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Queime Amor: Memórias Perdidas!

Fora de planejamento!

Eu me pergunto como foi que isso aconteceu... Eu fiquei presa no inferno por 20 anos... Isso foi o equivalente a três dias no mundo mortal, mas... O preço para minha liberdade foi muito alto, no entanto eu não tive escolha... Eu troquei todas as memórias que as pessoas tinham de mim pela minha liberdade, mas com certeza você vai querer saber como foi que isso aconteceu, então vou contar como foi.

- É isso, Skyler, você aprendeu tudo o que eu tinha para te ensinar... Por agora! – Disse Samphyr empolgada.

- É sério, mestra? – Eu fiquei muito feliz.

- Skyler, você é uma fofa, mas não precisa me chamar assim, somos amigas! – O rosto de Samphyr cora levemente.

- É que desde que você começou a me ensinar, eu não consigo te chamar de outra forma! – Eu desvio o olhar.

- Bom... Então faça como quiser, contudo, o seu tempo aqui no inferno acabou, você precisa sair antes que o Carcereiro apareça! – Disse Samphyr com um certo tom de preocupação.

- Um carcereiro? – Eu fico curiosa.

- Porquê você acha que os demônios não já fugiram do inferno à tempos, em? – Samphyr arqueia uma de suas sobrancelhas.

- Esse Carcereiro deve ser muita poderoso, já que consegue manter tantos demônios presos no inferno!

- Se fôssemos falar de um nível de poder de luta, o carcereiro não é tão forte, o problema é a joia que ele carrega pendurada no pescoço!

- Então se tirar essa joia dele, fim de jogo?

Samphyr olha para o céu no inferno e sorri.

- Todos que tentaram esse feito foram desintegrados, não sobrou nem pó para contar e história, ele pode não ter um poder de luta, mas é bem protegido! – Responde Samphyr.

- Desculpa mestra, mas protegido por quem ou... O que? – É claro que eu fiquei muito curiosa.

- Desculpa Skyler, mas eu não tenho respostas para todas as suas perguntas... O que protege o carcereiro é algo que ninguém descobriu ainda, no entanto à rumores que o próprio Aldum o protege!

- Aldum?

- O dragão do mundo, pai dos cinco deuses! – Samphyr fica pensativa de repente.

- O que houve, mestra? Porque ficou pensativa de repente?

- Enquanto Baphomet atacava meu irmãozinho... Um dos 5 deuses desceu dos céus e o protegeu, isso... Isso não é suspeito? – Pergunta Samphyr para mim.

- Eu não sei explicar... O que aconteceu de fato, mas nesse dia eu acabei falhando com o Luther! – Digo desviando meu olhar.

- Não se preocupe Skyler, você não falhou, além do mais, se você estivesse junto do Luther, talvez estivesse morta agora, Baphomet costuma ser bem impiedosa e quando ela luta contra um grupo inteiro sozinha, ela costuma matar todos os parceiros e amigos de seu alvo só para fazê-lo sofrer antes de matar o mesmo!

- Mestra, você acha que a Baphomet me mataria na frente do Luther? – Eu fico um pouco insegura.

(Suspiro!) – Sim, ela mataria... No entanto, você está muito mais forte agora, com certeza daria bastante trabalho para aquela vad** chifruda! – Disse Samphyr com um sorriso.

Eu estava prestes a fazer outra pergunta para Samphyr, mas de repente uma lança enorme é enterrada no solo bem a nossa frente, isso nos separou uma para cada lado.

- O que é isso??? – Pergunto espantada.

- O Carcereiro, você precisa dar o fora Skyler, precisa voltar para o mundo mortal agora!!! – Grita Samphyr.

- Mas mestra, e quanto a você? – Pergunto preocupada.

- Não se preocupe comigo, eu sei como lidar com esse merdinha, só vai e não deixa nenhuma das lanças dele te acertar!!!

Então com o ensinamento de Samphyr, eu abri um portal e estava prestes a cruza-lo, mas uma das lanças do Carcereiro atravessa minhas costas varando no meu peito... Eu cai de joelhos e o portal se fechou bem na minha frente.

- Mestra... – Minha voz desaparece.

- Skyler!!! – Grita Samphyr.

De repente, tudo se apagou... Não demorou muito até que eu acordasse, mas eu estava presa, totalmente acorrentada.

Eu tentei falar, mas a minha boca não queria se abrir, então eu logo percebi algo que me deixou desesperada... Minha boca... Minha boca estava costurada, eu estava completamente nua e havia ganchos e vergalhões perfurando a minha carne, logo eu estava cercada por criaturas horrendas e deformadas, elas começaram me torturar sem intervalo, e por mais que eu chorasse e tentasse gritar, era tudo em vão.

Depois de muito tempo sendo torturada sem intervalo, eu abro meus olhos após sentir que a dor havia parado, eu olho a minha volta e vejo que as correntes haviam desaparecido e eu estava deitada em uma cama enorme em um belo quarto.

Eu me levanto em desespero e meu coração parecia que iria saltar pela boca, eu começo a chorar e soluçar, então Samphyr entra no quarto de repente.

- Skyler, está tudo bem, você está bem! – Dizia Samphyr tentando me acalmar.

Demorou muito... Mas depois que me acalmei, Samphyr me explicou que aquilo que vivencie por anos, toda aquela tortura sem fim, não passou de uma ilusão provocada pelo veneno da lança do Carcereiro. Por mais que a lança fosse grande e tivesse me atravessado, ela não me matatia em hipótese alguma porque nada nem ninguém morre de verdade no inferno, então o veneno da lança põe suas vítimas para sofrerem por um longo período de tempo, mas se caso a vítima tenha uma mente fraca, essa sofrerá por toda a eternidade.

Depois que minha mente se recuperou de parte do trauma, eu me reergui e voltei a focar no meu objetivo... Voltar para casa.

- Mestra, a senhora tem um lugar lindo aqui, nem parece que é no inferno... No entanto, eu preciso mesmo voltar para casa!

- Mas Skyler, não sabemos se você está totalmente recuperada para voltar para o Luther, além do mais, se você voltar agora... Haverá uma consequência! – Disse Samphyr preocupada.

- Uma consequência?

- Você já sabe que o tempo aqui no inferno é diferente do tempo no mundo mortal, certo? – Pergunta Samphyr.

- Sim, eu sei!

- Pois então... O mundo dos sonhos no inferno é ainda mais... O tempo que você sofreu lá, foi equivalente o triplo do tempo que você esteve aqui, então pelo tempo que você esteve aqui, você já se fundiu ao inferno como uma de nós!

- E isso... O que quer dizer isso?

- Que para você voltar ao seu mundo, você deve realizar um sacrifício... Um grande sacrifício! – Samphyr me lança um olhar triste.

- Um sacrifício... Que droga! – Digo preocupada.

De volta ao mundo mortal!

Eu precisava voltar para casa, mas após ouvir o preço que eu teria que pagar para sair do inferno, eu fiquei confusa e sem uma resposta pra dar.

- Eu vou desaparecer das lembranças... De todos? – Eu fico bastante preocupada.

- Sim... Serei a única que se recordará de você! – Disse Samphyr.

Eu abaixo minha cabeça pensativa.

- Porque... Que droga, eu não quero ser esquecida, eu e Luther demoramos para ficarmos juntos de verdade... Nós passamos por muita coisa juntos!

- Você precisa decidir, você está pronta?

- Droga... – Eu pego as mãos se Samphyr enquanto me segurava para não chorar.

- Eu sei que é doloroso pra você ser esquecida dessa forma, mas é melhor do que ficar presa aqui no inferno para sempre! – Disse Samphyr tentando me animar.

- Mestra, me diz... E depois, como vou me aproximar do Luther se ele não vai mais se lembrar de mim?

- Não se preocupe, Skyler, eu tenho um plano! – Samphyr destaca um sorriso confiante em seu rosto.

Eu suspiro, mas aceno com a cabeça em concordância, em seguida Samphyr começou a conjurar um tipo de feitiço que fez com que um pentagrama dentro de um círculo aparecesse sob nós.

- Mestra, o que está acontecendo? – Pergunto preocupada.

Samphyr ignorou a minha pergunta enquanto dava seguimento a sua conjuração, mas de repente, todas as lembranças de amigos e familiares começaram a se passar na minha cabeça, inclusive todos os meus momentos com Luther.

- Essas lembranças... Mestra, porque eu estou me lembrando de tudo isso?

Samphyr ainda conjurando o feitiço, me ignora. Não demorou muito até que eu sentisse uma tristeza muito grande... Foi como se um buraco se abrisse no meu peito.

Lágrimas escorrem dos meus olhos por todo o meu rosto, mas foi aí que a conjuração do feitiço de Samphyr, termina.

- Está feito... Ninguém exceto eu, tem lembranças suas! – Disse Samphyr.

- Eu me sinto tão triste...

- Essa é uma reação natural... Ninguém quer ser esquecido afinal de contas! – Samphyr acaricia o meu rosto.

- Então... Estou pronta para voltar? – Pergunto com um tom entristecido.

- Antes de ir, eu preciso te explicar o meu plano para você ficar próxima do Luther, afinal de contas, mesmo sem nenhuma lembrança sua, ele ainda precisa de você!

- Ok, estou ouvindo...

O plano de Samphyr era me usar como um presente para o Luther, ela me daria a ele como empregada doméstica... No início eu pensei que seria demais para mim, mas logo aceitei a situação, afinal de contas, era a única maneira de me aproximar do Luther sem parecer uma louca completa.

Depois de me vestir adequadamente como uma empregada súcubo sexy do inferno, Samphyr abre o portal para o mundo mortal usando sua própria magia.

- Mestra, o que eu faço quando chegar lá, o que eu devo dizer? – Pergunto bastante nervosa.

Samphyr sorri para mim.

- Aja normalmente, como uma empregada é claro, deixa o resto comigo!

- Você vai atravessar comigo?

- Não, eu ainda não posso, mas eu já mandei uma mensagem para o meu irmãozinho, então não se preocupe, ele já sabe da chegada de sua empregada nova! – Diz Samphyr com um sorriso.

Eu aceno com a cabeça e um sorriso tímido, e depois me volto para o portal.

(Suspiro!) – Finalmente... Estou voltando para casa!

- Não se esqueça, Skyler, você é nova no mundo humano, você não conhece nenhum deles, entendeu? – Disse Samphyr.

- Sim, mestra, eu entendi!

- Boa sorte, e nos veremos de novo! – Samphyr sorri.

- Então até a próxima, mestra! – Eu aceno com um sorriso.

Então eu atravesso o portal... Após atravessar o portal eu senti uma certa diferença na gravidade e acabo espantada, no inferno o meu corpo estava bem mais pesado e exausto, mas assim que atravessei para o mundo mortal eu consigo sentir um alívio muito grande no meu corpo.

- Uau, isso é incrível! – Digo olhando para minhas mãos.

- O que é tão incrível? – Pergunta uma voz masculina.

Eu ergo meus olhos e então ali estava... O próprio Luther, de pé bem na minha frente. Meu coração acelerou e minhas mãos começaram a suar, minha voz não saía pois as palavras acabavam se embolando na minha mente.

- Minha irmã me mandou uma mensagem dizendo que me mandaria uma empregada para me ajudar, e me disse que não teria custo nenhum... Talvez eu tenha descoberto porque, afinal de contas, ela me mandou uma empregada muda! – Luther cruza os braços.

- Desculpe, mas você não deveria ser tão grosseiro com as pessoas! – Digo após me irritar com o comentário de Luther.

- Acho que quem não está respeitando aqui é você, ou é normal que uma empregada do inferno use esse tom ao falar com o seu atual senhorio? – Luther me olha sério nos olhos.

- Me perdoe, meu senhor, minha língua costuma ser um pouco escorregadia às vezes! – Digo desviando meu olhar após perceber meu erro.

- Então trate de manter ela bem presa, eu não quero ter que devolver um presente da minha irmãzinha!

- Eu sinto muito, senhor, isso não voltará a acontecer! – Eu abaixo minha cabeça, pensativa.

Luther apenas resmunga algo e dá as costas para mim, depois que Luther sai da sala sem me dar nenhuma ordem, eu me viro para o lado do portal e vejo que o mesmo já estava fechado.

- Eu não me lembro do Luther ser um completo idiota... Mas que droga aconteceu aqui?

O que está acontecendo?

Sem saber o que fazer, eu sigo Luther e saio da sala onde estava, e assim que passo para a sala onde estava Luther, eu vejo que tratava-se da mansão que a Yorik havia cedido para nós.

Eu dei uma boa olhada em volta e me deparo com Luther, o mesmo estava sentado no seu espaçoso e confortável sofá, enquanto trabalhava em seu notebook.

Eu paro na frente de um Luther a qual nunca havia visto em toda a minha vida, pois o mesmo ainda não havia me dado instruções alguma. Luther para o que estava fazendo e me olha dos pés a cabeça.

- Como posso servi-la, senhorita empregada do inferno? – Disse Luther com um tom arrogante.

- Você é sempre assim? – Pergunto indignada.

Na verdade eu não estava acostumada com esse jeito escroto do Luther, é como se aquele grandão fofo e carinhoso nunca tivesse existido.

- Garota, você está aqui só pra me ajudar, não para ser tratada como desejar!

- Seu... (Suspiro!) Eu só vim pedir as suas ordens, senhor! – Digo aprisionando minha raiva.

- Nesse caso, eu gostaria que você fizesse como desejar, mas... Por favor, dê uma prioridade no banheiro do meu quarto, eu tenho um compromisso daqui a duas horas e vou precisar tomar um banho! – Disse Luther arrumando a gola da camisa.

- Sim, meu senhor! – Eu respondo após um breve suspiro.

Eu sigo para onde era o nosso quarto por puro instinto, então assim que chego, eu vejo que realmente tratava-se do quarto de Luther.

- Como está tudo tão diferente... É como se esse Luther fosse de outro mundo! – Antes de limpar o banheiro, eu começo a limpar o quarto.

Enquanto eu arrumava a cama, no meio dos lençóis eu encontrei uma calcinha usada de cor vermelha, é claro que meu coração acelerou na hora e o ciúmes começou a gritar dentro de mim, mas após respirar fundo eu ponho na minha cabeça que minhas lembranças foram apagadas... Para ele eu nunca existi.

Voltando a mim mesma, eu recolho todas as peças de roupas que estavam jogadas e depois finalizei com uma bela arrumação no quarto.

- Eu nunca imaginei como seria essa a sensação de ser esquecida... É tão doloroso... – Eu pego um porta retrato que estava em cima do criado mudo, ao lado da cama.

O que tinha na foto acabou me surpreendendo, a foto tratava-se de uma em que eu e Luther tiramos logo que nos formamos juntos na academia.

- Espera, então ele lembra de mim? – Eu fico confusa.

Eu coloco a foto no lugar pensativa, mas logo volto aos meus afazeres e limpo totalmente o banheiro. Assim que estava saindo do banheiro, eu dou de cara com Luther, que estava olhando tudo em volta.

- Senhor... Não pensei que o senhor viria para o seu quarto em tão pouco tempo... – Digo sem jeito.

Luther olha para mim com um olhar acusador.

- Eu pedi que você desse prioridade ao meu banheiro, mas você limpou o meu quarto primeiro... Posso saber o motivo de você não ter seguido minha ordem ao pé da letra? – Ele demonstra estar bravo.

(Suspiro!) – Desculpa , senhor Luther, mas eu pensei ter ouvido você dizer que eu poderia fazer o que eu quisesse, contanto que desse prioridade ao seu banheiro! – Eu continuo contendo a minha raiva.

Ao contrário do que pensei, Luther sorri discretamente e depois balança a cabeça.

- Apesar de ter arrumado meu quarto antes do banheiro, você não deixou de fazer o que te pedi... Dou muito valor a pessoas que cumprem ordens de forma inteligente e sem falhas, meus parabéns! – Disse Luther.

Eu não sei porque, mas fiquei muito feliz com seu elogio.

- Obrigada, senhor... Eu não...

- Não esperava um elogio meu depois da forma que te tratei inicialmente?

- Eu... eu não esperava! – Digo sem jeito.

- Está tudo bem, eu admito que peguei pesado com você... Eu nem sei porque vou te contar isso, mas... É que logo que te vi, encontrei características em você que parecem muito com meu amigo que faleceu a alguns anos atrás!

- Seu amigo que faleceu? – Eu fico curiosa.

- Sim... Quando minha irmã apareceu para mim pela primeira vez, meu amigo atirou nela... Infelizmente para ele, ela estava com um campo refletor de ataques e então os projéteis se voltaram contra ele! – O semblante de Luther muda para um bem triste.

- Entendi... Desculpa a pergunta, mas qual era o nome do seu amigo?

- O nome dele era Skyler!

Assim que Luther termina de dizer o meu nome, eu fico pasma, afinal de contas não foi isso que aconteceu, e eu pensei que seria esquecida, não que eu tivesse morrido.

- Então, você e sua irmã...

- Não se preocupe, conseguimos nos acertar... Não foi culpa dela, foi apenas um acidente! – Disse Luther com um tom de lamento em sua voz.

- Senhor Luther... Você sabe o meu nome, não é?

- Esse é outro motivo para eu ter te tratado do jeito que tratei!

- Entendi... Bem... Eu tenho outros afazeres, então vou indo! – Eu me dirijo a saída do quarto, então Luther chama minha atenção.

- Espera... Não precisa se esforçar mais do que o necessário!

Eu olho nos olhos de Luther, dou um sorriso simpático e logo respondo o mesmo.

- Não se preocupe, senhor, eu sou uma súcubo de combate, então não acho que um trabalho braçalzinho vá me cansar assim!

- Uma súcubo... É verdade, você é uma súcubo... – Eu vejo a bochecha de Luther corar.

- Sim, eu sou! – Eu arqueio uma de minhas sobrancelhas de curiosidade.

Luther me olha dos pés à cabeça, fica em silêncio e engole seco.

- Senhor Luther, o senhor está bem? – Eu fico um pouco preocupada.

- Não, eu... Quer dizer... Sim, eu estou bem, você já pode voltar a seus afazeres!

Ele me deixou confusa, mas acabou perdendo sua compostura de CEO, isso me fez querer rir da cara dele, mas tinha uma coisa me perturbando... Porque eu morri, e eu pensei que a magia usada por Samphyr iria me apagar da memória de todos... Será que ela cometeu um erro?

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