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* Madson Green, você aceita Alexander Brad como seu legítimo esposo?

É isso mesmo que estou ouvindo? Meu Deus, meu Deus. Acho que vou ter um colapso nervoso a qualquer momento.

Minhas mãos estão suando e um pouco trêmulas. Enquanto as dele estão firmes, como uma pedra de gelo. Eu não ousaria se quer olhar nos olhos dele, desde o momento que entrei por essas portas, percorri meus olhos sobre seu corpo até o ombro aproximadamente. O terno azul niágara era simples, mas parecia haver sido feito sob medida para ele. Era demais para mim, tudo isso, é demais para mim. Um silêncio glacial pairava sobre toda a igreja. Eu conseguia ouvir o trânsito lá fora e algumas crianças que passavam pela rua brincando.

* Madson?! Pergunta o padre novamente.

Olho a minha volta brevemente e todos estão me encarando, calados, esperando por minha resposta.

São apenas três letras, apenas três! Mas parece que eu perdi toda minha capacidade de fala. Cerro fortemente meus olhos em busca de criar coragem e apenas dizer...

* SIM, eu aceito!

Minha voz, sai um pouco trêmula, mas falo rapidamente, antes mesmo que me desse conta do que havia saído da minha boca, a um segundo atrás.

Lentamente eu vou abrindo meus olhos, pouco a pouco vou arqueando minha cabeça, após apertar as mãos dele firmemente. Vou passando meus olhos pelos seus ombros novamente, seu pescoço e não consigo evitar ao subir meus olhos um pouco mais para cima, aonde encontro seus lábios. Faço uma breve pausa ali, por um momento. Onde observo que estão completando uma linha reta, sério, sem quaisquer expressão.

Continuo subindo e percebo que há algumas gotas de suor que pairam sobre sua barba a fazer.

E então é quando meus olhos encontram os dele. Achei que ele não estaria me olhando, mas aqueles malditos olhos negros estavam firmes, fixados nos meus, eu mal conseguia respirar. Uma descarga elétrica percorrida todo meu corpo, vinha dos pés e terminava em minha nuca.

Embora eu jamais admitiria isso em voz alta, mas caramba, ele está bonito pra caralho!

Se fosse em outra hipótese da vida, com toda certeza, eu teria muita sorte em ter esse homem só pra mim.

O que está diabos acontecendo comigo? Se concentre, Madson, se concentre!!

Permanecemos ali, alguns segundos a mais até que...

* E é com muito prazer que os declaro, marido e mulher. Alex, pode beijar sua noiva.

Nããooooo, meu Jesus Cristin! Eu havia me esquecido dessa parte? Ele não vai ter coragem de fazer isso, não vai mesmo!

Se eu pudesse nesse exato momento eu sairia correndo sem destino algum. É nesse momento que ele faz seu primeiro movimento.

Antes, ele estava como uma estátua o tempo todo a minha frente, mal conseguia se quer ouvir sua respiração.

Ele dá mais um passo, estendendo sua direita sobre a minha cintura. Estamos tão próximos que por um deslize qualquer do meu corpo, ou do dele, seriam suficientes para tocarmos nossos lábios.

* Fico totalmente sem fôlego, meu estômago se revira do avesso! Sinto sua respiração, nenhum pouco exitante, apenas, forte. Ele sorri apenas com o canto esquerdo dos lábios.

* Me perdoe Padre, mas não irei beijá-la agora, isso vai ter que ficar para mais tarde, quando estivermos a sós. - diz ele ainda olhando em meus olhos com a maior naturalidade do mundo.

Todos os convidados, e até mesmo Padre Carl, caem no riso.

Queria saber o que há de tão engraçado nisso? E por que raios ele disse uma coisa dessas?

Na mesma fração de segundos ele me puxa fazendo com que nossos corpos se toquem. Se curva sutilmente, estende suas mãos e as pousam em meu rosto, dando um suave beijo em minha testa. Suas mãos estão extremamente frias, mas seus lábios estão quentes, como chamas em minha pele. Ele rapidamente me solta, enquanto recebemos os aplausos e os sorrisos de nossos convidados.

Caminhamos para fora da igreja de mãos dadas, eu com um sorriso nada forçado em meu rosto, ele apenas sério, com uma expressão que não conseguia decifrar e muito menos imaginar o que se passava na cabeça dele naquele exato momento.

É isso... realmente estava acontecendo. Não teria como voltar, pelo menos até que conseguíssemos o que realmente queríamos através desse casamento falso.

Estamos nos despedindo de todos, dou um abraço forte em meu pai, olho firme em seus olhos.

Vai ficar tudo bem, estou bem!

Minto. Afinal, não quero que meu pai se sinta ainda mais culpado do que já está, é possível ver a angústia em seus olhos.

Minha Mad querida, minha doce e encantadora Madson. Eu espero que você realize o que tanto procura. Ele diz.

Ele segura meu rosto com as mãos, e me dá um longo beijo no topo da minha cabeça.

Te amo pai. Ele, com os olhos cheios de lágrimas, sorri.

Eu também a amo minha filha, mais do que você possa se quer imaginar.

Toda essa despedida com meu pai nem percebi que Alex não está do meu lado. Olho um pouco mais a minha frente, e o vejo com  Violet.

O que diabos essa menina está fazendo com ele?

Ele está brincando com a fita azul que prende seu cabelo em um rabo de cavalo alto, enquanto ela está o agarrando com um abraço. Ela está sorrindo para ele, por um instante eu acho fofo, mas logo grito.

Violet! Abro os braços.

Ela vem correndo em minha direção.

Vai ir embora sem se despedir de sua irmã?

Ela pula toda desajeitada em meu colo.

Eeeeeei, calma aí! Se esqueceu que você já tem 10 anos? E está um tanto rechonchuda? Rio no mesmo instante.

MadMad, diz ela sorrindo olhando para mim.

Eu aceno com a cabeça.

Eu gosto dele. Ela diz alegremente.

Eu dou uma risada e a solto dos meus braços.

O que vou falar para essa pequena de apenas 10 anos?

Acho que ele conseguiu conquistar pelo menos uma Green.

Madson, o que estamos esperando? Diz ele, com os braços e as pernas cruzadas escorando na porta do carro.

O encaro brevemente e vou até seu encontro. Ele se move e abre a porta do carro para que eu possa então entrar.

Vamos princesa, não temos tempo a perder aqui, não é mesmo!? Ele diz sorrindo sutilmente com o canto esquerdo dos lábios.

Fala sério, esse homem é inacreditável! A quem ele quer enganar com toda essa conversa e gentileza, realmente não me impressionaria em nada se ele largasse sua carreira de empresário, para atuar, porque puta merda, não haveria maneira sequer de alguém desconfiar da verdade.

Ele me auxilia ao entrar no carro, e então chegou o momento de irmos até nossa nova casa, nossa nova vida, aonde iremos morar juntos por 1 ano, se tudo der certo, sem que nos matemos antes desse prazo.

Temos uma hora e meia de viagem, está pronta princesa? Ele diz com uma voz irônica.

Sem olhar para ele, sigo olhando em frente e apenas digo.

Sim, meu docinho, tudo pronto! Devolvo minhas palavras em extrema ironia também.

Foi uma cerimônia breve, somente familiares mais próximos, alguns amigos e dois ou três colegas do trabalho de Alex. Não queria nenhum tipo de festa, nos casamos somente na igreja, é mais que suficiente para nós. Afinal, não estamos nos casando porque estamos loucamente apaixonados.

Não vamos adotar um cachorro, engordamos juntos, esses tipos de merda que casais fazem. Alex e eu, estamos bem longe disso. Nosso único interesse em comum nesse maldito contrato de casamento, e o porquê cometi essa tremenda insanidade de me casar com esse homem, é por apenas dinheiro.

Apenas pelo maldito dinheiro.

Temos um caminho longo pela frente... E só se passaram o quê? Apenas 10 minutos?

Olho para ele discretamente e ali encontro o verdadeiro Alex em que conheço a tanto tempo.

Sério, expressão rude, maxilar contraído.

Agora, não precisamos encenar a ninguém, não precisamos ser cordiais um com o outro, não precisamos vestir máscaras para que ninguém saiba que esse casamento não passa de uma grande mentira.

E, porra, isso me dói! Me dói tanto que tenho que me controlar para não cair em prantos, aqui, dentro desse carro, na frente dele, agora mesmo.

A Madson de 13 anos atrás se sentiria envergonhada de como me casei.

Eu seguro firme com minhas mãos ao cinto de segurança, e reclino minha cabeça para trás. Fecho meus olhos. Minha mente viaja, tenho muito tempo para pensar até chegarmos. Não preciso dirigir a palavra a ele, somente quando for necessário. E é isso que eu farei.

Quando era uma menina, tive muita sorte de ter uma família incrível.

Minha mãe sempre foi uma grande inspiração do tipo de mulher na qual eu gostaria de me tornar quando eu crescesse.

Forte, leal, decidida e um tanto temperamental às vezes.

Ela era nosso raio de luz e alegria de nossa casa.

Mas ela se foi, a seis anos ela nos deixou, me pergunto se ela sentiria vergonha da mulher em que me tornei hoje.

Me pergunto qual seria o tipo de ofensas em que ela falaria para mim, diante dessa decisão em que eu tomei.

Ela sempre foi contra a esse casamento, aliás, a essa ideia idiota que seu pai teve de criar um contrato com seu melhor amigo somente por que estava feliz demais em descobrir que seria avô.

Se ela ainda estivesse aqui, seria tudo diferente? Talvez não precisaria disso, desse casamento.

Mas, essa é minha única saída e última esperança também.

Logo sou  interrompida em meus pensamentos.

- Madson?! Diz ele em uma voz forte e grave que quase me assusto.

- fale.

- Você está babando sobre o encosto do carro?

Porque sinceramente vou ter que te obrigar a limpar depois.

Você terá tempo suficiente para dormir quando chegarmos.

- Meu Deus\, Alex\, você é realmente um idiota!

- Estou te avisando\, você por acaso sabe o quanto custa um banco de couro desses?

- Não eu não sei\, realmente. Mas coloque em minha conta\, caso tenha algum dano eu lhe pago daqui a um ano\, pode ser?

Ele tira os olhos da estrada por um segundo e me fuzila com seus olhos, olhos que poderiam me perfurar ao modo em que ele me encara.

- Você é inacreditável\, melhor não conversarmos mais. Estamos quase chegando. Ele diz.

Imediatamente eu concordo.

- Ótimo.

Iremos morar na casa de campo, de seu avô Richard, sim, é também parte do nosso contrato ridículo.

Fica a 30 minutos da empresa do Alex, 40 min do meu trabalho. Mas é um lugar incrível, me lembro de algumas vezes em que pude ir lá, sempre fiquei encantada com a quantidade de cavalos que possuem.

Sem contar que é enorme, não precisaremos nos ver, se não quisermos.

Quando olho em nossa volta percebo que chegamos.

E caramba!

Esse lugar ficou ainda mais incrível do que era antes, muito mais moderno, é difícil não se impressionar com uma vista dessas logo no findar da tarde.

Fico alguns segundos admirando e assimilando tudo isso, então Alex me fala.

- Sabe como é meu avô\, ele mandou reformar praticamente todo esse lugar\, sabendo que viríamos para cá.

Ele não sossegou por 6 meses fazendo tudo que achava que tinha que ser feito, para que você tivesse o maior conforto possível.

- É muito gentil de sua parte\, mas realmente não havia essa necessidade. Respondo a ele.

No mesmo instante percebo que ele me encara com a expressão de sempre do Alex durão. Eu fico sem muito entender o porquê, dessa vez.

- Chegamos então\, precisa de ajuda com suas malas? Ele me diz.

- Não\, eu não trouxe muita coisa de imediato. Apenas algumas roupas e alguns pertences necessários.

- Ok\, irei à frente para organizar as coisas\, nos falamos lá dentro.

Ele me diz saindo e batendo a porta do carro no mesmo instante.