NovelToon NovelToon

O AROMA DO AMOR

Todos Merecem Uma Segunda Chance E Eu Quero A Minha

PONTO DE VISTA: RAVI LEBLANC

— Ravi, vai nos deixar?  É isso que realmente quer? Se sair por essa porta, nunca pense em voltar, esqueça a nossa existência. — A voz da mulher histérica ressoava enquanto eu segurava a maçaneta. 

A minha decisão já havia sido tomada. Não hesitei e passei pelo vão sem olhar para trás.

O som de uma porta sendo fechada com força foi ouvido. 

Seis meses depois... 

Meu nome é Ravi Leblanc, vivi dez anos no exterior em dois países: Inglaterra e França, mas estou voltando para o país onde nasci, Estados Unidos.

Sou arquiteto, já consegui alguns méritos e prêmios na minha profissão no exterior.

Resolvi voltar para Nova York para recomeçar a minha vida.

Sempre fui um homem prático e determinado no trabalho, porém instável nos relacionamentos.

Nunca fui um santo, o cara certinho,  tradicional e fiel, longe disso... Aproveitei a minha vida de solteiro enquanto pude. 

Há alguns meses terminei um relacionamento que durou por dois anos, contando com as idas e vindas, e quatro meses vivendo juntos. 

Tomei a decisão de seguir em frente ao perceber que estava vivendo uma relação tóxica, sem respeito. 

No início, achei que poderia dar certo, era uma relação aberta, pois não havia sentimentos, somente desejo sexual. Porém, com o tempo percebi que não era a vida que eu queria para mim. 

O término não foi pacífico. Senti falta no início, fiquei com um vazio no peito. No entanto, não queria ficar preso naquele círculo vicioso. 

Nunca contei para meus amigos ou família como era a minha vida amorosa no exterior. E tinha certeza que se um dia, o meu último relacionamento fosse exposto, seria alvo de críticas de muitos e aceitação por poucos.

Independente de qualquer coisa, pediria que entendessem que eu tinha uma filosofia de vida diferente, mas o tempo me mostrou que o meu coração desejava estabilidade, exclusividade e sinceridade.

Foi por sentir que precisa mudar de vida que comecei pensar:

"Todos merecem uma segunda chance e eu quero a minha."

Por isso, nada melhor que deixar o passado para trás e recomeçar. 

A força do meu pensamento foi tão forte que o destino começou a conspirar ou a trabalhar a meu favor bem rápido, assim que voltava para casa. 

Naquele dia, eu senti que as minhas antigas convicções sobre relacionamento estavam prestes a serem dilaceradas. 

Qual a probabilidade de um homem ver uma mulher pela primeira vez durante um voo e sentir que sua vida não seria mais a mesma a partir de então? 

Nunca amei ninguém de verdade... nunca importei com sentimentos, o importante era viver o momento. 

Sempre achei um absurdo, as pessoas dizerem que se apaixonaram à primeira vista. E adivinhe, o que aconteceu comigo? 

Ao entrar no avião, percorrendo o corredor onde ficava o meu assento, tinha uma mulher andando na minha frente. 

Até aí, tudo bem! Seria muito normal, se algo não me chamasse tanto a atenção.

Não foi a beleza da mulher, pois não a vi de frente. Não foi o seu belo corpo, apesar de ter visto suas curvas que eram bem definidas, na medida certa… 

O que despertou o meu interesse, foi o seu perfume. 

"Que perfume maravilhoso! Que mulher cheirosa!" 

Ela sentou na fileira de assentos ao lado do corredor onde me sentei. 

Fiquei curioso para saber como era a dona do aroma marcante, suave e sedutor. Parei por alguns segundos para poder ver o seu rosto.

Para mim, ela era linda!

 Era loira, olhos claros e tinha cabelos curtos. 

Eu não consegui controlar a necessidade de observá-la durante todo o tempo. 

Visualizei o seu sorriso, percebi que a sua voz era baixa, admirei o comportamento, senti o seu olhar, apreciei o visual moderno, porém elegante... 

Seria ela apenas uma nova conquista para ter sexo casual… ou era algo mais? 

Era esse o questionamento que fiz a mim mesmo no início, quando percebi o meu súbito interesse pela mulher desconhecida. 

No entanto, eu comecei a sentir que alguma coisa em mim estava diferente.

As horas iam passando e sempre que possível, esticava o meu pescoço e ou inclinava-o com o meu corpo para frente para poder visualizá-la conversando com a senhora ao seu lado. 

Talvez seria neta e avó, à primeira vista constatei que tinha respeito, paciência e carinho entre elas. E essa possibilidade de parentesco, me fez ser cauteloso. 

Ainda durante o voo, duas crianças de 4 a 6 anos que deveriam ser irmãos, foram até ela algumas vezes. A loira falou com elas, deu-lhes atenção, fez carinho em suas cabeças, entregou balas e chocolates. Isso se repetiu no decorrer da viagem, o que gerou muitos sorrisos da mulher, da senhora mais velha, da garotinha e do seu irmão. 

Quem era ela? Quanto carisma, ela tinha... A sua simplicidade a tornava encantadora e… sexy!?

Num determinado momento da viagem, nossos olhares se cruzaram e ficaram fixos um no outro, ela deu um leve sorriso e continuou dando a atenção à sua companheira ao lado.

A minha curiosidade só aumentava e aquele mínimo momento de flerte, me deu certeza que precisava conhecê-la. Eu a desejava.

Esperei por oportunidades, como ir ao banheiro ou se levantar, pois o voo era de muitas horas. 

As únicas vezes que ela fez essas ações, sempre era acompanhada pela senhora ao lado. Mesmo assim, fiz questão de cruzar com ela no corredor numa dessas (vezes). 

Ao passarmos um pelo outro, trocamos olhares, leves sorrisos, um cumprimento sutil de cabeça enquanto pisquei para ela e toquei levante os seus dedos com os meus enquanto passei por ela.

Seguindo o caminho, por onde ela havia passado, senti o seu perfume novamente... 

Aquele aroma era como a sua dona, tinha um ar de mistério, era refinado e excitante... 

A cada instante, crescia a vontade de saber mais sobre ela e tê-la em meus braços... Nessa hora percebi o quanto o meu passado foi insignificante. O quanto era solitário mesmo vivendo de uma forma promíscua com tantas mulheres. 

Eu queria e precisava de uma segunda chance para ser feliz.

Seria ela o meu recomeço? 

O meu passado poderia ser deixado em segredo? 

Fui muito ingênuo em acreditar que sim...

FOTO:

(Escolha e imagine o seu ator/cantor/ modelo preferido como o personagem, caso não se identifique com a imagem escolhida).

Imagem aleatória retirada da ‘internet’ para fins meramente ilustrativos:

Onde Posso Te Encontrar?

As horas foram passando e nosso destino final estava próximo. E por isso a ansiedade começava a tomar conta. 

Eu precisava saber quem era ela. 

Só restava o desembarque para ter a chance de uma aproximação... 

Quando chegamos ao aeroporto e a nossa saída do avião foi liberada, eu já sentia saudades, não queria me despedir. Se bem, que nem a conheci…

Ela se levantou, pegou a sua bagagem de mão e da senhora no compartimento acima. Mais uma vez, a sua companheira de viagem estava lá ao seu lado, aguardando. 

Fiquei tão inebriado por ver tão de perto o seu amplo sorriso, enquanto conversava e tirava a bagagem que perdi a chance de oferecer ajuda e falar com ela. 

Esperei que caminhasse no corredor e entrei na fila, fiquei tão próximo do seu corpo que pude sentir o seu calor e o perfume que emanava mais uma vez... 

Para a minha surpresa, ambas as mulheres começaram a se despedir ali, pelo que entendi, se conheceram na viagem e saíram juntas. 

Antes não a abordei, pois acreditava que estava com uma pessoa da família. Seria desrespeitoso flertar tão abertamente, se fosse o caso de uma avó com neta.

Se eu soubesse que era uma desconhecida ao seu lado não teria perdido tantas oportunidades. 

De repente, pensei que ainda havia uma chance para falar com ela: a esteira de malas... 

Outra vez o meu plano deu errado, assim que chegamos, as crianças e os pais delas se aproximaram e a rodearam. 

Poucos minutos depois, enquanto eu pegava as minhas malas, ela foi embora, pois quando olhei onde estava, já não havia mais ninguém. 

Olhei para todas as direções, mas não a vi. 

Eu até poderia usar os contatos dos meus pais para descobrir quem era aquela mulher, porém, não era tão simples assim... 

A nossa relação não era das melhores há muitos anos. Tínhamos várias diferenças de pensamentos, mas duas delas me levaram para longe. 

Uma das divergências foi a não aceitação da profissão que escolhi. Eles queriam que eu me dedicasse à empresa da família, que fosse o futuro CEO, porém eu queria ter a minha identidade própria.  Por isso, não aceitei fazer um curso ligado a área financeira ou Administração de Empresas. 

Já o segundo motivo tem a ver com a minha vida pessoal. 

Meus pais se casaram por meio de um contrato, ou seja por conveniência. Então, exigiam que eu fizesse o mesmo e era algo que também não aceitei e não aceitarei. 

Sendo assim, antes que a informação da minha obsessão, a loira misteriosa, chegasse até mim, já estaria ao alcance deles. E se não fosse do seu agrado, estragaria qualquer tentativa de aproximação por minha parte. 

Pensei em contratar um detetive particular, mas valeria a pena? 

Ela era linda! Com tanto carisma, era impossível que não fosse comprometida… Quem não gostaria de tê-la ao seu lado?

Senti inveja e ciúmes do sortudo.

Nunca corri atrás de mulher, por que faria isso agora? Tentei me convencer. 

Resolvi deixar por conta do destino ou para o acaso... 

No entanto, a minha decisão não adiantou muito, pois na minha primeira noite no meu novo apartamento, tive um pesadelo. 

Nele, pessoas do meu passado diziam que eu não era digno de ter a loira ao meu lado. Que ela nunca me amaria, pois eu não sabia amar ninguém. Jamais conseguiria ser fiel.

Vozes repetiam as mesmas palavras enquanto a loira segurava a mão de alguém e era levada para uma cama... ela sorria lindamente para mim. Em seguida, essas mãos começaram a fazer carícias nela, beijos eram trocados e na cena disforme não era eu que estava lá. Quando os rostos tomaram forma, o desespero tomou conta de mim, tentei lutar e gritar, mas eu não saía do lugar e minha voz havia sumido... Até que consegui... 

— Não toquem nela! Ela não! — Gritei e acordei ofegante.

"Não acredito que mesmo tão longe o meu passado será o meu pesadelo a partir de agora!"

Lembrando do sonho, da sensação de desespero, do ciúme que senti… eu entendi que eu estava apaixonado e precisava encontrá-la.

Nunca, senti algo assim por nenhuma mulher.

Os meus pensamentos eram contraditórios ao sentimento que parecia ter aflorado no meu peito.

Enquanto eu procurava uma racionalidade para esquecer a linda mulher, buscava fantasias de como e quando encontrá-la.

Eu residia numa cidade com milhares de habitantes com mais de 783,4 km². Seria o mesmo que tentar algo quase impossível.

No entanto, imaginava encontrá-la a qualquer momento numa dessas coincidências da vida.

De uma coisa eu sabia. Não teria tempo para ficar por conta de localizá-la, pois aceitei ser sócio de alguns amigos e precisava me dedicar ao trabalho por enquanto. Contudo, quando tudo estivesse no seu devido lugar, eu tentaria descobrir quem era ela, uma vez que eu tinha certeza que o destino me apresentou alguém muito especial.

"Onde eu posso te encontrar? Tenho certeza que você é o anjo que me fará mudar."

Dia Ruim

PONTO DE VISTA: ANGEL LEE

Sou Angel Lee, formada em engenharia química, especialista em fragrâncias, ou seja, uma perfumista apaixonada pela profissão, porém sem poder aquisitivo para me dedicar somente à criação num laboratório profissional, pois, infelizmente são poucos os profissionais bem reconhecidos e remunerados nessa área. 

Por isso, optei por abrir uma pequena loja de perfumes e cosméticos no ‘shopping’. Os principais produtos principais eram perfumes importados, mas vendíamos, também, algumas criações da minha autoria e da minha mãe.

 Para conciliar a administração do meu estabelecimento e os meus projetos, terminei há alguns meses o meu MBA em gestão empresarial.

Sou natural de San Francisco na Califórnia e mudei-me para Nova York há dois anos.

O meu sonho só foi possível ser concretizado porque consegui um investidor aqui nessa cidade, um sócio não nominal, o Sr. Jean Clifford. 

Nos conhecemos por acaso e apesar da grande diferença de idade, nos tornamos amigos.

Quando ele descobriu sobre a minha profissão, propôs abrir um laboratório, ou uma megaloja, mas eu não aceitei. 

Deixei claro que para se tornar o meu sócio, haveria uma condição: no futuro eu pagaria todo o valor investido com juros atualizados e a loja passaria a ser só minha. 

Ele aceitou prontamente e o súbito interesse em me ajudar sem pedir nada em troca aumentava as minhas suspeitas... 

Sou filha única e não conheço o meu pai, seria ele? 

Resolvi aceitar a parceria para descobrir a verdade, sem me expor, pois, nunca tive interesse em conhecer o meu progenitor.

No fundo, eu tinha medo da verdade e, ao mesmo tempo ansiosa por obtê-la, sem magoar ou envolver a minha mãe.

O que me levou a supor isso foi devido a duas situações: a primeira foi o nosso primeiro encontro que comentarei depois e a segunda foi há alguns meses quando viajei à Europa. 

O motivo dessa viagem era fazer uma especialização sobre perfumaria e também, para adquirir algumas novas  fragrâncias para a loja... Até aqui nada de anormal. 

No entanto, recebi uma incumbência do meu sócio. 

O Sr. Clifford pediu que eu acompanhasse a sua mãe no voo de volta. Ela não gostava de viajar sozinha e já tinha uma idade avançada. Porém, em hipótese alguma, eu deveria mencionar que o conhecia... 

Estranho? Eu achei que sim! Mas como era um pedido dele, fiz do encontro com ela, uma casualidade. 

Apesar de ter odiado fazer esse papel, pois se realmente o Sr. Clifford fosse o meu pai, ou melhor, o meu progenitor, era por causa dessa mulher, minha suposta avó e meu avô que eu não tive uma referência paterna na minha vida.

Suspeitas infundadas ou não, um dia tudo seria esclarecido... 

Falando em dia, sabe aquele em que você não deveria ter levantado da cama ao acordar? Aquele em que tudo começa dar errado do início até o fim? 

Esse dia parecia ser exatamente o que estava começando, um sábado. 

Acordei atrasada para ir trabalhar, tomei banho e me arrumei rapidamente, saí sem tomar café da manhã. 

Assim que cheguei na garagem do prédio onde moro, "pisei em falso" e torci o meu tornozelo direito, mas mesmo com muita dor, eu precisava ir para a loja, pois era folga da minha única funcionária e melhor amiga Lisa. 

Andando com dificuldade fui até o carro e para a minha extrema infelicidade, esse não funcionou. Ou seja, teria que chamar um táxi ou carro de aplicativo para ir trabalhar. 

Optei pelo segundo.

Para piorar o início da minha manhã, o motorista também estava de mau-humor. 

Cheguei no ‘shopping’, abri a loja e logo os clientes apareceram, portanto, tive que ficar muito tempo em pé durante toda a jornada. 

E ainda tive que aguentar além da dor, a grosseria de uma cliente que também não estava no seu melhor dia. 

Seria aquele um dia ruim para todos com que eu encontrava? Ou o meu péssimo humor, mesmo disfarçado em falsos sorrisos ou a impaciência contida seriam os motivos para tanto azar? 

Assim que finalizei o expediente,  organizei toda a loja e quando tudo estava pronto para o dia seguinte, já era tarde da noite. Fechei o estabelecimento e saí em direção ao estacionamento. 

Estava tão aérea que não lembrei que estava sem carro. Ao chegar no local, percebi o meu erro e voltei em direção a porta que ainda estava aberta. 

Será que tinha acabado a maré de infortúnios daquele dia?

Peguei o celular e adivinha? Estava sem bateria. Olhei para os lados e não vi ninguém conhecido. 

Comecei a rir sozinha. 

Não era fácil encontrar táxi naquela hora, uma vez que todas as lojas e a praça de alimentação não estavam em funcionamento. Portanto, só havia uma opção: ônibus. 

Depois de quase uma hora dentro do veículo público, começou a chover, ainda bem que sempre carregava um guarda-chuva pequeno na minha bolsa, pois era época de chuva. 

Ao chegar no ponto de ônibus que fica há dois quarteirões de onde morava, abri o guarda-chuva quando a porta foi liberada para o desembarque, desci e comecei a caminhar para casa pensando no meu dia que não foi um dos melhores. 

Quando caminhava, distraída pela imensa dor que me consumia, um veículo passou em alta velocidade e esguichou água da enxurrada na minha direção. Fui rápida e esquivei, recebi apenas alguns respingos na minha calça. 

Por causa do movimento exagerado para evitar um banho de água suja, intensificou a dor no meu tornozelo. Por essa razão, resolvi parar sob o toldo de um restaurante para descansar um pouco e tirar os sapatos, pois com aqueles saltos não conseguiria chegar em casa. Mesmo que não fossem tão altos…

Assim que parei, percebi que tinha um casal ali, a mulher reclamava que não iria andar na chuva. 

Pelo que entendi, o carro  estava estacionado do outro lado da rua. 

Aquele restaurante não tinha estacionamento próprio. 

— Ravi, vamos esperar mais um pouco, não quero me molhar e estragar os meus sapatos, além dos meus cabelos... — Mulher. 

— Diana, eu preciso ir, tenho um compromisso ainda hoje, não posso chegar mais atrasado do que já estou. Se quiser esperar, desculpe, mas terá que ir de táxi. 

— Você não é louco de me deixar aqui a essa hora sozinha. O meu pai ficará muito bravo com você e a sua família, também. Vou ficar muito chateada se fizer isso comigo. — A mulher finalizou com voz manhosa. 

— Diana, entenda que preciso ir. São alguns metros, apenas. A via aqui em frente é 'contramão', então…

— Não! Você que não entende! Não sou qualquer mulher, não posso chegar em casa, molhada. 

O meu dia estava péssimo. Eu mal podia suportar a dor e aquela mulherzinha estava me irritando ainda mais, uma voz melosa e chata.

E por que isso me importava? Por nada. Simplesmente um dia ruim misturado com TPM e muita dor. 

Por que não fui embora sem me intrometer? Também, não sei. Mas eu queria que aquela voz calasse. Eu desejava melhorar um pouco em paz para conseguir chegar em casa e tomar um remédio para aliviar o meu sofrimento. 

Virei para o casal, olhei bem para os dois. 

O homem olhou no meu rosto e parecia muito surpreso. 

Ele parecia familiar, tinha um olhar intenso..., mas não lembrava de onde o vi. 

— Boa noite! Desculpe-me, mas acabei ouvindo que está com pressa e está preso devido à chuva. 

— Boa noite! — Só o homem respondeu depois de alguns segundos. — Sim, tenho um compromisso, mas sair daqui está complicado. —  Disse e olhou sério, balançando a cabeça negativamente para a mulher. 

— E você, o que tem a ver com isso? Ouvir a conversa dos outros é falta de educação, só interessa a mim e ao meu namorado... — A mulher disse de forma ríspida. 

— Diana, já chega! Desculpe por isso. — O tal de Ravi a interrompeu. 

— Ravi... — Diana começou a falar só que dessa vez, fui eu que interrompi. 

Respirei fundo e calmamente, eu falei: 

— Querida, se você não fosse tão mimada, e falasse mais baixo, eu não teria ouvido a conversa. 

Não deixei que ela respondesse. 

Olhei para o Ravi, nome pelo qual a mulher o chamou e continuei: 

— Toma, leva a sua namorada.  

Entreguei o guarda-chuva para ele. 

Diana abriu a boca para falar alguma coisa, mas ele não deixou. 

— Obrigado! Ela não é minha namorada. — Ele falou convicto e continuou: — Vou levar a Diana até o carro e venho devolver o guarda-chuva. 

— Não é necessário, até porque, acredito que vá precisar dele para ela descer, caso não queira se atrasar ainda mais. 

— E você? — Ravi perguntou e por um momento, ele pareceu preocupado. 

— Não se preocupe, estou perto de casa. — Disse e fui tirando os meus sapatos e continuei dizendo: — Não sou dondoca mimada, e também não "sou de açúcar", acho impossível que eu derreta na chuva. Boa sorte no seu compromisso! 

Assim que terminei de falar, tirei os sapatos. Sai debaixo de chuva que já tinha diminuído muito, estava bem fina, apenas chuviscando e fui em direção a minha casa sem olhar para trás. 

Depois do que falei, não iria aguentar mais grosserias daquela mulher que pelo jeito estava com ciúmes e parecia chateada ao ser desmascarada sobre o suposto namoro. 

Ouvi o tal de Ravi me chamar, mas não respondi, fingi não ter escutado... Queria evitar colocar mais lenha na fogueira, já que a mulher deixou claro o seu interesse por ele.

— Qual o seu nome? — Ele gritou mais uma vez.

FOTOS:

Imagens aleatórias retiradas da ‘internet’ apenas para fins meramente ilustrativos.

ANGEL LEE

DIANA O'HARA

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!