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Reencontrando O CEO

Capítulo 1 Maria Júlia

— Senhorita Vasconcellos.

— Pois sim chefe!

— Venha imediatamente até a minha sala.

Ele desliga o telefone na minha cara. Odeio quando ele faz isso.

Saio bufando da minha mesa indo em direção a sua sala.

— Licença Senhor Levi.

Digo após bater na porta.

— Pode entrar. Sente‐se.

Ele aponta para a cadeira em frente a sua mesa.

— Como você sabe o grupo Peças e Soluctions está passando por uma reestruturação, houve um número considerável de pessoas que foram demitidas.

Ouço tudo atentamente, com o coração disparado, será que chegou a minha vez de ser demitida também?

— Senhorita Vasconcellos você está prestando atenção no que eu estou te falando?

— Desculpa senhor.

— Surgiu uma vaga como diretora nacional, eu te indiquei para o cargo.

Eu diretora? Será que eu entendi direito?

— Continuo aguardando uma resposta.

— Aceito! Claro que eu aceito!

Respondo eufórica.

— Só tem um porém.

Eu o encaro arqueando a sobrancelha.

— Você terá que trabalhar da matriz, ou seja, terá que mudar de cidade.

— É só isso senhor?

— Sim.

— Eu aceito!

— A partir de amanhã você pode tirar os dias para organizar as suas coisas, você precisa se apresentar na segunda-feira que vem.

— Já?!

— Sim, senhorita.

— Ah! Uma última coisa, você tem alguém para indicar no seu lugar?

Sorrio, pois, com toda certeza eu tenho.

— O Pablo.

Nos conhecemos na empresa, mas desde o primeiro dia nos demos bem, ele é um excelente profissional, tem grandes ideias e além de tudo ele é humano, sensível.

— Não fale nada com ele por enquanto.

— Sim senhor.

Volto para a minha sala feliz, ao ver o meu trabalho sendo reconhecido, mas ficarei triste em deixar a minha equipe, juntos formamos uma grande família.

Eu comecei aqui eu era uma menina, comecei fazendo estágio, e pouco a pouco fui alcançando novos cargos, sempre na base de muito esforço, sem passar por cima ou derrubar ninguém. Quem diria que aquela menina preta, pobre, que veio da comunidade, abandonada pela mãe, rejeitada pelo pai, iria vencer na vida se tornando diretora de uma multinacional.

Volto para a minha mesa, respiro fundo para não deixar as lágrimas caírem.

— Que cara é essa mona?

Sorrio para o Pablo.

— Gente preciso falar com vocês.

Toda a equipe para, direcionando seus olhares para mim.

— Eu quero agradecer pela oportunidade de ter trabalhado com cada um de vocês, pela família que nos tornamos, eu aprendi e cresci muito com cada um de vocês.

— Nós choramos, rimos, comemoramos, aprendemos com as nossas derrotas, mas sempre permanecemos juntos.

Observo o ponto de interrogação estampado em seus rostos.

— Eu fui promovida a diretora de marketing nacional, mas terei que trabalhar da matriz.

Palmas e assobios passam a ser ouvidos.

Eles se levantam e tal como uma família nos envolvemos em um grande abraço.

— Hoje será meu último dia, pois eu preciso me apresentar na segunda-feira que vem.

— Aproveitando que estão todos aqui, aproveito para anunciar que o Pablo será o novo gerente do setor.

O senhor Levi diz ao entrar no nosso setor.

E novamente é possível ouvir, mais palmas e assobios.

— Você merece meu amigo!

— Parabéns!

— Me segura, acho que vou desmaiar.

O Pablo adora fazer os seus dramas.

Saímos para almoçar todos juntos, foi a minha despedida.

— Maju, lembra da vez que estávamos indo para um barzinho a tarde, de repente passamos a ouvir barulhos de tiro e nos jogamos no chão?

— Todo mundo que passava na rua olhava para a nossa cara e depois descobrimos que não era tiro e sim barulho de moto.

A mesa inteira ri, o Pablo faz questão de sempre contar esta história para todos. Eu os observo e percebo o quanto eu vou sentir falta deles, dos nossos momentos.

Capítulo 2 Octávio

— Tato, que bom te ter aqui novamente.

— Senti tanto a sua falta!

— Eu também senti minha irmã.

Nos abraçamos.

— Agora eu vim para ficar.

Após sofrer a minha primeira desilusão amorosa aos dezoito anos, eu decidi terminar a minha faculdade em Administração na França e fiz a minha Pós em Comércio Exterior na Espanha.

Agora eu voltei para assumir a presidência da empresa do meu pai Nelson Smutchz. Meu pai sempre foi muito controlador, eu ter saído para estudar fora foi ótimo, eu pude tomar as rédeas da minha vida, aprendi a me impor e a dar valor para cada conquista que eu alcancei. Eu cresci e amadureci muito neste tempo em que estive fora. Na nossa filial na França e na Espanha eu tive a oportunidade de por em prática tudo o que eu fui aprendendo na faculdade, e posso dizer que isso fez uma enorme diferença, a ponto delas serem mais rentáveis que a nossa matriz aqui do Brasil.

É somente por este motivo que estou voltando, os conselheiros e acionistas me pediram para trazer sangue novo para a Matriz, eu disse que só voltaria caso eu tivesse carta branca para trabalhar.

Apesar de ter somente 24 anos, me tornei um homem de negócio frio, calculista, sei bem quando jogar as minhas cartas.

Minha família não sabe, mas eu sou dono de muitos negócios, e sócio de tantos outros, todo dinheiro que eu recebia eu guardava e depois investia.

Eu nunca tive um relacionamento sério, não depois de ter o meu coração quebrado em mil pedaços, sei que eu era muito novo, mas eu era apaixonado por aquela mulher que sem me dar uma oportunidade, terminou tudo e sumiu da minha vida. Agora eu apenas curto a vida da melhor forma possível, não brinco com os sentimentos de ninguém, sempre dou a escolha da mulher querer ou não passar a noite ao meu lado, mas eu nunca prometi nada a elas.

Meu pai tem vindo com umas conversas estranhas de me casar com a filha de um grande empresário e amigo dele, o Emerson Braga, a ideia é ampliar os nossos negócios, como se eu precisasse disso.

Eu não sei se um dia irei me casar, mas se isso acontecer será apenas por amor, só não sei se serei capaz de amar outra mulher como eu amei aquela diaba.

Termino de organizar as minhas roupas dentro do closet, gosto de deixar tudo organizado por cor e modelo, eu odeio bagunça, desordem, sou extremamente sistemático.

Na segunda-feira bem cedo, duas mulheres, pelo que a minha mãe me disse é tia e sobrinha, irão começar a trabalhar aqui em casa para cuidar das minhas coisas. Deixei isso por conta da minha mãe, ela sabe bem como eu sou e gosto de tudo.

Vou aproveitar a minha volta e sair para curtir com o meu melhor amigo Fábio, eu o chamo de Binho, nos conhecemos desde o colégio. Hoje a noite promete!

Chegamos na balada e curti bastante, o Binho não ficou com ninguém, já eu saí uma moça linda, cabelo liso, na altura das costas, olhos castanhos, seu nome é Cibele.

Era cedo ainda quando levantei, me troquei, deixei um dinheiro para que a moça que eu passei a noite possa pagar um carro por aplicativo.

Deixei a suíte paga e fui para a minha casa, quero descansar mais um pouco antes de ir almoçar com os meus pais e a minha irmã mais nova.

Capítulo 3 Maria Júlia

Eu tive uma despedida digna de filme, ontem a noite, quinta-feira, o Pablo deu uma super festa na sua casa, foi um tal de pega daqui, pega dali, eu sinceramente não sei como este povo vai trabalhar hoje, a ressaca deve estar sendo a companheira de muitos. Eu não sofro deste mal, afinal eu sou abstêmia.

Até que enfim consegui guardar as minhas coisas, a empresa disponibilizou um apartamento montado, apenas tive que despachar, por uma empresa de caminhãoas minhas coisas pessoais. Algumas eu trouxe no meu carro comigo. Olho no relógio e vejo que já são 23hs30 da noite, procuro algo para comer, mas esqueci que não passei no mercado, amanhã cedinho irei fazer compras.

[...]

Nem acredito que já é segunda-feira, a ansiedade está a mil, chego na porta da empresa que pega um quarteirão inteiro, ela tem cinco andares, sem contar o estacionamento.

Travo o meu carro, cumprimento o manobrista e sigo para a recepção.

— Bom dia!

Sorrio para a recepcionista.

Que me devolve com um sorriso gentil.

— Bom dia!

— Eu sou a Maria Júlia, mas pode me chamar de Majú.

— Eu sou a Valquíria, mas pode me chamar de Val.

— Prazer.

A observo e vejo quão bonita ela é, acredito que ela tenha 1,65m, cabelo escovado, negra, olhos amendoados, tem um pequeno piercing no nariz, ela usa uma maquiagem bem leve.

— Estou como a nova Diretora de Marketing Nacional. Preciso passar no RH primeiro, certo?

— Sim, vou pegar um cartão para você passar só um instante por favor.

Enquanto aguardo, sinto um cheiro de perfume delicioso, e um homem de voz grave, cumprimentar a Val.

Ao me virar o encontro de costas para mim, aguardando o elevador, mas confesso que gosto do que eu vejo.

— Desculpa a demora, aqui está.

Ela me entrega um cartão provisório.

— O dia será bem cheio, hoje será apresentado o novo CEO.

— Opa! Já vou conhecer quem será o nosso chefe então, bora lá.

Pisco pra ela.

— O RH vai te dar um cartão definitivo tá?

— Tá bom, Val! Muito obrigada.

— Bom trabalho!

— Bom trabalho para você também Majú.

Chego no andar do RH e vou me apresentando.

— Bom dia! Sou a Maria Júlia.

Diferente da Val, a moça que me atende faz uma cara de nojo.

Ela tem os olhos verdes, sua pele é bem branca, seus cabelos são lisos e loiro pintado, ela é alta, deve ter 1,75m, ela é realmente bonita, mas pelo visto antipática.

— O que você quer?

— Sou a nova Diretora de Marketing Nacional.

Ela abre a boca, arregala os olhos e tenta mudar a cara de nojo de segundos atrás.

Depois de resolvermos todas as questões burocráticas, ela me mostra onde será a minha sala, que é no mesmo andar da presidência. Vamos até a sala de reuniões, que é enorme por sinal, onde o novo CEO será apresentado.

Cumprimento a todos os presentes com um bom dia, alguns me olham com curiosidade, outras com deboche.

Estava terminando de enviar uma mensagem, quando sinto aquele cheiro maravilhoso tomar conta da sala.

— Bom dia a todos!

Ele diz.

Eu guardo o meu celular e ao levantar a minha cabeça nossos olhares se encontram.

— Pqp! Não pode ser!

— É ele!

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