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A Filha De Zeus

Capitulo 1 ( Os alunos novos )

A voz estridente e aguda de Anna invadiu os ouvidos de Alana, a obrigando a sair de seus pensamentos. Ela olhou para a mesma com tédio.

— Oque foi desta vez? — Perguntou depois de suspirar.

Ela abriu um sorriso e foi andando até a sala dando pulinhos de alegria com o celular em mãos.

— Recebi o convite para a festa de arromba que a Melissa vai fazer! — Ela virou o celular para Alana, e lá estava o convite. A decoração dele era bem exagerada e estranhamente colorida. Exatamente como a dona da festa.

— A Melissa? Anna ela nunca gostou de nós, pelo contrário sempre humilhou a gente. 

Concerteza havia algo muito estranho naquela história. Desde que as duas colocaram os pés na universidade, ela começou a trata-las mal.

E até semana passada Melissa pegava no pé delas. Apenas pelo motivo ridículo, de serem órfãs e não terem uma boa renda como os amigos metidos dela.

Então, obviamente era estranho Melissa mandar um convite para Anna, sobre a festa enorme que ela fazia todos os meses. Sinceramente, Alana pensava que a verdadeira intenção de Melissa com aquele convite, era as humilhar na frente de todos, e as fazer de tontas.

— Alana pense bem, talvez seja uma oportunidade para sermos populares! — Exclama ela se sentando no sofá velho ao lado de Alana

— Eu não quero ser popular, eles são uns idiotas que humilham as pessoas por nada. Só porque possuem dinheiro. Eu prefiro morrer a ser tão babaca —

Anna bufou e desviou o olhar para o lado — Anna eu não quero que machuquem você. Tenta me entender um pouco.

Alana pegou na mão da garota, a fazendo olhar para ela.

Anna era a sua única amiga desde que ela se conhecia por gente. Elas fugiram do orfanato juntas quando chegaram a idade de dezesseis anos. E com o dinheiro suado que conseguiram juntar, alugaram um apartamentinho pequeno em São Francisco. Um apartamento minúsculo, mas delas.

Anna era muito mais do que uma amiga para Alana, era uma irmã mais nova.

Uma irmã muito ingênua.

Ela tinho sempre que ficar de vigia quando conversava com alguém que não conhecia. Pois, Anna parecia ver o bem em todos, e isso a tornava uma boba. Ela tinha um bom coração, e talvez fosse esse o problema.

— Alana, eu tô cansada de sofrer bullying. Eu quero algo amais. Estou farta de ter que fugir na hora do almoço para não ser atormentada. Estou cansada de ser uma zé ninguém.

Seus olhos estavam marejados e estava arrastando a voz.

Ah! Alana não podia acreditar nisso! Ela sempre fazia esse teatro para conseguir oque queria com facilidade. E o pior de tudo, é que sempre conseguia.

Alana se detestava por ser tão manipulável.

— Você só vai se eu for com você e ponto final. — Avisou ela já sedendo como sempre fazia. O rosto de Anna se iluminou tanto que Alana pensou que ficaria cega com tanto brilho.

— Alana, obrigada!

Ela a abraçou com força, Alana a abraçou de volta ainda com um receio grande apertando seu peito. Algo a dizia que essa festa não iria ser boa. Não mesmo. 

Mas, ela não podia prende-la, por mais que quisesse muito.

As duas acordaram cedo para pegar o ônibus das sete e meia. Anna mais parecia estar dormindo do que acordada. Como sempre, ela não havia se acostumado a acordar cedo.

Por outro lado, Alana mal conseguia pegar no sono, então sempre estava exausta. Ela ficou fitando seu reflexo no vidro do ônibus. A dá vontade de rir.

O cabelo estava uma zona, com preguiça ela apenas arranjou um elástico de cabelo, e fez um coque bagunçado. A única coisa que ela gostava em seu cabelo, era a dádiva de ser loiro.

As duas desembarcaram do ônibus e logo estávam de frente para o portão de grades polidas da universidade. Pessoas entravam e saiam com frequência, e algumas esbarravam nela e em Anna. Em seu interior, Alana tinha a pesarosa vontade de pisar nos que esbarravam nelas, com forçar por saber que faziam de propósito. Contudo, obviamente ela não o faria. A última coisa que queria era ter problemas.

A universidade simplesmente funcionava assim: Ou você era um popular que todos amavam e invejam, ou você era um zé ninguém excluído que dava pena. Não precisava ser um detetive para adivinhar onde as duas garotas se encaixavam. Se você pensou " Zé ninguém" Parabéns! Você acertou plausívelmente!

Ao entrarem no prédio todos destinaram seus olhares para Anna, oque era compreensível, porque ela sempre fora linda demais.

Seus cabelos pretos e ondulados brilhavam a luz do sol, seu corpo era ligeiramente magro, mas tinha curvas perfeitas, e seu rosto fazia com que parecesse uma modelo. E ela, também era vaidosa, cuidava da beleza que possuía. Oque só reforçava a ideia dela de ser popular. Porque ela acreditava que ao lado dos populares amados, era o seu lugar.

Em discordância , Alana, era invisível aos olhos de todos. Mesmo sendo loira, e com os olhos azuis desejados por muitas garotas. Isso certamente não a fazia ser uma gostosona, modelete. Ela não cuidava tanto da sua aparência e muito menos se importava com isso. Ela usava as roupas folgadas que comprava em bons brechós, e se sentia bem consigo mesma. Ela com toda a certeza, abominava o uso continuo e diário, de maquiagem. Só em pensar, em acordar cedo e se maquiar, já sentia sono.

Ela não se achava uma feiosa, e gostava da minha aparência. Ela só era apenas..ruim para as outras pessoas.

— Olha, se não são as minhas amigas, Anna e Alana. —

Se aproximou Melissa com seu grupo entediante de cobras naja. Ou amigas, oque dava no mesmo.

— Bom dia Melissa, fiquei feliz por ter me mandado o convite para sua festa. — Agradeceu Anna com um sorriso pra lá de gentil. Alana por outro lado, não foi tão amável assim ao perguntar:

— Quais são as suas intenções Melissa?

Perguntou com o cenho fechado. Ela reparou bem na expressão confusa no rosto da loira. Claramente era uma fingida.

— Como assim? Eu só chamei a Anna porque quero ser amiga dela, não é nada demais. — As amigas dela dão risinhos sonsos umas para as outras.

— Depois de tudo que fez e disse para nós? Eu duvido que-

— Esqueça isso Melissa, nós vamos sim na sua festa, agora temos que ir, obrigada.

Alana foi interrompida por Anna antes de terminar sua frase. Ela logo entrou na conversa.

Anna saiu a puxando junto com ela para longe do grupo de najas antes que Alana pudesse provocar uma guerra de veneno com elas. Anna sabia que sua amiga, iria fazer milhares de perguntas, e talvez alguns possíveis insultos á Melissa e o bando de cobras que ela tinha orgulhosamente como amigas.

Sem dizer uma só palavra, a duas se sentaram nas cadeiras de sempre na sala de aula fazia.

— Oque foi aquilo Alana? — Perguntou ela se virando para Alana com um olhar irritado.

— Eu queria perguntar umas coisas a ela, só isso. — Respondeu dando de ombros como se não fosse nada demais.

— Melissa poderia ter armado um barraco,ou então poderia ter me tirado a chance de ir para a festa.

Nossa, por que se importar tanto com uma festa? Gente bebendo, se pegando, se drogando entre outras coisas pateticamente burras que adolescentes desesperados por atenção faziam.

Pensava Alana tentada a transformar seus pensamento em palavras.

Todos que foram convidados para a festa em questão, eram mais os babacas da universidade. Como os caras do futebol americano. Não sabiam matemática básica, oque com certeza sabiam era correr atrás de uma bola como se fossem predadores atrás de um pedaço de carne ambulante.

— Esqueça isso, afinal você vai de qualquer jeito, não é? — Anna bufou e virou para frente dando as costas a Alana.

Meia hora depois, o professor de história entrou na sala com a maioria dos alunos atrás dele. Magno era o único professor que havia ganho o apresso e simpatia de Alana. Basicamente, dado ao fato de suas aulas sobre mitologia grega, sempre acalmarem Alana

Eram simplesmente perfeitas, mesmo ela não acreditando em uma só palavra, oque é óbvio, porque são apenas histórias antigas. Ela gostava muito de saber sobre os deuses e o olimpo. Talvez ela fosse uma enorme apreciadora de fantasia, apenas não descobrira isso.

— Bom dia a todos. E antes de pedir para que abram o livro da Odisseia dos deuses, que pedi para lerem no final de semana — Ninguém — Ninguém ao menos estava o dando ouvidos, estavam ocupados demais conversando e rindo alto — Quero que dêem as boas vindas, para os nossos novos alunos transferidos.

A porta de madeira com o número da turma, se abriu dando passagem para dois rapazes entrarem na sala de aula.

Todos ficaram quietos e certamente espantados. A explicação era mais do que simples, era porque os dois eram lindos.

Um deles foi presenteado com cabelos loiros bem amarelados como um sol, seus olhos eram um castanho muito claro, quase um amarelo. Ele sorriu carismático e acenou para a todos.

 

Já o outro rapaz, era o oposto, ele era um pouco mais alto, e seu cabelo era preto como carvão. Seus olhos, azuis não tão claros, e seu estilo de roupa era quase como um roqueiro. Ambos extremamente lindos.

— De onde esses gatos vieram? — Sussurrou Anna para Alana.

— De outro mundo com certeza, eu nunca vi garotos tão bonitos assim. — Respondeu ela no mesmo tom de Anna — Tenho certeza que Melissa vai convidá-los para a festa ridícula dela.

Disse Alana, percebendo que Melissa estava babando pelos garotos assim como as outras garotas da sala.

— Se apresentem por favor meninos — Pediu o professor.

— Olá, eu sou Ravi, e é um prazer conhece-los. — Diz o loiro com um sorriso simpático no rosto. Para Alana, ele não aparentava ser um idiota filhinho de papai. Havia nele uma aura iluminada e quente. E era estranhamente confortável.

— Sou Darcel. É melhor que não me encham o saco.

Ravi o loiro, o olhou como se estivesse o repreendendo, mas Darcel não pareceu se importar nem um pouco.

Ok, então Darcel era o idiota com certeza. Mas, isso não parecia ter afetado a boa impressão com as meninas, elas ainda estavam suspirantes, oque deixava Alana tão irritada ao ponto de fazê-la querer rir. Estava mais do que nítido, que Darcel era um perfeito babaca egocêntrico. Típico adolescente problemático, que tinha tudo e era revoltado porque seu pai trabalhava demais.

Alana riu sozinha por seus pensamentos tão depravados.

— Esse não vai durar muito na mão dos caras daqui. — sussurrou Alana para Anna, que como sua fiel cúmplice, riu junto com ela.

Entretanto, por um breve momento, Alana teve a sensação de que, Darcel tinha ouvido oque ela havia sussurrado a Anna. Pois seus olhos pararam em cima dela e não saíram mais.

Oque poucos sabiam, era que ela não era o tipo de garota que desviava o olhar por se deixar intimidar.

Ele havia acabado de a convidar inconscientemente para um desafio.

Começou a encara-lo também. Ela queria ver quem iria ceder primeiro.

Os olhos dele eram tão intensos, que por alguma razão, a causaram arrepios pela espinha.

— Er... ótimo procurem uma cadeira vazia para que se sentem.  — Disse o professor meio desajeitado. Ravi sorriu em agradecimento, e depois tocou o ombro de Darcel que o olhou.

— Ganhei.

Sussurrou Alana para si mesma como uma tonta. Era uma brincadeira de criança não era? Mas ela se sentia incrível.

Os dois garotos se sentaram perto de melissa e das amigas dela.

E enfim, para a felicidade de Alana, a aula começou bem como ela desejava. Mitologia grega.

O professor Magno começou a contar sobre os três principais reinos que comandavam o mundo. O céu, o mar e o submundo. E os seus governantes, Zeus, Poseidon e Hades. Que particularmente era o deus que Alana mais admirava.

— Os irmãos decidiram justamente quem governaria cada reino. Alguém pode me dizer como fizeram isso? — Perguntou o professor se virando para classe.

Ninguem estava prestando atenção como sempre. Algumas das meninas estão viradas para Ravi e Darcel, e outras faziam maquiagem umas nas outras. E entre os rapazes, alguns dormiam e outros conversam entre si.

Alana gostaria de dizer a resposta, porque afinal ela sabia a história. Mas, antes que ela pudesse levantar a sua mão, outro toma a iniciativa.

— Eu. — Levantou a mão e logo  todos os olhares estavam dele. Ah, era Darcel. Que droga, ela realmente gostaria de ter sido mais rápida.

— Ótimo senhor Darcel, conte-nos como tudo aconteceu. — O professor se apoiou em sua mesa e cruzou os braços olhando diretamente para o garoto.

— Logo depois de derrotarem Cronos, os três irmãos pegaram três pedras preciosas com diferentes cores para que representassem os três reinos. Depois as colocaram dentro de um jarro, e fizeram um sorteio. Então justamente, foi decidido qual deus governaria determinado reino.

Alana revirou os olhos ao ver um sorriso enorme aparecer no rosto marcado pela idade do professor. Todos bateram palmas para ele com sorrisos de admiração e até alguns assobios. Darcel olhou para Alana com um sorriso convencido na cara. Ela não sabia o por que dele ter prestado atenção nela, mas ele cometeu um erro, e ela faria questão de o corrigir.

— Está errado. — Disse. Todos olharam para ela, inclusive Darcel e o professor.

— Oque está errado senhorita Parker?

— Bem, de fato eles fizeram um sorteio, mas não foi justo.

— É claro que foi justo. — Darcel rebateu com desdém. Alana se lembrou e se virou para ele, que estava na outra fileira um pouco atrás dela.

— Não, não foi. Zeus e Poseidon trapacearam. — Melissa resmungou algo sobre o quão idiota Alana era, mas ela não deu a mínima.

— Pode nos explicar isso Alana? — Perguntou o professor se apoiando no quadro aparentemente interessado no que ela tinho a dizer.

— Posso sim — Ela respirou fundo ao ver que todos os olhares estavam em cima dela. Apertou os punhos e começou a falar — De fato eles fizeram um sorteio, mas não foi justo, porque Zeus nunca aceitaria nada menos do que o céu. Segundo o seu pensamento, era onde ele "merecia" governar. Então quando Zeus foi pegar uma das joias, ele olhou para dentro do jarro antes, para ter a certeza, de que pegaria a que se referia ao céu.  — Darcel soltou uma risada debochada como se Alana estivesse dizendo coisas sem sentido algum. Mas, Alana não se deixou provocar, ela continuou com sua explicação.

— Em seguida Poseidon, ele também queria um lugar do qual fosse digno, o fato é, nenhum dos três irmãos queria ficar com o submundo. Pois era um lugar triste e hediondo, e qualquer deus que governasse aquele lugar seria odiado por todos. Então, ele fez o mesmo que Zeus, antes de retirar a jóia, ele olhou dentro do jarro e a pegou. Hades sem escolha pegou a última jóia, que se referia era ao submundo. Percebendo que seus irmãos não estavam surpresos com o resultado, Hades soube que ambos haviam trapaceado, e ficou revoltado com isso. Contudo, ele não tinha provas para acusar seus irmãos, apenas suas palavras. Então, ele preferiu se calar e se contentar com a injustiça de ficar com o submundo.

Desta vez, quando ela concluiu seu raciocínio, ninguém a aplaudiu além de professor e Anna. Darcel a encarou como se fosse arrancar-lhe o pescoço. E ela para colocar sal na ferida dele, lhe devolveu o mesmo sorriso convencido que a dera a dois minutos atrás.

— Perfeito, é por isso que Alana é minha aluna preferida! Pessoal, tentem ser como ela, e então a vida de vocês vai decolar! — Ela sorriu meio envergonhada para o professor, e logo depois se encheu de desespero pelos olhares mortais direcionados a ela.

— Sentem-se vamos continuar a aula.

Por seguinte, no final da aula de matemática, Alana guardou seus materiais na mochila se preparando para sair da sala quase vazia. Anna havia saido antes dela, por ter se voluntariado para ajudar a professora de matemática com os enormes livros dela. Alana iria encontra- lá na cantina para o almoço como sempre sempre fazia.

Melissa e Darcel estavam aos beijos no canto da sala, e infelizmente apenas ela e eles sobraram ali. Alana os olhou de relance, e segurou o máximo que pôde a vontade de dizer "eca "

Eram perdidamente nojentos. Como aquele cara conseguia beijar alguém com tanto veneno interior? Isso apenas a fazia se lembrar o porque ele era tão idiota.

— É por isso que os homens vivem menos — Resmungou Alana, ganhando uma imensa vontade de rir por seu próprio comentário.

E quase chorando por não poder esquecer aquela cena de horrores, ela foi saindo de fininho da sala sem querer ser notada. Mas enquanto a beijava, Darcel tornou a encara-la.

Mas diferente da outra vez, ela não iria encara-lo novamente, estava envergonhada demais pela situação para fazer tal coisa.

Quando colocou os pés no refeitório, avistou Anna sentada em uma das mesas com duas bandejas de comida, enquanto olhava para o nada. Alana logo supôs que uma das bandejas estava o seu almoço. Não tardou a correr até sua amiga.

— Você não vai acreditar, o emo estava beijando a Melissa na sala de aula. — Fofocou antes de se sentar ao lado da morena.

— Emo? Você está falando do Darcel por acaso? — Alana concordou com a cabeça pronta para morder sua maçã. Anna gargalhou com o novo apelido dado a Darcel.

— Que nojo, ele bem podia ter bom gosto não é?

— Você diz isso, mas está louca para ir a festa dela. — Provocou-a arqueando uma sobrancelha — Quem tem mal gosto mesmo?

Em resposta Anna pôs língua.

— Eu só quero fazer uns amigos só isso.

Alana mordeu com força seu sanduíche, e a olhou com cara de tédio enquanto saboreava sua refeição.

— São idiotas, sabe disso não é?

— Ai, eu sei Alana! Bom, pode ser que alguns não sejam. Não generalize em — Alana deu de ombros.

— Olhe só para eles, são bonitos de se ver. Mal chegaram e já são populares.

Olhou para onde Anna estava olhando, e logo viu Ravi e Darcel cercados de garotas e garotos, e melissa estava comendo os dois com os olhos. Era engraçado, alguns tinham que ralar bastante para serem populares e outros simplesmente eram por terem sido abençoados com o dom da

beleza. Se é que isso poderia ser chamado de dom.

Mas, o que isso a importava? Darcel era um imbecil isso estava confirmado. E Ravi... Ela não sabia bem, ele parecia ser legal a princípio, mas, dado ao fato de estar envolvido com aquele maldito grupinho, com certeza era uma questão de tempo a mudar completamente.

— Esqueça eles, temos que focar no que vai usar hoje a noite para a tal festa. — A lembrou desviando o rumo da conversa, Anna abriu um sorriso e seus olhos brilham — Vamos ao shopping.

— Isso seria incrível mas...

Sua expressão ficou escura com a mesma rapidez de um fleche de luz.

— Qual o problema?

— Estamos sem dinheiro, lembra? Pagamos o aluguel essa semana, e duvido que meu chefe vá me dar um adiantamento. — Anna começoi a brincar com o ovo mexido em seu prato com o garfo. Suspirou Alana.

— Eu dou um jeito. Tenho dinheiro guardado.

Ela levantou a cabeça rapidamente e a olhou como se não acreditasse, com um gral de suspeita.

— Ei, é verdade tá? Não sou uma irresponsável e louca por compras como você — Anna gargalhou— vamos fazer o seguinte, eu vou ir trabalhar, e você vai ao shopping comprar seu vestido.

— Por mim tudo bem, fico feliz que pelo menos uma de nós consegue cuidar das economias. — Dou risada.  Como Alana sempre pensava, Anna não era muito responsável, e enquanto Alana tratava das economias e gastos, ela cuidava da casa. Elas eram uma ótima dupla, e ela agradecia aos céus por a ter encontrado. Por te-la consigo.

— Ei Alana. — Alana a olhou com a boca cheia de suco. Depois fez um sinal com a cabeça para que prosseguisse — Acho que você chamou a atenção de alguém em.

Ela afirmou sorrindo e apontando para trás. Depois de engolir rapidamente o suco, Alana sem disfarçar olhou para traz estranhando.

Não. Os olhos azuis de Darcel estavam sobre ela mais uma vez? Sério? Oque ele queria com ela? Alana continuou o encarando e ele não desviava o olhar por nada, mesmo com Melissa em seu cangote. Ele a causava arrepios pelo corpo. Não conseguia nem pensar no por que ele a dava um pouco de medo. Se Melissa estava em seu colo por que não olhava para ela?

Alana se virou novamente para Anna que tinha um sorriso bobo no rosto.

— Pare, nem comece a falar Anna.   A ameaçou apontando o garfo para a mesma que levantau as mãos como se estivesse se rendendo.

— Mas eu não disse nada.

— Mas ia dizer, olha para ele e olha para mim. Não tem nada haver. Ele gosta de patricinhas ricas e burras como a Melissa. E eu... gosto de caras inteligentes. — Sorriu orgulhosa de seu bom argumento.

— Ele é inteligente.

— Cale-se Anna.

Capitulo 2 ( A festa )

Quando pôs os pés na lanchonete onde trabalhava, foi direto para os fundos na parte onde apenas os funcionários tinham acesso, para colocar o uniforme.

O Dina's snacks era uma lanchonete quase que retrô, possuía aquele estilo velho dos anos 60. Com bancos de couro vermelhos e o chão como se fosse um tabuleiro de xadrez. Haviam quadros de carros antigos como os de ferraris, e alguns pôsteres de mulheres bonitas e semi nuas. 

O chefe de Alana, Jonny, era um cara incrivelmente engraçado, e ela se divertia muito com ele, não só ela, mas todos os funcionários e clientes. O único problema dele era tentar agir como os jovens de hoje em dia, tentava usar gírias e parecer "descolado". 

Além disso, era obrigatório todos os funcionários usarem patins de quatro rodas, para manter tudo bem retrô. E isso costumava a irritar. Mas, graças ao tempo de três anos que trabalhou ali, ela até havia aprendido a fazer algumas manobras legais nos patins. Havia se acostumado a usá-los.

— Já estamos abertos então parem de moleza seus ratos de padaria! Querem ser despedidos? — Gritou Terry, filho de Jonny e um grande amigo de Alana. Ela parou de limpar as mesas, para o encarar com sarcasmo.

— Eai? Foi convincente? Acha que ficaram com medo?  — Ele indagou se aproximando nela com um sorrindo engraçado no rosto.

— Com certeza, eles estão morrendo de medo olha lá — apontou para os funcionários que continuavam fazendo seus afazeres — até eu aqui estou quase chorando. — Respondeu ele com óbvio sarcasmo na voz. Terry revirou os olhos e se sentou no banco apoiando o cotovelo no balcão.

— Eu nunca vou ser um chefe bom como meu pai. — afirmou desanimado.

— Você sabe que seu pai não é tão bravo assim. E você não precisa ser um cara como ele, você é você. Então foque nisso ok?

Terry sorriu para ela negando com a cabeça.

Um dia ele iria herdar a lanchonete do pai. Mas, isso não significava que ele queria isso realmente. O sonho de Terry era ser um bailarino profissional, sonhava em dançar na grande e gloriosa Ópera de Paris, e ser aplaudido de pé.

Contudo, seu pai deseja que ele assuma a lanchonete, ou seja um médico. Oque era extremamente engraçado porque Terry quase desmaiava quando via um pequeno cortezinho ou uma gota de sangue.

— Depois do trabalho quero te mostrar uns passos novos que aprendi na aula de ontem. — Ele sussurrou apenas para Alana escutar, ela sorriu e assentiu.

Terry a ajudou bastante quando não tinha emprego, fora ele que a indicara ao pai. E também pagou o aluguel das duas por um tempinho quando ela e Anna ficaram em uma péssima situação, sem uma nota se quer de dinheiro Alana devia muito a ele, e o amava com todas as forças.

O sino que não combinava muito com o ambiente, tocou indicando que algum cliente havia chegado.

Alana parou de limpar o chão atrás do balcão e olhou para a porta.

Aí meu Deus... não, não, não, não! Darcel e Ravi. Oque estavam fazendo ali?

O sangue de Alana congelou, e ela podia jurar que estava sentindo o gelo em suas veias, travando suas articulações. Ela abaixou quase batendo de cara no chão.

— Alana atende os clientes pra mim!

Gritou Julie, uma outra colega que ela tinha ali. Ela era divertida, mas também era um pouco mandona. E Alana detestava receber ordens.

— Eu não posso, tenho que limpar o chão! — Gritou de volta, esperando que ela tivesse ouvido da cozinha. Segundos depois Julie pôs a cabeça na janelinha onde pegavam os pedidos e a olhou com seriedade.

— Para de limpar isso, e vai logo atender eles. Parece que está se escondendo.

Porque era exatamente oque ela estava fazendo!

— Oque te faz pensar isso? — Indagou Alana se levantando lentamente do chão com uma risada sonsa.

— Só vai agora!

Julie voltou a fazer oque estava fazendo na cozinha. Alana a xingou em pensamentos. Depois, se levantou do chão tomando cuidado para não cair com os malditos patins. E então foi deslizando até a mesa que os dois bonitinhos estavam.

— Boa tarde, e bem vindos ao Dina's snacks. Já decidiram oque vão pedir? — A voz dela saira muito mais trêmula e baixa do que pensara.

— Oh! Você é a garota inteligente que acabou com o Darcel na universidade. — Ravi sorriu e Darcel o fulminou com o olhar. Ravi tinha um calor enorme e como havia se sentado próximo ao sol, seus cabelos estavam ainda mais loiros. Ele não parecia se incomodar com a luz refletindo em seu rosto. Mesmo estando mais de vinte nove graus na cidade.

— Er...eu gosto de mitologia.

Respondeu com um sorriso claramente forçado.

— Percebi. E oque me deixa mais intrigado é que você não se parece nada com ele.

Ela franziu a testa mostrando claramente não ter entendido nada. Ravi chutou a perna dele por debaixo da mesa o fazendo arregalar os olhos e gemer de dor.

— Como assim? — Indagou tentando fingir demência em relação ao chute que Ravi dera em Darcel.

— Não é nada, não liga para oque ele fala. Darcel é meio doido das idéias. — Ele respondeu forçando o mesmo sorriso que Alana os deu a segundos atrás.

— Está bem...

Depois de anotar seus pedidos, ela voltou para traz do balcão. De lá, pode ver Ravi dando o maior sermão em Darcel, que continuou com a expressão relaxada de não ligar para nada.

Oque ele queria dizer com aquilo?

E ela queria muito que ele parasse de encara-la como se ela fosse algo de outro mundo, ou como se estivesse com uma cesta de frutas na cabeça. Ela não estava acostumada a pessoas olhando para ela, e quando olhavam, era para julga-la e zombar dela. Mas...quando ele a olhava, ela se sentia desconfortável, estranha.

Era tão intenso que as vezes ela esquecia-se que devia respirar.

Sem querer voltar aquela mesa, ela pediu para que Terry entregasse oque os meninos pediram e atendeu outras pessoas. E quando eles finalmente foram embora, ela ficou em paz.

— Oque você tem com aqueles caras? — A perguntou Terry se aproximando no balcão que Alana limpava.

— Não tenho nada, são da minha turma só isso. — O respondeu dando de ombros.

— Hum...o de cabelo preto e piercing estava te encarando muito em. Acho que gostou de você.

La vem, ele e Anna sempre faziam isso com ela. As vezes estava apenas conversando com um cara e eles já iam em cima dela com malícia. Sendo que os caras apenas falam com ela, para pedir favores, como ajudar na lição de casa, ou passar respostas de exercícios.

Alana o fitou secamente.

— Para com isso, ele é um idiota e tem namorada. — Sorriu ela quando viu o espanto na cara de Terry. Bem, Melissa não era namorada dele não é? Se fosse mesmo, azar era o dele.

— Sério? Então ele é um um babaca. Estava literalmente te comendo com os olhos enquanto tem namorada.

Aquilo era a gota d'água! Alana pegou um pano úmido que estava em cima da bancada e o atirou na cara sardenta de Terry.

— Eca que nojo! Você não aceita as verdades né? — Ele jogou o pano em Alana e ela o pegou antes de chegar em seu rosto.

— A única verdade é que a pia está cheia de pratos sujos te esperando.

— Droga — Ele revirou os olhos e saiu andando.

O resto do dia se passou rápido e um pouco mais agitado que o normal. A lanchonete teve bastante clientela, e alguns eram os seus leais clientes que todos os dias iam até lá. E outros eram adolescentes. 

Alana se despediu de todos e parou no ponto de ônibus. Aquela hora da noite, ela tinha a absoluta certeza de que Anna estava se aprontando para a festa de Melissa. Ela a deu o dinheiro antes de ir para o trabalho e pediu para que se divertisse no shopping.

E cerca de mais de meia hora depois, Alana chego em casa completamente exausta. Sentiu o cheiro de prancha quente da porta, e supos que Anna estava passando a chapinha.

— Alana? Que bom que chegou, seu vestido está em cima da cama! — Exclamou ela do banheiro.

— Anna eu disse que não precisava comprar nada para mim. — Lembrou ela indo até o banheiro onde sua amiga estava.

— E você acreditou mesmo que eu lhe daria ouvidos? — Alana deu uma breve risada. Anna claramente não iria ouvi-la. Ela sempre se importou com Alana, e Alana com ela. Não ia ser diferente nunca, assim ela esperava.

E olhar para Anna se arrumando, era o suficiente para lembrar a si mesma o quão cansada estava, e que não queria nem em sonhos pisar naquela festa. Contudo, ela nunca deixaria Anna ir sozinha. Isso era seu pior pesadelo. Era seu dever protege-la.

Quando caminhou até o quarto, viu um vestido em cima da cama. Era simples e lindo ao mesmo tempo. Algo que sinceramente não combinava com Alana. Ele era liso e possuía algumas borboletas espalhadas por todo o lugar. Seu pano era azul turquesa e ao lado dele, um belo par de sapatilhas prateadas.

Ela deu um sorriso, e mentalmente agradeceu sua amiga.

Tomou um banho rápido, e colocou o vestido com a ajuda de Anna para fecha-lo atrás. Ficara tão perfeito em seu corpo, que Alana ficou ligeiramente surpresa.

— Que tal dessa vez deixar eu fazer uma trança bonita em seu cabelo? — Perguntou depois de se maquiar. Anna estava linda, seu vestido era vinho e esbanjava alguns brilhos fantásticos pelo tecido. Batia em sua coxa, um comprimento bom. Usava sapatilhas douradas. Estava perfeita com uma leve maquiagem e seu cabelo preto solto.

— Está bem, pode fazer. 

Assim que permitiu ela abriu um sorriso e caminhou até Alana. A fazendo se sentar na cama junto com ela.

— Pode ser que Darcel esteja lá. — Alana sabia que ela estava sorrindo mesmo não vendo seu rosto.

— E oque eu tenho haver com isso?

— Ah nada, eu só disse por dizer mesmo.

— Sei, não se esqueça que ele namora a Melissa. — Ela riu como se fosse uma piada.

— Melissa não namora ninguém você sabe disso. Ela está com ele agora por que é carne fresca, e está chamando atenção. Depois que todos se acostumarem com a cara dele e do Ravi, ela o jogará fora. — Alana concordou com a cabeça sabendo que era verdade. 

E quando Anna finalizou seu cabelo, ela correu para pegar suas coisas para fazer uma maquiagem em Alana.

— Não Anna, odeio essas coisas. — Lembrou ela se desviando de Anna.

— Ah, deixe de ser tão azeda, eu nunca pude maquiar você. Como posso te chamar de melhor amiga?

Essa alegação fez Alana revirar os olhos por seu drama bobo.

— Te prometo que amanhã podemos fazer um dia só nosso. Então você pode me maquiar. 

Fora a vez de Anna revirar os olhos e bufar de irritação.

Quando Alana olhou-se no espelho deu um suspiro de alívio.

Não mudou muito então esperava não chamar atenção. Anna pelo contrário com certeza estaria rodeada de rapazes. E Alana com certeza se certificaria de protegê-la de todos. 

Chegando na tal festa de Melissa, ela percebeu o quão ela desperdiçava dinheiro em nada. Melissa alugou uma mansão enorme para a festa. A música estava estourada, a típica bate-estaca sem letra que deixam as pessoas em estado de loucura.

Havia pessoas bebendo, vomitando, se pegando e até mesmo fumando. E ainda não passavam das dez horas da noite. Era difícil para Alana entender oque havia de tão divertido em se drogar e acabar com os pulmões.

— Anna, Alana! Vocês vieram, que bom.

Melissa sorriu. Ela estava com um vestido colado muito acima da coxa. Um salto agulha deplorável, e parecia que ela havia sofrido um acidente terrível com um caminhão de maquiagem. Provavelmente ele tinha a atropelado e dado ré.

— Obrigada por nos convidar. a festa está.... divertida. — Elogiou Anna tentando ser legal. Alana sabia que ela definitivamente não estava apreciando muito a festa.

— Ah que nada, olha tem um cara incrível que preciso apresentar para você. — Disse pegando a mão de Anna. Ela quase a levou se Alana não a tivesse segurado.

— Anna não vai a lugar nenhum.— Disse ela com seriedade olhando para Melissa.

— Alana....

— Alana pelo amor, você veio para estragar a festa? Deixe sua amiga se divertir, ela não tem dez anos de idade.

— Ela pode se divertir comigo   — Respondeu ela no mesmo tom. Anna se afastou de mim.

— Para Alana eu não sou uma criança, eu sei me virar sozinha. Sempre tem que tentar me controlar? Você não é a minha mãe.

Ótimo, que cara de pau dizer isso depois de ter chorado horrores por causa de garotos, enquanto ela tinha que ficar noites sem dormir por estar preocupada com o bem estar de sua amiga. A frase ecoava na cabeça de Alana, e doía em seu peito.

— Está bem Anna, faça oque quiser. Eu não sou sua mãe.

Disse antes de sair andando deixando as duas sozinhas. Ela queria apenas protegê-la e era isso o que ela ganhava em troca? Perfeito!

Irritada, Alana foi passando pelas pessoas na pista de dança. Eca. Suados e bêbedos. Ela viu uma saída, e correu até ela. De repente estava fora da mansão. Onde tinha um gramado e uma piscina enorme com luzes violetas. E por incrível que pareça, não havia ninguém ali. Apenas algumas caixas de fogos de artifício. 

Ela se sentou na beira da piscina e coloco seus pés na água depois de tirar as sapatilhas. Ficou brincando com a água, olhando o movimento dela, enquanto pensava na sua vida e no que Anna havia lhe dito. Estava exausta, com dor de cabeça, irritada e chateada.

Bem, pior não poderia ficar não é?

— Oque está fazendo aqui sozinha?

Com o susto ela olhou para cima e viu Jonny,o ex namorado de Melissa. Mais um que ela descartou rápido assim que se cansou. Jonny era o capitão do time de futebol americano, isso antes de se envolver com Melissa e acabar sendo esquecido por todos ao seu redor. Ele era bonito, mas ninguém queria as sobras da Melissa.

— Ah, oi Jonny. Só estou fugindo um pouco da festa. — Respondeu ela voltando a olhar para a piscina novamente.

— Então está fazendo o mesmo que eu. — Ele se sentou ao lado dela— É um pouco sufocante.

— Eu que o diga. Não sei por que resolvi vir nessa festa idiota. — Ele riu um pouco.

Ela sabia o por que resolveu ir a festa. Só estava arrependida demais para lembrar de sua decisão estúpida.

— Você sabe que esse não é o seu lugar. Nem mesmo é o meu. Virei um zero a esquerda depois que melissa terminou comigo.

Ao menos ele admitia isso.

— Entendi, E isso é o fim do mundo para você? — A voz dela saiu como se estivesse desmerecendo seu " sofrimento" E o engraçado era que ela não se arrependia disso.

— Eu não acho que seja o fim do mundo. Eu acho que fui um burro de ter caído no papo dela. Mas, agora ela tem outra presa, o tal do Darcel. — Alana não resistiu a vontade de revirar os olhos ao ouvir o nome saindo da boca de Jonny.

— Ele é um idiota, eles se merecem com certeza. — Ele concordou sem silêncio, antes de se virar para Alana.

— Eu vi ele olhando para você. Te comia com os olhos, desculpe falar assim.

Ela bufou se irritando mais ainda. Estava ficando cansada dessa situação! Quando ela tiver a chance, vai pedir para ele parar de encara-la. E ela tinha a sensação de que ele certamente negaria e diria que o sonho dela era ter uma chance com ele.

— Eu não ligo para ele. — Jonny sorriu um pouco com a afirmação dela. Depois ele lentamente colocou a mão sobre o ombro dela.

— Eu ligo para você...

Oque? Que papo estranho era aquele? Jonny Walker o atacante do futebol dando em cima dela gratuitamente? Não, nem pensar. O mundo estava ficando de cabeça para baixo, ou ele já estava ficando bêbado.

Alana se afasto um pouco dele, e tirou sua mão do ombro dela.

— Er...eu acho que preciso ir agora.  — Ela tentou se levantar mas Jonny a empurrou para baixo para se sentar novamente. Um ato bruto que a fez ficar assustada assustando.

— Oque foi? Eu tô tentando ser legal com você. — Disse ele com a típica frase de cara legal. Passou as mãos nos braços dela. O coração de Alana estava acelerado parecia que ia sair do meu peito. Ela estava ficando agitada.

— Para,para! Tentando ser legal uma ova Jonny! Me deixa em paz. — Johnny rosnou, e a empurrou no gramado, ficando por cima dela. O corpo dela tremeu de raiva e medo ao mesmo tempo.

— Eu tenho observado você Alana, está mais linda do que nunca. Quero que fique comigo. — Agora sim, por ele estar perto ela percebeu o mal hálito de Jonny. Estava bêbado, e conseguiu disfarçar isso perfeitamente. Já que sua fala não estava arrastada nem nada do tipo.

Alana com todas as suas forças, tento empurra-lo para longe, mas seus músculos apenas pressionavam mais o corpo dela.

— Jonny para por favor! Para! — Ela aumentou a voz , gritando desta vez. Mas não adiantava, ele começou a beijar o pescoço dela enquanto tentava abrir seu vestido. Lágrimas brotavam nos olhos de Alana, enquanto seu queixo tremia e seu coração disparava. Ela não queria ter ido naquela festa! Nada disso estaria acontecendo com ela se estivesse ficado em casa.

" Por favor...Por favor se existe algum deus, eu imploro para que me ajude! "

O desespero estava ficando cada vez maior enquanto ele abria o vestido dela.

E inesperadamente, uma energia percorreu o corpo dela uma forma extremamente dolorosa. Jonny já havia conseguido abrir o vestido dela com exito. O maldito estava sorrindo.

Não, não, não!

Em meio ao desespero uma onde elétrica ardente passou por ela a

deixando nervosa e assustada ao mesmo tempo. Algumas imagens surgiram na cabeça dela como fleches de luz, mas não dava para identificar oque eram. Ela apenas conseguiu ver a silhueta embaçada de uma mulher.

A loira começou a gemer de dor, parecia que sua cabeça iria explodir e seu corpo queimar em chamas, por que tudo doía assim? Em seguida uma luz vermelha se fez presente pelos braços dela, os fazendo arder completamente, e com isso faíscas começaram a saltar de seus dedos.

— Q-Que merda é essa?

Jonny ainda estava em cima dela, mas parou de tentar ataca-la, estava assutado, assim como ela. Com a dor que consumia seu corpo e a sua cabeça, Alana soltou um grito alto e empurrou Jonny de cima dela. A luz de seus braços se intensificou e Jonny foi arremessado para longe colidindo com o muro em que estavam encostadas as caixas de fofos de artifício. Oque fez um grande barulho.

Alana se levantou rápido completamente horrorizada.

— Oque...é isso? — Seus braços estavam pulsando, havia raios avermelhados entorno dos seus braços. Mas ainda assim, não estavam doendo como antes.

Alana logo olhou para onde Jonny havia caído. Será que devia ir conferir se estava bem? Droga, oque havia acabado de acontecer?!

Pelo barulho alto, logo algumas pessoas começam a chegar no local não dando tempo para Alana pensar em ver Jonny. Ela se desesperou, e não conseguiu pensar em mais nada a não ser correr.

Começou a correr esbarrando em várias pessoas que estavam indo para a piscina. Ela chegou na pista de dança, onde a música havia sido cortada e as pessoas eram poucas pois estavam aos poucos indo ver oque havida acontecido do lado de fora.

Ela precisava encontrar Anna! Sim, pegar Anna e ir embora e tentar esquecer tudo que aconteceu.

Mas, antes que ela pudesse ir para algum lugar, sentiu alguém segurar seu braço com força, ela se virou bruscamente com medo.

— Venha comigo.

— Darcel?

Ele não disse mais nada. Ela não tinha o visto na festa, muito menos Ravi. E olha que era difícil não notar eles. Enquanto ele a puxava para fora da mansão, Alana procurava por Anna, mas era em vão. Ela não conseguia encontrá-la por nada. Era provável que estivesse se divertindo com um idiota qualquer. E por mais que quisesse dizer que não ligava e que não era da sua conta, ela queria revirar aquela mansão de ponta a ponta para pode encontrá-la.

Quando já estavam do lado de fora, havia um carro preto estacionado na calçada e Ravi estava lá dentro.

— Vamos logo, precisamos tira-la daqui. — Disse Ravi com um olhar nervoso. Mas quando Darcel ia abrir a porta do carro e empurrar Alana para entrar, ela se soltou dele.

— Me expliquem oque está acontecendo. Por que aquilo aconteceu? — Indagou tentando manter seu tom sério ao invés de ficar desesperada.

— Não temos tempo para isso Alana. — Alertou Ravi.

— Não vou a lugar nenhum com vocês. Preciso saber oque está acontecendo. Oque é aquilo que saiu do meu corpo? Me digam!

Agora a voz dela saiu desesperada e trêmula. Alana queria chorar era nítido. Estava assustada e com medo. Não é todo dia que algo colorido sai do seu corpo e joga um idiota qualquer para longe.

Darcel suspirou e massageou as têmporas dos olhos rapidamente antes de encara-la.

— A única coisa que precisa saber agora, é que você não é humana. Você é a filha perdida de Zeus. 

— Oque?

Ela não conseguiu evitar de começar a rir com a insanidade do que ele a havia dito com tanta naturalidade. Ela teria gargalhado muito mais, se o olhar sério deles não tivessem acabado com toda a diversão. O silêncio pairou entre eles, e Alana acabou ficando mais nervosa do que estava.

— É sério? Eles existem mesmo? — Ela não estava acreditando na pergunta que ela mesma fez.

— Existem sim. Eu sou Darcel, filho de Hades deus do submundo. E...

— Eu sou Ravi, filho de Apolo deus do sol.

Ela por acaso estava ficando louca? Não podia ser possível. Como ela podia ser uma semi deusa? E esses caras... também.. Ou sei lá oque mais iriam falar a ela. A situação parecia um daqueles filmes de Percy Jackson que ela via na tv com Anna todos os domingos.

— Precisamos que entre no carro Alana, não temos muito tempo. Seu poder se despertou antes do esperado. — Avisou Ravi mais uma vez.

— Eu...precioso ver Anna. — Darcel se aproximou rapidamente dela.

— Você pode vê-la depois. Se não for com agente, vamos ser descobertos. — Ele diz. Sério.

Alana praguejou em pensamento porque sabia que não tinha escolha alguma. Anna ficaria preocupada com ela, mas ela preciso ir com eles. Ela voltaria depois para explicar tudo a Anna.

— Vamos.

Capitulo 3 ( Chegada ao Olímpio)

As mãos de Alana tremiam e a cabeça dela parecia estar prestes a explodir a qualquer instante. Seu coração estava acelerado e parecia que ia sair do peito.

— Alana, eu sei que tudo está acontecendo muito rápido. E pode acreditar que nós não planejamos assim. — Disse Ravi de forma suave enquanto dirigia.

— Eu não entendo...como posso ser filha de Zeus? Eu pensei que fossem só história. — Rebateu Alana se segurando fortemente nos bancos do carro. Ravi estava quase batendo com o carro de tão rápido que está correndo com o mesmo.

— Deve ser por isso que você gosta tanto de mitologia grega. — Se pronunciou Darcel em um tom de pura arrogância.

— E você que é filho de Hades, não sabe como seu pai se tornou o rei do submundo.

Rebate ela no mesmo tom dele.

— Tsk! Cale a boca. Eu não me importo nem um pouco com oque aquele velho faz.

— Qual é o seu problema? Hades é incrível, ele é um deus justo e de paciência muito conhecida

Alana o defendeu do próprio filho com voracidade. E Darcel por sua vez empreendeu-se a começa a rir debochando dela.

— Olha você não o conhece, espere para vê-lo. É o ser mais irritante do Olimpo.

Ela revirou os olhos.

— Você é o ser mais irritante. — Murmurou baixo, e ainda assim, ela percebeu que Darcel havia escutado. Ele de virou para encara-la com enfuriamento.

— Olha aqui sua...

— Chega de brigas, não viemos aqui para isso, Darcel.

Ravi o cortou antes mesmo que terminasse de proferir suas ofensas. Darcel, arquejou e se acomodou mais no banco da frente. Alana mentalmente agradeceu a Ravi por sua intromissão, porque, por mais que ela estivesse com vontade de brigar com um certo babaca roqueiro, ela não tinha forçar o suficiente para fazer tal coisa.

Então oque restava a ela fazer, era pensar em tudo o que havia acontecido, no que estava acontecendo, e no que iria acontecer.

— Vocês vieram atrás de mim não é? Tudo foi uma atuação, ser alunos novos e estudar na mesma universidade que eu?

Insinuou ela sua linha de raciocínio.

— Está correto, é exatamente isso. Fomos enviados a você.

Então realmente tinha os enviado para que fossem atrás dela.

Mas...quem? E se desde o começo tinham ciência da localização dela, por que não o fizeram antes? Por que agora?

Tentava ela entender alguma coisa, mesmo estando no repleto raso das informações. Contudo, a história toda ainda era insana demais para qualquer um acreditar.

— Quem os enviou a mim? — Ravi olhou para Darcel, como se conversassem algo apenas pelo olhar um do outro. E ela, ainda estava esperando uma resposta. Ravi olhou novamente para a estrada antes de abrir a boca para responde-la.

— Nós não sabemos — Alana soltou um " oque? " fazendo com que os dois se sentissem tolos inexperientes — Uma mensagem foi entregue a nós de repente. E ela nos explicava onde a filha de Zeus estava, como era, e que devíamos nos apressar para trazê-la até o Olimpo.

O Olimpo...era mesmo real? Tudo era realmente verdade de fato? Deuses, mensagem, poderes. Alana recostou-se no banco de trás, e respirou fundo duas, três, quarto vezes, para tentar manter seu coração sossegado.

Tentativa estupidamente falha.

Determinados minutos depois, que se passaram com o completo silêncio, Ravi a garantiu que responderia todas as suas perguntas depois que chegassem no lugar onde tudo havia começado. E Alana estava cada segundo mais ansiosa apenas em pensar no Olimpo.

Pararam o carro no ponto mais alto de São Francisco, Twin peaks. Ela se perguntava oque estavam fazendo ali? Eles desceram do carro e ficaram bem no meio do alto morro.

— Oque estamos fazendo aqui? — Perguntou Alana sentindo a brisa fresca passar por seu corpo.

— Vamos para o Olimpo é óbvio— Respondeu Darcel com indiferença.

— Se preparem, precisamos fazer isso rápido. — Alertou Ravi.

Em seguida, ele retirou algo de dentro da camisa vermelha que vestia. Era uma corrente dourada com uma pequena esfera brilhosa como pingente.

— Oque vai fazer com isso? — Perguntou Alana olhando para o objetivo que brilhava anormalmente.

— Não temos permissão para usar nossos poderes no mundo humano, então oque posso fazer é abrir um portal com a esfera que Nix me deu no meu décimo oitavo aniversário. — Respondeu Ravi com um pequeno sorriso na face. Alana entendeu que aquele era de fato um presente particularmente importante para ele.

— É melhor ficar perto pirralha, se não pode ficar para trás e despencar do céu, oque particularmente não é uma ideia tão ruim aos meus olhos

Darcel a alerta com um sorriso mais do que provocante no rosto. Com um certo gral de medo, Alana se aproximou mais de Ravi. De longe, parecia mesmo que desejava que ela despencasse do céu.

— Pode segurar em mim Alana? Preciso que fique perto.  — Disse Ravi, antes de arremessar a o colar no chão.

— Por que tenho que segurar em você? — Darcel a olhou sorrindo e afirmou:

— Por que você vai desmaiar pirralha. 

— Eu não vou desmaiar!

— Abra — Ravi mandou, e depois a pedra se empreendeu a ter um brilho novo. Um brilho violeta profusamente forte. O vento mudou e ficando mais gélido veloz. E como um forte estouro, uma luz pálida e forte se formou, indo de encontro ao céu, formando um campo de força largo, como se ligasse o céu e a terra.

Alana não conseguia parar de olhar a beleza daquela coisa. Ela nunca tinha visto algo do assim, era o tipo de coisa que só se via em filmes. Mas, na vida real, era para ser impossível.

— Vamos! — Gritou Ravi. Alana saindo do transe que sua mente a impusera, ela agarrou o braço dele com um certo pavor. Darcel a olhou por um tempo e depois entrou dentro do túnel mágico. E quando ela entrou com Ravi naquela coisa, sentiu a cabeça começar a rodar.

Os corpos deles estavam flutuando sobre aquela luz pálida e rotativa. Era um trabalho árduo para Alana, se manter lúcida e acordada. Sua cabeça estava ficando pesada. E a última coisa que ela pôde ver, foi o sorriso convencido de Darcel.

E de repente, tudo ficou repleto de escuridão.

— Eu disse que ela ia desmaiar. — Darcel negou com a cabeça cruzando os braços.

— Você devia parar de provoca-la, sabe que ela pode te fritar inteiro com apenas um estalar de dedos.  — Darcel cerriu os punhos com fúria. Ele sabia disso, sabia o quão forte Alana era, mas saber e aceitar eram coisas completamente diferentes. 

— Ela não merece...

— Darcel pare. Não comece com isso de novo.  — Repreendeu-o Ravi com Alana desmaiada em seu colo. Darcel a encarava com mil coisas passando por sua cabeça.

Droga, a cabeça dela estava pesada....E seu corpo formigava. Ela tentou abrir os olhos devagarinho, mas a claridade não facilitava esse trabalho.

E assim, que conseguiu abrir os olhos com esforço, percebeu que estava sentada em cima de um sofá enorme. Era preto e punhado de almofadas coloridas como flores.

Ai...o estômago dela não parecia estar nada bem. Alana olhou ao redor, e aparentava estar em uma mansão enorme. Haviam flores e a maioria dos móveis eram escuros, com cores amargas. Ali era um pouco quente, e passava uma sensação estranha.

— Alana, finalmente acordou, eu estava ficando preocupado. — Ela seu olhar se focou em Ravi, com o mesmo sorriso de sempre. Ele sempre estava brilhando.

— Como se sente?

— Eu acho que eu vou....

— Três...dois...um. — Brevemente ela viu que Darcel estava contando nos dedos com um sorriso no rosto.

Alana sentiu algo subir em sua garganta, e rapidamente virou sua cabeça para traz do sofá, e colocou tudo que tinha no estômago para fora

Ficou com nojo de si mesma, destrava vomitar, daquele vez não havia conseguido segurar o enjoou. Fora inevitável.

Ela limpou boca com o antebraço e voltou a olhar para eles, ainda se sentindo meio estranha.

— Eu sabia, ganhei a aposta.

Falou Darcel com animação na voz. Ravi revirou os olhos depois de arquejar.

Ela não prestou muito atenção no que estavam fazendo, ela estava assustada demais com a aparência deles para pensar em outra coisa.

Ravi estava com os olhos amarelos, e o cabelo loiro estava mais loiro ainda. Darcel chamava o dobro da atenção, seu cabelo antes preto agora estava azul escuro. Seus olhos estavam azuis, mais eram um azul turquesa. Completamente diferente de como era.

— Oque ouve com...vocês? — Perguntou ela os olhando estranho. Ravi deixou escapar um risinho meio sem jeito. Darcel estava sentado em uma poltrona de frente para ela assim como Ravi estava.

— Você devia se olhar no espelho garota. — Ela franziu o cenho.

— Oque?

Alana levantou-se um pouco tonta ainda, mas por sorte, conseguia se manter de pé. Ela foi até um tipo de varanda que havia na casa, que possuía uma pequena fonte, oque a deixou ligeiramente surpresa. Quem tinha uma fonte em casa?

E nessa fonte de pedras escuras, havia uma cascata incrivelmente bonito, por seu formato bem esculpido de caveira. Alana abaixou-se, e quando olhou para seu reflexo, ficou tão assustada que do faltava gritar.

— O-Oque aconteceu comigo?! —

A pele dela estava reluzente de tão limpa, e pálida. Seus lábios muito mais rubros e desenhados, além do cabelo, que havia ficado completamente rosa. E por fim os olhos dela, seus olhos azuis foram substituídos, por um verde claro. Pareciam duas esmeraldas.

Ela não estava entendendo nada.

— Bem, aqui você fica na sua forma verdadeira. Então é assim que você é de verdade Alana. — Explicou Ravi. Alana se levantou e correu para dentro da sala, parando de frente para ele.

— Vocês precisam me explicar algumas coisas. — Séria ela disse agarrando seus cabelos com as duas mãos.

Darcel revirou os olhos, ele claramente não estava disposto a explicar nada a Alana. Ainda que fosse uma obrigação dele a explicar muitas coisas.

— Claro, sente-se vou explicar tudo oque quiser. — Ravi levou a mão até o sofá que ela havia saído a menos de dois minutos. Alana foi até lá, sento-se novamente e encarou Ravi.

— Então, eu sou uma semi deusa. É tudo que sei até agora. — Darcel arqueou uma sobrancelha assim como Ravi.

— Quem disse que você é uma semi deusa?

— Mas... vocês disseram que eu era filha de Zeus.

— Alana, sim você é filha de Zeus. Mas, sua mãe não é uma mortal — Ele parou e respirou fundo, como se a próxima coisa que ia dizer fosse scatastrófica — Sua mãe é Afrodite.

Ela acabou engasgando com sua própria saliva. Ele realmente tinha falado algo catastrófico, e também, algo insano.

O olhou como se fosse louco.

— Está brincando comigo? Afrodite é filha de Zeus, como posso ser filha dos dois?  — Ravi suspirou e se aproximou um pouco dela.

— Ele abusou de sua mãe, Alana. Zeus é um babaca egocêntrico. Ele não liga para nada a não ser seu maior prazer. — Ele parou de falar assim que notou a expressão perturbada que estava sobre o rosto dela — Eu...sinto muito, Alana.

Ela pôs a mão sobre a boca, com os olhos arregalados de horror.

Alana sempre teve a curiosidade de saber quem eram realmente seus pais. Ela queria saber suas origens, de onde ela era, e se seus pais sentiam sua falta. Ou pelo menos, se carregavam algum arrependimento no peito, por a terem abandonado na varanda de um orfanato como se ela fosse uma decepção. Um erro que devia ter sido apagado.

Agora...fruto de um estupro? Ela não acreditava, não podia acreditar, ele não *queria* acreditar. E ela se negava a chorar, se negava a permitir que uma lágrima se quer rolasse por seu rosto. E a garganta formava um bolo doloroso, por estar prendendo tanto as lágrimas.

Ela lia sobre as histórias gregas, e Zeus era o deus que ela mais abominava. Suas ações eram baseadas apenas em prazer e benefício próprio. Era cruel, argiloso, egocêntrico. E agora, ela estava ciente de que ele era seu pai, e que sua mãe foi mais uma vítima dele. E Alana não se surpreenderia se ela a odiasse. Por mais que doesse, ela iria entender.

— Então ele é verdadeiramente um monstro... — confirmou ela com a voz tremula.

— E você também pode ser, já que é verdadeiramente filha dele. — Disse Darcel.

— Cala boca Darcel! — Gritou Ravi pronto para avançar em cima dele. Mas, Alana se levantou e caminhou para ficar na frente dele.

— Eu nunca vou ser como ele, assim como não serei como Afrodite. Farei as coisas da minha forma, da minha maneira. — Darcel se levantou, e Alana percebeu instantaneamente o quão alto ele era.

— Você sempre vai ser uma bastarda abandonada. — Ele disse com um sorriso na cara. Alana rangeu os dentes, sentindo o sangue ferver. Sentindo novamente um onda elétrica percorrer seu corpo. E doía, doía como da última vez.

— Alana, espera, se acalma por favor — Pediu Ravi se aproximando dos dois.

— É Alana, faz oque o Ravi está mandando — Ele abaixou ficando com seu rosto a centímetros do dela e sussurrou — Encolhe as garrinhas.

"Respira Alana, calma. Ele não pode te tirar do sério. E você ainda precisa entender o por que você está aqui"

Pensou ela respirando fundo. Alana deu as costas para ele, e foi se sentar novamente no sofá, com um fraco aperto no peito.

— Ravi, quero que me explique realmente a razão de eu estar aqui— Pediu ele tentando se manter o mais calma possível. Ravi olhou mais uma vez para Darcel que revirou os olhos e depois se sentou onde estava antes. Ele arquejou e voltou-se para Alana.

— Ah uma profecia Alana que foi decretada pela mãe de todos os deuses. Antes de você nascer, Gaia, a deusa da terra, percebeu todas as atrocidades que Zeus estava cometendo, e toda a crueldade que havia consumido o coração dele. E ela notou que ele não estava sendo diferente de seu pai. Então, ela foi até ele, e o alertou, dizendo que seu último herdeiro o destronaria e tomaria seu lugar como o verdadeiro deus dos céus. E adivinha quem é o deus? ou melhor a deusa. — Ele abriu um pequeno sorriso para Alana como se esperasse sua resposta.

— Sou eu... — Respondeu ela automaticamente, com um olhar vago.

— Tsk. — Darcel bufou e olhou para o lado.

— Sim Alana é você.

— Mas então por que eu fui mandada para o mundo mortal? Oque aconteceu?

— Seu pai, Zeus pensou em mata-la. Mas, como deuses não podem morrem, Zeus ordenou que a jogassem nas profundezas do tártaro — ela engoliu seco apenas em pensar naquele lugar —  Mas, Atena e sua mãe te protegeram. Atena ajudou vocês duas a fugirem e as abrigou em sua fortaleza escondida. Perséfone com seu bom coração, e por ser muito amiga de Afrodite, ajudou também a acobertar vocês . Mas, quando você fez 7 anos, Zeus descobriu e então-

Antes que Ravi pudesse continuar, Darcel se levantou bruscamente e se aproximou de Alana com uma cara não muito boa.

— E então o seu paizinho descobriu que minha mãe protegia você, e sabe oque ele fez? Ele simplesmente aprisionou ela em algum lugar, e meu pai não pode fazer nada! Porque Zeus poderia acabar com ele também. Eu tive que ver minha mãe sendo arrastada pelos cabelos enquanto gritava ao meu pai para que me protegesse.

Ela claramente podia ver a dor nos olhos dele enquanto gritava com ela. Seu peito subia e descia puxando o ar que faltava em seus pulmões. Agora ela entendia o por que de Darcel a detestar tanto...

— Darcel eu sinto mu-

— Você não sente. Você não faz ideia do que eu tô sentindo. Você não deveria ao menos ter nascido. — Ravi estava prestes a avançar para falar algo, mas ela fez um sinal com a mão para que ele parasse. Darcel a encarou fulminantemente mais uma vez. Alana não o responderia, ela não gritaria com ele, ou então o xingaria. Porque ele tinha razão em pelo menos uma coisa. Ela não sabia oque ele estava sentindo.

Darcel resmungou, e depois saiu andando a deixando sozinha com    Ravi. E com isso, um clima tenso e quase constrangedor pairou no ar. Isso até Ravi quebrar o gelo.

— Desculpe o Darcel Alana.

— Não Ravi. Não é culpa dele também não é sua. — Suspirou ela pesadamente.

— Nem sua Alana. Mas se você não tomar seu lugar por direito, Zeus vai continuar cometendo seus delitos e continuando em pune. O sofrimento vai continuar...

— Eu não sei se posso fazer isso Ravi. Eu entendo toda essa história e sei que vocês sofreram, mas eu sou só uma adolescente que trabalha em um restaurante caído, e é invisível na escola. — Explicou ela preocupada com toda a situação em si.

— Mas dentro dessa adolescente tem uma deusa. A deusa mais poderosa do Olimpo. — Ele a deu um sorriso reconfortante. No meio de tanta dor, e bagunça, existia o Ravi. Alguém gentil e com um espírito forte.

— Eu posso pensar?

— Pode sim Alana, mas preciso de sua resposta o quanto antes. — Ele começou a seguir o mesmo caminho que Darcel usou para sair da sala, mas antes virou-se para Alana— Ah, e não saia da mansão ok?

— Por que? Onde estamos?

— Estamos no submundo, e...O Hades está no trabalho. Ele está de mau humor.

— E quando isso vai acabar?

Ravi deu de ombros.

— Desde que Perséfone foi embora ele entrou em uma profunda fúria e amargura. Fechou os Campos Elísios e se tornou cruel.

Então, suponho que o mau humor dele só vai acabar quando Perséfone voltar.

Ela assentiu com a cabeça, Ravi seguiu seu caminho e foi embora a deixando só.

— Não acredito...Eu nunca tive tanto ódio de alguém como estou de Zeus.

Como alguém podia ser tão sem coração assim? Era um monstro terrível. Ela não culpava Ravi, não culpava Darcel, nem Perséfone, nem Afrodite, e por mais que desejasse, ela não podia culpar a ela mesma.

Zeus...ele era o único culpado de toda a desgraça que estava recaindo sobre os ombros de pessoas inocentes.

E ela iria acabar com ele. Poderia ser uma atitude precipitada, mas como podia dar as costas assim para todos que estavam sofrendo?

Ela faria tudo que estivesse em seu alcance para ajudar a todos, e cumprir com seu dever.

Treinaria como uma louca até seus ossos doerem o suficiente a ponto de se quebrarem sem muito esforço.

Alana não podia desistir, ela iria dominar seu poder, e então acabaria com o reinado do maldito Zeus, onde a impunidade era a sua lei.

Seria um caminho difícil, e ela sabia disso, mas desistir não era mais uma opção.

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