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Em Nome Do Amor

Prólogo

Helena: Quem é a próxima candidata?

Oh sim, estava se controlando! O dia podia estar pior? Incompetentes, idiotas, taradas e imorais. Qual é o quesito básico para se achar uma secretária que não esteja apenas interessada em arrumar um marido rico dentro da Empresa? Tamborilei a unha levemente pela superfície da mesa, encarando Alicia, do RH, como se a fuzilasse no mesmo momento. E ah, eu até gostava dela...

Alicia Então, senhorita Parker... – sorriu de lado meio constrangida, agarrada a sua prancheta enquanto girava o salto vermelho no chão – nós não temos mais candidatas.

Helena: O que como assim não temos mais? – quase cuspi as palavras sobre ela – pedi cinco candidatas para a hora do almoço e até agora vocês me trouxeram quatro selvagens a procura de sexo e um casamento fácil! Poupe-me Alicia! Quero alguém capacitada para ocupar o cargo! Será que é pedir demais? Uma empresa do porte da LUX deveria oferecer um RH mais qualificado... É entristecedor saber que a decadência está a essa altura dentro deste lugar...

Girei minha cadeira dando as costas para ela, encarando a vista do vigésimo quinto andar do prédio. Sorri de canto esperando uma reação. Nada.

Alice: Vou buscar o ultimo candidato. Com licença – e a porta foi aberta e fechada brevemente.

Ótimo!

KAIO POV

Alicia: Prepare-se querido, está preste a entrar no inferno e ficar de frente com o demônio!

A moça que havia se apresentado como ‘Alicia do RH’ se aproximou após dizer estas palavras. Parecia-me apreensiva quando pegou em meu pulso e me puxou da rodinha de mulheres que me cercavam no escritório amplo e bem decorado da LUX. Ouvi algumas se despedindo animadamente e tive apenas tempo de acenar.

KAIO: Como assim de frente pro demônio? – perguntei querendo amenizar o clima.

Claro, uma empresa como a LUX deveria possuir muito chefes durões, mas a reputação dessa tal de HELENA PARKER, responsável pelo departamento de moda, era devastadora! Pelos cinco segundos em que fiquei na presença das garotas, pude ouvir expressões como “maluca, mal comida e vaca” entre os adjetivos empregados a patroa. Em tantos anos trabalhando em Empresas famosas, nunca presenciei tamanho ódio dos subordinados para com o líder.

Alicia: HELENA PARKER, vulgo demônio – paramos em frente a uma porta imensa de madeira com maçanetas de ouro. Parecia um cenário macabro de terror. A garota a minha frente deslizou as mãos pela minha camisa social brevemente, alisando uma parte dela e me olhou nos olhos com segurança – não olhe nos olhos dela, não a toque, não fale se não for perguntado; você é bom, cara. Muitas pessoas dariam tudo para estarem no seu lugar. Por favor, por todos desse departamento, vai lá e consiga esse trabalho porque senão... – fez sinal de morte, como se cortassem sua cabeça – vai! – abriu a porta e me empurrou pra dentro da sala.

Ajeitei melhor minha camisa, passei as mãos pelo cabelo respirando fundo ao encarar um pequeno corredor. Ao final, pude ver claramente a sala dela. O cheiro de perfume caro impregnado no ambiente juntamente a café fresco sugeria a ideia de que apesar de durona, era mesmo uma mulher importante e ocupada. Respirei fundo e caminhei até lá sem medo, vendo sua cadeira virada para o outro lado, me ignorando.

KAIO: Ahah Com licença – parei em frente à mesa num postura educada. Assim que minha voz soou, quase instantaneamente a cadeira se virou – Bom dia, sou KAIO SOUZA. Vim para a entrevista de modo a ocupar o cargo de secretário e assessor – sorri após me apresentar esperando que ela dissesse algo. Mas não. Nada.

Uma mulher pequena, pálida, jovem, de cabelos longos e moldada perfeitamente em um vestido chique e cinza me encarava de cima a baixo, ignorando minha apresentação. Era completamente ao contrário do que pensei ao imaginá-la – velha, carrancuda, talvez um pouco fofinha, cabelos brancos e chique –. Seu cabelo longo e brilhante ofuscava meu olhar assim como a forma graciosa como cruzava as pernas. Pensei que iria me afogar em tanto brilho. Tinha lábios vermelhos e olhos maquiados de preto, unhas pintadas de marrom; usava óculos de grau e era dona de um olhar arrogante, profundo, intimidador, sexy.

Sempre desconfiei que o demônio fosse sexy, oh sim.

Após me examinar alguns segundos, ao invés de dizer algo, a patroa abriu uma gaveta e dela puxou um envelope grande. De lá tirou um papel e o postou em frente ao rosto. Leu e me encarou novamente quase bizarramente nervosa. Suas bochechas corando. Abaixou o papel e apertou um botão no telefone.

Alicia: Sim senhorita PARKER - a voz do outro lado me foi prontamente familiar.

HELENA: vocês mandaram um homem para a seleção? – disse com a voz calma, quase como uma canção – aqui no currículo, por acaso, não está constando que ele é gay.

Cruzei os braços meio indignado, porém intrigado com a postura daquela mulher. Era tão pequena e tão durona, tão linda e tão azeda, tão sexy e tão bloqueada. Me olhava como se desejasse me bater, como se estudasse cada reação de meu corpo. Claro, era a contratante e eu o contratado, mas não precisava me fuzilar a cada segundo.

Alicia: Ele não é gay, senhorita PARKER. Não me lembro da senhorita ter especificado sobre o gênero do contratado, apenas queria alguém capacitado e o currículo do senhor SOUZA trás boas referências e qualificações.

Toma essa então!

Pisquei para a chefona quando me olhou nos olhos pela primeira vez. No mesmo momento adotou uma postura diferente; cheguei a pensar que iria me jogar o telefone, mas... Não tenho medo dela! Se quiser, pode me atacar na hora que for... Demônio sexy.

HELENA: ok. Entendo-me com você depois – e desligou me olhando atentamente – sente-se senhor KAIO SOUZA – leu meu nome e pegou o currículo novamente, lendo-o.

KAIO: com licença – me sentei na cadeira a sua frente esperando sua reação, vendo a forma linda como seus olhos percorriam o papel lentamente. Olhos escuros e fatais.

HELENA: O senhor é formado em moda? – sussurrou para si mesma. Prosseguiu lendo – formado em administração, trabalhou anos para Chanel, Gucci e Louis Vuitton? – praticamente surtou quando leu, me encarando novamente. Jogou o currículo sobre a mesa – posso saber o porquê foi demitido?

KAIO: Eu não fui demitido, senhorita. Apenas desisti de um emprego para ir para o outro quando as oportunidades surgiam – respondi percebendo que o que essa pequena megera mais queria era me intimidar - e em minha mais recente passagem pela Vuitton fiz algumas desavenças e tive de deixar o cargo.

HELENA: Vejo que tem ótimas recomendações – assentiu – porém, porque é formado em moda se não exerce a profissão?

KAIO: Serei sincero com a senhorita – me aproximei um pouco mais, falando um pouco mais baixo – moda é minha satisfação pessoal. Aprecio tudo o que é bonito de se ver, sem esquecer é claro, do conteúdo – pisquei – porém, por acasos da vida entrei na administração da Gucci e trabalhei para a marca algum tempo. A partir dai surgiram convites irrecusáveis. Vi na Delux uma oportunidade de juntar moda e administração, e agora está tudo em suas mãos. É isso.

Nos encaramos em silêncio por um tempo. A megerinha tamborilava as unhas marrons pela superfície da mesa e vi em seus olhos um brilho estranho. Suspirou.

HELENA: Não. Não quero você na LUX. Não serve para mim – respondeu séria, me olhando ainda do mesmo modo – obrigado por se candidatar.

KAIO: o que? - pode ter sido um reflexo ou sei lá, mas me espantei com seu comportamento. Meu currículo era impecável, minha formação nas melhores faculdades... Incontestável! Continuei encarando-a perplexo. Para mim, o emprego já estava garantido!

HELENA: Foi o que ouviu. Fora – silabou devagar, apontando a porta com um aceno leve, abrindo uma revista.

Fiquei uns segundos para entender que estava sendo dispensado. Oh não, nenhuma mulher nunca me dispensou, nunca fui recusado em um emprego! Porém, engoli o orgulho e me coloquei de pé repudiando a megera em mente.

KAIO: você também não serve para mim – ergueu os olhos em minha direção por trás da revista – adeus, Helena Parker, rainha da LUX – ironizei e sai da sala sem olhar para trás.

Ela seria mais difícil do que eu pensava.

Demônio sexy. Sexy. Demônio.

Personagens

Helena Parker Dona da Grande Império Lux, Fria e mais conhecida como a Demonia na empresa que ela dirige a mão de ferro. 25 anos era a mais nova diretora de departamento de moda , e uma mãe zelosa sua filha tinha 6 anos Mel uma menina doce e amorosa.

Mel Parker 6 anos filha da grande chefona da LUX São grandes amigas um amor sem fronteiras de mãe e filha.

kaio Souza 24 anos é lindo, inteligente e com um ótimo senso de humor - chega para abalar com as estruturas do escritório, despertando a atenção de todas as moças e principalmente, a da pequena Mel que se torna sua melhor amiga em questão de dias.

Pierre Burllet um dos mega estilista da Lux e amigo da Helena.

Alicia Ramires tem 24 anos trabalha no RH da Lux um amor de pessoa.

Roseane Duarte mais conhecida como Rosa a loira fatal da Lux.

Joana Souza mãe de Kaio Souza .

Emily trabalha na lux

Amber Lee a babá da Mel trabalha para Helena.

Bruno Luz trabalha na (lux) e vira amigo de kaio

Espero que vocês gostem, fiz uma mudanças nos personagens e acrescentei os personagem que aparece na história mas que não tinha colocado a foto deles. Espero que vocês gostem resolvi modificar a história, então irei reescrever os capítulos com a mudanças dos nomes dos personagens e espero que vocês curtam cada detalhe.

Obrigada pelo carinho de cada um de vocês, espero contar com os comentários os likes, assim como foi no livro anterior,.

Para aqueles que ainda não leram o Livro Ilusão venha ler e História de Dante e Kally um história mais adolescente espero que vocês gostem.

Empresa Lux a melhor empresa de modas.

Escritorio da Helena Parker

Sala DA Alicia do Rh

Mesa do Kaio Souza

Mansão Helena Parker

quarto da Helena Parker

Quarto da Mel

Casa do Kaio e da mãe dele.

Quarto do Kaio

Quarto Joana

Carro Kaio Souza

Carro do Pierre

recepção da lux

Sala do Pierre

sala de montagem das roupas com manequim.

sala de espera da Lux

sala de reunião.

E aí gente gostaram da apresentação que fiz da empresa e da casa dos personagens, além dos quartos eu quis mostrar um pouco para vocês terem uma pequena noção de como imagino onde se passa cada parte da história.

Não perca os capítulos dessa historia

Em nome do amor.

São 50 capítulos mais Epílogo.

Pequena sinopse

Aos 25 anos Helena Parker era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Mel, de seis anos. Até que seu novo secretário, Kaio - lindo, inteligente e com um ótimo senso de humor - chega para abalar com as estruturas do escritório, despertando a atenção de todas as moças e principalmente, a da pequena Mel, que se torna sua melhor amiga em questão de dias. Helena não entende porque kaio e sua filha possuem um laço tão estreito, porque seu novo empregado lhe desperta tantos sentimentos e o porquê de todas se interessarem por ele. Mas sabe que deve evitá-lo... Homens apenas trazem problemas, e o jeito mais fácil de não se apaixonar por kaio é tornando sua vida terminantemente impossível.

Capítulo 1 Aconteceu

Alicia: E então?

Assim que saí da sala da Helena Parker , vulgo demônio, a Alicia do RH estava me esperando do lado de fora com uma galera toda ao seu redor. Enfiei as mãos nos bolsos com os lábios torcidos, em expressão de desapontamento.

 

Kaio: não foi dessa vez – quando falei todos suspiraram desacreditando – ela simplesmente me dispensou.

 

Rosa: eu sabia! – exclamou uma loira ao lado de Alicia. Era muito bonita e elegante, portava um celular em mãos – vou avisar para o pessoal que o cara dançou. Estava todo mundo achando que você ia ficar – e saiu. Aos poucos, a rodinha foi se desfazendo e Alicia veio para o meu lado.

 

Alicia: Mas como ela pode ter te dispensado? Seu currículo é incrível, sua formação é excelente! – lamentou-se, e por um minuto tive medo da garota chorar – oh Deus!

 

Kaio: Calma, tudo bem – toquei seu ombro – vai aparecer alguém a altura dela. Pode demorar, mas vai.

 

Alicia: E, mas até que esse alguém apareça, sou eu quem tem que sofrer aturando essa megera! – suspirou limpando algumas lágrimas que caiam por sua bochecha. Segurei sua mão compreensivamente – obrigado por ter tentado, Kaio. É uma pena não te ter por aqui. Cheguei a pensar que iria ser você a mudá-la.

 

Kaio: pois é, não foi dessa vez...

 

Enquanto conversávamos, notei que em uma das mesas do escritório enorme havia uma garotinha sentada perto do computador de uma delas soprando bolinhas de sabão. As mesmas voam pela janela alta fazendo-a rir baixinho. Era muito bonita e familiar. Usava um uniforme escolar azul, tinha o cabelo longo, liso e escuro. Familiar. Os olhos grandes e verdes, o rosto de boneca e também reconhecível aos meus olhos. Me pareceu ser a coisinha mais graciosa do mundo naquele momento; um anjo, uma princesa.

Alicia: ...Kaio? – ouvi meu nome e então me voltei para ela novamente, percebendo que por todo o tempo em que fiquei olhando a garotinha Alicia esteve falando comigo – você ouviu o que eu disse?

 

Kaio: ouvi, é sim – assenti, cocei a cabeça intrigado – Alicia, desculpe, mas... Sendo tão perturbada como é, como a poderosa chefona pode permitir que os empregados tragam os filhos para cá? Ela vai ficar uma fera quando ver essa menina sentada naquela mesa...

Seguindo meu dedo que apontou a pequena, os olhos de Alicia se arregalaram quando viu a menina. Fiquei sem entender de inicio, mas logo saquei quando prosseguiu.

 

Alicia: MEL! – gritou, e no exato instante a menininha olhou para ela deixando o potinho que segurava o sabão para fazer as bolinhas cair no chão aos seus pés – pelo amor de Deus, desce dai querida! Se a sua mãe te ver ai em cima vai sair matando todo mundo nesse lugar... Por favor!

 

Sua mãe?

 

Aquela mulher grossa e arrogante era mãe? Mãe de uma criaturinha tão linda? Como um homem era capaz de aturar aquela pessoa por uma vida inteira a ponto de ter uma filha com ela? Então era tudo uma capa? Será que existiria vida dentro daquela casca, será que existia sentimento naquele coração? Notei novamente a familiaridade no rosto da pequena; sim, o cabelo era idêntico ao da megera, o rosto lembrava demais; eram parecidas, exceto pelos olhos e a doçura que exalava da criança. Era por isso que a menina estava ali, porque era filha da patroa! Claro!

 

Mel: Desculpa tia Alicia! – disse com a voz muito culpada – já vou descer...

Foi tudo muito rápido. Olhei para a garota, olhei para o chão cheio de sabão sobre o piso altamente escorregadio e olhei para a grande distância que ela teria que pular até alcançar o chão. Resultado?

 

Kaio: CUIDADO! – gritei ao percorrer o espaço correndo, mas foi tarde demais.

 

Ouvimos um estalo alto quando ela caiu sobre a própria perna se espatifando ao chão. Em segundos montamos uma aglomeração ao redor da menina, que tinha uma fratura enorme resultante do tombo feio que levou. E ela gritava. Gritava. Gritava, anunciando que a cabeça de alguém ali estava prestes a rodar.

Helena POV

Pierre: Um homem minha rainha? Oh meu Deus, e ele era bonito?

 

Helena: Pierre, por favor, você também? – beberiquei meu cappuccino observando um de meus melhores estilistas sentado na cadeira a minha frente – não preciso de um homem bonito. Nem de um capacitado. Não preciso de homem nenhum! Nem de homens eu gosto...

 

Pierre: opa, como é que é minha rainha? – o olhei percebendo como interpretou errado minha frase – você, Deusa gostosa e sexy, não se interessa por homens? Senhor! Homem é a melhor coisa que existe querida, não podemos viver sem eles! Eu que sou um deles resolvi mudar toda minha estrutura para... Você sabe, amar sem medidas!

 

Helena: Pierre me poupe dos seus ataques, ok? E mais uma vez – coloquei a xícara sobre o pires em cima de minha mesa – eu não sou lésbica! Sou apenas uma mulher ocupada, uma mãe solteira que só tem tempo para o trabalho e para a filha!

 

Pierre: estou totalmente ciente disso, minha rainha! – cruzei os braços olhando para ele – porém, ainda sou dono da opinião de que tudo o que falta para você é um homem forte e másculo para te proteger e trazer alegria para sua vida... – abraçou a si mesmo com expressão apaixonada, me olhando com seus olhos azuis brilhantes apenas imaginando o homem em questão. Másculo. Forte – garanto que a pequena Mel não irá fazer objeção a isso. Você mesma diz que o que ela mais lhe pede é um papai...

Helena: Mel não precisa de um pai e nem eu de um... Homem – suspirei – já tive problemas demais a vida toda com homens, não preciso de mais um. E você... Trate de se controlar! O candidato era sim um rapaz interessante, mas...

Pierre: É? Ele era interessante? – sussurrou interessado, apoiando os cotovelos sobre a mesa para me ouvir falando. Cruzei os braços e rodei os olhos – fiquei sabendo pelas meninas que tinha um cara gato no escritório, mas não sabia que era para ser seu secretário. OMG! Me conta como ele era? Você tem o endereço dele?

Helena: ele não era gay – pareceu não mudar em nada seu interesse – ok, ele era moreno, um e oitenta e poucos de altura, olhos verdes, um pouco forte, branquinho – Pierre ergueu uma sobrancelha – tudo bem, admito! Ele era gostoso, mas e daí? Com certeza era tão tarado quanto às outras secretárias e iria colocar fogo nesse escritório. As meninas iriam pirar com ele aqui, inclusive você!

Pierre: inclusive você, minha rainha! Quem é que resiste a um homem desses?

 

Quando ele gargalhou, a frase “Foi exatamente por isso que o dispensei. Porque é um homem interessante!” surgiu em minha mente. Mas ficou apenas por ai, já que gritos começaram a invadir o ambiente vindo lá de fora. Gritos de criança. Assim que pensei na possibilidade de ser Mel, sai correndo junto a Pierre. Nós dois abrimos a porta correndo e andamos apressadamente até a aglomeração de pessoas. Quase todos os empregados estavam rodeando alguém; alguém que gritava.

 

Na hora em que vi minha filha com a perna quebrada berrando no chão, quase tive um colapso. Afastei todo mundo e me ajoelhei ao lado dela sem saber o que fazer!

Ela está ferida!

 

Bella: Mel? Oh meu Deus! O que foi que aconteceu? – sem saber onde tocar nela, comecei a me desesperar aos poucos, sendo invadida por desespero a cada grito de dor que ela dava.

 

KAIO: Não mexe nela! – quando olhei para cima através de algumas lágrimas que já desciam por meu rosto, vi Kaio, sim, o candidato, ajoelhado do outro lado de Mel segurando a perna ferida imobilizada, para ninguém tocar.

 

Helena: o que você está fazendo aqui? – praticamente cuspi as palavras cheia de raiva, desesperada, sem saber o que fazer. Pierre afastou as pessoas, que olhavam também nervosas.

kaio: ajudando a sua filha, por acaso! – Mel continuava gritando alto, chorando muito – calma, vem cá, passa o braça no meu pescoço. Tudo bem, eu sei que dói, mas preciso te levantar sem mexer a sua perna... Pode ser?

 

Mel: mas está doendo muito... – choramingou alto, com o rosto vermelho e molhado. Gritou mais – não consigo me mexer... AI!

Helena: o que está fazendo? Larga a minha filha! – gritei também – Alicia chame a ambulância!

kaio: a ambulância vai demorar, temos que levá-la logo para o hospital! Tem idéia de como ela está sofrendo? – e mais gritos de Mel atravessaram em mim como facas. Ao mesmo tempo em que queria pegá-la a agarrá-la para ninguém tocar nela, para socorrê-la, tinha medo de machucá-la.

 

Mel: mamãe... – disse em meio aos gritos. Quase desmaiei também chorando, nervosa, sem saber o que fazer!

 

kaio: eu já disse, temos que levá-la para o hospital! – ele mesmo com cuidado passou o braço de Mel em seu pescoço e a ergueu no colo. Ela seguia gritando como uma louca, chorando, me chamando, e não tive escolha a não ser ir atrás dele.

Kaio POV

Era mesmo uma capa.

 

Helena: para onde vamos levá-la? – perguntou quando abriu a porta do carro dela para que eu colocasse a menina em prantos no banco.

kaio: você deveria dizer, afinal é mãe dela! – Helena me encarou com o rosto nervoso, mas estava frágil demais para brigar comigo.

Entrou no carro na parte de trás e ficou com a garotinha. Assim que me acomodei no banco do passageiro ela logo foi me dizendo onde era o hospital que sempre passava a filha e me deu o endereço.

Corri para lá o mais rápido possível, vendo pelo retrovisor a forma doce como Helena tentava consolar a menininha, como acariciava seu cabelo, como chorava ao ouvir cada grito desesperado de dor da pequena. Assim que chegamos ao hospital mais caro da cidade ajudei a retirarem a garota do carro e ela logo foi levada para o consultório médico. Chamaram-me para ir junto. Fui. Ignorando minha presença, Helena tremia do meu lado enquanto esperava os médicos darem o diagnostico.

Kaio: quer um café? – tentei ser gentil. Aproximei-me dela vagarosamente para me inteirar com a situação. Deveria ser horrível.

Helena: não – respondeu somente com a voz chorosa, manhosa. Sentou-se em uma das cadeiras e abaixou o rosto.

kaio: quer que eu ligue para alguém? – tirei meu Iphone do bolso – para o seu marido? – pela primeira vez em todo o dia fiquei com medo dela. Seus olhos foram para meu rosto, vermelhos e inchados pelas lágrimas, mas cheios de raiva de repente.

Helena: Não tenho marido, e dá pra parar de se meter na minha vida? – suspirou ficando de pé bruscamente – o que está fazendo aqui ainda?

 

kaio: você é mesmo uma grande de uma mal agradecida! Estou aqui tentando te dar uma força, ajudei com a sua filha e é assim que me trata? – bati de frente com ela a encarando de cima, uma vez que era uns vinte centímetros no mínimo maior que ela – sua bruaca, merece muito menos. Depois eu passo para ver a garota. Adeus.

Coloquei o celular no bolso e quando me virei para sair... Sua mão se fechou no meu pulso. Parei; retirei-me de seu toque e me virei para ela. A encarei nervoso e cruzei os braços.

 

Helena: viu como aconteceu? Como Mel caiu? – questionou de volta a sua postura frágil. Porque raios tenho coração fraco?

kaio: ela... – pensei duas vezes. Mel – estava fazendo bolinhas de sabão, deixou um pouco de líquido cair e escorregou – cortei a parte da mesa um tanto em dúvida se iria ajudar mesmo – logo em seguida a loucura começou.

 

Helena: ai meu Deus... – colocou a mão sobre o peito – a minha filhinha... – se sentou novamente – será que ela vai parar de andar?

kaio: oh, não seja dramática! – nisso o médico apareceu na sala de espera e nos reportou a informação de que a perna da pequena Mel deveria ser engessada, uma vez que estava quebrada. Disse que não era nada grave, mas que deveria ser acompanhado de perto. Aos seis anos ela tinha tudo para se recuperar logo.

Permaneci alguns minutos encostado na sala de espera aturando os médicos e o desespero de Helena. Fiquei com certa dó vendo-a ali daquele jeito, vulnerável e ao mesmo tempo tentando manter uma casca ao seu redor. Sentei-me ao seu lado querendo consolá-la quando seus soluços estavam altos demais, porém a coragem de passar o braço ao seu redor me faltou. Ela ainda era durona, havia me dispensado.

 

Helena: não acredito que deixei isso acontecer com a minha filha – suspirou mais para si mesma do que para mim – sou a única responsável por ela e... Sempre disse que nada de ruim iria acontecer e agora isso... – uma lágrima desceu por seu rosto e me deixou um pouco sensibilizado.

 

Helena era mãe solteira. Enfrentava tudo sozinha. Não era fácil, eu sabia... Minha mãe fora mãe solteira de três filhos, incluindo eu e minhas duas irmãs menores.

Kaio: a culpa não foi sua – sussurrei do modo menos comprometedor que consegui – foi um acidente, poderia ter acontecido com qualquer pessoa. É coisa de criança...

 

Helena: mesmo assim – não usou um tom ríspido, foi até educada. Limpou a lágrima quando o enfermeiro disse para irmos acompanhar enquanto engessavam a perna dela. Entrei na sala junto a Helena que não recusou minha companhia.

Enfermeiro: pronto! Ai estão seus pais – disse para a pequena Mel, que estava sentadinha e quieta sobre uma maca colorida com a perna ainda lesionada. Não chorava mais, devido ao efeito da injeção para dor. Quando nos viu, a garotinha abriu um sorriso enorme com os olhos brilhando. Cheguei a pensar que nem iria se lembrar de mim, mas me enganei.

 

Mel: mamãe... Kaio! – sorriu mais ao meu ver, esticou a mão em nossa direção e fiquei pensando onde a pequena Mel havia aprendido o meu nome.

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