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Invisíveis

Viagem

Minha mãe havia morrido por ter dado sua alma para o coisa ruim, era tudo que conseguia ouvir nos dormitórios às vezes quando as mulheres me olhavam e cochichavam baixinho enquanto cuidavam de mim e das outras crianças.

Era estranho como todos que iam nos visitar nos olhavam entusiasmado em busca de uma criança lhes dando um lar e uma família, o meu sonho era ter uma família também, e quando eles me escolhiam me enchia de esperança em ter uma casa de verdade sem ser no orfanato com os outros.

Era a quarta vez que um casal iria me visitar, e como nas outras vezes me enchi de esperança. Eu sempre era levado aos seus lares e ficava lá por uma semana e depois me rejeitavam sem nenhum motivo. Eu me esforçava muito para ser aceito, mas não entendia o motivo de sempre voltar para o orfanato e ficar esperando incansavelmente alguém que me adotasse e me leva-se pra casa.

_ Que bom que você já está pronto Díoman, daqui a pouco conhecerá uns amigos incríveis, eles irão adorar você! (A cuidadora sempre falava isso com todos).

_ Sile, você acha que vão me dar uma família igual a do Liam e do Darci? Será que vão me defender do homem vermelho, igual a Oonagh fez com o Fiin MacCool? Eu tenho medo dele aparecer e me levar embora! (Eu morria de medo do homem vermelho).

_ Você é muito bonzinho para que o homem vermelho te leve, ele gosta de pessoas más! Você não é mau, ele não vai te levar! (Sile falou calmamente comigo e passou a mão em meus cabelos ondulados e arrumou minha roupa).

_ Cait, disse que sou amaldiçoado, por isso o homem vermelho levou a mamãe! Ela disse que todos correm de mim, para não pegar a maldição, por isso não foi aceito até hoje e as pessoas me olham estranho! (Eu disse sério para Sile e fiquei pensativo e chateado, todo mundo falava de mim pelas costas, eu os ouvia falar que eu era amaldiçoado, que eu era filho do demônio e ficava triste com aquilo).

_ Cait é uma garota mal criada, e você não deve ficar ouvindo as besteiras que as pessoas falam, são todos tolos e você é muito inteligente pra ficar pensando nessas bobeiras! (Sile ficou séria comigo e depois passou o pente em meus cabelos).

Eu tinha quase 6 anos nessa época, os meus olhos caramelos claros, combinavam com os meus cabelos ondulados castanhos escuros, misturado com a minha pele da cor parda, me diferenciando dos outros de peles e cabelos claros. Eu obviamente era esquisito e diferente dos demais que ficavam comigo no quarto em busca de uma família e dos outros que tinha uma família convencional.

Enquanto Sile me arrumava, eu me dispersava em meus pensamentos, queria saber quem era aquele casal que iria me visitar, e dessa vez me sentia diferente, estava empolgado, sentia que tudo iria dar certo, principalmente com a fala de Sile me incentivando e tia Aghna dizendo que eu iria fazer uma viagem incrível com eles, pois me amavam muito e aquilo era ótimo para todos. Posteriormente, Sile saiu e fiquei sozinho sentado na cama me olhando no espelho ansioso por eles, e nisso a coordenadora Aghna chegou sorrindo me encarando.

_ Vamos Díoman, seus novos amigos já chegaram! (Nisso me levantei rapidamente entusiasmado e a segui).

_ Como eles são tia Aghna? São legais iguais os pais de Darci? (Eu queria ter os pais iguais de Darci!).

_ Claro que são! São incríveis iguais os pais de Darci! (Ela dizia sorridente para mim, e eu ficava eufórico com aquilo).

Quando entramos na sala da tia Aghna e eu os vi, fiquei assustado, não sabia o motivo, mas fiquei com medo de que eles não gostassem de mim, pois eles me encaravam sorrindo como os outros que haviam ficado comigo antes e me rejeitaram.

_ Está é Ahana e este é Bran! Eles querem te conhecer, pois gostaram muito de você Díoman, eles irão te levar para conhecer a Katherine! (Aghna me mostrava os dois, que sorriam para mim timidamente).

_ Estávamos curiosos em te conhecer Dioman! A Aghna nos disse que você é esperto e inteligente, Katherine irá te adorar quando lhe ver! (Aquela mulher falava comigo e eu a encarava vermelho e apertei a mão da tia Aghna timidamente).

_ Vamos Díoman, diz a Ahana o que você aprendeu na escola! Conta como Finn venceu o homem vermelho! (Tia Aghna olhou para mim sorrindo e eu olhei acanhado para os dois que me encaravam).

_ Finn McCool era gigante, e morava com a sua mulher Oonagh em um lugar distante, mas ele era muito bravo e gostava de....(Nisso eu contei a história para eles timidamente, e aos poucos fui me envolvendo na história, e gesticulei como a minha professora fazia).

Eu amava aquela história, pois Finn conseguia vencer o homem vermelho mesmo sendo pequeno perto dele, nisso aquele casal me encaravam atenciosos e vibravam quando eu fazia gestos bruscos na hora da ação, parecia ter gostado de mim e eu fiquei animado novamente.

_ Aghna, tem certeza que ele não trará problema? O histórico dele é complexo, não quero que Katherine se decepcione mais, principalmente agora que ela está vulnerável com perda de seu filho! O dinheiro que demos era para trazer uma criança bem aparentável e nos tirar daquela fila absurda, mas você nos apunhá-lou pelas costas trazendo um amaldiçoado para Katherine! (Bran sussurrava baixinho para Aghna, mas meus ouvidos eram ótimos e eu sabia que falavam de mim e me acanhei).

_ Já disse que são superstições falsas! O garoto é perfeito, suas notas são excelentes, educado e maravilhoso! Se não o quer, então vá embora! Mas se quer deixar sua patroa feliz, feche o bico e leve-o daqui, já que essas superstições estão deixando os adotantes acanhados de vir conhecer as crianças! E essa inglesa nem tem noção do que é maldição para a gente, já que um filho que ela quer, isso que ela terá! Não é bom o suficiente um ajudando o outro? (Eu os olhava enquanto ambos conversam baixo no canto, com um olhar sério e um sorriso falso no rosto).

Eu fiquei triste, meu rosto que antes estava esperançoso, modificou e fiquei cabisbaixo novamente, nisso eu senti um toque, era Ahana me olhando empolgada e curiosa.

_ Você realmente é muito esperto! Você gostaria de ir ao parque conosco? Lá tem algodão-doce e carrossel! Eu fiquei sabendo que você ama chai com boxti, podemos passar na lanchonete antes de ir nos brinquedos! (Eu fiquei acanhado e olhei a tia Aghna que confirmou com a cabeça que eu poderia ir).

_ Eu quero! (Assim ela me encarou animada e eu dei a minha mão a Ahana sorrindo).

_ Então vamos! Bran vai conversar com Aghna e depois irá nos levar para nos divertir, vai ser incrível! (Como Ahana sorria para mim de um jeito diferente).

Assim ela me pegou e me perguntou em qual brinquedo eu queria ir primeiro, o Bran ficou lá dentro, provavelmente discutindo sobre os papéis para deixar eu sair e depois voltar pro orfanato. Eu já havia vivido aquilo antes, mas não me importei com aquilo, tirando a demora que ele levou para sairmos e principalmente quando Bran foi ao meu dormitório e pegou as minhas coisas e trouxe com ele.

Depois que Bran saiu de lá fomos para fora, e eu conseguia ver a tia Aghna olhando atenciosamente para nós, enquanto Bran colocava o documentos e minhas coisas lá dentro do carro, isso era estranho, porquê isso nunca havia acontecido antes com os outros casais que vinham me ver.

_ Tia Aghna, porquê as minhas coisas estão ali? Eu não os conheço e nem sei se vão me querer! (Eu a encarava assustado).

_ Eles gostam muito de você, Díoman! Você irá gostar deles também, então os obedeça e seja bonzinho, porquê vão te levar para conhecer Katherine! (Tia Aghna falava tão estranho pra mim).

_ Eu fiz alguma coisa errada? Quem é Katre.. Kathryn? (Eu fiquei confuso com ela, principalmente com aquele nome estranho que eu nunca ouvi falar).

_ Claro que não! O que você poderia fazer de errado? Você vai amar a Katherine, ela ama crianças! (Assim tia Aghna me deu um bilhete e eu fiquei curioso).

_ É para mim? (Eu comecei a abri-lo e tia Aghna me deu um tapa leve na mão).

_ Entregue isso a Katherine, não abra, isso não é seu, é dela! Seja educado, e gentil com ela, pois Katherine irá te adorar! (Assim tia Aghna me deu um beijo e me abraçou estranhamente).

_ Tia Aghna, eu não vou ficar muito tempo lá, só ficar um tanto assim fora como nas outras vezes! Não precisa me olhar assim! (Eu mostrava com as mãos a quantidade de tempo que iria ficar fora, eu não sabia a medida de tempo direito, mas sabia que não ia ficar fora para sempre).

Assim me olhando, ela me abraçou e me deu um beijo e Ahana colocou algumas coisas no carro e me mandou subir, então a obedeci e entrei no carro alegre por poder ir viajar de carro, e me despedi da tia Aghna a encarando confuso.

_ Quem é Katrin? (Indaguei a Bran que olhava os papéis com um rosto esquisito de desgosto).

_ Pronto, guardei suas coisinhas no porta malas e olha o que eu trouxe para você! (Era um carrinho, eu achei estranho, não era permitido da brinquedos aos órfãos).

_ Obrigado, mas não sou permitido a ganhar presentes! (A devolvi olhando para trás, e tia Aghna parecia não se importar que aqueles estranhos me colocassem no carro no primeiro dia de visita).

_ Ela nos deu um amaldiçoado! Eu a disse que o dinheiro que o patrão nos deu era para nós dar uma criança melhor, talvez um bebê! E não um tardio amaldiçoado! (Bran sussurrou para Ahana que o cutucou seria quando ela viu eu os olhando).

_ Cait me chama de amaldiçoado também, ela fala que sou filho de um demônio e por isso que me colocam de castigo no quarto de ordens quando as crianças trazem más sortes! Eu não gosto de lá, é escuro e tem bichos, eu tenho medo dos ratos que Cait pega e joga em mim lá dentro! (Cait me culpava por ela não ser adotada, e às vezes quando eu era colocado no quarto de ordens, Cait e seus colegas pegavam bichos peçonhentos e jogavam lá dentro, como eu não conseguia sair e nem os bichos conseguiam, eu ficava encolhido morrendo de medo pedindo a São Patrício misericórdia).

Quando Sile me tirava de lá eu sempre estava borrado, as crianças riam muito de quando eu me urinava de medo, eu chorava muito escondido na hora de dormir pedindo desculpas a São Patrício por não ter a coragem que ele tinha quando venceu a guerra. Isso me deixava mal, e talvez por isso eu não conseguia ser adotado e estava ficando cada vez mais tardio no orfanato vendo todos serem adotados igual Darci e Liam, eles falavam comigo, com o tempo Liam foi se afastando pois dizem que quem anda com amaldiçoado fica amaldiçoado também, mas Darci não acreditava em superstições e sempre andava comigo, até o dia em que aquela família veio e o viu e começaram a visitá-lo várias vezes, até que um dia eu acordei e não vi mais as coisas de Darci, aí eu soube que São Patrício o ajudou a ter uma família e suas preces foram ouvidas e guiadas para algo bom.

_ Você não é filho do demônio, você é órfão e se for bonzinho como Aghna diz, com certeza Katherine vai te querer! Espero que você seja inteligente como essa papelada diz, na Inglaterra gente burra serve como servo para os outros, ainda mais quando a pessoa não é nativa, então time cuidado para não te pegarem e te fazer de servo das senhoras rabugentas inglesas! Elas são como víboras para atacar e mandar você cumprir ordens e mais ordens sem errar e sem murmurar, se não lhe cortam a língua e te dão bambuzada nas pernas! (Bran me disse em um tom horrível eu o encarei apavorado, eu nem sabia que cidade era aquela que iríamos).

_ Bran, para de ser ruim! Ele é uma criança, não tem culpa das coisas ruins que acontece com você! (Ahana tampou meus ouvidos o desprezando).

Viagem 1

_ Vai ser muito divertido o parque Díoman, você pode ir no carrinho de batida, no aviãozinho, no trem fantasma ou no tiro ao alvo é podemos comer breakfeast depois com chai! Você poderá ir em qual brinquedo quiser! (Ahana disfarçava o assunto e eu me alegrei).

_ Eu vou poder ir no pônei? (Eu ficava me imaginando nele, enquanto viajávamos pela estrada até o parque).

_ Pônei? (Assim Bran me olhou surpreso).

_ No carrossel, não é? Você pode ir! (Ahana me olhou surpresa e depois sorriu).

_ É, eu quero ver o pônei e a borboleta! Eles são grandes assim, e tem os olhos gigantes! (Eu fiquei extremamente animado os mostrando o tamanho deles com os braços).

_ Borboleta? (Bran sussurrava com Ahana que lhe deu um empurrão quando o viu fazer um olhar estranho).

_ Vamos ver tudo isso, vai ser divertido! (Ela olhou para ele séria e depois virou para frente).

_ Quando você acabar de ver a borboleta, vamos no tiro ao alvo, vou te ensinar a atirar feito um homem! Assim você vai poder caçar muitos animais e depois vamos pendurá-los na parede como recordação! Vai ser um orgulho para o patrão nos momentos de caça! (Assim Bran olhou para mim sério e depois sorriu animado, fazendo um sinal feio de arma).

_ Por quê? Isso não faz machucado neles? Eles vão chorar se eu atirar e pendurá-los na parede! (Eu fiquei pensativo naquilo, tia Sile dizia que arma acabava com a vida dos inocentes e ninguém tinha o direito de matar ninguém).

_ Eles não choram, são animais! E vai ser divertido a gente atirar por aí, vamos fazer coisas de homens juntos! (Assim ele fez uma arma com o dedo animado e mirou para fora da janela novamente).

_ Bran tem razão, vai ser divertido vocês dois ficarem juntos, enquanto compro roupas para você, já que está um trapo! (Ahana me olhava de cima em baixo).

_ Trapo? O que é trapo? Eu estou com a roupa que Seli me deu, e ela disse que é bonita! É isso que é trapo? (Fiquei confuso, nunca tinha ouvido aquela palavra antes, então sorri para Ahana mostrando a minha blusa cinza para ela).

_ É-é isso mesmo, você está arrumado, mas vamos comprar roupas mais bonitas que essa para você ver Katherine! Já pensou se você chegar lá todo sujo por causa da viagem, a Katherine nem vai querer nos ver, é melhor ter outras novas para lhe apresentar! (Eu a olhei confuso, eu não tinha tantas roupas e eu estava vestindo a minha roupa mais nova e bonita).

_ Você também que usar outra roupa, essa é feia e estranha, Katherine também não vai gostar dessa e nem da de Bran! Roupas feias e esquisitas, parecem que foram cuspida e pisoteadas por Patrício, de tão esfareapadas que são! ( Eu já tinha ouvido a tia Seli falar assim, e eles estavam vestidos engraçados com ternos, eu dei uma risada boba).

_ Mas, o quê... Moleque mal criado! Por isso que falei pra não escolher este amaldiçoado, sua idiota! E ele fica falando bobeira de borboleta e pônei, quem caralhos fala isso, sendo um menino? Essa coisa amaldiçoada ainda fala besteiras demais para o meu gosto, se fosse na minha época eu já havia lhe dado algumas batidas de bambu na perna para aprender a ter modos! (Eu ouvi Bran sussurar para Ahana revoltado).

_ É uma criança, nem sabe o que está falando, e para de falar essa merda na frente dele! Que saco, essa coisa de apanhar com bambu, não estamos nos anos 20 e muito menos estamos na Birmânia para bater naqueles nativos! (Ahana resmungou revoltada com Bran e eu os encarei e me encolhi no banco com medo).

_ Desculpa, a tia Seli que fala assim, eu acho divertido como ela fala essas palavras! Essas palavras são feias, não são? (Eles ficaram bravos provavelmente porquê eu tinha dito palavras feias).

_ São palavras horríveis, nunca mais repita isso! Porquê se não, a noite Patrício vem e lhe leva para um vale escuro, e será jogado nos réus do inferno junto com outros meninos desobedientes e com a boca suja! Ou um ser honroso vai lhe corrigir com várias de bambu ou taquaras lhe queimando as pernas, para você aprender a ser um homem!(Bran falou comigo tão assustador, que eu fiquei apavorado com o que tinha feito).

_ Não quero ir pro réu com diabo, tenho medo! E eu sou um homem! (Eu fiquei assustado com aquilo).

_ Olha, o que e isso na janela?! (Do nada fez um barulho estranho e olhei para trás enquanto passávamos pelo túnel, quando me virei vi um monstro em minha frente e fiquei apavorado).

_ Quero tia Aghna! (Assim comecei a chorar de pavor, queria voltar para tia Aghna).

_ Bran! Olha sua idade e olha a dele, olha o que você tá fazendo idiota! (Assim Ahana lhe deu um tapa, enquanto eu chorava de medo e arrancou a máscara dele).

_ Kkkk Aí Ahana é só uma brincadeira, foi divertido ver o menino assim! Queria ver se ele é um homem! (Aquele idiota ria de mim e depois o olhei sério).

_ Faz de novo no outro túnel, Bran! Quero uma máscara também! (Eu fiquei empolgado com aquilo).

A viagem foi divertida, apesar de ser longa, passamos no parque e brincamos muito lá, depois seguimos viagem e já estava de noite e não tínhamos chegado ainda, então acabei adormecendo no banco de trás, ansioso para saber onde estávamos indo.

Não sei como, mas acordei somente no outro dia em uma cama enorme e macia, onde estava era completamente diferente do dormitório do orfanato, lá era grande e tinha vários objetos e brinquedos que eu Díoman nunca havia visto na vida, então curiosamente mexi em um dos brinquedos e me decepcionei, só tinha bola e carros, queria uma boneca, não bola!

Mesmo assim era tudo interessante, então fui até a janela ver o que tinha lá fora e estava tudo colorido, tinha um quintal naquele lugar, fiquei tão vibrado com tudo que nem tinha percebido que queria ir ao banheiro, então fui até a porta e para minha surpresa, aquele lugar era tão imenso e cheio de portas que não encontrei o banheiro e me senti perdido, pois não encontrava ninguém e fiquei apavorado naquele lugar estranho.

E andando com pressa e sem rumo, estava quase urinando nas calças quando ouvi um grito da direção que eu tinha vindo, nisso eu me escondi assustado em um daqueles imensos cômodos chiques, morrendo de medo daquele lugar esquisito.

Então encolhido ouvi algumas pessoas correndo, não sabia o que fazer, eu tinha que me esconder e também queria fazer xixi, como me sentia assustado naquele lugar estranho, encontrei outro quarto com uma cama imensa e fui para debaixo dela, fiquei atento vigiando se alguém abriria a porta, e fiquei em completo silêncio, eu tinha medo daquelas pessoas, queria a tia Sile e a tia Aghna, eu não queria ficar mais ali, queria ver alguém conhecido.

Fiquei um bom tempo escondido, lembro que meu estômago roncava enquanto eu cruzava as pernas, foi aí que vi alguém abrindo a porta, e mexendo nas coisas do quarto, como estava debaixo da cama me sentia seguro, mas eu não aguentei com o susto que levei de quando a pessoa pegou meu pé e me puxou de debaixo da cama e me agarrou bem forte.

Eu comecei a chorar de medo quando aquilo aconteceu e fiz xixi na roupa sem querer, enquanto estava sendo abraçado por aquela mulher estranha, com cabelos cumpridos e pele clara me olhando falando "Graças a Deus te encontrei, meu bebê, mamãe nunca mais vai te deixar sozinho", eu estava muito assustado eu não sabia onde estava, nem sabia quem estava lá gritando, eu só sei que chorei muito, e só me acalmei quando ela começou a limpar meu rosto.

_ Não chora, meu bebê, eu estou aqui! Você se machucou? Você está todo sujo, e deve estar com fome! Vou te dar um banho e mandar Ahana fazer seu lanche, o que quer comer? (A mulher falava comigo, e eu a encarava lacrimejando e assustado).

_ Quero a tia Aghna! Eu estou com medo! (Eu olhei para minha roupa molhada e chorei mais, estava assustado com aquilo, eu estava mijado e sentia medo deles rirem de mim igual no orfanato).

_ Não fique com medo, eu não vou te fazer mal, meu pequeno! Não precisa chorar por causa desta roupa suja, você quer tomar um banho, enquanto mando lavar estas roupas? Vou deixar a água quentinha para você! Vou fazer sua comida, voce está faminto, estou ouvindo a sua barriguinha reclamando! (Ela falava calmamente comigo, e a encarando um pouco vermelho balancei a cabeça afirmando o que ela disse).

Assim ela me olhou sorrindo e pegou em minhas mãos e foi até aquele quarto que eu estava e pegou algumas roupas, posteriormente ela me mostrou onde era o banheiro e me despiu, enquanto esquentava a água para mim, dizendo o seu nome, e falando o quanto me amava, mesmo sem me conhecer direito. Ela disse que ansiava a minha chegada, e que ficou extremamente feliz quando me viu chegando, só que ela sentiu medo de me acordar, já que eu estava dormindo em um sono profundo e eu parecia estar bem, e ela ficou assustada quando não me viu no quarto, ela pensava que alguém havia me pego ou eu havia ido embora.

_ Você é amiga da Ahana e do Bran? Eles disseram que somos amigos! (Eu a encarava pensativo enquanto ela me esfregava gentilmente).

_ Sou a patroa deles, amiga também! Assim como você é o patrão e amigo deles também! (Eu não a entendi, e fiquei confuso).

_ Você conhece a tia Aghna, Katherine? É assim que pronuncia o seu nome? Ela cuida de mim e disse que eu não sou amaldiçoado, como a mãe de Darci fala! Tia Aghna, disse que se eu for bom, o homem vermelho nunca vai me pegar! Posso lhe contar um segredo? Eu tenho medo dele, não conta isso pra ninguém! (Tia Aghna sempre cuidava de mim, eu gostava muito dela, mas morria de medo do homem vermelhos ele era muito mal).

_ Díoman, você gostaria de ter uma família, não é? Para se ter uma família, temos os anfitriões e seus filhos! Mas os filhos não chamam os patriarcas pelo nome, sempre os chamam de pais! Já pensou em você me chamando mãe, ao invés de Katherine? Eu ficaria feliz se você fizesse isso, por mim! Você é meu filho, não é? Você é tão bonito, inteligente, sabe o inglês é tão difícil encontrar uma criança que aprende o inglês feito você, meu filho! (Ela parecia melancólica falando aquilo, ao mesmo tempo feliz, enquanto acariciava meu rosto me esfregando me chamando de filho, ela falava aquilo e me dava um abraço).

_ Você quer ser a minha mãe? Que nem a mãe de Darci? Vou ter uma família de verdade, com uma mãe de verdade? (Eu a olhei surpreso e empolgado, ela me chama de filho, igual Deus chamava Jesus de filho).

_ Eu não sei quem é Darci, mas tenho certeza que vou te dar carinho, e amor em nossa casa! Agora vamos sair daí, a água está fria e você, já está limpo! Quero te passar perfume e pentear seus cabelos, vou te vestir tão bonito, estou louca que Matt o veja! (Katherine sorria para mim e me cobriu feito um presente, ela me cheirava tão grudenta, eu gostei, a tia Sile e nem a tia Aghna me davam banho daquele jeito, elas não passavam shampoo em mim, nem me empacotaram daquela forma, eu me sentia pela primeira vez amado, ao mesmo tempo sentia medo ser jogado no orfanato novamente feito um objeto inútil).

Depois embrulhado nas toalhas, Katherine me carregou até o quarto e me vestiu com uma roupa diferente, me passou perfume, me penteou teimosa mente enquanto eu a encarava, vendo meus cabelos rebeldes ondulados não ficando quietos como ela queria, e depois Katherine chamou Bran, para me levar ao cabeleireiro e ela mandou que ele pedisse que cortassem meus cabelos, ela não achava adequado meus cabelos serem grandes e rebeldes, ela mandou cortar iguais a de seu marido e eu não gostei muito daquela ideia, eu gostava dos meus cabelos, mas não protestei eu sentia medo de ser rejeitado.

Katherine era muito insistente, ela não queria me deixar com meus cabelos ondulados castanhos escuros grandes, ela me fez cortá-los e penteá-los de lado, eu fiquei ridículo com aquelas roupas caras e meu cabelo de velho, fiquei muito revoltado com aquilo, mas ela amou tanto e tanto que tirou várias fotos minhas daquele jeito, eu me sentia um pouco deslocado com aquela forma que estava sendo tratado!

O poço

5 meses haviam se passado, eu já estava acostumado a usar aquele linho caro no corpo, e por incrível que pareça, eu havia aceitado que nunca mais iria ver Darci, mesmo insistindo em voltar a minha antiga escola, e mandá-lo chupar batatas, por dizer que eu nunca iria ter uma mãe!

Mesmo assim eu ainda queria brincar com Darci, sentia falta dos seus cabelos ruivos cor de terra voarem contra o vento, enquanto fugíamos da mãe dele, pois ela sempre dizia que eu iria trazer maldição para sua família e que São Patrício, jamais iria nos perdoar se algo acontecesse com ele, ela falava que eu era uma perdição e não queria eu próximo ao seu filho, eu não a entendia, mas sabia que ela não gostava de mim.

Eu não gostava da mãe de Darci, mas eu gostava dele, éramos amigos, e era incrível quando nos dias quentes de verão, corríamos até a parte do rio para tomar banho com os patos escondidos, a tia Aghna não nos deixava sair do orfanato, mas na hora da aula, fugiamos no intervalo pelo buraco da cerca, perto da escola havia o rio onde os patos se banhavam na primavera e verão, tudo era divertido e agora iria acabar, devido ao egoísmo de Katherine!

_ Se ficar birrento, vou te colocar no pensamento, está me ouvindo?E você sabe que o seu amiguinho está lá te esperando! (Bran vivia implicando comigo, principalmente quando Katherine saía, ele sabia que eu tinha pavor de ratos e ele insistia em chamar aquele bicho nojento de meu amigo).

_ Mas eu não quero ir! Quero ver Darci, estou com saudades dele Bran! Não quero mudar de novo com a Katherine! (Já era a terceira vez que iríamos nos mudar, eu estava cansado daquilo).

_ Para de ser ingrato, ela ainda está sta escolhendo o melhor lugar para você crescer, já que sua história é bem repercutida por todo o país! Isso impossibilita qualquer um de viver por muito tempo em um lugar bom! E você ainda não a chama de mãe, talvez esse seja um sinal de jogarmos você na rua e parar de amaldiçoar a família! (Eu sabia que as crianças às vezes me xingavam e se afastavam de mim por causa de seus pais, mas era injusto eu mudar de novo por causa disso).

_ Manda as pessoas irem embora e me deixa aqui! É só comprá-las e depois jogar elas para o homem vermelho comer! (Eu fechei a cara bem sério quando disse aquilo e olhei para Bran, eles viviam falando em comprar coisas com dinheiro).

_ Vou falar para sua mãe, o que você disse! Você vai ficar de castigo com o cara lá de baixo com o seu amigo, por falar crueldades assim! (Bran era tão mal comigo iria me jogar na rua se eu não chamasse Katherine de mãe, e eu iria queimar no inferno com o homem vermelho).

_ N-não! A mamãe vai ficar brava, eu não quero que as pessoas sejam devoradas pelo homem vermelho! (Eu fiquei com medo, Katherine brigava comigo quando eu fazia coisas erradas ou falava besteiras).

_ Já era pequena maldição, infelizmente vou ter que contar! Sabe como as coisas são por aqui, você é a criança e eu o adulto responsável! (Ele dizia fazendo um riso cínico).

_ Desculpa, Bran! (Eu o olhei triste).

_ Peça desculpa as pessoas, não a mim! Elas estão lá no poço provavelmente, já que você as invocou para a morte! (Assim Bran disse friamente comigo, e eu o encarei espantado).

_ Eu não queria fazer isso! Como faço para tirá-las de lá, para Patrício me perdoar? (Eu dizia desesperado e com medo).

_ Patrício nunca vai te perdoar! Você é amaldiçoado, não esqueça disso! Você deveria ir com o homem vermelho, já que são iguais! (Assim Bran me pegou pelo braço e me colocou nas costas).

_ Eu não sou mal, Patrício gosta de mim também! Eu não quero ser igual o homem vermelho, Bran! Eu sou bom! (Eu dizia desesperado com Bran, eu não queria ser amaldiçoado).

_ Pare de mentir! Garoto idiota e mentiroso, pessoas assim são levadas pelo homem vermelho, tá me ouvindo? (Nisso ele levou-me para fora reclamando de novo).

Eu tentava me soltar, mas Bran era forte e tava me tirando de casa a força, fiquei assustado com aquilo, queria minha mãe naquela hora que ele falou que ia me jogar no poço com as almas acorrentadas nele.

_ Me solta Bran, eu estou com medo! (Eu dizia assustado vendo o poço).

E quando chegamos, ele me virou de ponta cabeça e começou a rir, enquanto eu me agarrava nele com medo de cair, pois lá era escuro e eu não conseguia ver o fundo dele e eu sabia que lá estava cheio de ratos, que era pior que o homem vermelho.

_ Eu não vou ser mal, por favor me coloca no chão! Eu prometo que não vou ser mal! (Desesperado eu fiquei pálido com a metade do meu corpo dentro do poço).

_ Você é amaldiçoado, São Patrício não gosta de você! Jamais vai lhe dar sorte, ou algo do tipo, então por que não acaba com o seu destino de uma vez? (Bran dizia aquilo em um tom irônico).

_ Eu vou ser bom, ele vai gostar de mim! (Eu tremia de medo vendo a escuridão do poço).

Assim Bran começou a me balançar, cantando que almadiçoados devem ser lançados no poço, eu fiquei assustado, e comecei a chorar, aí ele me puxou para fora do poço novamente, e arrumou os meus cabelos enquanto eu lacrimejava e tremia palidamente o olhando.

_ Ei, não seja medroso, você é homem! Era só uma brincadeira, seu medroso! Olha não conta para sua mãe, sobre isso, e eu não conto que você queria comprar pessoas para o homem vermelho comer! Se não eu te jogo ali de verdade! (Ele me arrumava, enquanto eu ficava paralisado de medo o encarando afirmando o que ele dizia).

Neste momento, minha mãe chegou da rua e me viu abrindo seus braços para me abraçar, e eu tava tão espatifado que não conseguia nem andar, pois tremia muito. Assim ela olhou estranho para gente e veio correndo até mim.

_ O que houve meu amor? Por que está assim? (Ela passava a mão em meu rosto atenta).

_ Eu quero ir para casa! (Assim a abracei forte e escondi meu rosto nela).

_ O que aconteceu aqui, Bran? (Minha mãe falou muito preocupada com Bran).

_ Seu brinquedo caiu no poço, mas não conseguimos pegar! Aí ele ficou assim, mas já disse que isso não é nada demais! (Bran falava calmamente com Katherine, mentindo para ela).

_ Foi isso que aconteceu, Díoman? (Ela me olhava nos olhos preocupada).

_ Foi, mamãe! (Cabisbaixo eu a respondi com medo afirmando).

_ Qual brinquedo caiu lá dentro? Eu lhe dou outro! (Minha mãe falava passando a mão no meu rosto, enquanto uma lágrima escorria dele).

_ Era uma bola! Estávamos brincando aqui fora e a bola caiu no poço, aí Díoman pensou que você o deixaria de castigo por causa disso, mas depois, com a sua permissão, comprarei outra bola para ele! (Bran dizia tão sério, que parecia verdade).

_ É só uma bola, meu amor? Não precisa chorar por causa disso, não irei brigar, devido a um brinquedo! (Ela me dizia tão calmamente, e eu enfiei minha cabeça em seu torço).

_ Quero ir para casa, mamãe! Não quero ficar aqui! (Eu não queria ficar perto de Bran ele mentia e era mal, eu também era mal, eu fiquei chateado por ser mal).

Assim ela me levou para dentro e me deu banho, posteriormente fomos comer, mas eu estava sem fome, na hora de dormir foi pior, eu não conseguia dormir, eu sonhava o tempo todo com o poço e com as almas acorrentadas lá dentro, junto com o homem vermelho.

Haviam se passado três dias e eu tinha constantes pesadelos, e dormia com minha mãe, pois eu estava tendo crises de pânico a noite, e ela cuidava de mim atentamente.

_ O que aconteceu no jardim? Você perdeu uma bola lá mesmo? (Ela me acariciava, enquanto eu a olhava com os olhos fundos e tristes).

Eu afirmei com a cabeça que sim, sentia medo de ser jogado no poço e viver com as almas lá dentro.

_ Você não quer ir ver seu pai na Inglaterra? Está com medo da viagem? (Ela me indagava calmamente).

_ Eu quero ver o papai! (Eu só o via por fotos e conversava com ele por celular).

_ Então por que está triste, Díoman? Não quer me contar o que aconteceu? Você sabe que sou sua amiga! (Assim a mamãe pegou em minha mão atenta).

_ Por que São Patrício me odeia? O que eu fiz com ele? (Eu dizia triste aquilo, gostava tanto de São Patrício e ele me odiava).

_ Quem disse isso? São Patrício ama a todos! (Ela ficou indignada com a minha fala).

_ Mas eu sou amaldiçoado! São Patrício não gosta de pessoas como eu! Eu sou igual o homem vermelho, não quero ser igual ele, mamãe! (Eu a olhei aborrecido, todos diziam isso, por isso iríamos embora para a Inglaterra).

_ Mas Díoman, você não é o homem vermelho, nem amaldiçoado! Você é como Finn McCool, um homem inteligente! (Assim ela me olhava séria e pensativa).

Assim a olhei e fiquei quieto, estava triste de novo, tinha medo do poço e de dormir sozinho, na escola as pessoas se afastavam de mim, quando os seus pais me viam, eu não entendia o motivo daquilo. Eles murmuravam e me olhavam com ódio, eu não conseguia fazer amigos, todos tinham medo de mim, eu queria ver Darci e Liam, ele conversava comigo e brincávamos juntos o tempo todo no orfanato e na escola, depois que a mãe de Darci o adotou, eu quase não via, somente na escola que interagimos, e depois que Katherine me adotou, ela mudava tanto, mais tanto de casa que agora eu não via mais Darci com seus cabelos ruivos fique voavam contra o vento.

Era divertido nadar no rio, e pegar as minhocas para pescar, ou enfiavamos o pé dentro da areia e fingiamos estar imóveis para enganar os peixes e pescá-los, Liam era ótimo fazendo aquilo, Darci era péssimo, ele sempre tremia como a água feia descendo dos pedregulhos, ele não conseguia ficar muito tempo imóvel para apanhar o peixe, ele sempre tremia e espirrava muito depois, assim a tia Aghna descobria que estávamos matando aulas para ir para o rio novamente e podia nós três no quarto das ordens, era tão ruim quando íamos para aquele lugar escuro com bichos peçonhentos lá dentro, e o pior de tudo que nem pescavamos, pois a gente era péssimo em pegar peixes, mas eles passavam pelas nossas pernas e sentíamos cócegas, e quando abaixavamos para apanhá-los, eles nós notavam e fugiam apressadamente nos fazendo cair na água e se molhar todo, acho que isso ajudava a tia Aghna a descobrir que estávamos no rio, pois chegavamos espirrando e ensopado feito a corça quando era época de caça.

_ O jantar está pronto, vem comer! Fiz o seu prato favorito! (Assim Katherine se levantou e a encarando fiquei cabisbaixo pensando nos meus amigos que haviam se afastados).

_ Não estou com fome! Estou cansado! (Eu olhei para o armário e apontei para ela pegar o cobertor para mim, eu não tinha altura para pegar o cobertor, nem com a cadeira eu o alcançava).

_ Eu vou comprar a bola para você amanhã, antes de irmos ver o seu pai, aí você vai escolher a bola que quiser, mas não fique triste, você tem que comer, você está muito magro! (Ela sempre me olhava atenciosa, e olhava meus olhos bem atenta com a tesoura nas mãos, meus cílios estavam embolando de novo).

_ Por que eu sou assim? Isso dói! (Era horrível quando eles embolavam, mamãe sempre tinha que cortá-los para eu não me machucar).

_ Tira os dedinhos para eu cortar! Eles são assim, por que você é assim! (Meus cílios cresciam tanto, eles eram diferentes dos normais, eu tenho tricomegalia, pessoas normais colocam pestanas,as minhas já eram de nascença e não era nada confortável aquilo).

_ Eu estou com sono, posso dormir? (Eu a disse aquilo enquanto ela passava o pentinho neles vendo se já estavam bom).

_ Está cedo para dormir, depois que você comer, você pode ir para cama! Agora Bran e Ahana estão nos esperando para comer e é feio deixar as pessoas esperando! (A minha mãe falava séria comigo).

_ Eu não quero! Não quero comer com eles mamãe! Quero ficar aqui! Não estou com fome! (Eu comecei a chorar de medo novamente).

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