei a cabeça para pensar um pouco
quando enfim o sinal tocou, quando me ergui meu coração acelerou mais que um
carro que lutava pra vencer uma corrida, ele estava na mesma sala que eu, minha
presença ali foi ignorada ele se sentou próximo a uma das janelas e ficou
quieto, o professor que entrou o apresentou a turma mais ele parecia
indiferente, silenciado no seu próprio mundo, que legal! Agora ficaria mais
difícil evitar ele, em um relance eu olhei em sua direção e nossos olhos se
encontraram, tentei abrir um sorriso amigável mais ele simplesmente revirou os
olhos e voltou sua atenção para a caneta que ele girava entre os dedos
Primeiro sinal tocou, todos
saíram desenfreados porta a fora eu me mantive em meu lugar, queria anotar
algumas coisas, e sabia que Fernando apareceria isso se ele não tivesse duas
aulas seguidas. Olhei de canto e Santiago ainda estava sentado em uma postura
relaxada, com fones em um tom tão alto que u conseguia ainda escutar a música The way, não sou fã dessas batidas
eletrônicas acho que elas desorientam nossos neurônios
Não demora muito para Fernando
aparecer na porta, ele abriu um largo sorriso cheio de animação, ele estava
suado e pegajoso mais isso não foi empecilho para ele me dá um abraço.
-Fiz um gol para você! Ele diz em
um tom orgulhoso, por um momento ele pareceu não notar que não estávamos
sozinhos e me entregou a sua mochila –Isso vai ser suficiente para uns três
dias...
Eu dou um sinal para ele olhar
para o lado e ele então segue minha orientação seu corpo enrijece ao ver
Santiago ali, mais ele parecia nem ter notado que Fernando chegou a música alta
e a cabeça inclinada para o chão, ele estava fora de orbita naquele momento.
O sinal tocou novamente e uma
professora entrou e já olhou feio para Fernando que deu de ombros e a rodou em
um passinho de dança desajeitado, ela sorriu com o besteirol e logo se colocou
em frente ao quadro para escrever, os demais alunos começaram a entrar na sala
minha atenção ficou voltada para a explicação dela, eu gostava de química, era
uma das minhas matérias favoritas, foram 40 min de aula, mais para mim pareciam
ter se passado somente 2 min. Quando todos começaram a sair eu comecei guardar
minhas coisas, na bolsa, uma silhueta parou em minha frente, o perfume que
exalou era forte e mais tinha um aroma agradável, eu segui com os olhos aquele
corpo até chegar no rosto, engoli a seco ao ver quem estava parado em minha frente
-O lugar que você falou, pode me levar lá hoje? Santiago estava com as mãos no bolso e uma expressão neutra me encarado
a espera de uma resposta
-Do Parkours? Pergunto
-Sim! Ele responde rápido quase cortando meu raciocínio –Queria praticar, se
não puder me levar ao menos explique!
-Posso sim! Sorri para ele mais não tive um retorno –
Fernando também conhece o local caso não consiga te levar ele pode! Ele mal me
deixou terminar a frase – Te vejo mais tarde... ele saiu sem nem esperar uma
resposta minha
Ele era enigmático mais a
grosseria dele o tornava uma pessoa de difícil acesso, Já estávamos
liberados... hoje seria uma palestra entre os professores, peguei minha
bicicleta e coloquei a mochila do Fernando na garupa mais antes que eu pudesse
sair ele me para
-Liv, espera! Eu gostava quando
ele me chamava assim, era carinhoso e eu sinto falta disso nele as vezes!
-O que foi?
-Vem com a gente, eu te deixo em casa. Ele me abraçou me guiando para o carro
–A bicicleta colocamos na porta mala de algum jeito...
-Eu posso ir nela! Santiago disse
a encarando, eu e o Fernando nos entre olhamos sem acreditar nisso, mais ele
logo tomou ela da minha mão e me entregou a mochila dele, eu sem questionar
entrei no carro, e fiquei observando ele mexer nas marchas
-Ele sabe andar? Perguntei e vi Fernando dá de ombros tão confuso como eu
Eu fiquei analisando a maneira na
qual ele desviava dos carros, meu namorado o acompanhou com uma velocidade
parecida para não perder ele de vista, Santiago era realmente um mistério, um
play boyzinho de cidade grande que praticava esportes de ruas? Eu podia estar
bancando a ignorante nesse assunto mais nunca que alguém do padrão dele teria
esse tipo de comportamento, ele era veloz, irresponsável, o vi quase acertar um
carro duas vezes, eu estava preocupada mais não conseguia parar de admirar, os
cabelos dele estavam soltos ao vento, fico imaginando o quão macio seria
enroscar as mãos neles, mordi o lábio quando sentir o corpo eletrizar com esse
pensamento
-Esse cara é louco, gostei dele!
Fernando falou entusiasmado
Assim que estacionamos em frente
à minha casa ele me entregou a bicicleta, o sorriso de satisfação dele era
enorme, eu me despedir dele e o meu namorado rapidamente e entrei em casa, meu
coração estava a mil, que estava ainda com os pensamentos que estavam me
atormentando, eu entro no meu quarto e pego uma roupa limpa e minha toalha e
vou direto para o banho, meu chuveiro havia queimado a alguns dias e não tive
coragem de pedir Fernando para ver isso para mim, ele aqui em casa sozinhos não
era uma boa ideia. Sair rapidamente daquela agua fria e vesti uma roupa
quentinha, abri a mochila que ganhei e tinha algumas coisas como frutas,
biscoito e sorvetes, ele me enchia de guloseimas será que ele achava que eu
precisava engordar? Mordi os lábios e me voltei para minha geladeira, precisava
comprar algumas coisas mais amanhã faria isso
Peguei um pote onde tinha frango
desfiado do almoço de ontem dou uma cheirada e ainda estava bom então esquento
e faço uma salada com umas folhas de alface e algumas frutas que havia ganhado.
Me sento na enorme mesa e fico me lembrando quando tinha meus pais,
costumávamos comer aqui todos os dias, conversávamos coisas aleatórias entre
risos. Solto um suspiro e fecho os olhos tentando segurar a lagrima que queria
cair
O gosto do meu almoço tinha um
sabor de saudade e dor, desceu entalando, tomei uma agua para ajudar empurrar
mais não conseguir terminar, eu me sentia sozinha, queria gritar para o mundo
que estava sozinha, eu queria um abraço forte me dizendo que tudo agora não era
só minha responsabilidade que eu teria ajuda.
Eu sentia falta de Otavio por
isso, ele me fazia esquecer um pouco tudo aquilo, mais não sabia quando ele
iria voltar, solto um último suspiro e me troco mais uma vez, Álvaro não gostava
que usasse roupas muito justas ali, eu era funcionaria dele então tinha que
obedecer. Opto por vestir minha calça de sempre e um moletom, quando estava
trancando o portão me assusto com o carro de Santiago parado em minha porta, eu
olho em direção a BMW X4 M40i Era um senhor carro, eu não tinha notado quando ele havia chegado eu me
aproximei um pouco receosa mais ele logo abre um sorriso
-Vim, te buscar para irmos a
pista que você falou. Ele abriu a porta e me encarou – Fica de boa, Fernando e
Álvaro saiu com a loirinha rabugenta e só voltam as 17horas, temos tempo!
Soltei um suspiro e me
agarrei a bolsa e entrei, ele fechou a porta e rodou entrando pelo outro lado,
o cheiro era muito gostoso, misturou o aroma de lavanda com o do perfume dele,
o ar condicionado deixou o carro bem frio, ele ligou a chave e deu ré eu
expliquei a ele o caminho e ele foi ia seguindo as instruções, assim que
chegamos lá, pensei em ir embora e deixar ele sozinho, mais ele se sentou na
pista de skate e fez um gesto para que me senta se ao seu lado, eu relaxei um
pouco e me sentei um pouco distante
-Eu não mordo, sabia? Ele
diz encarando o céu
-Eu sei, mais você não aparenta gostar de muita proximidade, Ele se volta para
mim com um olhar sombrio –Quero dizer...
-Não Diga nada! Ele me corta – Eu não queria estar aqui, por isso sou tão
fechado. Ele faz aspas com os dedos
E nesse primeiro momento
vejo que ele usa vários anéis, Santiago tinha um estilo único, era diferente
dos que eu conhecia, todos muito engomadinhos ou os internos, que gostavam de
preto e viviam sempre como mafiosos eu não evito de rir do meu próprio
pensamento
-Que foi? Ele perguntou
notando minha crise de risos
-Lembranças engraçadas. Me encolho e fico encarando a pintura na quadra
-Qual o lance.... o toque do
meu celular interrompe ele de continuar rapidamente pego o aparelho e vejo uma
mensagem de Álvaro
“Se uma pessoa com o nome
Beltron ligar, não deixe de me avisar”
Conhecendo ele como conheço
ele não gosta de ser interrompido, ou seja, era importante eu me levanto
rapidamente e o encaro que fica confuso
-Eu preciso ir... ou uma
pausa – Álvaro me mata se perco alguma coisa dele! Ele me olha um soslaio e se
levanta mostrando o quão mais alto que eu ele era, aquele cheiro de lavanda
invadiu minhas narinas quase que me embriagando
-Vamos! Ele me puxa pela mão
sem espera qualquer resposta, entramos no carro e com menos de 2 minutos
chegamos, eu pulei rapidamente para a recepção, e graças a Deus não tinha
nenhuma chamada no identificador, eu soltei o ar que estava preso em um alivio
avassalador um sorriso de paz apareceu e então me lembrei que não estava
sozinha, olhei para a frente e ele encarava a o tapete, ouvi o barulho o seu
corpo se chocar com o sofá e ele relaxar.
-Lívia... Escuto meu nome! –
Cadê os documentos que Álvaro deixou para mim?
Raul, um dos irmãos do meu
chefe, um homem charmoso que uma vez ou outra aparecia para dá o ar da sua
graça, gostava da postura ereta e um ar de nômade que ele tinha, se eu não
fosse cética diria que ele saiu de outra época, cabelos grosseiramente escuros
envolvia aquela pele pálida, eu quando o conheci costumava achar que era um
vampiro, mais notei que estava imaginando coisas
-Estão no escritório dele,
ele disse que quando viesse pegar podia te deixar entrar! Ele abriu um meio
sorriso e foi para o escritório ignorando a presença de Santiago que se
mantinha encolhido, eu fiquei o encarando por um longo tempo.
Ele tinha um rosto tão
angelical, não combinava nada com a arrogância que ele transmitia, sua boca era
tão desenhada, fico imaginando como seria beijar ela, tentei desviar o olhar
mais estava ficando impossível até que o vejo me encarar, meu corpo gelou, ele
abriu um sorrisinho descarado e ficou um longo tempo me encarando
- O que tanto você olha? Ele
quebra o silêncio
- Só estava procurando algo
mais já encontrei. Mentir
Ele se levanta e se aproxima
ficando a poucos centímetros de mim, seus olhos capturaram os meus de uma
maneira tão intensa que não conseguir desviar
- O que você precisava\,
estava na minha boca? Ele diz abaixando a cabeça olhando para meus lábios e
voltando para os meus olhos, um sorriso malicioso surgiu quando achei que ele
me beijaria ele se afastou
- Seu namorado pode não
gostar Liv... Um misto de medo e
frustração me atingiu, o que estava acontecendo comigo? Eu podia jurar que
estava corada, com pouco mais de 20 minutos Hellen apareceu com um sorriso de
orelha a orelha na porta vindo em minha direção, assim que Álvaro cruzou a
porta ficando no meu campo de visão o alertei sobre seu irmão está em seu
escritório, ele sorriu gentilmente e foi para lá, estranhei não ver meu
namorado mais já imaginava que ele teria outras coisas para resolver com o time
de futebol ele sempre sumia nas segundas e nas quartas para jogar, e naquele
momento eu precisava disso
-E aí como foi aguentar o
garoto chato? Ela me fitou com uma expressão curiosa
-Ele foi legal! Respondi evasivamente – Conversamos bem pouco!
-Espera! Ela deu um baque
para frente –Sua pupila dilatou na hora que falou dele! Droga... Hellen era a
pessoa mais observadora que eu conhecia
-Está enganada, eu gosto do
Feh! Menti descaradamente, ela sabia que meu namoro com ele era mais gratidão
que amor...
-Lívia cuidado, aquele
idiota tem cara de que gosta de brincar com as meninas! Ela me alertou – Ele
parece ser uma cópia piorada do Fred
Uma cópia piorada do Fred...
aquela frase me fez lembrar de quantas garotas ele partira o coração em menos
de um ano e em como aquilo não lhe causava um remorso sequer
Estava ficando tarde eu
tinha acabado de fechar o portão quando avistei o carro do meu namorado, ele
estava estacionado a pouco mais de 100m da mansão, eu encarei com um pouco de
dificuldade, mais o que vi me fez estremecer, ele estava com uma garota, ela tinha
cabelos longos e escuros assim como os meus, mais seu rosto era um mistério a
luz do farol aceso não estava ajudando muito a minha visão, mais eles pareciam
apenas conversar, Fernando era popular ele tinha amigas, e eu não seria a
namorada ciumenta que faria uma cena por isso, não queria não podia, não devia,
eu desviei meu trajeto normal e voltei para casa, queria tomar um banho e
pensar em tudo que tinha acontecido, eu estava começando a sentir algo por
alguém que eu acabei de conhecer? Isso não era bom, eu tinha que deletar isso
da minha cabeça.
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