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Sem Saída!

Capitulo 1

Toda história

de amor tem um começo meio e um fim, algumas com finais felizes outras nem

tanto. Mais sempre vai haver um comportamento ou uma situação que leva os dois

envolvidos a um extremo que os fazem mudar totalmente sua visão e sua forma de

ver esse sentimento, A história de amor de Helena e Peter não foi diferente, eles

eram irmãos criados em uma família nada tradicional da época, Adonistas, [A1] uma religião massacrada e banida do mundo na

atualidade mais que vigorou na época e fez com que muitas famílias entregassem

seus filhos ao que hoje é um pecado. Helena sabia que teria que se casar com

seu irmão só não sabia que não esperariam mais pela maior idade, o ancião da

família queria um neto logo, no dia de realização do voto ela se sentou em um

grande jardim que ficava no fundo de sua casa, era um casarão antigo, mais

muito bem conservado esse ancião se aproximou dela e contou sobre sua vida e

como aquele lugar era especial, Peter não quis ouvir a história o mesmo era

liberto de tudo que envolvesse sua origem a única coisa que o interessava era o

tal casamento e sua liberdade dos pais tão rígidos, ele achava que assim teria

sua vida mudada.Já Helena

escutou atenta cada palavra, cada sonoro solto pela voz tranquila de seu avô

lhe trazia um fervor interno, família consagrada pela bruxaria, Helena se

animou em saber que tinha descendência de seres místicos.

Ela

estudou a fundo tudo que soube, ela queria saber se poderia praticar magia e

ela pode.

O dia do

casamento chegou, ela e Peter fizeram seus votos e juraram uma fidelidade a

família e a continuidade a soberania Beltron.

Helena

fez mais que isso, ela consagrou com magia esse matrimonio, aquele jardim

inteiro estremeceu, uma onda fria tomou conta do lugar, por um momento ninguém

percebeu que estavam alimentando com suas energias o que seria a fonte mais

poderosa de força.

Pouco

tempo após a união, o ancião da família declarou que Helena em breve daria um

herdeiro a família e naquele mesmo lugar que agora emanava algo diferente ele

tocou e assimilou era como se o chão, a terra que estava a tocar falasse com

ele haverá sim um herdeiro e não será o filho de Helena, ela não usou a magia

corretamente

‘Ela

deixou a chance passar, ela não deveria ter envolvido sangue, nossa pureza vem

do sentimento não dá dor”

-Me Diga!

O que você precisa para isso passar? O Ancião estava desposto a tudo para não

sentir a irá daquele lugar onde ele queria que o amor reinasse

‘ Me

sinto ferida, preciso de força, preciso da sua força”

Ele sabia

o que teria que fazer e em uma tarde de início de outono o ancião partiu, seu

corpo foi encontrado horas depois com um bilhete destinado a Helena a mesma

abalada com a partida de seu avô ignorou o bilhete por anos, ela todo início de

primavera regava seu sangue em pequenas gotas no jardim, e onde esse sangue

pingava se formou uma pequena rosa, que morreu quando ela deu à luz ao seu

primeiro filho. Albierre foi um orgulho para todos, o primeiro herdeiro era um

homem, uma euforia tomou conta da pequena cidade, mais um aviso foi ignorado,

os anos se passaram e Helena teve outro filho Pedro, ela estava cada vez mais

forte, seus filhos puxaram a ela, Pedro praticava magia com facilidade e

Albierri tinha controle sobre pessoas como ela havia ensinado, porém a pratica

de bruxaria não era algo aceito, então o segredo era mantido entre 7 chaves.

O jardim

dava a Helena toda reserva de energia que ela precisava e ela nunca envelhecia

ela presava sua juventude e sua jovialidade

Ela tinha

uma empregada de confiança Badu uma feiticeira, todos os seres místicos eram

atraídos pela energia que exalava no local.

Os anos

foram passando, as coisas mudando, Peter continuou com a vida que buscava,

Helena tentava todos os dias entender o porquê o Quintal magico estava

enfraquecendo, Abierre se casou com uma mulher chamada Madalena outra bruxa

porém ela não gostava de se esconder ele tinha em mente que o quintal só daria

frutos novamente se eles trazer um novo herdeiro ao mundo, porém a primeira gravidez

de Madalena foram gêmeas,  não ouve um

intervalo preciso logo tiveram outro filho, que infelizmente faleceu, mais nada

do quintal ressuscitar, Helena estava envelhecendo o que a deixava furiosa

Helena soube que seu outro filho também teve filhos, e todos homens ela queria

que ele trouxesse os mesmo para casa mais Pedro se recusou a ser conveniente os

devaneios dela, ele nunca foi o filho preferido porque essa adulação. A pratica

de magia ficou comum naquele vilarejo mais tudo dentre os panos para que a

família real não fosse atingida, era rigoroso a maneira com que tratavam os

nômades, foi assim que Andrea uma das filhas de Albierri se envolveu com

Gustavo um montador de terços que ganhava a vida assim, ela disputou esse rapaz

com sua irmã Sofia, mais Andrea conseguia tudo que queria e Sofia acabou se

casando com Damian, um homem de boa índole  que manteria o sobrenome da família, Andrea por sua vez se encantou por

Álvaro um dos filhos de seu tio Pedro, Helena fez com que Madalena aproximassem

eles mais, na cabeça dela o Quintal era gradativamente movido ao incesto ele se

deu força ao casamento dela com seu irmão quem sabe de primos também não faria

o mesmo efeito

-Confesso

a ti minha sogra, eles não são primos, Pedro e eu tivemos um caso e Álvaro pode

ser fruto disso! Helena nem ao menos ficou chocada com a revelação e então

ordenou que algo fosse feito

Adonismo

já era um pecado na época então quando souberam da gravidez de Andrea ela e

Álvaro foram separados sem nem ao menos se importarem que ambos sofreriam, eles

souberam que eram irmãos.

Álvaro se

revoltou com tudo e jurou uma vida de dor e sofrimento para toda a família

Beltron

Andrea se

casou novamente com Juliano que era o homem que assumiria e cuidaria da criança

que ela carregava em seu ventre

Então

nasceu, uma menina e um menino, saudáveis e cheios de energias, e como

imaginado por Helena o quintal renasceu novamente, assim que a bebê tocou seus

pezinhos no local dessa vez com mais vigor o quintal gerou energia e magia

A

escolhida, a herdeira do QG e da nossa família acaba de nascer, quero uma

festa! Essa criança que aqui lhes apresento é a dona futura de tudo isso

O orgulho

era eminente para Albierri sua neta era herdeira era quem ele queria ter sido,

mais ele cuidaria dela com toda sua proteção passasse por cima de quem for

Anna

Clara Beltron foi criada em uma bolha, onde nada a atingia era educada em casa,

não tinha contatos, o Garoto foi criado como filho de Madalena Bruno, nada

poderia interferir na linhagem pura de Anna, mais como tudo era voltado para o

QG Anna Clara em momentos de sufoco ia para lá e ele acabou acolhendo a garota,

mais a magia dali era modificada, e acabou a unindo amorosamente com seu até

então tio Bruno, Anna Clara quebrou os laços e furou a bolha

Ela e

Bruno se entregaram a um romance, mais quando descobertos, uma desgraça

aconteceu

Era mais

fácil matar um do que a herdeira ter um herdeiro

A magia

estaria límpida e aqueles que dela usufruir será banido e se tornaram um mortal

sem vida.

A

crueldade foi imensa Bruno foi morto mais não contaram com a irá de Anna Clara

que liberou sua força e destruiu toda uma cidade e infelizmente sua vida e a do

seu bebê...

O que

parecia ser o fim, pode dá início ao novo começo, só a passagem dos anos iria

dizer que fim tomaria toda essa história...

 [A1]Religião

conhecida pelas pessoas da época

Capitulo 2

Dias atuais...

Santiago...     

Como eu consigo detestar tanto um lugar? Meus pais me

castigaram da maneira mais inclemente [A1] possível.

Me mandando para uma cidade no meio do nada, será que nesse fim de mundo tem

sinal de telefone? Imediatamente retiro meu aparelho celular do bolso e noto

que tem sinal “Ao menos isso” penso comigo mesmo! Dou pequenos passos e paro em

frente a um grande portão cor cinza, fico um tempo encarado o lugar, tudo era

muito organizado, parecia que o dono ou dona era daquelas pessoas que tinham

TOC. A constar por tudo alinhado, enfim toco o interfone e uma voz suave

feminina surgi

-Bom Dia, em que posso ajudar? A voz do outro lado perguntou

calmamente eu me aproximei e respondi em um tom ríspido

-Lopez, tenho uma reserva! Com alguns segundos ouço o enorme portão começar a

se abrir

Entro novamente no carro e arranco para dentro do local,

observo cada detalhe, tudo muito alinhado, cores vivas e um ambiente bem

juvenil, não sei que tipo de hospedes eles costumavam ter mais observando as

quadras a área de laser com jogos de mesa era uma espécie de internado, meu pai

mostrou realmente que me odeia eu ia ficar preso em um internato?

Uma moça e cabelos escuros e longos se aproximou sorridente,

ela parecia ser da minha idade, e com certeza precisava de um banho de loja, ou

uma ‘personal Stilys’ como diz minha irmã

-Bom Dia, sou a Lívia, você deve ser o Santiago Lopez,

correto? Ela falava tudo muito no automático, era como se passasse horas em

frente ao espelho ensaiando as frases prontas

-Sim! Respondo seco e de cara fechada, não estava afim de papo

- Qual minha sela? Abro um meio sorriso para ironizar e ela ergue uma

sobrancelha em desaprovação

-Vou te levar ao seu quarto! -Ela se vira e então a sigo, ao passar pela enorme

sala fico admirando o enorme quadro, era um tipo de playgame, tinha troféus,

quase nem notei a presença de uma outra garota, loira de olhos grandes, seu

semblante foi de seriedade para um tipo de nojo, já vi que eu teria uma

companheira de prisão insuportável

 -Hellen, seu pedido já

está na cozinha! Lívia diz sorrindo e ela retribui, e se levanta para ir até o

outro cômodo, subimos uma escadaria e enfim o primeiro andar assim como o

restante da casa, era tudo perfeitamente e milimetricamente calculado para nada

sair do lugar

-Esse é o andar dos homens! Aqui na pousada dividimos as alas para não ter

nenhuma dor de cabeça! - Ela me mostrou todo o andar, tinha uma sala de leitura

com uma biblioteca, outra sala com um telão enorme para jogos, passei

rapidamente as vistas pelo local, ela mostrou também o jardim que pela grande

janela da sala

-Ali tem uma quadra de basquete e tênis caso goste de

esportes...

-Parkuour[A2]

... - A

interrompi

- Temos um parque no fundo da mansão\, e lá muitos praticam\, se quiser te levo

lá! -Ela sorri e acena com a cabeça para que eu a siga, paramos em frente a uma

porta, 81, ela pegou uma chave e a abriu, e me entregou a mesma logo em seguida

-Tem um telefone ao lado da cama, pode ligar para recepção

caso precise de algo! - Eu a agradeço e a vejo sair fechando a porta

Olho em volta, minha mãe sabia meu gosto, ela deve ter

decorado de acordo a ele, me sentir no meu quarto, as paredes de tons claros, uma

enorme cama no canto ao lado de uma janela, os livros enfileirados de acordo

aos autores, até mesmo o lençol da cama remetia aos que Monica a governanta da

minha casa colocava semanalmente, joguei minhas malas em cima da cama e comecei

a desarrumar, entrei no banheiro para colocar meus produtos de higiene pessoal,

não conseguir segurar um riso que se formou em meu rosto

Lavanda, as flores no lavabo tinham um recado por trás, abro o

pequeno armário e coloco minhas coisas, assim que termino e volto para meu

quarto escuto bater na porta e vou até ela e abro, um garoto alto de ombros

largos, ele parecia aqueles atletas idiotas de romance americano, cabelos

escuros como seus olhos um ar arrogante, ele me encara por um longo tempo até

estender a mão direita em um cumprimento amigável

-Olá, sou o Fernando! Eu estendo a mão de volta

-Santiago! Respondo e me viro voltando a minha mala, ele entra

me acompanhando

-Qual a merda que você fez para vim parar aqui? Ele se senta na poltrona se

ajeitando para ficar confortável

- Coloquei fogo no escritório do meu pai\, e agredir minha irmã com um espeto de

carne, e você? Eu ganho um olhar surpreso e ele abre um sorriso bem largo

-Problemas com bebidas, isso aqui é um centro para jovens com problemas. Ele se

aproxima de mim e me chama para ir até um lugar com ele

Na sala e jogos tinha um enorme tapete ele trancou a porta e

puxou o tapete mostrando assim uma porta, aquilo deve ser uma espécie de

calabouço, eu o segui e lá em baixo tinha arsenal de bebidas, entre outras

coisas ilícitas

-O dono daqui tira dinheiro dos nossos pais tentando nos curar

mais no fundo ele nos alimenta para nos tornar piores

Eu olho mais uma vez o local, pelo visto não seria um castigo

tão grande assim

-Qual o problema da Lívia e da loirinha? Elas parecem ser normais. -Faço aspas

ao citar os normais

-Lívia é minha namorada, ela apenas trabalha aqui, já a loirinha é a Hellen ela

tem uma espécie de Boderline mais é a queridinha do dono então não mexe com ela

ou vai se ferrar! - Voltamos ao solo ele me alertou sobre os horários e como

funcionava as refeições, mas não tinha intenção de dormir ali hoje

Assim que terminei de arrumar minhas roupas tomei um banho

rápido e peguei minha mochila, desci rapidamente as escadas, e me deparo com o

olhar de repreensão da loirinha de mais cedo

-Tem permissão para sair? Ela diz me vendo ir em direção a

porta

-E da sua conta? -Repondo na lata e ela me fuzila

-Álvaro não gosta que saímos a noite sem permissão! -Revirei os olhos e ignorei

totalmente a existência dela

Liguei o carro e apertei o pequeno controle que tinha na chave

do quarto e estava certo, ele abria o portão principal, ao passar pelas enormes

grades vi Fernando e Lívia conversando do lado de fora, ela estava escorada de

frente pra ele e as mãos dele seguravam sua cintura como se estivesse mostrando

controle de seu quadril, e que quadril, ela se vestia mal não dava pra negar

mais vendo a enorme camisa pressionada em seu corpo debaixo de todo aquele pano

escondia um baita corpo, mais não era da minha conta, até porque eu iria fugir

logo desse lugar e nunca mais veria ninguém daqui, passei por eles em alta

velocidade, o pneu do carro cantou na curva mais a frente, adrenalina, era algo

que eu buscava para me manter acordado e firme nessa porcaria de mundo.

A noite estava fria e calma, era muito raro sentir isso, onde

eu morava costumava ser tão quente quanto um caldeirão, eu estacionei em uma

praça abandonada, tirei um maço de cigarro da mochila e o trouxe comigo, me

sentei em um banco um pouco deteriorado e peguei o isqueiro, em uma única

batida a chama surgiu acendi meu baseado e dei a primeira tragada, se meu pai

visse isso ele já diria que estava me drogando, eu não tenho ficado muito

lucido nesse último ano, quase todos os dias me drogo, odeio a sensação de

lucidez, não gosto de pensar como estou fazendo agora, minha família é a clichê

tenho dois irmãos por parte de mãe, um mais velho, Henrique que é o orgulho da

família e minha irmã caçula Raycilla, que é do atual casamento dela, por parte

de pai tenho dois

também, Imael e Michael, meu contato com Imael é zero, ele mora fora do país

com a mãe dele, e Mika, também do atual casamento do meu pai, eu me dou bem com

minha madrasta assim como me dou com meu padrasto mais meu relacionamento com

meu pai e minha mãe é a ferro e fogo

Meu pai descobriu esse lugar e me mandou para cá para que eu

pudesse me controlar, coitado! Se o que o Fernando me mostrou for real eu estou

no paraíso, bebidas liberadas, nesse fim de mundo com certeza tem festas, eu

dou mais uma tragada e olho ao redor, mais a frente tinha um casal se pegando

no escuro e do outro lado um pessoal treinando dança, é não é tão vazia como pensei...

-Oi, posso me sentar aqui? A voz era conhecida mais me virei

para ter certeza, Lívia...

- A praça é publica então... se seu namorado não se importar! Digo friamente

cortando qualquer chance de ser simpático

-Por que é tão grosso? Ela é direta eu então a encaro dou uma

última tragada e sopro a fumaça na direção dela que enruga o nariz ao sentir o

cheiro

-Eu não queria estar aqui, e não gosto de pessoas que forcem

simpatia para o meu lado, como está sendo seu caso, eu não preciso de

gentileza!  Jogo a bituca no chão e piso

e começo a andar em direção dela que dá passos para trás

-Achei seu namorado gente boa, então não estraga isso me fazendo ser grosso com

você e o deixando chateado, eu esbarro no ombro dela e a deixei sozinha, olho

sobre os ombros e a vejo começar a caminhar, a rua que ela estava entrando era

escura demais, e eu ainda era consciente

-Lívia! Eu grito seu nome e ela para e me encara, eu corro me

aproximando dela novamente

-Quer uma carona? Acho perigoso você ir sozinha! Ela abre um sorriso disfarçado

e aceita eu a guio até meu carro e ela entra, ela me mostra a rua que era para

entrar mais fica em silencio no decorrer do caminho, assim que paramos em uma

casa de muro alto ela agradece e sai do carro entrando portão a dentro,

estranho o Fernando não acompanhar ela assim, eu dou de ombros e volto para

minha prisão, não queria dormir ali mais não teria jeito, o cansaço estava

apertando e não trouxe minha carteira para pagar um hotel.

Assim que passo pela porta principal, sou parado por um homem

alto, ele trajava um terno preto sem uma amassado sequer, sua expressão fria

ficou bem harmoniosa com o maxilar quadrado, seu olhar era frio e assustador

mais mantive minha postura fechada

-Santiago, aguardava você para conversarmos, me acompanhe... ele diz

direcionando a uma porta, assim que entramos ele a fecha eu analiso o lugar,

ele era bem ‘ modesto’ que tipo de pessoa faria uma pintura gigante de si

mesmo?

-Foi um presente de um ex aluno! Ele responde após perceber que eu encarava a

pintura, ele apontou a cadeira em sua frente então me sentei, fiquei um pouco

incomodado com o fato dele me encarar continuamente, era como se tentasse ler

meus pensamentos

Ele praticamente leu o manual de boa conduta do local, Álvaro

não era um bom anfitrião a paciência dele era limitada, ele me entregou uma

caixa em MDF, aparentemente meu pai havia me mandado, eu evitei qualquer

contato com ele antes de vir para cá então o infeliz procurou um jeito de me

atormentar

-Precisa abrir, caso tenha algo que não pode ser aceito aqui

dentro terei de confiscar! Ele falou rudemente então acabei pegando a chave que

veio junto e abrindo a caixa, tinha um monte de baboseiras, fotos, um lenço,

meu anel e um terço, Álvaro ficou curioso com o tal terço e me pediu para ver,

eu o entreguei e o mesmo ficou inquieto com o objeto, eu depois de alguns

minutos tomei de sua mão e joguei na caixa novamente, e me retirei do local,

antes que eu pudesse subir de volta para meu quarto sou parado no Hall

- Ele te deu alguma bronca? Fernando estava escorado no que

parecia ser uma lareira antiga, seus olhos invadiram a caixa em minhas mãos e

eu soltou um suspiro arfado

-Não, ele só queria entregar isso! Levanto a caixa mostrando a

ele e dou um meio sorriso subindo de volta para meu quarto

Fecho a porta e me jogo na cama, olhando para o teto, ele

parecia interessante contando com o fato de que tudo ali me causava tédio,

ainda não compreendia o porquê de estar nesse lugar, mais de algo tinha certeza

não seria muito tempo. O que? No máximo 2 meses? Ou até menos, me levanto para

tomar um banho precisava relaxar, saiu do banho ainda com a toalha na cintura e

olho novamente a caixa, reviro os olhos e a guardo na gaveta de baixo do criado

mudo, eu olhei para o maço de cigarro quase cheio, que evolução, hoje fumei

menos do que o costume.

Dia

seguinte...

A claridade me força abrir os olhos, queria tá sonhando mais

não! Escuto passos e conversas no corredor, me forço a levantar e lavar meu

rosto a agua estava muito fria o que me fez despertar, peguei um moletom

qualquer e me vestir, o barulho pareceu sumir quando abrir a porta, o local

estava vazio eu me arrastei até as escadas e vi umas pessoas sentadas em uma

enorme mesa.

Álvaro estava em pé parado próximo a um rapaz alto de olhos

amarelados, sua postura era mais confortável e ele tinha uma maneira mais

aberta de expressão, ele me encarou por um longo segundo e sorriu em seguida,

seus cabelos claros o fazia parecer com aqueles atores de filmes juvenis dos

anos 2000 onde as garotas brigariam pela atenção

-Deve ser o Santiago, Bem-vindo a família! Ele abre um sorriso

de orelha a orelha e ganho a atenção de todos da mesa, eu aceno com a cabeça me

sentando no lugar vazio ao lado de uma loira com cara de atriz pornô

-Muito que bem! Esse é nosso novo interno! Álvaro começou um discurso chato

–Espero que possamos fazer ele se enturmar, e mostrar a grande família que

somos! A loira ao meu lado passou o braço em volta da minha cadeira me fazendo

retrair ela era muito fria

-Bem-vindo, sou a Josy! Ela sorriu e eu para não parecer mal-educado sorri de

volta

-Fernando, você fica responsável por mostrar o colégio a ele

hoje! As palavras de Álvaro atravessaram meu ouvido como um raio, eu o encarei

e fiz uma carranca com a informação

-Como assim colégio? A pergunta saiu automática

-Seus pais me mandaram sua transferência antes da sua vinda, você tem que

estudar, o bom que estamos no início do ano você só está a 2 meses de atraso,

mais como suas notas sãos ótimas não será muito difícil você se adaptar

Transferência... adaptação... aos poucos conseguir ligar uma

coisa na outra, os meses que achei que seriam foram totalmente exumados

-Você passara todo o ensino médio aqui!

Aquela última frase me nocauteou, meu silencio foi

ensurdecedor, meu corpo entrou em uma paralisia que nem mesmo um tornado me

tirava do lugar

-Vamos? Fernando se levanta me chamando

Eu fico um tempo raciocinando até me levanta robotizado,

Álvaro ergue uma mochila e me entrega

-O que é? Pergunto pegando ela

-Tem cadernos, canetas e seus livros... Boa sorte!

Eu fecho a cara e começo a andar, Fernando me guiou até o

carro dele, eu não estava mesmo em condição de dirigir, eu entrei e olhei pela

janela, o cara que estava ao lado de Álvaro entrava em uma picape preta

acompanhado da Hellen

-Endrigo é quem a leva, estudamos em colégios diferentes! Fernando fala ao

notar que eu encarava, andamos algumas ruas até chegar no prédio, o lugar

parecia bicentenário, minha primeira visão foi Lívia sentada próxima ao portão

com umas meninas, ela usava uma calça larga com um moletom, tudo bem que estava

frio mais custava ela usar algo mais feminino? Assim que o carro foi

estacionado descemos e fomos em direção a elas, uma das meninas me encarou de

cima a baixo, Fernando passou a mão pela cintura de Lívia e deu um beijo rápido

em sua testa e ela respondeu com um sorriso

-Temos carne fresca, prazer Ágata! A menina que me encarou tomou a frente em

sua apresentação, mais apenas revirei os olhos e dei meia volta, segui uma

linha reta até um ponto afastado dali e me sentei, peguei o maço de cigarro no

bolso da minha calça e acendi um, a primeira tragada é sempre a melhor, é como

se o fato daquela fumaça invadir meus pulmões e depois sair limpasse um pouco

da sujeira interna, fui encarado por um grupo de jogadores mais nenhum se atreveu

a falar nada, Fernando voltou e se sentou ao meu lado

-Não pode fumar aqui! Ele rir

-Será que consigo uma suspensão?  O

encaro cogitando não ter que entrar nesse lugar

-Álvaro é influente está vendo o cara grandão e cabelo preto ali? Ele aponta o

dedo na direção da quadra –Aquele é o Fred, é o cara mais encrenca que tem, ele

apronta todas e sempre sai ileso, Otavio é outro mais você ainda vai demorar e

conhecer!

-Porque?

-Ele está viajando e sempre demora de voltar, com o tempo

ganhamos uma certa liberdade mais tem que conquistar ela!

-Se puxar o saco daquele cretino for isso, vou morrer sem

liberdade, respondo e jogo o que sobrou do cigarro no chão e piso –Vamos logo,

quero acabar com isso.

Para minha sorte ou pro meu azar fiquei na mesma sala que a Lívia,

ao mesmo a conhecia e as chances de trocar mais do que duas miseras palavras

com ela eram nulas, me encostei na cadeira e esperei aquela sessão de tortura

acabar, e o pior de tudo é que parecia que o tempo não estava passando, olhava

pro relógio no meu pulso e o ponteiro parecia estar colado, não se mexia, eu

queria acender um cigarro e extravasar minha raiva, eu ainda não tinha

explodido o suficiente.

 [A1]Extrema

severidade, intransigente, intolerante, severo [A2]Esporte

que consiste em usar o corpo como equipamento e o maior objetivo é transpor

obstáculos

Capitulo 3

Lívia...

Quando fui informada que chegaria

um novo interno eu não imaginaria que seria um garoto, quando ouvir Álvaro

falar sobre a descrição que criei na minha cabeça era um homem bem mais velho,

fiquei surpresa quando ele desceu do carro, a minha primeira visão foram os

tênis e quando meus olhos encontraram o rosto dele fiquei paralisada, ele no

mínimo deveria ter uns 16 anos, sobrancelhas bem escuras e delimitadas, um

cabelo bagunçado mais notório o quanto macio eram, seu rosto era fechado mais

não representavam o olhar perdido, ele parecia uma pintura feita por um artista

que estava em dia chuvoso a mistura de frustração e vontade de viver brigavam

de uma maneira intensa

Eu fui puxada para a realidade

quando ele disse as primeiras palavras, ele era muito ríspido e grosseiro, sua

voz tinha um timbre tão autoritário que chegava a doer no ouvido

Eu ganhava para atender os

telefones e anotar alguns pedidos dos moradores, então minha convivência com

ele seria mínima, algo nele me chamou a atenção mais não posso me esquecer que

tenho um namorado, e isso causaria um transtorno e Álvaro poderia me expulsar,

eu perdi meus pais a pouco menos de 1 ano, só Fernando sabe e Hellen sabem, eu

sou menor de idade se alguém descobrisse eu seria levada por um conselho

tutelar só Deus sabe para onde

A ideia de sair dali até me

arrepia, isso era minha motivação diária para aguentar algumas grosserias sem

perder a capacidade de sorrir, não fazia ideia do que me aguardava mais meu

choque foi grande, quando vi o carro do meu namorado estacionando e as portas

se abrirem revelando aqueles olhos intensos, eu tremi.

Não era algo de semanas ele

estudaria aqui, até quando? Tentei manter uma postura e me voltei para minhas

amigas mais a presença dele não passou desapercebida, Ágata era uma garota

volátil demais, e ela adorava o fato de se envolver com os novatos

-Gostei dele, vou pegar! Ela abriu um sorriso malicioso quando eles se

aproximaram

Enquanto Ágata se atirava para o

rapaz, Fernando se aproximou e deu um beijo em minha testa e disse como que em

um sussurro ‘Tenho uma coisa para você na mochila’

Ele sempre dava um jeito de me

ajudar com dinheiro, alimentos, o que ganhava quase não pagava as contas, ele

era muito protetor comigo, ele nem me deu tempo de rejeitar a ajuda e já se

afastou, ele teria um dia complicado com o Santiago, a revolta dele iria causar

muita dor de cabeça.

Entrei na sala de aula, e me sentei

no lugar de sempre, fiquei observando ela começar encher de alunos, o silencio

havia dado lugar para um barulho, eu abaixei a cabeça para pensar um pouco

quando enfim o sinal tocou, quando me ergui meu coração acelerou mais que um

carro que lutava pra vencer uma corrida, ele estava na mesma sala que eu, minha

presença ali foi ignorada ele se sentou próximo a uma das janelas e ficou

quieto, o professor que entrou o apresentou a turma mais ele parecia

indiferente, silenciado no seu próprio mundo, que legal! Agora ficaria mais

difícil evitar ele, em um relance eu olhei em sua direção e nossos olhos se

encontraram, tentei abrir um sorriso amigável mais ele simplesmente revirou os

olhos e voltou sua atenção para a caneta que ele girava entre os dedos

Primeiro sinal tocou, todos

saíram desenfreados porta a fora eu me mantive em meu lugar, queria anotar

algumas coisas, e sabia que Fernando apareceria isso se ele não tivesse duas

aulas seguidas. Olhei de canto e Santiago ainda estava sentado em uma postura

relaxada, com fones em um tom tão alto que u conseguia ainda escutar a música The way, não sou fã dessas batidas

eletrônicas acho que elas desorientam nossos neurônios

Não demora muito para Fernando

aparecer na porta, ele abriu um largo sorriso cheio de animação, ele estava

suado e pegajoso mais isso não foi empecilho para ele me dá um abraço.

-Fiz um gol para você! Ele diz em

um tom orgulhoso, por um momento ele pareceu não notar que não estávamos

sozinhos e me entregou a sua mochila –Isso vai ser suficiente para uns três

dias...

Eu dou um sinal para ele olhar

para o lado e ele então segue minha orientação seu corpo enrijece ao ver

Santiago ali, mais ele parecia nem ter notado que Fernando chegou a música alta

e a cabeça inclinada para o chão, ele estava fora de orbita naquele momento.

O sinal tocou novamente e uma

professora entrou e já olhou feio para Fernando que deu de ombros e a rodou em

um passinho de dança desajeitado, ela sorriu com o besteirol e logo se colocou

em frente ao quadro para escrever, os demais alunos começaram a entrar na sala

minha atenção ficou voltada para a explicação dela, eu gostava de química, era

uma das minhas matérias favoritas, foram 40 min de aula, mais para mim pareciam

ter se passado somente 2 min. Quando todos começaram a sair eu comecei guardar

minhas coisas, na bolsa, uma silhueta parou em minha frente, o perfume que

exalou era forte e mais tinha um aroma agradável, eu segui com os olhos aquele

corpo até chegar no rosto, engoli a seco ao ver quem estava parado em minha frente

-O lugar que você falou, pode me levar lá hoje?  Santiago estava com as mãos no bolso e uma expressão neutra me encarado

a espera de uma resposta

-Do Parkours? Pergunto

-Sim! Ele responde rápido quase cortando meu raciocínio –Queria praticar, se

não puder me levar ao menos explique!

-Posso sim!  Sorri para ele mais não tive um retorno –

Fernando também conhece o local caso não consiga te levar ele pode! Ele mal me

deixou terminar a frase – Te vejo mais tarde... ele saiu sem nem esperar uma

resposta minha

Ele era enigmático mais a

grosseria dele o tornava uma pessoa de difícil acesso, Já estávamos

liberados... hoje seria uma palestra entre os professores, peguei minha

bicicleta e coloquei a mochila do Fernando na garupa mais antes que eu pudesse

sair ele me para

-Liv, espera! Eu gostava quando

ele me chamava assim, era carinhoso e eu sinto falta disso nele as vezes!

-O que foi?

-Vem com a gente, eu te deixo em casa. Ele me abraçou me guiando para o carro

–A bicicleta colocamos na porta mala de algum jeito...

-Eu posso ir nela! Santiago disse

a encarando, eu e o Fernando nos entre olhamos sem acreditar nisso, mais ele

logo tomou ela da minha mão e me entregou a mochila dele, eu sem questionar

entrei no carro, e fiquei observando ele mexer nas marchas

-Ele sabe andar? Perguntei e vi Fernando dá de ombros tão confuso como eu

Eu fiquei analisando a maneira na

qual ele desviava dos carros, meu namorado o acompanhou com uma velocidade

parecida para não perder ele de vista, Santiago era realmente um mistério, um

play boyzinho de cidade grande que praticava esportes de ruas? Eu podia estar

bancando a ignorante nesse assunto mais nunca que alguém do padrão dele teria

esse tipo de comportamento, ele era veloz, irresponsável, o vi quase acertar um

carro duas vezes, eu estava preocupada mais não conseguia parar de admirar, os

cabelos dele estavam soltos ao vento, fico imaginando o quão macio seria

enroscar as mãos neles, mordi o lábio quando sentir o corpo eletrizar com esse

pensamento

-Esse cara é louco, gostei dele!

Fernando falou entusiasmado

Assim que estacionamos em frente

à minha casa ele me entregou a bicicleta, o sorriso de satisfação dele era

enorme, eu me despedir dele e o meu namorado rapidamente e entrei em casa, meu

coração estava a mil, que estava ainda com os pensamentos que estavam me

atormentando, eu entro no meu quarto e pego uma roupa limpa e minha toalha e

vou direto para o banho, meu chuveiro havia queimado a alguns dias e não tive

coragem de pedir Fernando para ver isso para mim, ele aqui em casa sozinhos não

era uma boa ideia. Sair rapidamente daquela agua fria e vesti uma roupa

quentinha, abri a mochila que ganhei e tinha algumas coisas como frutas,

biscoito e sorvetes, ele me enchia de guloseimas será que ele achava que eu

precisava engordar? Mordi os lábios e me voltei para minha geladeira, precisava

comprar algumas coisas mais amanhã faria isso

Peguei um pote onde tinha frango

desfiado do almoço de ontem dou uma cheirada e ainda estava bom então esquento

e faço uma salada com umas folhas de alface e algumas frutas que havia ganhado.

Me sento na enorme mesa e fico me lembrando quando tinha meus pais,

costumávamos comer aqui todos os dias, conversávamos coisas aleatórias entre

risos. Solto um suspiro e fecho os olhos tentando segurar a lagrima que queria

cair

O gosto do meu almoço tinha um

sabor de saudade e dor, desceu entalando, tomei uma agua para ajudar empurrar

mais não conseguir terminar, eu me sentia sozinha, queria gritar para o mundo

que estava sozinha, eu queria um abraço forte me dizendo que tudo agora não era

só minha responsabilidade que eu teria ajuda.

Eu sentia falta de Otavio por

isso, ele me fazia esquecer um pouco tudo aquilo, mais não sabia quando ele

iria voltar, solto um último suspiro e me troco mais uma vez, Álvaro não gostava

que usasse roupas muito justas ali, eu era funcionaria dele então tinha que

obedecer. Opto por vestir minha calça de sempre e um moletom, quando estava

trancando o portão me assusto com o carro de Santiago parado em minha porta, eu

olho em direção a BMW X4 M40i Era um senhor carro, eu não tinha notado quando ele havia chegado eu me

aproximei um pouco receosa mais ele logo abre um sorriso

-Vim, te buscar para irmos a

pista que você falou. Ele abriu a porta e me encarou – Fica de boa, Fernando e

Álvaro saiu com a loirinha rabugenta e só voltam as 17horas, temos tempo!

Soltei um suspiro e me

agarrei a bolsa e entrei, ele fechou a porta e rodou entrando pelo outro lado,

o cheiro era muito gostoso, misturou o aroma de lavanda com o do perfume dele,

o ar condicionado deixou o carro bem frio, ele ligou a chave e deu ré eu

expliquei a ele o caminho e ele foi ia seguindo as instruções, assim que

chegamos lá, pensei em ir embora e deixar ele sozinho, mais ele se sentou na

pista de skate e fez um gesto para que me senta se ao seu lado, eu relaxei um

pouco e me sentei um pouco distante

-Eu não mordo, sabia? Ele

diz encarando o céu

-Eu sei, mais você não aparenta gostar de muita proximidade, Ele se volta para

mim com um olhar sombrio –Quero dizer...

-Não Diga nada! Ele me corta – Eu não queria estar aqui, por isso sou tão

fechado. Ele faz aspas com os dedos

E nesse primeiro momento

vejo que ele usa vários anéis, Santiago tinha um estilo único, era diferente

dos que eu conhecia, todos muito engomadinhos ou os internos, que gostavam de

preto e viviam sempre como mafiosos eu não evito de rir do meu próprio

pensamento

-Que foi? Ele perguntou

notando minha crise de risos

-Lembranças engraçadas. Me encolho e fico encarando a pintura na quadra

-Qual o lance.... o toque do

meu celular interrompe ele de continuar rapidamente pego o aparelho e vejo uma

mensagem de Álvaro

“Se uma pessoa com o nome

Beltron ligar, não deixe de me avisar”

Conhecendo ele como conheço

ele não gosta de ser interrompido, ou seja, era importante eu me levanto

rapidamente e o encaro que fica confuso

-Eu preciso ir... ou uma

pausa – Álvaro me mata se perco alguma coisa dele! Ele me olha um soslaio e se

levanta mostrando o quão mais alto que eu ele era, aquele cheiro de lavanda

invadiu minhas narinas quase que me embriagando

-Vamos! Ele me puxa pela mão

sem espera qualquer resposta, entramos no carro e com menos de 2 minutos

chegamos, eu pulei rapidamente para a recepção, e graças a Deus não tinha

nenhuma chamada no identificador, eu soltei o ar que estava preso em um alivio

avassalador um sorriso de paz apareceu e então me lembrei que não estava

sozinha, olhei para a frente e ele encarava a o tapete, ouvi o barulho o seu

corpo se chocar com o sofá e ele relaxar.

-Lívia... Escuto meu nome! –

Cadê os documentos que Álvaro deixou para mim?

Raul, um dos irmãos do meu

chefe, um homem charmoso que uma vez ou outra aparecia para dá o ar da sua

graça, gostava da postura ereta e um ar de nômade que ele tinha, se eu não

fosse cética diria que ele saiu de outra época, cabelos grosseiramente escuros

envolvia aquela pele pálida, eu quando o conheci costumava achar que era um

vampiro, mais notei que estava imaginando coisas

-Estão no escritório dele,

ele disse que quando viesse pegar podia te deixar entrar! Ele abriu um meio

sorriso e foi para o escritório ignorando a presença de Santiago que se

mantinha encolhido, eu fiquei o encarando por um longo tempo.

Ele tinha um rosto tão

angelical, não combinava nada com a arrogância que ele transmitia, sua boca era

tão desenhada, fico imaginando como seria beijar ela, tentei desviar o olhar

mais estava ficando impossível até que o vejo me encarar, meu corpo gelou, ele

abriu um sorrisinho descarado e ficou um longo tempo me encarando

- O que tanto você olha? Ele

quebra o silêncio

- Só estava procurando algo

mais já encontrei. Mentir

Ele se levanta e se aproxima

ficando a poucos centímetros de mim, seus olhos capturaram os meus de uma

maneira tão intensa que não conseguir desviar

- O que você precisava\,

estava na minha boca? Ele diz abaixando a cabeça olhando para meus lábios e

voltando para os meus olhos, um sorriso malicioso surgiu quando achei que ele

me beijaria ele se afastou

- Seu namorado pode não

gostar Liv...  Um misto de medo e

frustração me atingiu, o que estava acontecendo comigo? Eu podia jurar que

estava corada, com pouco mais de 20 minutos Hellen apareceu com um sorriso de

orelha a orelha na porta vindo em minha direção, assim que Álvaro cruzou a

porta ficando no meu campo de visão o alertei sobre seu irmão está em seu

escritório, ele sorriu gentilmente e foi para lá, estranhei não ver meu

namorado mais já imaginava que ele teria outras coisas para resolver com o time

de futebol ele sempre sumia nas segundas e nas quartas para jogar, e naquele

momento eu precisava disso

-E aí como foi aguentar o

garoto chato? Ela me fitou com uma expressão curiosa

-Ele foi legal! Respondi evasivamente – Conversamos bem pouco!

-Espera! Ela deu um baque

para frente –Sua pupila dilatou na hora que falou dele! Droga... Hellen era a

pessoa mais observadora que eu conhecia

-Está enganada, eu gosto do

Feh! Menti descaradamente, ela sabia que meu namoro com ele era mais gratidão

que amor...

-Lívia cuidado, aquele

idiota tem cara de que gosta de brincar com as meninas! Ela me alertou – Ele

parece ser uma cópia piorada do Fred

Uma cópia piorada do Fred...

aquela frase me fez lembrar de quantas garotas ele partira o coração em menos

de um ano e em como aquilo não lhe causava um remorso sequer

Estava ficando tarde eu

tinha acabado de fechar o portão quando avistei o carro do meu namorado, ele

estava estacionado a pouco mais de 100m da mansão, eu encarei com um pouco de

dificuldade, mais o que vi me fez estremecer, ele estava com uma garota, ela tinha

cabelos longos e escuros assim como os meus, mais seu rosto era um mistério a

luz do farol aceso não estava ajudando muito a minha visão, mais eles pareciam

apenas conversar, Fernando era popular ele tinha amigas, e eu não seria a

namorada ciumenta que faria uma cena por isso, não queria não podia, não devia,

eu desviei meu trajeto normal e voltei para casa, queria tomar um banho e

pensar em tudo que tinha acontecido, eu estava começando a sentir algo por

alguém que eu acabei de conhecer? Isso não era bom, eu tinha que deletar isso

da minha cabeça.

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