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Se Um Dia Me Encontrar Por Aí.

Capítulo 1

Para uma cidade de interior Esmeraldas era bem agradável, tinha cachoeiras lindas e campos floridos, um clima ameno com um povo receptivo e tranquilo em sua grande maioria.

Porém isso mudou drasticamente depois de uma série de catástrofes naturais que assolaram todos os lugares do mundo.

Pelo menos essas eram as notícias que chegavam a nossa casa.

Ventos fortes e tempestades destruirão tudo que um dia eu havia conhecido e amado, por algum milagre a nossa casa que estava de pé a mais de 100 anos não sofreu muitos danos estruturais diferente de todo o resto. Campos e plantações inteiras foram devastadas e até onde meus olhos alcançavam tudo fora a densa floresta ao nosso redor parecia deprimente e morto.

A vida toda passei cercada por pessoas conhecidas e o aparecimento de estranhos era raro. Nascida e crescida naquelas terras não era de se esperar que nada terrível aconteceria por ali até aquele verão.

Começou do nada e também terminou do nada o sermão noturno de sempre era sobre o fim do mundo e de como deveríamos nos portar se caso esse fosse mesmo o fim.

Papai era um pouco religioso e minha mãe era mais cristã do que religiosa propriamente dito. Uma casa com quatro filhos era dificíl de controlar sendo tão religioso e rígido quanto papai fazendo com que nossa mãe fosse mais cuidadosa e amoroso com a gente.

Depois de tentar com todas as forças manter os empregados ele não teve escolha a não ser dispensar todos eles, porque não havia como sustentar mais ninguém naquele lugar. No final a casa grande e sempre cheia de amigos ficou com um ar de tristeza e pesar, minha mãe fazia o melhor tentando manter a casa arrumada e as panelas cheias de comida para nos alimentar.

Tenho duas irmãs: Isabela e a caçula Lucy e meu irmão mais velho Christian. Todos trabalhavam agora e a vida de privilégios tinha ficado no passado junto com todas as coisas boas que achávamos não ser tão legais assim. O que incluía as noites em que meus irmãos fugiam e iam se encontrar com os amigos na cidade enquanto eu me enfurnava no quarto par ler meus livros de romance.

_ Aí arrependimento! - olho para o campo seco onde ficava o jardim com as rosas da mamãe.

_Ta falando de que maluca? - Isa me trás de volta a realidade.

_Da vida... E de como as coisas podem mudar de repente.

_Eu bem que te avisei mais você era a certinha, que nunca podia fazer nada de errado. Viu? Bem feito! Perdeu a chance de se divertir enquanto podia, agora vai morrer triste e virgem.

As palavras duras me fizeram correr para casa e chorar descontroladamente por horas porque no fim Isa estava certa, nunca conheci um rapaz por quem eu me apaixonasse, ou lábios que quisesse provar, nunca tive a menor noção de como seria ser beijada por um rapaz e agora as chances eram mínimas ou pior.

Ninguém tinha permissão para se afastar da casa e qualquer um que se aproximasse da nossa propriedade papai colocava para correr, pois em momentos como os que a gente estava passando as pessoas não eram mais confiáveis, e só podíamos confiar uns nós outros e a família tinha ficar junta.

Engraçado como depois de chorar tanto e me dar conta de que a ovelha negra da família não tinha nada melhor pra fazer a não ser me deixar naquele estado e vê que ao passar pela porta do quarto ela estava com a mesma cara emburrada de sempre, sem se dar conta de como tinha me deixado.

Me fez perceber que não tinha nada a ver comigo e que todo o meu desespero não tinha sentido nenhum porque nunca gostei de nada que eles faziam .

O Cris e a Isa sempre foram muito parecidos. sempre arrumado confusão ou aprontando por aí e eu era totalmente o oposto deles . Não era motivo de orgulho fugir quase toda noite pela janela do segundo andar.

Sabe-se lá pra onde com Deus sabe quem.

_ Está tudo bem Sofia, você vai ficar bem.

Falo comigo mesma enquanto me enrolo no cobertor e respiro fundo antes de cair no sono.

Capítulo 2

O sol mau acabará de nascer e pela milésima vez acordo ouvindo os gritos do papai.

_Todo mundo para fora!

Ele grita batendo na porta do quarto e seguindo pelo corredor.

_Meu Deus, será que pelo menos uma vez o senhor pode agir como uma pessoa normal! Isa diz colocando o travesseiro na cabeça.

_Eu vou contar até três, se vocês não saírem da cama eu vou entrar e jogar um balde de água fria em cima de vocês.

_Está bem! Já to levantando!

Coloco as botas e saiu do quarto ficando parada no corredor enquanto papai continua brigando com Cris.

_Eu te avisei Christian, nada de ficar saindo da fazendo a noite é muito perigoso, alguém pode te seguir e Deus me livre se acontecer alguma coisa com suas irmãs. Não estamos mais seguros filho todo o cuidado é pouco.

Papai gritava tentando colocar um pouco de juízo na cabeça do meu irmão .Enquanto isso Eu e Isa ficamos a espera das ordens daquela manhã.

_Que perda de tempo até parece que ele vai obedecer.

Ela ri debochada como sempre. Mentalmente eu imploro para que ele não tenha ouvido olhando para ela pedindo para ela calar a boca antes que papai perdesse a cabeça o que ultimamente era comum.

Papai nunca foi muito carinhoso mais era amoroso do jeito dele o que mudou desde as últimas semanas, ele se tornou mais frio e insensível.

Acordando todas as manhãs cedo e fazendo a gente treinar como se estivéssemos no exército. Antes nosso trabalho era cuidar da lenha e de horta agora passávamos as manhãs aprendendo defesa pessoal com Christian e manuseando armas e facas sob a supervisão do papai.

_Você está achando graça Isabela?

Ela responde friamente.

_Sim!

_O que? Cala a boca Isa!

Falo horrorizada.

_Cala a boca você tá querendo morrer ?

Não consigo fazer nada vendo a fúria tomar conta dele enquanto Isa é arrastada escada abaixo por ele. um misto de surpresa e raiva toma conta de mim e sigo atrás deles gritando sem ter como ajudar.

A porta de abre e ele joga ela pra fora de casa , fazendo com que ela rolê pela escada até o chão enlameado como se ela fosse um animal.

Isa chorava sem parar assustada demais para continuar com o seu ar debochado de sempre.

Papai nunca havia batido nem feito nada daquele tipo com nenhum de nós.

_Quer saber eu me preocupo com você e com as suas irmãs que podem ser violentadas ou com sua mãe que pode ser morta por um bandido que queira o pouco que a gente tem, se você quiser sair por aí e se divertir no inferno que está fora dessas terras pode ficar a vontade mais não traga perigo pra minha casa. Porque elas não podem se defender sozinhas. Sua garota egoísta.

_ Pai! Ela não fez por mal.

Cristian tenta amenizar.

_ É bom ela começar a entender como as coisas vão ser de agora em diante, e isso vale pra você também, não quero por as vidas delas em perigo, você tem que pensar antes de agir se acontecer alguma coisa comigo, vai ter que ser o homem da casa.

_Eu sei pai, me desculpe!

_Não posso te desculpar sempre Cristian.

Papai caminhou até Isa e ajudou ela se levantar.

_Agora para com essa choradeira e vai logo se preparar para treinar.

Isabela tentou se limpar secou as lágrimas com as mãos enquanto papai a abraçava pedindo desculpa.

O dia foi longo e duro, no final da tarde eu estava totalmente esgotada não tinha nenhuma parte do meu corpo que não doesse e depois de um banho demorado, tomei minha sopa e fui para a cama.

capítulo 3

Oscar Trent não era um homem fraco e sua fé era tão forte quanto uma rocha. Em seus 56 anos de vida nunca se pegou em nenhuma situação em que duvidasse que Deus estava no controle da sua vida. Foi assim quando ele conheceu sua esposa e foi para longe de sua família numa aventura rumo a uma pequena cidade começar uma vida nova .

Vida essa que foi muito abençoada com a vinda dos seus filhos e com a prosperidade que eles haviam compartilhado até aquele dia. Mesmo com o mundo ruindo a sua volta ele achava que estar junto dos seus e ainda estar em segurança era sim uma benção muito grande. Nada era mais importante do que a família e por esse motivo ele nunca duvidou de que Deus estava sim no controle de tudo.

Até começarem aqueles sonhos terríveis e suas orações se intensificaram. Porque para ele nada havia mudado mais o rumo dos acontecimentos faziam suas mãos tremerem e suarem com mais frequência.

Marta Trent olhava para o marido de um jeito curioso com seus olhos semiserrados desconfiando de que alguma coisa fora do comum estava acontecendo com o homem que ela conhecia a mais de trinta anos.

A senhora Trent achava tudo isso muito estranho mais o homem que ela amava era um espécime curioso. Carinhoso na maior parte do tempo mais irritantemente fechado para alguns assuntos.

E esse comportamento dele estava realmente preocupante.

Ouvir os gritos dessa manhã e como ele estava tratando os filhos definitivamente não era do seu agrado e ela iria confronta- lo mais cedo ou mais tarde.

_ Algum problema querido?

Marta sorri carinhosamente.

_ Não é nada, vai se deitar você deve estar cansada.

Diz Oscar.

_Se não é nada, qual o motivo daquele escândalo de manhã?

_ Eu perdia cabeça por um momento não vai se repetir.

Ele se deita evitando olhar para a mulher.

_ Você sabe que pode me contar qualquer coisa não é?

Ela tenta conforta-lo, se agarrando nele abraçando o por atrás.

Ele segura suas mãos e as leva aos lábios dando um beijo onde se encontrava a aliança.

_ Não se preocupe amor, vai ficar tudo bem.

Acariciando os dedos e mãos que antes eram tão macias e agora estavam cheias de calos Oscar lamentou por não poder ser um marido melhor ou um pai melhor para os seus filhos porque ele achava que não teria muito tempo e não parecia ser bom aos olhos deles porque não tinha como prepara-los para o que viria se não fosse o mais duro possível.

Talvez estivesse ficando louco ? Ou a incerteza de como as coisas acabariam pudesse estar mexendo com o seu psicológico ou o seu emocional? Mais ele sabia bem como era, já tinha tinha tido esse tipo de sonho alguns bons outros nem tanto mais naquela noite da primeira tempestade as crianças iriam até a cidade buscar algumas coisas e o sonho da noite anterior o alertou .

Alguns dias depois chegou a notícia de que aquela parte da cidade foi toda destruída naquele dia .

Então seus sonhos eram sim mais do que sonhos . Eram avisos . E dessa vez não era nada bom!

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