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Alvorecer Z

Capítulo 1

— Corre! Eles estão vindo!

três pessoas surgem correndo de um grupo desesperado de infectados pela cidade a noite.

— Aquela casa verde! Vamos nos abrigar dentro dela.

Infectados se aproximam cada vez mais.

— Vamos bloquear a porta assim que entrarmos lá dentro.

No meio da correria um infectado consegue alcançar o pé de uma pessoa da equipe, o derrubando no chão.

— Pedro! — para de correr e fica olhando a situação.

— NÃO PARE! Eles vão alcançar a gente!

— Mas o Pedro!! — Assustada ela começa a correr.

— Esquece o Pedro, ele já está morto!

Parte dos infectados ficam onde a pessoa caiu. E a outra parte continua perseguindo.

— Ainda tem alguns infectados atrás da gente!

— Aguente, estamos quase chegando na casa.

Um dos membros começa a perder velocidade.

— O que está acontecendo? Eles estão se aproximando! — Pega um pedaço de madeira.

Assim que a pessoa perde a velocidade o infectado se prepara para atacar, mas é interrompido por um pedaço de madeira que acerta sua cabeça. — O membro fica assustado, vendo que podia ter morrido.

— Vamos! Não temos muito tempo.

Por pouco eles não conseguem chegar na casa. Assim que entram começam a pensar em como vão fechar a porta para os infectados não entrarem.

— Rápido! Arrasta esse sofá até aqui. Precisamos bloquear logo essa porta.

Eles conseguem bloquear a porta colocando dois sofá e algumas cadeiras da cozinha. — Assim que acabam vão correndo até as janelas para fechar.

— Acho que fechamos todas às portas. — Coloca a mochila em cima do sofá.

— Vou fazer uma abertura na janela para ficar olhando a movimentação.

— Tome cuidado Sohui.

Escutamos fortes sons de batida vindo da porta, eram os infectados tentando entrar.

— Merda eles chegaram! O que vamos fazer John?

— Não se preocupe, eles não vão conseguir passar pela porta.

Sohui começa a ficar preocupada achando que a porta não vai conseguir segurar os infectados.

— Estou com medo John! — Lágrimas escorrem pelo seu rosto enquanto fica sentada no chão, encostada na parede.

John então senta do seu lado no chão, e abraça Sohui, a fim de querer tranquilizar ela. Por ser de noite o tempo está bem frio.

— Como vamos voltar para casa? — Pergunta Sohui enxugando suas lágrimas com a mão.

— Assim que amanhecer, agora relaxe, vai da tudo certo. — Passo a mão levemente pelo seus cabelos.

Tudo começou quando a gente teve que sair de casa para procurar comida e outros suprimentos no mercado, quando a gente deu de cara com um grupo de infectados. — Saímos correndo que nem loucos de lá até chegar nesse momento que estamos.

Na nossa casa tem mais três pessoas esperando a gente voltar. Assim que amanhecer vou sair daqui com Sohui.

Dias antes

Notícias - Página 3 (2021)

- Rússia invade a Ucrânia e OTAN não impede.

- Estados Unidos entra em crise econômica.

- China se tornar a maior potência do mundo.

- Novo vírus no Brasil preocupa a comunidade científica.

- OMS diz que vírus no Brasil não é preocupante.

(...)

Estou deitado no sofá olhando as notícias no celular quando minha mãe aparece, e me pergunta o que estou fazendo — pois já fazia algum tempo que estou deitado.

— Vendo o noticiário mãe. — Respondo olhando em seus olhos, enquanto rolo a página para baixo. Ela faz uma cara de desconfiança e me pergunta que tipo de notícia estou vendo.

— Sobre a nova doença que está espalhando-se por todo o lugar.

— Aquela que seu pai está trabalhando para encontrar uma cura? — Pergunta ela já indo para a cozinha fazer o café.

— Sim, mas não teve nenhuma notícia até agora. Onde está Camila e Serena? Não vi elas hoje. — Me levanto do sofá e coloco o celular no canto.

— Serena saiu para o shopping da barra, parece que Larissa também foi com ela.

— Larissa também foi? Que estranho, ela não me disse nada sobre sair com Serena hoje.

Uma notificação chega no meu celular, me aproximo do celular para ver e era uma mensagem de Serena.

— E Camila? Para onde ela foi? — Pego o celular para responder a mensagem da minha irmã.

— Ela saiu com o Marcos para algum lugar. Ela disse que não ia demorar muito. — Termina de fazer o café e coloca na garrafa térmica.

Esse Marcos que minha mãe se refere é um cara que frequenta a faculdade. Minha irmã conheceu ele em uma festa da universidade.

Não sei que tipo de relação minha irmã tem com ele, e muito menos tenho informações sobre esse Marcos. Ele parece um fantasma, ninguém fala nada, ninguém sabe de nada sobre ele.

Diferente de Serena, ela não costuma falar muito sobre o que acontece no seu cotidiano, e não é muito aberta comigo.

— Esse Marcos é um cara muito estranho, ninguém tem notícias sobre ele.

— Ele deve ser de outro lugar. — Diz enquanto coloca o café no copo.

— Serena acabou de me mandar uma mensagem pedindo para ir buscar ela e Larissa. — Anda até a mesa e pega a chave do carro.

— Vai nem beber o café filho?

— Bebo outra hora, agora tenho que ir, tchau mãe!

— Não esquece a máscara!

Depois de pegar o carro sigo meu caminho até o shopping. Reparo no caminho que muitas lojas estão fechadas, e a maioria das pessoas estão usando máscara. — Muitos com uma expressão de preocupação em seus rostos. Espero que isso passe logo.

(Barra Shopping - RJ)

Acho que nunca vou conseguir chegar aqui na barra sem me perder pelo caminho. Ainda bem que um taxista me auxiliou e consegui chegar.

Me aproximando do shopping percebo minha irmã sentada em um dos bancos cheio de bolsas. E tinha outra pessoa do lado dela, era Larissa, minha namorada.

Encosto o carro na vaga e saio para ajudar elas a carregar as bolsas, que eram muitas. O que diabos elas compraram? Foi o shopping todo?

Serena olha para mim e se levanta do banco colocando as bolsas no chão e vem caminhando até mim.

— Você demorou John! — Diz me encarando, consigo sentir que ela está levemente bolada comigo.

— Acabei errando o caminho, ai um taxista apareceu e me disse o caminho para chegar aqui. — Larissa se levanta do banco também.

— Se perdendo amor? Você não tinha dito que conhecia a cidade como se fosse sua casa? — Se aproxima de mim.

— Não me lembro de ter dito isso. — Pego as bolsas de Serena e Larissa e coloco dentro do carro.

— Você está mais forte irmão. — Diz enquanto passa a mão nos braços de John.

— Academia está fazendo efeito. — Termina de guardar as bolsas no carro.

— A gente vai para à academia todo dia e não estou sentindo nada! Nem um pingo de força a mais. — Diz decepcionada.

— Vamos mudar sua série Serena, já passou da hora de mudar. — Responde Larissa.

— Você me ajuda montar os exercícios depois Larissa? Quero ficar igual a você! — Diz encarando a cintura de Larissa.

No momento que elas começam a falar sobre academia começo apressar elas para entrarem logo no carro. Assim elas fazem.

— Cuidado para não se perder irmão! — Diz rindo.

— Não vou me perder, pode ficar tranquila. — Larissa fica sentada no banco do passageiro.

Assim que todos estão no carro começo a dirigir. Serena ficou o trajeto todo falando que as aulas da escola seriam suspensas, sem previsão para voltar. Enquanto Larissa ficou com sua cabeça apoiada no meu ombro quase dormindo. Depois de algum tempo chegamos em casa.

Já era tarde quando chegamos. Entregando na garagem percebo um carro desconhecido. Olho para Serena e para Larissa que tinha acabado de acordar se conheciam aquele carro, ambas não conheciam.

Larissa ainda sonolenta se levanta e arruma seu grande cabelo loiro, enquanto esfrega os olhos com a mão.

— Já está tarde, vai querer passar a noite aqui Larissa? — Pergunto passando a mão em seu rosto.

— Se não for incomodar John.

— Você não é um incômodo Larissa, todos aqui gostam de você, a tratam como se fosse da família. A mãe, o pai.

— John tem razão, os pais amam você. — Responde Serena.

— Obrigada. — Algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto.

A gente sai do carro tomando cuidado para não fazer muito barulho, o que poderia incomodar os vizinhos. Vamos caminhando pelo corredor que leva até a sala.

Chegando no final do corredor reparamos uma pessoa encostada na parede, era Marcos, que tinha acabado de chegar com Camila, minha outra irmã.

Marcos percebe que chegamos e se vira para falar com a gente. Usando uma camisa polo preta, e calças moletom cinza ele da início a conversa.

— Olá John, quanto tempo! — Olha para Larissa e Serena.

— Olá Marcos, faz muito tempo que não lhe vejo mesmo. — Encara Marcos.

— A faculdade ocupa muito meu tempo, por isso não apareço muito.

Larissa e Serena cumprimentam Marcos apenas acenando com a mão enquanto vão caminhando até a sala. Ficando apenas Marcos e Eu.

— Sua namorada? — Pergunta Marcos se referindo a Larissa.

— Sim. Aliás, onde está Camila?

— Ela está lá dentro. Passamos o dia curtindo a praia. — Na próxima vez você pode ir com sua namorada também.

— Acho difícil isso acontecer. Minha vida é corrida. Tenho meu estágio, a faculdade, academia, ensinar o conteúdo da escola para minhas irmãs. — Marcos olha para o relógio.

— Compreendo. Assim que tiver um tempo a gente ver isso. Tenho que ir agora. Até mais John.

— Até Marcos.

Ele vai caminhando pelo corredor até entrar no carro e sair. Então eles passaram o dia na praia...

Chegando na sala encontro todos sentados na mesa onde tinha um bolo, elas já estavam pegando pratos para comer, inclusive Larissa.

— Esse bolo é de que irmã? — Pergunta Serena para Camila.

— É de laranja. — Responde Camila.

— Quer um pedaço John? Eu ponho para você. — Pergunta Larissa.

Pego uma cadeira e me aproximo da mesa onde está Larissa segurando um pedaço de bolo.

— Olá Irmão! — Exclama Camila empolgada.

— Como foi seu dia irmã? — Responde John olhando para Camila.

— Foi muito bom! Marcos até comprou esse bolo. — Pega um dos pratos com bolo.

— Agora tá explicado a origem duvidosa desse bolo de laranja. — Começa a cutucar o bolo com o garfo.

— Come logo isso. — Responde Larissa.

Nessa hora a porta da sala se abre. Era meu pai que tinha acabado de chegar do trabalho.

— Olá gente! — Diz olhando para todos.

— Olá senhor Fernando! — Responde Larissa.

— Que felicidade ter você aqui com a gente hoje. — Se aproxima da mesa e observa o bolo.

— Pega um pedaço pai, aqui. — Diz Serena oferecendo um prato com bolo.

— Obrigado filha mas não quero. Teve um grande almoço na empresa hoje e comi bastante.

— Vai passar a noite aqui Larissa? — Pergunta Fernando.

— Sim senhor Fernando. Já está tarde para John me deixar em casa.

— Temos um quarto sobrando se quiser dormir nele.

— Larissa vai dormir com John pai. Não é óbvio? — Responde Camila.

— Sim ela pode dormir com John, mas vai que ela queira privacidade.

— Vou dormir com John mesmo — Responde Larissa com o rosto vermelho.

— Bom, vou ir dormir. Boa noite para vocês.

Todos dão boa noite para Fernando que logo subiu as escadas para seu quarto.

Após todos terminarem de comer o bolo cada um vai no banheiro escovar os dentes para ir dormir, cada um em seu quarto.

No dia seguinte

Acordo sentindo os cabelos de Larissa no meu rosto, um cheiro agradável de shampoo. Começo a mexer em seu cabelo, isso faz com que ela acorde.

— Sério John? Logo de manhã cedo. — Fala com voz de sono.

— A culpa é do seu cabelo que insiste em confrontar meu rosto quando pode. Estou apenas me defendendo!

— Hahaha engraçado em. Vamos nos levantar?

— Vamos, a gente tem que ir na faculdade ver o que vai acontecer com às aulas.

A gente se levanta da cama. Fico observando Larissa sentada na beira da cama, suas costas são totalmente branca, o que entrava em contraste com seu sutiã preto. Ela então veste suas roupas e vai até o banheiro.

Faço o mesmo colocando minhas roupas e vou até a porta do quarto. Larissa termina de se arrumar e descemos juntos até a cozinha.

Chegando na cozinha encontramos meu pai e minha mãe tomando café. Sem nenhum sinal de minhas irmãs.

A gente da bom dia e se junta a eles na mesa para tomar café.

— Como você está Larissa? — Pergunta Aline, mãe de John.

— Estou bem senhora Aline. Estou conseguindo me virar em casa.

Larissa sofria abuso e agressões do seu pai durante a infância e adolescência até ele ser preso. Ela passou a viver sozinha depois disso.

— Como está indo às pesquisas sobre a doença pai? — Pergunta John.

— Estão se desenvolvendo, aos poucos, mas tá.

— É realmente grave os meios de transmissão dela?

— Nada de anormal, basta cumprir as mesmas medidas de qualquer doença infecciosa. Uso de máscara, usar o álcool para descontaminar ambiente.

— A coisa parece séria, muitas pessoas estão comentando na Internet. — Diz Larissa, enquanto olha as notícias na Internet.

— Cuidado com os vídeos na Internet, tem muita fake news sendo espalhada.

— Temos que ir Larissa já deu o horário.

— Mas já?? — Responde Larissa com um pedaço de pão na boca.

— Onde vocês vão? — Pergunta Aline olhando para John.

— Vamos ir na faculdade ver como vai ficar às aulas. Acho que vão cancelar elas mesmo.

— Sério filho? E como vai ficar sem aula?

— Vai ser online pelo celular.

Larissa termina de tomar o café. Aproveito a chance e me levanto da mesa, vou andando até a sala e pego a chave do carro.

— Estamos saindo, tchau mãe e pai.

Larissa também cumprimenta eles antes de saímos. Combino com Larissa para esperar na entrada enquanto vou buscar o carro na garagem.

Fico parada na entrada esperando John chegar com o carro quando escuto alguém chamando meu nome.

Me viro para trás e vejo a pessoa que está me chamando, era Sohui.

Capítulo 2

Sohui é nossa amiga que veio da Coreia do Sul, se bem que ela é mais próxima de John por se conhecerem a mais tempo. Conheci ela no ensino médio assim como John também.

— Olá Larissa! — Responde Sohui ofegante por ter corrido até aqui.

— Bom dia Sohui, o que você está fazendo aqui? — Pergunto olhando para ela.

— John me chamou para ir com vocês na faculdade. Aliás, cade ele?

— Ele foi tirar o carro da garagem.

Alguns minutos se passam e John chega com o carro. Assim que ele olha para gente da um leve sorriso.

— Vejo que conseguiu chegar a tempo Sohui.

— Por que não chegaria? — Diz encarando John nos olhos.

— Pensei que você ainda estaria dormindo. Vi seu status era três horas da manhã. Já ia passar na sua casa para te buscar.

— O que diabos você estava fazendo acordado três horas da manhã?

— Pergunta para Larissa. — Responde John em tom malicioso.

— Melhor a gente ir logo. — Responde Larissa envergonhada.

Assim que entram no carro a gente parte para a faculdade que fica no centro da cidade. No meio do caminho o mesmo cenário se repete, comércios fechados e pessoas aflitas por todos os lados.

Depois de passar por um longo engarrafamento a gente chega na faculdade, tinha muitos carros estacionados. Um grande número de estudantes veio.

— Nossa está bem cheio! — Exclama Larissa.

— Espero que não demore muito. Tenho treino a noite. — Responde Sohui.

— Não deve ser muito prolongado. É apenas um comunicado para explicar a situação. — Responde John.

Saindo do carro a gente encontra o resto dos nossos amigos. Richard, Philips e Santiago.

— Chegaram finalmente! — Diz Richard com um sorriso no rosto.

— Um pouco mais a gente já ia entrar sem vocês. — Responde Santiago que está usando uma camisa de flores rosa. Percebo a cara de Philips se segurando para não rir.

— Foi mal, pegamos um engarrafamento no meio do caminho. — Responde John olhando para a camisa do Santiago.

— O que vocês tanto olham para minha camisa? — Questiona Santiago com uma cara de dúvida.

— Não liga para eles Santiago, sua camisa é linda! — Responde Sohui com um leve sorriso.

— Vamos pessoal! O pronunciamento já vai começar. — Diz Philips já andando até a entrada.

Todos começam a caminhar até a entrada da faculdade.

— Espero que eles encerrem todas às aulas. Esse semestre de engenharia mecânica tá puxado demais. — Diz Richard enquanto arruma seu boné.

— Nem fala, o meu de nutrição tá a mesma coisa. — Responde Larissa.

— E o seu semestre John? Como está indo? — Pergunta Santiago.

— Já passei faz tempo. — Responde John.

— Esse é nosso garoto! — Responde Richard.

— Mais alguém aqui já passou? — Questiona Santiago.

— Além de John? Sohui apenas. — Responde Richard.

Sohui rir.

Chegando na entrada um funcionário manda a gente ir para a quadra da faculdade onde vai ser feito o pronunciamento.

Larissa a todo momento anda colada em mim, segurando meu braço. Sohui também anda próxima de mim. Enquanto o resto do pessoal anda na frente. Todos felizes com o possível anúncio do cancelamento das aulas.

— O que você vai fazer depois da reunião John? — Pergunta Sohui.

— Vou deixar Larissa em casa e depois vou ir para academia. Por que?

— É que o motorista da família não trabalha hoje... Se não for incomodar tem como me levar para à academia com você?

— Claro. — Responde John normalmente.

Larissa da um leve puxão na camisa de John que fica sem entender.

Chegando na quadra a gente pega a primeira cadeira de várias que estão espalhadas, uma longe da outra para manter o distanciamento que ninguém respeitava.

Larissa me puxa para sentar perto dela na fila de cadeiras, Sohui e o pessoal vem logo atrás. Todos ficam na mesma fileira. Quando o responsável pela comunicação da faculdade aparece.

Usando máscara ele inicia seu pronunciamento, e como todos previam ele anuncia o cancelamento das aulas. Todos presentes comemoram.

— Eu disse John! Sabia que eles fariam isso! — Exclama Sohui com um sorriso no rosto.

— Você já passou, por que essa felicidade? — Questiona Richard olhando para Sohui.

— É que agora vou poder focar em outras coisas sem ser da faculdade. — Responde Sohui.

Assim que ele anuncia o cancelamento das aulas ele faz um breve comentário sobre a doença que anda se espalhando e faz um apelo para o uso consciente das máscaras. Após isso ele sai do palco, encerrando o pronunciamento.

— É isso pessoal vamos embora curtir nossas férias! — Diz Richard alegremente.

— Bora marcar para sair um dia desses! — Diz Santiago.

— Vocês não ouviram o reitor falar? É para a gente tomar cuidado com a nova doença! — Responde Larissa com raiva da atitude do pessoal.

Fico calado apenas observando, mesmo concordando com o ponto de vista do pessoal. Mas para não entrar em conflito com Larissa escolhi ficar quieto.

— Relaxa Larissa, olha o lado bom, vai poder passar mas tempo com John enquanto às aulas não volta! — Responde Richard.

Quando uma possível discussão está para começar um professor nosso aparece para conversar com a gente.

— Olá pessoal! Como estão? — Pergunta o professor curioso com a discussão que estava rolando. Sua sobrancelha levantada mostrando suas rugas na testa mostra o quão interessado ele está.

— Oh professor! tudo bem por aqui! Hahaha — Responde Richard tentando desviar da discussão.

— Estamos bem professor Oswaldo. E o senhor como está? Sabendo do cancelamento das aulas? — Pergunta John.

O professor então pega uma cadeira para sentar, e começa a falar.

— Com nossa situação atual isso é necessário. Proteger o aluno agora é nossa prioridade. — Responde o professor com um tom de voz calmo, porém sério.

— Sabe quando vai voltar ao normal? — Pergunta Larissa.

— Não tenho informações sobre isso. Mas tudo depende do desenrolar da doença.

— Tem ideia do que seja essa doença professor? — Pergunta Sohui curiosa, sabendo que o professor da aula de biologia e química na faculdade.

A expressão do professor então se fecha e fica com uma cara séria.

— Vamos falar sobre isso no laboratório, lá posso explicar melhor para vocês. — Começa a andar na direção do laboratório.

— Não vou poder ir com vocês pessoal, tenho que ir agora, flw — Diz Philips com pressa.

— Também tenho que ir. — Diz Richard.

— Podem ir, não tem problema, depois o pessoal manda o recado para vocês. — Diz o professor olhando para Philips e Richard. Eles acenam para a gente antes de sair.

— Os que ficaram me acompanhe.

O professor Oswaldo é um dos melhores professores de biologia da faculdade, com certeza ele tem autoridade para falar do assunto da doença.

— A doença é uma mutação da Satus professor? — Pergunta Sohui olhando para o professor.

— Sim, exatamente isso! — Responde o professor empolgado.

Chegando no laboratório o professor liga as luzes e o ar-condicionado. Larissa que nunca tinha entrado no laboratório antes fica admirada com o local. Encarando um esqueleto do corpo humano.

Sohui segue o professor até o microscópio em cima da mesa, onde tem umas cápsulas espalhadas.

Me aproximo deles para saber o que estão fazendo naquele microscópio.

— Consegue observar Sohui? — Da um zoom no microscópio.

— Wow! Consigo ver! — Responde Sohui animada.

— O que vocês estão vendo? — Pergunta John curioso. Colocando a mão no ombro de Sohui.

— Estamos observando como o vírus consegue penetrar em nossas células com extrema facilidade. — Responde o professor.

— Espera, você tem uma amostra da nova doença? — Diz John surpreso.

— Claro que não jovem. O que estamos usando aqui é uma amostra do vírus Satus. — Responde o professor com um tom de voz rude.

— Satus foi o primeiro vírus que deu início aquela pandemia de alguns anos não foi? — Diz Larissa sem saber do assunto. Enquanto fica mexendo nas coisas que tem no laboratório.

— Exatamente Larissa. O primeiro vírus foi o Satus, que tem as mesmas características de um resfriado e uma gripe. Porém o que muitos não sabem, é que na vacinação geral foi introduzido um vírus semelhante ao Satus para combater a infecção. — Responde o professor.

— Introduziram o próprio vírus na vacinação? Que absurdo! — Diz Sohui com raiva.

— Acalme-se Sohui, tem uma explicação para isso. Usaram as propriedades do vírus da gripe e introduziram ele em uma bactéria que possuía o vírus Satus. O resultado da solução foi o anulamento dos sintomas causados pelo vírus, ficando "adormecido", praticamente morto.

— Consigo observar diversas falhas nesse processo que me acabou de contar. — Responde Sohui observando o microscópio.

— Sim. E a situação que estamos vivenciando agora é resultado disso. Tá ai a explicação John. — Responde o professor.

Se isso que o professor está falando for verdade então meu pai sabia disso tudo...

— Agora vou contar a parte preocupante disso tudo. — Diz o professor com sua voz levemente ressecada.

Larissa que até então estava mexendo nas coisas do laboratório começa a ficar interessada na fala do professor e se aproxima de onde estamos.

Sohui também para de olhar o microscópio e começa a prestar atenção.

— Essa nova variante além de reativar o vírus inativo trás consigo uma característica já mais vista na história da ciência e da humanidade. Um agente patogênico capaz de trazer nossa extinção.

— É possível uma coisa desse tipo? — Responde Sohui assustada.

— Totalmente possível, e estamos vivendo ela agora. A variante denominada Clausurae, que vai trazer nossa extinção.

Capítulo 3

— O vírus vai trazer nossa extinção.

Todos ficam assustados com as falas do professor que dizia tudo de forma muito séria.

Sohui desconfiada do professor começa a questionar ele. — Você tem certeza do que está dizendo professor? Não é legal ficar propagando medo aos estudantes! — Diz Sohui tentando ficar calma.

— Tudo o que estou dizendo é verdade. Basta não ignorar os fatos que vem ocorrendo. A própria vacina em si é um mistério, e o causador ao mesmo tempo. — Diz o professor.

O professor percebe que não estamos acreditando nesse papo furado dele. E começa adiantar às coisas. — Escutem, vocês podem não acreditar em mim, mas tenho um conselho para vocês jovens. — Diz o professor olhando para nós.

— Aconselho que façam compras para durar meses, e não saiam de casa nos próximos dias. O restante vocês conseguem se virar. — Após o professor falar isso ele se levanta e sai da sala carregando uma pasta com papéis.

Olho para Sohui que ficou sem entender nada. A expressão de Larissa condiz a mesma coisa.

Essas palavras do professor me deixou com mais dúvidas do que respostas. Por que todo essa alarme para a nova doença que é apenas uma variante de uma gripe? E como a vacina entra em tudo isso? Dúvidas e mais dúvidas percorrem minha mente.

— Você acredita nisso tudo que ele falou John? — Pergunta Larissa.

— É difícil de acreditar...

Sohui fica pensativa sem falar nada.

— Mesmo que não acreditamos não seria melhor seguir pelo menos a conselho dele?

— De não sair de casa durante esses dias? — Responde John.

— Não, de ir no mercado e fazer compras! — Responde Larissa.

Sohui quebra o silêncio e começa a falar. — Vamos seguir o conselho dele. Também não acredito no que ele falou sobre o vírus.

Ninguém aqui acredita fielmente no que o professor acabou de falar. Olho para a hora no celular e vejo que está na hora de ir.

— Temos que ir gente, já deu a hora. — Diz John com pressa.

— Vai passar lá em casa a noite John? Para a gente ir na academia? — Diz Sohui.

— Se der tempo passo lá para a gente ir. — Responde John.

Larissa me olha com uma cara não muito boa. Estou acostumado com os ciúmes de Larissa em relação a Sohui, afinal de contas conheço Sohui desde pequeno, é minha melhor amiga.

Saindo do laboratório a gente encontra a escola simplesmente vazia, todos já tinham saído. Larissa continua segurando um dos meus braços sem querer largar.

— Você vai fazer às compras Sohui? — Pergunta Larissa.

— Tem bastante coisa lá em casa. Vou apenas comprar algumas coisinhas a mais. — Diz Sohui.

— Ela quer comprar aqueles fini de dentadura... — Diz John olhando para Sohui que ficou surpresa.

— Isso! Você me conhece tão bem John! — Diz Sohui com um sorriso no rosto.

— Não sei como consegue comer aquela coisa com gosto de câncer. — Responde Larissa.

— A gente acostuma.

Assim que saímos da escola entramos no carro, onde deixo Larissa em casa. Ela mora aproximadamente uns 2 quilômetros da minha casa. Enquanto a casa de Sohui fica a 4 quilômetros de distância. Dentro do carro Sohui tenta puxar assunto sobre hoje a noite.

— Em John...

— Diz.

— Tem como a gente revisar algum exercício na academia?

— No leg talvez.

Os exercícios que costumo fazer na academia são apenas para me manter saudável. Longe de mim querer ser um muzy, ramon ou giga. Mesmo eu sendo um ectomorfo consegui criar bastante volume corporal.

— Você devia treinar pernas mais vezes John.

— Não é meu foco. Não tem porque treinar.

— Sabe que em uma luta é importante ter força nas pernas não é?

— Não luto mais também, como disse, não vejo porque treinar.

— Quando você bota uma ideia na cabeça é difícil mudar em John! — Diz Sohui bolada.

— Você sabe como sou.

— Por isso eu gosto de você... — Diz Sohui bem baixinho.

— O que disse?

— Nada!

Sohui rir

Chegando na casa da família Jeong Sohui desce do carro. Não tinha reparado antes, mas me parece que Sohui cresceu. Antes de sair do carro Sohui me agradece.

— Obrigada por em trazer John. Até mais tarde! — acena com a mão enquanto anda até a porta de casa.

Engraçado não ter nenhum segurança hoje por volta da casa, normalmente sempre tem uns três aqui na entrada. Acho que estão de folga com tudo isso que vem acontecendo.

Antes de ligar o motor do carro para sair escuto um grito vindo da casa. Logo saio de dentro do carro e vou correndo até a porta da casa — que está aberta por causa de Sohui. Entrando lá dentro não consigo ver ninguém.

A casa de Sohui é enorme, ela pode estar em qualquer lugar. Dou um grito para ver se ela consegue escutar.

— Aqui John!!

O som veio da parte de baixo da casa. No subterrâneo onde fica o laboratório do pai da Sohui. Assim que escuto a voz de Sohui vou correndo até as escadas que leva para a parte subterrânea. Chegando na entrada encontro uma pessoa morta, com sangue na parede.

A pessoa morta provavelmente é um militar pela vestimenta que está usando. Uma farda preta com colete e um capacete balístico. Que merda aconteceu aqui?

— John é você? — Sohui diz com um tom de voz fraco.

— Sim! Onde você está? — Olho em volta procurando por ela. Quando a porta que leva para o laboratório se abre, era Sohui. Sua expressão era de total medo, com seu rosto cheio de lágrimas. Ela corre até mim e me abraça.

— O que aconteceu aqui?

— Não sei! Quando entrei já estava tudo assim. — Diz chorando.

— Cade seus pais?

— Eles não estão aqui.

— Nem no laboratório?

— Não! Eles não estão aqui. Tem apenas pessoas mortas por todo o laboratório, e algumas coisas quebradas.

— Vou entrar para ver. Você fica aqui? — Falo olhando no fundo dos olhos de Sohui, que concorda mesmo que relutante.

Preciso saber o que aconteceu por aqui. E saber onde estão os pais de Sohui. Assim que entro no laboratório consigo observar mais dois militares mortos do lado da porta. Tomo cuidado ao andar para não pisar em uma poça de sangue ou pedaços de vidros.

Saindo da entrada vou até o centro do laboratório onde tem alguns tubos de ensaios no chão. E alguns papéis também no chão, porém molhados por causa do sangue. Dando a volta na mesa encontro outro militar morto.

O que deixa tudo mais estranho é que não tem nenhuma marca de tiro ou cápsula de bala pelo laboratório. Eliminando a hipótese de que poderia ter sido um confronto.

Se não foi um confronto o que então matou esses militares? Vou ter que descobrir. Pego uma luva branca que está espalhada pelo chão e as coloco. Com as mãos protegidas começo a revistar o corpo do militar morto.

Mexendo no colete encontro três carregadores que aparenta ser de pistola. O corpo está virado para o chão então começo a desvirar ele. Assim que desviro sua pistola cai do colete. Mas uma coisa me chamou atenção, em seu pescoço tinha um grande corte, parecendo um arranhão.

Começo a escutar o som de alguém se aproximando de mim — assim que me viro percebo que era Sohui, ainda assustada.

— O que você descobriu John?

— Descobri que não houve um combate direto. Nenhum dos militares usaram suas armas. — Diz John enquanto mexe no corpo do militar morto.

— Quer dizer que alguém matou eles? Quem faria uma coisa dessas sozinho e sem usar armas?

— Não faço ideia, mas quem quer que tenha feito isso não saiu daqui sem levar nada. Reparei que alguns papéis sumiram, e tem um armário que foi arrombado.

— Mas o que tudo isso tem haver com esses militares aqui em casa? — Questiona Sohui.

— Já tentou ligar para seus pais? — Pega a pistola que está no chão.

— Tentei mas ninguém atende.

— Vamos ter que esperar então. — Vamos sair logo daqui! O cheiro de sangue está insuportável. — Diz Sohui.

Após ver tudo que podia vamos caminhando até a saída do laboratório quando a gente escuta um forte som de explosão vindo do lado de fora da casa.

Nessa hora o militar morto na entrada do laboratório começa a se mover...

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