Estamos numa praia, eu, o meu bebê e Joy. Depois de tudo o que aconteceu ele acolheu-me. Saímos para conhecer lugares. Por um instante acreditei que Wolf City seria a minha casa. Eu tentei acreditar que ele não iria abandonar-me, mas isso não foi como pensei. Assim que acordei daquele pesadelo, ele virou as costas para mim. Joy foi o único que ficou ao meu lado. Diana sempre ia até a minha casa, sentia-se culpada por causa daquela menina. Mesmo Joy tentando convence-lo de que não tive nenhuma culpa. Ele esperou apenas ter certeza de que estava grávida, para fechar de vez a porta da casa dele para mim. Acredito que ele ainda tinha uma esperança de que eu não estivesse grávida. Assim que tive a certeza, vi que não havia nenhum motivo para continuar ali. Eles olhavam-me com um olhar de pena. E ele com desprezo. Eu não sabia para aonde ir, e Joy ficou do meu lado. Ele deu-me total apoio. Peguei o dinheiro que tinha da venda da minha casa, e fui embora com o Joy. Quando saímos de lá, ouvimos o uivo dele. Aquilo era uma despedida, eu não voltaria mais lá. Ele prometeu proteger-me, prometeu cuidar de mim, mas não cumpriu. Julgo que essa história de imprinting não acontece de fato.
Estou deitada numa espreguiçadeira, pegando sol. A minha barriga é pequena ainda. Joy buscou um suco para mim, estamos num hotel ali perto. Não preciso caminhar muito para chegar.
— Luna, eu busquei suco de laranja. — Obrigada Joy. — Eu vou sair por algumas horas, tudo bem para você? — Sim. — Você vai para o hotel depois, e almoça no restaurante, coloca na conta do quarto. — Esta bem. Joy não vai levar ninguém para o nosso quarto. — Não vou levar. — Cuide-se. — Você também.
Joy sempre saia por algumas horas. Graças a ele conheci aquele lugar incrível. Termino o meu suco, coloco o, óculos e vou para o hotel. Quero tomar banho antes de ir almoçar. Chego na recepção, e peço para reservarem uma mesa no restaurante. Vou para o elevador, tem mais uma pessoa ali. Saio do elevador, caminho até a minha porta, abro e entro. Joy comprou um vestido longo para mim. Eu pego ele no guarda-roupa, vejo uma lingerie, e vou para o banho. Já saio praticamente pronta lá de dentro. Visto uma sandália baixa, e subo até o andar do restaurante. A minha mesa já estava pronta. A vista era o mar, aquilo era fantástico. Nunca imaginei estar ali. Enquanto aproveito a paisagem, e tomo um suco, na espera da minha refeição, alguém aproxima-se da minha mesa.
— Mundo pequeno esse, lembra de mim? — Lembro, mas não lembro o seu nome. — Senhorita Bildem, acertei? — Sim. — Eu sou Jasper, está ocupado? — Não. — Licença. — Como lembrou de mim? — Impossível não lembrar, ainda mais com aquelas pessoas malucas acusando você de bruxaria. Está a passeio? — Sim. — Acompanhada? — Vim com um amigo. — Algum daqueles homens que estavam na sua casa aquele dia em que fui levar o dinheiro? — Um deles. — Então como estão as coisas naquela cidadezinha? — Não sei, eu sai de lá. — Fez bem, o mundo merece conhecer uma beleza como a sua. — O senhor está a passeio? — Negócios. Tenho uma reunião daqui a pouco. — Deve ser um homem muito ocupado. — Um pouco, mas se me permite gostaria de acompanha-la por alguns minutos. — Fique a vontade. — Gosta daqui? — É um lugar muito bonito. — Vai almoçar sozinha? — Sim, o meu amigo foi fazer algo. — Gostaria de almoçar connosco? — Imagina, o senhor está ocupado e não quero atrapalhar. — Não iria atrapalhar em nada, muito pelo contrário iria fazer-me companhia. — Senhor Jasper, eu envergonharia o senhor. — Uma moça tão bela como você, não iria envergonhar-me. — Digamos que não tenho a mesma elegância que o senhor. — Bom não vou insistir, vejo que não vai sentir-se a vontade como a minha convidada para o almoço. Mas quem sabe depois poderíamos fazer algo. — Eu não tenho nada para fazer, será um prazer. — Esta combinado, foi um prazer encontra-la aqui. Na verdade, foi muita sorte. Licença.
Estranho encontrar ele ali, e mais estranho ainda é ele lembrar de mim. A minha refeição chega em seguida. Enquanto como, fico pensando em tudo o que aconteceu. Queria que fosse mentira, mas talvez serviu para mostrar quem realmente ele era.
Antes de terminar a minha refeição, o garçom aproximou-se, e entregou-me um bilhete. Leio.
"Nos encontramos na recepção do hotel, às 14h?"
Olhei para o garçom e fiz um sinal de positivo com a cabeça. Terminei e saí do restaurante, fui até o quarto e deixei um bilhete para o Joy.
"Saí com o Jasper, nos vemos mais tarde. Luna. "
Fui ao banheiro, sai e sentei para assistir TV enquanto esperava o horário. Cinco minutos antes saio do quarto e desço. Quando saí do elevador ele já estava a minha espera.
— Pontual. — Acredito que o seu tempo seja muito valioso. — Digamos que a partir de agora ele começa a valer muito mais. — Então aonde vamos? — Caminhar um pouco, conversar. — Então vamos.
Saímos do hotel, e pegamos a orla.
— Então a quantos dias está aqui? — Já tem uma semana. — E pretende ficar mais tempo? — Não sei, depende do que o Joy vai fazer depois. — O que ele faz? — Viaja por aí, e convidou-me para conhecer um pouco do mundo. — Existem lugares lindos. E rola alguma coisa entre vocês? — Não, o Joy ele foi o único que estendeu-me a mão quando precisei. Ele é tipo um irmão mais velho. — Tem namorado, algum compromisso? — Não. — Como uma garota como você, tão linda não tem nenhum compromisso? — Talvez eu não tenha muita sorte. — Diria que para o amor precisamos ter sorte? — Não sei, nunca amei ninguém. — Então temos um coração livre de amores? Sem ferimentos. — Mágoa talvez. — Entendo, e essa mágoa seria com quem? — Alguém, mas fala-me sobre você. — Isso não é um assunto muito interessante. — Eu não sou um assunto interessante. E mesmo assim fica perguntando sobre a minha vida. — É que eu acho você uma pessoa interessante. Mas diz-me, o que quer saber de mim? — O que puder contar. — Posso contar tudo. O meu nome é Jasper Morli, sou empresário, a empresa da família já tem mais de 100anos no mercado, é uma coisa que passa de geração em geração, sou formado em administração, e arquitetura, moro sozinho, gosto de ter contato com pessoas, conheço muita gente, viajo com frequência, sempre procuro novos investimentos, e o mais importante, sou solteiro, sem nenhum tipo de relacionamento, e sempre procurei a mulher que considero ideal para mim. Longe de estereótipos, não importa se for alta, baixa, loira, morena, tiver cabelo branco, olhos azuis, castanhos, verdes, nada disso importa, desde que seja a pessoa que eu considero certa para mim. — Entendi, não importa o que os outros pensam ou acham, e sim o que você acha. — Exato, os outros não respondem por mim. E a opinião deles não importa. — Eu espero que encontre a sua mulher ideal. — O que você gosta de fazer? — Descubro coisas novas agora. Já sabe que eu não podia sair na rua lá naquela cidade, e na outra não tinha nada para se fazer. Mas descobri que eu adoro estar deitada numa espreguiçadeira pegando sol. — Podíamos combinar alguma coisa legal, assim você faz algo divertido, e diferente. — Vai ser bom. — Quer tomar sorvete? — Claro, vamos sim. — Já andou numa lancha? — Não. — Quer dar uma volta comigo? — Não é perigoso? — Não, é tranquilo. — Tudo bem, então vamos. — Que sabor de sorvete você quer? — Morango. — Eu vou ficar com o de pistache. Pode escolher mais de um sabor. — Vou ficar somente com Morango. — Eu queria pedir uma coisa a você. — O quê? — O seu número, assim podemos manter contato. — Não tenho uma boa notícia para dar a você, eu não tenho celular. O meu estragou já tem um tempo, e é algo que não fazia falta. — Isso é verdade ou uma desculpa para não me dar o seu número. — Acredite é verdade, não tenho motivos para mentir. — As pessoas fazem isso quando querem dar uma desculpa convincente. — Mas eu não. E também não gosto de prometer algo e não cumprir. — Bom temos algo em comum, se prometer algo eu tenho que cumprir. Não gosto de ficar enrolando as pessoas. — O que você gosta de fazer? — Eu sou caseiro, as vezes gosto de ir a um restaurante, tomar conhaque, passear em algum lugar quando estou com vontade. — Que lugares gosta de passear? — Onde tenha pessoas, gosto de ver gente. — Essas lojas têm muitas pessoas, vai passear nelas também. — Em shopping, você vê pessoas de todas as idades, crianças, adolescentes, adultos, e particularmente adoro as crianças, elas são tão pequenas, e com uma personalidade bem forte. — Se nós adultos já temos. — O que gosta de comer? — Você vai rir quando souber. — Se deixar você mais aliviada, eu gosto de carne mal passada. Adoro aqueles bifes com queijo por cima. — Eu também gosto de bife, e mal passado. — Duas coisas em comum, sabe o que podemos fazer hoje a noite? — Bife. (risos). — Sim. — Você está falando sério? — Sim, eu posso pedir a minha secretária para comprar as coisas, e fizemos no meu quarto. — Bom não iria importar-me de comer bifes no jantar. — Então combinado, eu vou ligar para pedir as coisas. — Tudo bem. — Licença.
Jasper é muito educado, não sei porque aceitei o convite dele, mas seria bom conhecer pessoas. Não posso ficar presa em tudo o que aconteceu. Ele volta, e senta-se novamente.
— Pronto, a minha secretária vai comprar as coisas que precisamos. — E agora o que quer fazer? — Tá a fim de dividir um milk-shake? — Pode ser. — Eu não tomo um sozinho, e como está calor. — Tudo bem. — Peço de morango? — Você quem sabe. — Vai ser morango então, assim não faz uma misturança. — Obrigada.
Ele levantou e fez o pedido, e já pagou o que consumimos.
— Vamos? — Sim. — Está muito bom, prova. — Está mesmo. — Vamos aproveitar a nossa tarde, e depois a gente volta para o hotel. — Você tem certeza que não tem perigo. — Não fique preocupada, não deixarei nada acontecer com você. — Eu já ouvi isso, e não foi o que aconteceu. — Você teve experiências ruins, não significa que todas as pessoas serão ruins com você. — Eu sei disso, tenho o Joy como exemplo. — O que aconteceu? — Eu não quero falar sobre isso, pois se falasse teria que falar a verdade, e isso seria estranho demais. Então vamos deixar isso para trás, tudo bem? — Não vou perguntar mais. Por aqui.
O que iria dizer para ele? Não vamos nos ver novamente então isso não é necessário. Não teremos nenhum contato.
Ele ajudou-me a subir na lancha.
— Venha com cuidado. — Obrigada. — Vamos colocar o colete, assim estará segura. — Você vai pilotar? — Sim, mas não fique preocupada, eu tenho habilitação.
Sentei-me, e ele ligou a lancha. Fomos até uma parte da praia, havia mais pessoas divertindo-se.
— Deveria ter convidado você antes para esse passeio, assim poderíamos aproveitar para dar um mergulho. — Morreria afogada, não sei nadar. — Poderia ensinar você. — Quando vai embora? — Depende se aceitar passar o dia comigo amanhã, vou depois. Se não quiser, vou amanhã mesmo. — Não vai estar ocupado? — Não, e se tivesse daria um jeito de almoçar com você. — Vai perder tempo comigo, não vai encontrar a mulher perfeita. — Quem sabe, talvez já encontrei. — Deveria investir nela então. — E acha que estou fazendo o que com você? — Até parece, não me conhece. — Mas quero conhecer. — Julgava que você era um homem sensato. — E, porque não acha mais isso? — Quem em sã consciência iria querer conhecer-me? — Eu, fiquei curioso quando conheci você. Algo em você chamou a minha atenção. Quando fui até a Wolf City, foi porque queria rever você, e conversar mais. Até aparecerem aqueles dois e praticamente correrem-me de lá. E hoje quando vi você entrando no hotel, pensei que seria uma boa oportunidade. Primeiro não acreditei que saíra lá daquele lugar e viera parar justamente aqui. E depois acreditei que foi destino, mas agora já acho que hoje é meu dia de sorte. Eu só quero conhecer você, e que você também conheça-me. Quem sabe, talvez a gente pode se dar bem, ter afinidade, quem sabe você me dá uma chance. — Eu não sei se acredito em sorte, destino, mas uma coisa eu sei, eu não sou a mulher perfeita que você quer. Normalmente eu sou uma pessoa fácil de lidar, mas as vezes sou complicada demais. Tem outra coisa também, eu estou grávida, e certamente você procura uma mulher para construir a sua própria família. Não tenho intenção de enganar você, ou ser quem não sou, então você precisa conhecer outra pessoa. — Fico feliz por ter-me contado isso, mas tem algo em você que te faz diferente das outras. E eu realmente tive um interesse em você. E quanto o fato de estar grávida não me importo, se você quiser me conhecer, e ficar comigo, vamos ser uma família. Eu ficaria feliz em poder ajudar você. — Porque aceitaria criar um filho que não é seu? — Porque eu tenho interesse na mãe, e se ele é um bônus não tem problema. Existem muitas famílias assim. — Eu não sei quem é o pai do meu bebê, tem noção do julgamento que passei lá. — Eu não sei o que passou. Mas sei o que pode escolher para a sua vida, e para a vida do seu bebê. Eu posso ser o pai que essa criança precisa, posso e tenho condições para cuidar de vocês dois. — Você viu-me apenas uma vez na vida... — Mas gostei de você, poderia ter mandado qualquer pessoa ir entregar o dinheiro a você, mas eu fui até lá porque queria conhecer você. Só me conhece, temos todo o tempo do mundo para nos conhecermos, não custa nada. — Tá bom, mas vai perceber que eu não sou a pessoa que você procura. — Se for, você casa comigo? — Você é louco. — Veremos.
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