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Na Direção Do Amor

Capítulo 1

— Mel, isso é loucura, se a madre superiora nos pega fazendo isso vai ser um desastre. — Disse Maite.

— Talvez se você parar de falar alto ela nem perceba. — Respondeu Melissa.

Melissa mora no convento a vida toda, cresceu cercada de regras. Sua mãe morreu após o parto, e o seu pai ela nem chegou a conhecer. Sempre foi uma garota esperta e muito inteligente, dona de lindos olhos amendoados e uma boca sedutora ela sempre foi considerada muito bonita. Agora com seus 20 anos ela se tornou uma mulher encantadora, um corpo escultural e cabelos ruivos encaracolados até a cintura, se ela não morasse no convento causaria um grande transtorno na aldeia com o seu rosto angelical.

 

- Acha que vai dar certo Mel? — Perguntou Maite preocupada, dês dê os seus 6 anos, a idade em que entrou no convento tornou-se uma grande amiga, praticamente irmã de Melissa. Agora com seus 21 anos, tenta controlar os planos de fugir que Melissa tem.

— Espero que sim Mai. Eu não aguento mais ficar trancada aqui, já tenho mais de 18 anos, está na hora de conhecer a vida lá fora. — Dando um suspiro longo.

— Quem a ouve dizendo isso pensa que estamos numa cadeia Mel, não temos muito do que reclamar. Talvez se conversássemos com...

— Nem pensar, já tenho idade suficiente pra ter filhos, não tenho que pedir permissões, e nem você Mai, vamos sair logo desse lugar e conhecer o mundo. — Interrompeu Melissa, nervosa.

Toda vez que as duas tentavam explicar a madre Luma que já era hora de elas irem embora a velha começava a chorar.

— Vocês são muito novas, não podem me deixar. –Dizia chorando e fingindo um ataque.

As poucas vezes em que saiam ou era pra missa, ou pra fazer alguma visita a algum doente, sempre cobertas por aqueles hábitos horríveis como sempre dizia Melissa.

— Mel... Isso é loucura eu nunca pulei um muro. — Subindo na pilha de blocos colocados lá por Melissa.

— Pra tudo tem uma primeira vez Mai... Agora é melhor ficarmos caladas... Antes que aquela...

— Melissa olhe lá o que vai dizer. — Repreendeu Maite.

— Antes que aquela boa velhinha nos veja e comece com os dramas.

Depois de muito sacrifício, Melissa conseguiu descer.

- Estou livre... Livre... –Disse Melissa rodopiando e sorrindo do lado de fora do convento.

- Ótimo Mel, agora... Se puder me dar uma ajudinha vai ser ótimo... Ah! –Foi a ultima coisa que Maite disse antes de cair com o traseiro na grama. – A culpa é toda sua toda sua... Você nunca muda... Melissa quer parar de rir. –Gritou Maite vermelha de raiva.

- Há... há... Desculpa Mai... – Respondeu vermelha de tanto rir. –Ta bom parei.

- Com uma amiga como você, não é preciso esperar inimizades. –Respondeu limpando o habito- E então senhorita liberdade, o que vamos fazer agora?

- Correr... E bem rápido a madre ta vindo ai... 

 

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- Ótimo é assim mesmo que eu quero, aquele tapete...

- Mamãe? –Disse a loira de grandes olhos azuis e muito elegante.

- Minha filha... – Abraçando a filha mais nova. - Que bom que chegou nem a vi saindo, sabe o quanto sua opinião é importante, seu irmão está chegando e quero tudo perfeito.

- Não sei pra que tanta preocupação Marcelo nem nota esses detalhes.

 Marcelo Ullegan, irmão mais velho de Briana de 22 anos, filho de Alexandra Ullegan e Luis Von Ullegan, rei e rainha da famosa aldeia Vonllegan. Marcelo tem 23 anos, é um verdadeiro príncipe, lindo, rico e inteligente. Seu único defeito é ter tudo que sempre quer na hora que quer. Foi para a Suíça com 12 anos para se adaptar a ser um autentico príncipe e agora está retornando e será recebido com um grandioso baile na mansão da família.

- Briana querida, se seu pai a houve dizendo isso...

- Dizendo o que querida? –Disse o rei descendo as escadas e admirando a decoração. –Está ficando magnífico, não é mesmo Briana?

- Sim papa. O príncipe vai adorar o baile, ainda mais tendo em vista que todas as mulheres ricas e bonitas da aldeia estarão presentes.

- Briana... Seu irmão não está se importando com as mulheres, apesar de ser o momento perfeito para Marcelo encontrar sua noiva. –Interrompeu Alexandra enquanto arrumava a gravata do rei.

- É uma ótima idéia querida. Mas, quem sabe nosso garoto não vem da Suíça casado.

- Seu garoto já tem barba e bigode a fazer papa. Quem vai entrar por essa porta daqui a poucas horas será um homem e com certeza mulherengo e solteiro.

- Eu não sei por que tanta implicância com seu irmão meu bem. –Acariciando o rosto da filha - Marcelo a adora... E você sempre será nossa garotinha.

- Não é implicância, só estou tentando mostrar a vocês que Marcelo já cresceu, e que pode tomar suas próprias decisões agora. Vou para meu quarto descansar até a chegada do príncipe. –Dizendo isso beijou os pais e subiu até seu quarto.

- Nossa menina está com ciúme do irmão ou é impressão minha? –Perguntou Alexandra.

- Sabe o quanto Bri adora o irmão, o que ela está tentando fazer é chamar a atenção. Preciso ir até a empresa querida, peça a Inácia para preparar meu terno. -Dizendo isso beijou a esposa e saiu.

Capitulo 2

Após correr durante vários minutos as duas chegaram até a aldeia. O convento ficava bem afastado das casas, para que as noviças não se entretecem com o movimento.

— Estou morta... Literalmente morta... — Disse Maite ofegante.

— Estamos livres Mai, agora podemos finalmente fazer tudo que queremos. — Disse Melissa sorridente.

- Mel o que faremos agora? Andar por aí não enche barriga de ninguém. — Disse um pouco triste e de cabeça baixa.

— Hei... — Levantando o rosto da amiga. — Somos duas mulheres adultas Mai, adultas jovens e bonitas. — Arrancando um sorriso da amiga. — Podemos muito bem conseguir um emprego e uma casa pra morar. Só temos que tirar esses hábitos horríveis e vai ver como tudo se ajeita.

— Amiga... — Abraçando a amiga. — Não sei o que faria sem você. Da maneira como fala tudo fica mais fácil.

— Eu também não sei o que faria sem você Mai. Eu trouxe todo o dinheiro que consegui pegar no cofre, não é muito mais da pra comprarmos uma peça de roupa pra cada e um pouco de comida.

— Você roubou dinheiro do convento... Mel sabe que esse dinheiro era pra acabar a gruta... — Disse Maite perplexa.

— Não começa Mai aquela gruta nunca vai sair, e não roubei nada, só peguei emprestado. — Disse séria ajeitando o hábito. — Vamos procurar uma loja de roupas e nos livrar disso.

— O que você pensa que a vendedora vai dizer Dul? No mínimo vai rir da nossa cara.

— Não importa vem logo. — Puxando a amiga pela mão. 

Assim que as duas entraram na aldeia todos estranharam, afinal as noviças só andavam acompanhadas por uma madre e nunca sozinhas. Maite estava uma pilha de nervos, e a situação piorou após darem de cara com o padre Aguiar.

— Padre Aguiar... — Disse Melissa sorrindo nervosamente. – A sua benção padre. — Disseram as duas num uníssono.

— O que fazem aqui na rua desacompanhadas em Mel? — Perguntou o padre enquanto procurava a madre pela calçada.

— Desacompanhadas?... Ou... Não padre, madre Luma está nos esperando no café.

— No café? –Perguntou achando estranho, nenhuma freira costuma sentar em um café a espera das noviças, ainda mais sendo elas as mais impossíveis do convento.

- Sim, padre Aguiar, sabe a madre... Tem muita fome e não conseguiu esperar. — Enfim Maite conseguiu pronunciar algo, pensou Melissa.

— E enquanto ela espera onde vocês estavam indo?

- Estávamos indo visitar um enfermo padre. — Disse Melissa fingindo uma profunda tristeza, o que fez maite ficar vermelha louca pra rir.

— Isso é ótimo, vocês são duas jovens de bom coração, Deus está vendo o quão boas vocês são. Podem continuar a caminho da casa, vou até o café falar com a madre.

— É aquele café ali não é Maite? –Perguntou apontando pra um pequeno café de esquina.

— Sim...

— Não... — Gritou Mel, o que fez o padre ficar um tanto assustado e Maite confusa. — Quer dizer, é... Naquela direção, a exatamente cinco quadras dali padre.

— Mas, é uma distância enorme.

— É... A madre não conseguiu aguentar e foi ao primeiro café que viu.

— Bem, vou deixar pra ir até o convento a semana que vem e falar com a madre então, esqueci-me que tenho que ir a outra aldeia, vou ficar fora durante uma semana.

— Está bem daremos o recado a ela. Agora temos que ir não é Mai? — Dando um leve cutucão na amiga.

 — É sim. Tchauzinho padre. — Saindo de fininho.

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A mansão estava nos seus últimos retoques, a noite não demoraria pra chegar, mais Alexandra não queria que nada desse errado então providenciou tudo bem cedo. Uma limusine preta parou na porta da mansão onde todos os empregados já esperavam nas escadas.

- Bem vindo a sua casa Tchelo. –Disse uma senhora baixinha de cabelos brancos, Ana a senhora que cuidou de Marcelo até sua partida.

- Obrigada Ana. –Abraçando sua antiga baba e atual governanta da mansão.

- Como está lindo. –Surrumou uma empregada à outra.

- Minha nossa, que corpo é esse. –Disse a outra suspirando.

-Tchelo! –Gritou Annie dando um grande abraço no irmão.

-Bri como está linda. –Observando a irmã. –Papa... Mama. –Abraçando os pais.

- Meu menino, como está lindo. –Disse Alexandra acariciando o rosto do filho. –Olhe para nosso filho Luis, está um autentico príncipe.

- Filho... –Disse Luis abraçando o filho emocionado. –Não sabe o quanto estou orgulhoso do homem que se tornou.

- Papa, senti tanta falta de casa, de vocês. Mais... Que decoração é essa mama? –Observando o lugar.

- Tchelo você reparando a decoração? –Disse Bri fingindo espanto. –Tem certeza que nem imagina pra quem seja?

- Bri sei que é pra mim, mais pra que tudo isso? –Perguntou assustado. –O salão de festas está completamente arrumado... Parece até que vai haver um bai... –Olhando para a irmã que balançava a cabeça afirmando que com certeza haveria um baile naquela mansão.

- Não. Mama, eu nem respirei o ar puro da casa e já quer enchê-la de gente. –Disse zangado, andando de um lado pro outro.

- Meu filho, é um baile de boas vindas. –Disse Alexandra com toda calma.

- Sabe o quanto odeio esses bailes e faz um pra me receber? Obrigada mamãe, eu estou lisonjeado. –Disse com um sorriso irônico. –Mas, não se preocupe eu vou para meu quarto, tomar um banho, colocar o meu smoking e receber a todos com meu melhor sorriso. –Dizendo isso ele deu um beijo nos pais e subiu os degraus de dois em dois.

- Papa, pode começar a investigar, esse definitivamente não é seu filho. –Disse Briana achando graça. Geralmente ele iria quebrar todas as louças da casa e se trancaria no quarto até que seu estomago pedisse por comida.

Essa não foi a única mudança no príncipe, quando pequeno ele sempre chamou muita atenção por sua inteligência e seus sorrisos doces que faziam todas as mães o quererem como filho, agora seus sorrisos doces foram substituídos por sorrisos sedutores, a qual arrancam suspiros de todas as mulheres que o olham. Com os cabelos escuros, o corpo atlético, os olhos azuis e envolventes ele nunca teve problema com as mulheres, muito pelo contrário, tem muita experiência nesse assunto.  

Capítulo 3

— Assim está melhor. — Disse Melissa arrumando a fita do cabelo no espelho da loja.

Vestindo um vestido simples de algodão azul, ela não parecia mais a mesma. As sapatilhas delicadas que a vendedora conseguiu com o seu número e a fita azul no cabelo a deixavam parecida com uma menina de 15 anos. Maite não estava muito diferente, trançou os cabelos e colocou uma pequena fita na ponta, também usava um vestido simples de algodão amarelo com sapatos baixos. Os cabelos de Melissa estavam num rabo de cavalo, estavam muito bonitas e nada parecidas com duas fugitivas do convento.

— Mel acha que o padre nos reconheceria agora? — Perguntou Maite preocupada.

— Com certeza... Sim. –Disse sorrindo pela cara de medo que a amiga fez. — Ora Mai, a essa hora a madre deve está feito louca atrás de nós, e a grande diferença é que dessa vez, nós não nos escondemos no porão, e com certeza já deve ter comunicado até ao Vaticano. — Pagou e agradeceu a vendedora e foram atrás de algo pra comer.

— Você me anima muito sabia? — Disse Maite irônica.

— Extra! Extra! Mansão Vonllegan vai dar um grande baile de boas vindas ao príncipe da aldeia.

— Não sabia que Vonllegan tinha um príncipe. — Disse Mai surpresa.

— Até parece que dentro daquela masmorra da pra saber de algo. — Entrando em uma lanchonete. — Será que todos podem entrar nesse baile? — Mel perguntou a Maite enquanto pedia o prato do dia pras duas. 

— Mel, por favor, o tal baile vai ser em uma mansão e para um príncipe acha mesmo que duas plebéias vão poder entrar? — Disse desanimada.

— Olá moças. — Disse um homem alto e corpulento, com idade suficiente pra ser pai das duas. — Sou da mansão Vonllegan e estou a procurar jovens pra trabalhar durante o baile, vocês são perfeitas o que acham?

— Exatamente o que teremos que fazer? — Perguntou Mai interessada.

— Servir os convidados. O pagamento é bem alto... — Disse o homem um tanto simpático.

— Aceitamos! — Disseram as duas juntas. 

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Alexandra andava de um lado pro outro, estava uma pilha de nervos, como pôde esquecer dos garçons? Foi um descuido enorme da sua parte.

— Querida se não parar de andar de um lado pro outro vai acabar furando o chão. — Disse o rei incomodado com a situação.

— Eu não podia esquecer isso, estava tudo tão bem preparado.

— Onde está Bri? — Perguntou Luís sem dar importância as lamentações da esposa, ele sabia muito bem que se desse atenção ela não ia parar nunca.

— Está conversando com Tchelo lá em cima. Ana traga um chá, por favor, querida. — Se jogando no sofá da sala de visitas.

— Agora mesmo. — Indo até à cozinha pegar o chá calmante, que segundo Alexandra era milagroso.

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— Tchelo acredita que papa pensava que você voltaria casado? — Perguntou enquanto ajeitava a gravata do irmão. — Papa se ilude tanto.

— Acha que não tenho capacidade pra me casar Briana? –Perguntou fingindo uma mágoa profunda.

— Ô meu irmãozinho lindo é claro que tem. — Apertando as bochechas dele. — Mudando um pouquinho de assunto, quantos corações partidos deixou na Suíça? — Perguntou Bri com um pequeno sorriso no rosto, desde muito novinha tinha um tremendo ciúme do irmão.

— Alguns. –Disse sorrindo. — Não tinha nenhum compromisso, portanto se tem alguém sofrendo a culpa não é minha.

— Você é cruel Ullegan. — Disse Bri rindo do irmão. Era sempre essa desculpa do irmão, não ter compromisso com ninguém, ele nunca tinha culpa dos telefonemas feitos aos berros, e nem das cartas com baixo vocabulário.

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Era a primeira vez que Melissa e Maite entravam em uma limusine, só estavam acostumadas a andar na van velha do convento. Estavam deslumbradas com o espaço do carro, Melissa tentava imaginar os mendigos de rua, o carro era uma espécie de casa, dava pra eles dormirem bem confortáveis ali dentro. Pedro era o nome do homem que as contratou, segundo ele era o administrador de casos simples da família, para Melissa isso se resumia em “pau pra toda obra”.

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