Sou um amante dos esportes, principalmente os aquáticos, não é à toa que temos uma das maiores lojas de artigos esportivos do país..., nossa marca é patenteada e famosa: DSports..., somos conhecidos pela qualidade de nossos produtos, tudo para: lutas, futebol e diversos esportes com bola, corridas, ginástica, academia..., tudo em esportes aquáticos:natação, surf, snowboard e um dos que mais gosto de praticar com minha mãe..., Wakerboard, é um esporte praticado com uma prancha tipo snowboard, puxado por uma lancha ou um sistema de cabos, o praticante pode fazer muitas manobras na água. Prático desde de criança.
Estou com 28 anos, aproveito a vida de todas as formas, festa, mulheres..., bebidas apenas socialmente, sou um atleta, nada de vícios que venham atrapalhar minha saúde e desempenho..., quer dizer, mulheres, antes de Aline, 26 anos, noivamos no mês passado, ela é filha de um amigo do meu pai..., começamos a namorar há uns quatro anos e agora tive que noivar, chega de enrolar minha garota, nosso casamento será no próximo semestre, já estamos organizando tudo..., sou apaixonado por ela..., Aline ficou na praia, com nossos amigos e amigas..., Sandro é como um irmão, ele é dois anos mais velho do que eu, meu melhor amigo..., é filho de um dos gerentes de uma das lojas, o Carlos, esse também é amigo da família...
Praticar esportes é mais uma das minhas paixões além de Aline,carros e motos..., amo velocidade e sexo..., sou muito ativo, meu pai fala que não sabe de onde tiro tanta energia..., sou muito ligado aos meus país, acho que o fato de ser filho único recebi amor em excesso..., faço outras coisas além dos esportes..., me formei em administração..., trabalho com meu pai administrando as lojas, temos um escritório exclusivo para isso, nossos gerentes são muito competentes, mas o tio Carlos é o mais chegado de nossa família, praticamente cresci com Sandro.
Hoje é um desses dias de laser, a minha mãe não está muito animada, mesmo assim insisto que me acompanhe na lancha..., Aline não quis vir..., minha mãe concorda e vamos animadamente para uma área ampla do mar..., as águas estão bem calmas, o clima está ótimo..., precisamos de um local amplo e seguro..., um Rider ama andar num glass..., sou um rider, é assim que se chama quem pratica esse esporte e glass é quando a água está parada, quase espelhando..., no mar é um pouco difícil...
Dilan:_ Mãe..., acho que aqui está bom.
Liana:_ Cuidado rider, nada de manobras muito radicais...
Dilan:_ Sempre tenho cuidado gatona...
Liana:_ Amo você gatinho..., arrasa!
Dou um beijo carinhoso em minha gatona e me jogo na água, me posiciono na prancha e dou sinal para que acelerem..., velocidade é tudo..., um funcionário da casa de praia pilota a lancha..., ele acelera e logo me sinto livre..., vou sendo puxado enquanto faço várias manobras, minha mãe registra esses momentos em uma pequena câmera..., não entendo porque ela não usa o celular, é muito mais moderno...
Mais de uma hora depois o mar começa a se agitar, significa que é hora de parar..., me aproximo da lancha nadando, assim que começo a subir na borda..., vejo uma outra lancha vindo em alta velocidade em nossa direção..., quando percebemos..., já é tarde, somos atingidos...
Contar centavos é o que tenho feito desde que minha mãe resolveu acabar com a vida usando drogas até ter uma overdose..., eu tinha 17 anos e meu irmãozinho Ravi apenas 5..., por eu ser menor de idade, fomos para um abrigo..., não temos parentes, minha mãe era uma prostitut4, drog4da e alcolatr4..., engravidou de mim quando tinha a mesma idade que eu quando ela nos deixou de vez, depois engravidou de Ravi..., não sei como o cérebro dela ainda funcionava para ser uma poeta na hora de escolher nossos nomes: Luna\=lua e Ravi\=sol..., só uma louca como ela mesmo, somos filhos de pais diferentes.
Tinha 12 anos quando meu pequeno nasceu e praticamente me tornei mãe dele, já que ela vivia fora, morávamos alugado em um barraco caindo aos pedaços.
Quando fiz 18 anos, tive que sair do abrigo..., a única pessoa que lembrei foi de Soraia uma amiga de profissão da minha mãe, só que ao contrário da louca..., Soraia não se afundou em vícios, ela trabalha em uma boate noturna..., através dela comecei a trabalhar nesse local, sou garçonete..., mas sempre que me vejo apertada sem dinheiro, faço uns programas..., escolho caras menos nojentos, se é que isso seja possível..., tenho evitado recorrer a isso nos últimos anos, me concentrei no trabalho de garçonete, apesar de receber muitas propostas.
Com muita luta consegui pagar um curso técnico de massagista terapêutica que durou praticamente 2 anos..., sempre sonhei em fazer fisioterapia..., com muita dificuldade e estudos, ganhei uma bolsa de 50% sobre o valor do curso, pago a outra metade e já atrasei duas mensalidades, estou juntando o dinheiro para negociar ou precisarei trancar o curso..., também estou tentando juntar dinheiro para tirar meu irmão do abrigo..., ele já fez 11 anos e me pergunta a cada nova visita quando vou tirá-lo de lá.
Faço visitas semanais ao meu irmão, ele quase foi adotado por uma família, tenho medo de perde-lo, mas ao mesmo tempo, se ele conseguisse uma boa família, talvez fosse bom para ele..., é só no que penso todas as noites...
Pra começar, preciso de um emprego descente ou eles nunca me darão a guarda de meu irmão, também preciso de um lugar fixo e adequado para uma criança..., durmo num quartinho minúsculo, no apartamento minúsculo que ajudo Soraia a pagar..., preciso de um trabalho que me dê mais dinheiro...,
Tenho me dedicado a arrumar um novo emprego, consegui um bico de vendedora temporária em uma pequena loja de roupas..., não sei se vou aguentar..., a noite na boate e pela manhã na loja...
Atualmente estou com meus 23 anos, nada do que planejei deu certo, não consigo juntar dinheiro suficiente para alugar um lugar melhor, e se eu alugar, não poderei pagar o advogado..., e no momento, não posso fazer nenhuma das opções, já que preciso pagar minha faculdade..., penso que se me formar e arrumar um emprego que eles julgam ser digno..., terei mais dinheiro e conseguirei tirar meu irmão daquele lugar..., sei que ele é bem tratado, mas não é o mesmo que está com alguém que amamos..., é o único amor no qual acredito, no que sinto por meu irmão e no amor dele por mim.
Só cinco meses após o acidente Dilan acordou, tenho lutado com ele para que reaja e volte a ser o que era, mas ele se entregou..., nos primeiros meses após o coma, ele até fez algumas seções de terapia..., começou a aceitar a cadeira de rodas, mesmo depois que soube da morte da mãe, ele sabe que ela não gostaria de ve-lo desistindo...
Mas assim que percebeu que Aline o tinha abandonado e desistido do noivado, ele piorou..., até tentei mentir, dizendo que ela estava viajando, mas a garota não atendeu nenhuma das chamadas dele, apenas enviou uma mensagem com três palavras: " Não consigo, acabou."..., foi o suficiente para ele entender o que significava.
O espírito esportista ainda está nele, em algum lugar adormecido..., ele faz alguns poucos exercícios sozinho, mas precisa de um profissional para ajudar com as pernas..., quase um ano depois e nada..., parece que ele só regride e passa o dia trancado em seu quarto, não sai nem para fazer uma refeição comigo..., sou um pai desesperado, já recorri a todos os tipos de profissionais desde os ortopedistas, fisioterapeutas, psicólogos..., faço qualquer coisa..., mas ele rejeita todos.
Ele apresenta pouquíssimos movimentos nas pernas, tem sensibilidade, mas ainda não consegue ficar firme em pé ou caminhar..., só toma os remédios quando sente dor..., praticamente deixou de fazer o tratamento prescrito pelo médico..., estou vendo meu filho se matando aos poucos e não consigo ajudá-lo.
Antes de sair para visitar as lojas vou até seu quarto, ele está na cama lendo alguma coisa, é uma das poucas coisas que faz..., ler...
Davi:_ Dilan, hoje virá uma nova fisioterapeuta, seja gentil, por favor.
Ele não responde e se quer me olha..., mas sei que ele ouviu..., arrumo alguma coisa fora do lugar..., já sei que hoje é um daqueles dias em que ele também não quer falar...
Davi:_ Tudo bem..., estou indo, se precisar de alguma coisa chame a Nara...
Nara é uma espécie de babá, governanta..., ela ajuda com Dilan como pode, é uma senhora de quase 60 anos, ela é muito rápida com os trabalhos, está conosco desde que meu filho era um bebê, praticamente um integrante da família.
Dilan:_ Lembre-se, colabore.
Saio do quarto e vou para a loja principal em que Carlos trabalha, apesar do que o filho dele fez, ainda somos bons amigos...
Carlos:_ Bom dia...
Davi:_ E aí?
Carlos:_ Pela sua cara, o dia não começou tão bem assim..., Dilan?
Sento me sentindo cansado..., acho que envelheci uns dez anos além da minha idade...
Davi:_ Estou tentando uma nova fisioterapeuta..., uma mais jovem e bonita, para ver se desperta algo nele.
Carlos:_ Já falei o que precisa fazer...
Davi:_ Não vou contratar qualquer uma para pôr as mãos em meu filho...
Carlos:_ Ele precisa de alguém mais ousado, que o faça acordar..., frequento um lugar onde se pode conseguir garotas interessantes.
Dilan:_ Ele nem pensa nisso Carlos..., acho que ele só pensa em como morrer...
Me entristece pensar isso, mas é o que sinto..., mesmo assim, estou tão desesperado que as vezes cogito a sugestão absurda de Carlos...
Vou esperar para saber como ele irá reagir a essa nova profissional, se não de certo, me vejo obrigado a apelar..., farei o impossível para trazer meu filho de volta.
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