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O Anjo Do Meu Vizinho

Prólogo

Prólogo

"A Auto-estima é o que há de mais divino no ser humano. Pois quando nada lhe resta, resta-lhe a si mesmo."

 

Tudo começou quando Laura estava de mudança para a nova cidade. Larissa, sua melhor amiga, fora morar com sua avó no grande Nova York, quebrando um laço de muitos anos. Juntas viviam grandes aventuras e desavenças, porém, Henry o pai de Laura, achava a amizade muito forçada e não gostava nem um pouco. Um dia, a madrasta de Laura sugeriu que fossem morar em Nova York, fazendo-a se animar por alguns instantes.

Tudo parecia legal no começo. A família havia gostado da cidade, a irmã mais velha da garota já havia morado na cidade um pouco antes, então seu pai achara que seria legal se fossem também. Achava que Laura se tornaria uma nova pessoa e que teria muitos amigos, que os problemas fossem acabar e que a garota não seria expulsa de mais nenhuma escola. Aí é que está. Acontece que Laura não era uma má aluna, entretanto era expulsa porquê não a aceitavam nos colégios, graças à sua adorável madrasta que pagava para a expulsarem das escolas. Laura ainda não entendia isso o que sua madrasta queria fazer, mas a mulher literalmente queria prejudicá-la.

Laura era brasileira, e nos últimos 16 anos morou no Rio de Janeiro. A garota nascera em São Paulo, mas nos últimos dois dias estava em Nova York e passou 2 dias hospedada no hotel Royals. Seu pai os hospedou no hotel para ter tempo de aprontar a mansão em que iriam morar pelos próximos anos. Estavam à caminho de sua nova casa. Nos últimos anos, nada dera certo para a família da garota, se é que podia se chamar de família.

Sua mãe morrera atacada por um tubarão. A mulher era uma surfista e amava o mar, porém fora atacada por um tubarão martelo quando Laura tinha 12 anos, já haviam se passado 4 anos. Depois que a moça faleceu, seu pai se casou com outra mulher. Uma loira de três filhos, sendo um de 18, o outro de 11 e o outro de 4.

A irmã mais velha de Laura, Haily, de 22 anos, já morava com o namorado Edward Stuart de 25 anos, então iriam morar seu pai, a madrasta, seus 3 filhos e Laura, que era totalmente invisível na vida de todos. Depois que sua mãe morreu, era como se todos tivessem morrido. Haily, seu pai... Todos morreram. Todos saíram de sua vida.

Porém, Laura já havia se acostumado com aquilo. Com a rejeição.

Seu nome era Laura Müller Johnson, tinha 16 anos e seus cabelos eram castanho claro, lisos. Seus olhos verdes esmeraldas e amarelados a definia. Laura tinha o olho esquerdo verde esmeralda e o direito cor âmbar, por uma síndrome chamada Heterocromia. Sua pele era branca como a neve. Seu pai se chamava Henry Müller Küster e sua madrasta se chamava Mariana Müller de Oliveira.

Os filhos da moça eram: Daniel Müller de Oliveira de 18 anos, o de 11 era Thomas Müller de Oliveira e o de 4, Logan Müller de Oliveira. Logan era seu irmãozinho e tinha o rosto do pai.

Laura nunca tivera muitos amigos, mas queria tentar mudar naquele ano e queria se permitir ser livre novamente.

Quando sua mãe faleceu e Laura ficou com uma depressão forte, se isolou de tudo e de todos, não deixava ninguém ultrapassar o limite de "Oi." Pois Depois da morte de sua mãe, tudo se tornou horrível. Seu pai trabalhava de resgate e salvava as pessoas, sua família era milionária por conta de sua mãe que nascera em berço de ouro e desde que seu pai se casou, Laura o odiava com todas as forças.

                           (...)

Depois de horas em um carro, pararam em um restaurante para comerem alguma coisa. Seu pai pediu um prato e todos sentaram juntos à mesa. Laura ficou super quieta como sempre, até que o pedido feito por seu pai chegou, eram mariscos.

— Sou alérgica a camarão.— Laura falou, o observando.

Haviam camarões no meio daquele monte de comida estranha, e Laura estava magoada com seu pai por não lembrar daquilo.

— Desde quando? — Seu pai perguntou.

— Desde que nasci.— Laura suspirou.

— E o que queres comer?

— Um X-Salada, uma porção de batata-frita, e Sundae de chocolate.— Laura respondeu.

— Tudo isso? 

— Ainda é pouco.— A garota respondeu.— E é melhor do que essa sua comida aí, que está quase saindo do prato.

— Isso é polvo.— Disse Daniel.— E não está vivo!

— Até parece que você não come nada há anos, ou que não tem comida em casa! — Mariana suspirou.

— Não consigo comer o que quero há 4 anos.— Laura falou, sorrindo cinicamente.— Então tecnicamente estás certa.

Seu pedido logo chegou, porém a garota tivera que dividir com Thomas e Logan, para assim prosseguirem com a viagem.

                       (...)

Finalmente havia chegado, Laura sorriu e olhou pela janela.

Pararam de frente à uma mansão branca, Era linda e maior que os apartamentos em que já haviam morado. Seu pai saiu do carro e Laura saiu logo em seguida, depois os outros. A brisa do vento sopravam em seus cabelos que voavam, seu vestido parecia querer levantar. Naquele instante, Laura se sentiu completamente livre. Fechou a porta do carro e seu pai pegou a chave da mansão, Laura pegou suas malas e observou a casa.

— Pai, eu posso abrir a porta da casa?  — A garota perguntou.

— Filha, agora não.— O homem suspirou.— Não consigo achá-la.

— Pai, posso abrir a porta da casa? — Thomas pediu.

Thomas não era filho do homem, nem Daniel, mas ambos o chamava de pai.

— Claro, vai lá.— Jogou a chave para Thomas, enquanto tirava as malas do porta-malas.

Laura ficou com uma expressão de raiva naquele instante em que presenciou aquela cena, todos eram tão injustos consigo.

— Eu pedi primeiro! — Laura falou, cruzando os braços.

— Sinto muito querida, talvez na próxima vez, eu sei que não ficará com raiva.— Disse o homem, a encarando.

— Não terá próxima vez.— Laura falou, pegando suas malas e caminhando até a casa.

A entrada era pelo jardim, e no jardim era tudo muito bonito e bem conservado. O gramado, as flores.... Uma enorme piscina decorava o lado direito, haviam barracas e um cômodo de fazer churrasco. Mais à frente, uma estufa só de flores e plantas decorava ali também, e uma sala de jogos. E finalmente... a portaria que entrava para dentro da casa. O primeiro cômodo era a sala de estar, que era enorme e bonita. As paredes eram brancas, as cortinas de seda, uma enorme janela de vidro preenchia a casa, e a TV colada na parede, que parecia aqueles telão de cinema. Tudo muito exagerado, como sempre. No meio da sala havia um enorme sofá que rodeava o cômodo inteiro e grandes quadros e porta retratos da família, menos de sua mãe. Tinha um criado mudo e em cima, um abajur branco e dourado.

Capítulo 1 - O garoto dos olhos verdes

Havia uma escadaria enorme que dava no corredor para os quartos, e outro corredor encostado. Na sala tinha um banheiro e uma outra portaria que dava para a cozinha, logo à frente tinha a sala de jantar, havia sala para absolutamente tudo ali. Laura subiu as escadas e foi para o quarto. A garota notou que era seu quarto quando viu seu nome na porta. Puxou a maçaneta e entrou.

 

Seu quarto era lindo, as paredes eram brancas com alguns papéis de parede de borboletas rosas, as cortinas de seda branca preenchia a janela que havia ali. Havia uma pequena varanda e a cama era de casal e era linda, grande e espaçosa. Era uma suíte, tinha uma TV de 42 polegadas, 2 abajures de cada lado da cama e era deslumbrante.

Laura se arrumou no quarto, colocou suas roupas no closet, arrumou o quarto de seu jeito e depois arrumou seus porta retratos. Ao terminar, a garota seguiu para o banheiro.

Tomou um banho rápido sem molhar o cabelo, secou-se e logo se vestiu. Optou por usar uma regata branca, um short jeans e um vans vermelho. Deixou o cabelo solto e logo desceu para a sala.

— Pai, eu preciso de 100 dólares.— Disse a menina.

— Para que? — Perguntou ele.

— Preciso comprar meu novo skate, o outro ficou no Brasil.— Laura suspirou.

— Vá na sala de jogos.— Disse o homem.

Laura suspirou e seguiu até a sala de jogos que ficava fora da casa. Ao chegar lá, a garota abriu a porta e encontrou sua bicicleta e seu skate. Sorriu mínimo e pegou o skate.

— Valeu.— Agradeceu ao homem.

Olhou o horário e marcava 3:00h da tarde, Laura pegou seu skate e saiu andando para conhecer a vizinhança. Em frente à sua casa havia uma garota, seus cabelos batiam nas costas, loiro e lisos amarrados em um rabo de cavalo.

— Oi Laura.— A garota sorriu.

— Larissa? Eu não acredito! Como? — Laura perguntou, surpresa.

Ambos se abraçaram fortemente e logo Larissa explicou tudo.

— Minha avó está morando nesse bairro, eu moro com ela no fim da rua. — Disse a garota.

— Amiga, eu estava com tanta saudades! — Laura sorriu.

Larissa era a única e melhor amiga de Laura, ambos se conheceram em um parque no Brasil quando tinham 5 anos de idade. Larissa tinha 17 anos e era um ano mais velha que Laura, e a garota a fez companhia nos bons e nos maus momentos, ela sabia de tudo o que acontecera na vida de Laura e ambos confiavam uma na outra. As garotas passaram horas conversando ali, sentadas na calçada.

— Coloque uma lente de contacto verde esmeralda para ficar com os dois olhos verdes.— Sugeriu a garota.

— Eu já falei que não, Deus me fez assim, e vou ficar assim.— Laura suspirou.

Daniel apareceu e a chamou para dentro.

— O pai está chamando.— Daniel falou.

— Já vou! — Laura acenou.— Tchau amiga, depois nos falamos.

— Tchau amiga.

Daniel tinha uma quedinha por Larissa e Laura achava aquilo super engraçado. A garota entrou para dentro e notou o silêncio pairando pelo ar, estava tudo tão quieto, e todos estavam sentados no sofá.

— Queria falar comigo? — Laura perguntou, observando o homem.

— Colocamos você em um colégio, não se misture com os bolsistas e sem perguntas, sua amiga Larissa estará lá, não responda os professores e seja normal.— Henry falou.

— Ok, mas qual é o problema de se misturar com os bolsistas? — Laura perguntou.

— Apenas mantenha distância.

— Mariana não quer dividir o carro com você, então terá que ir de bicicleta, você é nova pra ter um carro.

— O que? Ficou maluca? Pai! Você não vai permitir isso, né? — Laura resmungou.

— Não posso mandar no carro dela, desculpe.

Laura suspirou e saiu da casa. Odiava aquela mulher, Mariana fazia de tudo para derrubar a menina e Daniel notava e ficava debochando.

Laura caminhou por longos minutos até chegar em uma praça, onde sentou-se no banco e permaneceu de braços cruzados.

A garota ficou sentada no banco daquela praça até começar a chover, ela estava sem skate e cada vez chovia mais e mais forte, Laura fora embora em baixo de chuva mesmo, sem se importar com absolutamente nada. Estava molhada e com frio, seu cabelo estava encharcado, então a garota desistiu e correu. Virando a esquina, alguém esbarrou em Laura, e quando a garota ia cair, a respectiva pessoa a segurou pelos braços e seus corpos se colaram imediatamente.

A garota rapidamente afastou-se e pôde ver quem era. Era um lindo rapaz de pele beijada pelo sol, cabelos longos e olhos verdes. Era maior que Laura e com certeza bem forte. Após vê-lo, o coração de Laura começou a palpitar, a menina começou a ficar com calor, arrepiada, o suor ficou presente em meio á chuva forte. Laura ficou parada, encarando o belo rapaz que também a encarou por longos segundos.

— Desculpa, eu...eu...sou muito desastrada! — Laura suspirou.

A garota desviou o olhar e se afastou, mas o rapaz pegou em seu braço e a fez ficar de frente para ele.

— Desculpa digo eu, eu...não vi você aí, eu que esbarrei em você e quase a derrubei.— Falou o rapaz, ainda a segurando.

Aquela voz deixou Laura ainda mais arrepiada.

— Eu estava correndo igual uma idiota.— Disse a garota, e ele abriu um sorriso encantador.

O rapaz soltou o braço Laura e ficou corado, a garota sorriu e achou interessante.

— Seus olhos são bem chamativos.— Disse o rapaz.

— Por que? — Laura perguntou.

— São de duas cores, são lentes de contacto? — Ele perguntou.

— Eu não uso lentes de contatos, isso foi muito rude. Eu tenho síndrome de heterocromia.— Laura suspirou.

— Desculpe, eu não sabia.— Ele falou.— Já percebeu que estamos na chuva?

— Sim.— Laura o encarou.

— Como se chama? — Perguntou o rapaz.

— Eu não falo meu nome para estranhos.— Laura cruzou os braços.

"Droga sua idiota, porque falou isso? " — Pensou a garota.

— Tudo bem, você é nova moradora?

— Sim, acabei de mudar.— Laura sorriu.

— Eu moro aqui desde sempre.— Ele sorriu.— Podemos nos conhecer melhor a qualquer hora.

— Isso seria legal, mas agora eu preciso ir, meu pai pode chamar a polícia pensando que eu me perdi.— Laura mentiu.

Sua família jamais a procuraria.

— Até mais.— Ele sorriu.

— Até.

Laura saiu correndo, enquanto o garoto de olhos verdes a seguia com o mesmo percurso, logo a garota chegou em sua casa e todos ainda estavam sentados no sofá. A garota olhou o relógio e marcava 6:00h da noite.

Capítulo 2 - O colégio

— Da próxima vez que sair assim, eu vou te deixar sem celular e sem skate, e vais ficar de castigo! E vai trocar de roupa, não quero que você fique doente! — Disse Henry, seu pai.

 

Laura revirou os olhos e correu para o seu quarto. Pegou roupas secas e sua toalha, separou um pijama branco e logo depois entrou no banheiro. Tomou um banho relaxante e demorado e logo saiu, pronta para se vestir. Ao terminar, desceu para a sala e todos já jantavam na sala de jantar. Ninguém a esperava para jantar.

— Por que não me esperaram para o jantar? — Perguntou a garota.

— Se esperamos você o jantar esfria.— Mariana falou.

— Tanto faz, já estou acostumada.— Laura resmungou.

Laura sentou-se na cadeira e Mariana levantou-se.

— Bom, já acabei.— Disse a mulher.

— Também já acabei.— Seu pai falou.

— Eu também, vou jogar no meu PSP! — Thomas saiu.

— Mamãe, eu também quero ir.— Logan pediu.

Mariana voltou e pegou o garotinho no colo, enquanto Laura ficou sozinha com Daniel.

— Vamos lá, não vai sair e me deixar aqui sozinha? — Laura riu, sem humor algum.

— Ainda não acabei de comer.— Daniel falou, enquanto mastigava.

— Eu estou sem fome, licença.— Laura levantou-se.

A garota levantou-se e foi para o quarto, escovou os dentes e se deitou. Enquanto observava o teto, seu celular começou a apitar sem parar. A garota observou a caixa de mensagens e notou que era Larissa, sua amiga.

— Oi Laura! — Larissa enviou.

— Oi Lari.— Laura respondeu.

— Esqueci de te contar, estou namorando! — Larissa enviou.

— Parabéns, me conta tudo! :D — Laura respondeu.

— Ele é loirinho, mora na frente da sua casa, faz 5 dias que estamos em um caso.

— Puxa, eu ainda não sei quem é, mas quando descobrir eu vejo.— Laura respondeu.

— Amanhã não vou ao colégio, vou ao dentista, e... Já viu os uniformes escolares? — Perguntou a garota.

— Ainda não.— Laura respondeu.

— É bonitinho e sexy, é uma saia curta e uma blusinha, a saia é vermelha e a blusa branca, e de educação física é um short-saia curtinho, e de natação é um maiô.— Larissa explicou.

— Igual no Japão? — Laura perguntou.

— Sim, só que...curtos. No Japão a saia vai quase abaixo do joelho.— Larissa respondeu.

— Misericórdia, nós vamos mesmo estudar? Eu não gostei da definição desses uniformes, parece meio chamativo...

— Pena que não temos escolha, né.

— Isso é meio injusto...

                         (...)

Ambos conversaram por longos minutos, até que foram dormir. Laura permaneceu acordada por algumas horas a mais, guardou seu celular e ficou pensando, enquanto olhava para o teto de seu quarto. Seus pensamentos se voltavam sempre para o rapaz que havia esbarrado mais cedo, Laura fora tão burra, pois se apaixonou pelo rapaz e fora pega de surpresa, foi amor á primeira vista. A garota o amou desde o primeiro contato visual até o último, sentia uma sensação estranhamente boa, mas nunca tivera uma sensação daquelas. Tinha tantas perguntas em sua cabeça....

Será que voltarei a vê-lo novamente?

Como será seu nome?

Quantos anos será que tem?

Será que ele me achou estranha?

Eram tantas perguntas em sua cabeça que a fez adormecer rapidamente.

                           (...)

Laura acordou-se e abriu os olhos rapidamente com Daniel em sua frente, com um copo D'Água em mãos. Laura rapidamente levantou-se e correu para perto da janela.

— O que faz aqui no meu quarto!? Como entrou? — Perguntou a garota.

— Entrei pela porta, e o pai pediu para eu vir aqui te acordar para não atrasar para o colégio.— Disse o rapaz.

— Mas a escola é 1:00h da tarde! — Laura resmungou.

— O que?

— Ainda são 10:50h! — Laura gritou.— E não entre no meu quarto sem permissão!

O rapaz assentiu e saiu, mas antes de sair jogou o copo D'Água em Laura.

— Seu desgraçado! — Laura gritou e saiu correndo atrás do irmão.

Porém logo voltou para o quarto. Pegou sua toalha, tomou banho de aproximadamente 20 minutos, sendo cronometrados pelas músicas e de acordo com as bandas de rock. Ao terminar o banho, a garota suspirou e foi se vestir. Abriu seu closet e ficou procurando roupas íntimas, encontrando uma lingerie vermelha. Vestiu-se lentamente e sem pressa alguma, e quando ainda estava de íntimos Daniel apareceu, o rapaz abriu e porta e a pegou de roupas íntimas, o que era normal por conta da garota usar biquíni sempre que entrava na piscina.

— Sai daqui! — Laura gritou.

— Calma maninha, vim trazer o seu uniforme!

— Sai logo!

Ele colocou o uniforme na cama e saiu correndo, Laura fechou a porta e se vestiu. O colégio em que iria estudar precisava usar uniforme, e que uniforme curto. A garota se sentiu desconfortável, mas não podia opinar.

Precisava ser normal, ter amigos.

Colocou a saia.

Esse colégio tem que dar certo.

Vestiu a blusa e foi escovar os dentes.

Vai dar certo.

Escovou os cabelos e se perfumou. 11:10h desceu para a sala e comeu rapidamente, retornou ao banheiro e escovou os dentes, soltou o cabelo e fora pegar sua mochila, pronta para ir ao colégio. No meio do caminho, encontrou o garoto lindo dos olhos verdes dirigindo um carro.

                        (...)

Ao chegar no colégio, Laura se deparou com milhares de carros estacionados, motos e bicicletas. Na vaga de bicicletas, a garota deixou sua bike estacionada e amarrou com o cadeado no ferro, logo caminhou para a entrada do colégio, onde muitos a olhavam.

Muitos? Não, só o colégio todo a olhava.

Laura entrou no colégio e notou o corredor inteiro direcionado para si, suspirou e foi até a diretoria, bateu na porta duas vezes e entrou.

— Licença senhor diretor...

— Eu mesmo, sou o diretor Perry Burton, a senhorita deve ser... Laura Müller.— Exclamou o homem.

— A própria, Laura Müller Johnson. Prazer em conhecê-lo.— Laura o cumprimentou.

— O prazer é todo meu, o que a trás aqui?

— Preciso saber em que sala eu ficarei, e a chave do armário.

— Aqui está o papel.— O homem a entregou a chave e o papel.

Laura agradeceu e saiu, porém ao sair, bateu a porta em alguém. Ao olhar para baixo, a garota viu o rapaz dos olhos verdes. Imediatamente o ajudou a levantar, completamente envergonhada.

— Ai meu Deus! Eu... Mil desculpas, foi sem querer! — Laura fora interrompida.

— Tudo bem, acidentes acontecem.— O rapaz riu, se arrumando.

— Sua chave.— Laura o ajudou.

— Obrigado.— A garota o entregou a chave e suspirou.

— Preciso ir.

Laura andou pelo colégio inteiro, que era enorme. Chegou no corredor dos armários e olhou a chave, vendo o N°48. Abriu o armário N° 48, e se surpreendeu ao ver fotos de garotas coladas, revistas, e alguns livros. O garoto dos olhos verdes apareceu rapidamente, com sua respiração ofegante.

— Você trocou as chaves.— Disse o rapaz, coçando a cabeça.

— Eu percebi.— Laura entregou a chave ao rapaz.

Pegou sua chave, que por sinal era a N°49, ao lado do rapaz e riu pelas coisas que viu naquele armário tão decorado.

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