Vanessa
Amo a minha profissão, ser médica foi tudo o que eu sempre quis e em breve terei o meu diploma.
Estou trabalhando como residênte, em um grande hospital da cidade, é quase certo que permanecerei nele, após concluir a minha faculdade.
Tenho um filho, Marcelo, ele tem apenas 2 anos, é o amor da minha vida, tudo que fiz e faço é por ele.
Admito que, o meu menino não veio da forma com que eu sonhava, mais eu não trocaria ele por nada.
É um menino muito inteligente, gentil e amoroso, tento-me desdobrar para que ele não sinta a falta do pai.
Mais a vida é assim, nem tudo é um mar de rosas, tive que aprender a virar-me muito nova, para poder cuidar da minha família.
Os meus pais morreram num acidente de carro, quando eu tinha quinze anos, sou criada pela minha tia desde então.
A minha tia, Angela, fez o melhor que pode com as condições que tinha. Graças a ela, eu pude estudar, e entrar numa boa universidade.
Mais infelizmente ela adoeceu, e foi a minha vez de cuidar dela. Comecei a fazer o trabalho mais humilhante para uma mulher.
Com apenas vinte anos, virei Esmeralda Daniziu, acompanhante de luxo, uma mulher sedutora e poderosa, ela conseguia ter o homem que quisesse.
Ela era tudo o que a Vanessa não é, então foi o disfarce perfeito
Esmeralda.
Conheci homens de todos os tipos, novos, velhos, bonitos, feios, fazer o que foi o que alimentou-me a minha família.
Muitos dos meus clientes marcaram-me muito, por seus traços, como me trataram, mais o qual mais me marcou, foi um italiano, Enzo Vanglarde, filho de um empresário muito conhecido.
Foi o único homem por quem me apaixonei. Enzo era gentil, era carinhoso comigo, ele não me tratava como uma put@.
Levava-me para jantar, ao cinema, teatro, galerias e até a casa dele, eu fui. Mantivemos um relacionamento durante um ano, pensei que ele me amasse.
Mais foi só uma ilusão de uma garota boba. Um dia fui até o seu apartamento, fazia uma semana que não conversávamos, e eu estava preocupada.
Bati na porta, e uma mulher atendeu, ela disse ser noiva dele, aquilo destruiu-me. Não disse quem eu era para aquela mulher, afinal o errado era o Enzo. Eu só fui embora.
Enzo ligou-me e mandou várias mensagens, que preferi ignorar, e como ele só me conhecia por Esmeralda, não me conseguiu encontrar.
Decidi esquecer que ele existia, o que foi em vão, alguns meses depois, dei à luz a um filho dele. Marcelo nasceu bem-parecido com o pai, sorte a minha é que eles nunca se encontraram.
Também não fiz questão, de apresentar o meu filho a ele, Enzo iria se casar e construir a família dele, não queria que o Marcelo crescesse como um bastardo.
Nunca mais ousei abrir o meu coração novamente. Enzo havia destruído a minha vida, e eu jurei não amar de novo, e também não queria vê-lo de novo, mais o destino tinha outros planos.
Após mais uma noite exaustiva, que mais uma vez tive que me humilhar, cheguei em casa as duas da manhã, e dormi um pouco.
06:00 horas já estava acordada, arrumei o meu príncipe para a creche, estava um pouco frio, então o agasalhei bem.
Deixei ele na escola e a minha tia na quimioterapia, e fui até o hospital.
Estava de plantão na emergência, então seria um dia bem cheio, então não poderia buscar o meu filho, então pedi para a Amanda, minha amiga e companheira daquela outra vida, pegá-lo.
Estava até que o hospital estava calmo, tanto que tirei um tempo para almoçar com um amigo da residência, Leonardo, ele sempre foi atencioso comigo, e apesar de não me querer apaixonar, o Marcelo precisava de um pai.
Depois do almoço, voltei a correr para a emergência do hospital, havia ocorrido um acidente, um carro havia capotado, e os dois pacientes estavam gravemente feridos.
Fui escalada para fazer a cirurgia da mulher, troquei-me, higienizei-me e fui para a sala de operação.
A paciente estava sedada, mais ela me parecia familiar, mais tentei não me distrair. Peguei o bisturi, e comecei a operar, faria tudo sozinha, apesar de estar a ser observada pelo meu mentor, o doutor José.
Ela rompera o baço, então era uma cirurgia bem complicada, ela estava literalmente com a vida nas minhas mãos, e a minha carreira na dela.
Quase quatro horas de cirurgia depois, eu consegui estabilizar a paciente, que já estava instável, ela iria sobreviver. Eu estava muito agitada, foi a primeira vida que eu salvei sozinha.
Estava muito feliz, comemorava com os demais médicos que me parabenizaram. Doutor Angel se aproximou, me aplaudindo, ele queria que eu desse a notícia para a família.
Enquanto íamos nos dois pelo corredor, ele foi-me a dar algumas dicas de como falar, me atualizando das coisas.
JOSÉ - Tente dar respostas precisas e diretas.
VANESSA- OK.
JOSÉ- O homem que estava com ela, não resistiu.
VANESSA- Meu Deus! Que triste!
JOSÉ - Vanessa, você que dará a notícia.
VANESSA- Estava-me a sentir tão poderosa, agora o senhor quer acabar com a minha felicidade.
Ele deu um sorriso tímido e disse.
JOSÉ- Pode-me chamar de você, não sou tão velho.
VANESSA- Perdão, José.
JOSÉ- Está melhor. Ele entregou as informações dos dois pacientes e disse. - Boa sorte.
VANESSA- Obrigado.
Fui até a receção, onde se encontrava a família da minha paciente, e definitivamente era melhor eu ter lido antes, o nome dela era Amélia Vanglarde.
Olhei para a frente e congelei ao observar o Enzo, me encarando como se não tivesse a acreditar, descidi ignorá-lo e disse.
VANESSA- O senhor é o marido da senhora Amélia.
ENZO- Só-sou. Gaguejou um pouco.
SANDRA- Eu sou a mãe dela, como ela está?
VANESSA- Está instável, perdeu uma abundante quantidade de sangue, mais vai sobreviver.
DÉBORA(mãe do Enzo)- E o que aconteceu?
VANESSA- O carro estava em alta velocidade, e acabou capotado por conta da chuva de ontem, e devo informá-los que, o rapaz que estava com ela na sobreviveu.
MÁRIO(pai do Enzo)- Que rapaz? Ela não estava na sua casa Sandra?
SANDRA- Deve ser algum mal intendido...
VANESSA- Com licença, eu tenho que fazer a minha ronda.
DÉBORA- Obrigado, doutora...?
Estiquei o braço e disse.
VANESSA- Vanessa Santarém.
DÉBORA- Foi um prazer.
VANESSA- Igualmente.
Sai apressada, e fui terminar de fazer minhas rondas, tentando principalmente apagar o Enzo da minha mente.
Terminei o meu Platão às 20h, fiz algumas horas extras, para ajudar o aluguel. Troquei de roupa, e mandei uma mensagem para Amanda, avisando que já ia para casa.
Nem todo o dia eu era acompanhante, como já tinha a minha profissão de verdade, eu só saia quando o Marcelo precisasse de alguma roupa, para comprar os remédios da minha tia, coisas assim.
Sai do elevador, em direção ao estacionamento, estava distraída, respondendo às mensagens do dia.
Quando cheguei perto do meu carro, destravei ele, e antes que conseguisse abrir a porta, senti mãos na minha cintura, que me viraram rapidamente, e colaram os meus lábios aos dele.
As suas mãos passeavam por meu corpo, enquanto os seus lábios reconheciam os meus. Depois de alguns minutos, aquele beijo que se iniciou feroz, foi se desmanchando em selinhos saudosos.
ENZO- Onde esteve? Perguntou próximo a mim. — Por que não atendeu nem uma ligação minha, nem do seu telefone de trabalho, o que aconteceu Esmeralda?
Tentei empurrá-lo, soltei-me dos seus braços, enquanto dizia.
VANESSA- O meu nome não é Esmeralda.
ENZO - É eu sei, nunca me contou o seu nome de verdade, assim ficou impossível achar-lhe.
VANESSA- Talvez eu na quisesse-lhe ver, pensou nisso.
ENZO- Porquê? Estávamos tão bem.
VANESSA- Não sei, quem sabe eu tenha ido ao seu apartamento para lhe ver, pois, fazia duas semanas que não aparecia, e eu como uma idiota, fiquei preocupada, chegando lá que surpresa, eu conheci a sua noiva, e então simplesmente entendi tudo.
ENZO- Não é o que pensa.
Disse a tentar-me abraçar, afastei-me e disse.
VANESSA- Sinceramente não me interessa o que tem para me explicar, está no passado.
Abri a porta do carro, e ele disse.
ENZO- Vanessa temos que conversar.
VANESSA- Não temos não. Fechei a porta e disse. — Vai ficar com a sua esposa, e esquece de mim.
ENZO- Ainda faz programa? Perguntou com uma certa preocupação.
VANESSA- Isso não problema seu.
ENZO- Tudo o que tem a ver com você, é assunto meu.
Liguei o carro e fui embora. Estava louca para chegar em casa, e abraçar o meu príncipe, ele era o único que me acalmava.
Cheguei no meu apartamento, e encontrei o meu gordinho, pronto para dormir, sentado no chão me esperando. Assim que me viu soltou aquele sorriso, que me faz ver que tudo valeu a pena.
MARCELO- Mama. Disse indo até mim.
Peguei ele no colo e o enchi de beijos, Marcelo amava beijinhos no pescoço, faziam ele gargalhar, era a coisa mais fofa do mundo.
Dei o leite do meu menino e depois coloquei ele no berço, e esperei que ele adormecer.
Todas as noites ficavam admirando ele, e por mais que eu não gostasse de admitir, ele era identificado ao pai
Era o que eu menos precisava, ainda mais se ele queria voltar pata minha vida. Por que agora? Estava tudo no lugar.
Voltei para a sala, minha tia e a Amanda estavam-me a esperar.
AMANDA- O que aconteceu?
ANGÉLICA- Está estranho desde que chegou.
VANESSA- Eu encontrei o pai do Marcelo hoje.
AMANDA- No hospital?
VANESSA- Sim.
ANGÉLICA- E agora queria?
VANESSA- Nada, com sorte não o verei de novo.
Fui para o meu quarto, tomei o meu banho, e depois me joguei na cama, adormecendo em pouco segundo.
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