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Somente Sua! Vol. 3

AGORA É A SUA VEZ, MEL!

Abril - 2008

Numa pequena ilha de Formosa, à beira do mar, o sol brando da tardezinha testemunhava a chegada da belíssima noiva que desembarcava num luxuoso iate dando início ao romântico casamento.

Uma orquestra composta por dois violinos, uma viola, um violoncelo e um piano anunciava o momento sublime de Rose, que sorridente, seguia atraída pelo olhar de um Breno deslumbrado por sua singela beleza.

Ela, num vestido branco midi, feito de rendas e estilo princesinha, usava um coque alto e maquiagem delicada.

Envolvida pelo braços do pai que a levaria até o seu amado esposo, transmitia uma alegria contagiante.

Mel, uma das madrinhas do casamento sentiu os olhos ficarem úmidos diante daquele acontecimento mágico que enchia de comoção a todos.

(Imagem meramente ilustrativa retirada da Internet. )

Discretamente, observou, que Breno, o noivo de Rose, sorria com vibrante expectativa, enquanto os olhos eram atraídos para essa mulher que tanto amava.

Era mais que especial aquele momento.

Depois de tantos desencontros que tiveram no passado, finalmente se uniriam no enlace matrimonial tão esperado por eles.

A alegria do casal era inigualável, já que Rose, estava grávida de três meses.

Breno estava exultante com a chance de acompanhar dessa vez todos os momentos da gestação que não lhe foi permitido no período de sua filha Gisele.

Sob a brisa do mar e a canção de amor que lembrava o casal, os dois ficaram de frente ao altar.

Uma vibrante emoção tomou conta do lugar, ao verem quanto amor havia entre eles.

Estavam visivelmente emocionados.

Transcorria a cerimônia e Mel, pôde notar que ali um pouco mais diante dela estava o homem que, mesmo após sete anos de distância, era o seu primeiro e único amor.

Vê-lo tão perto e não poder tocá-lo trazia-lhe uma angustiante tristeza. Teria que ter paciência e fé para reconquistá-lo outra vez.

Tenso, Raul estava ali depois de muita insistência de Rose e sua irmã Bia, para ser um dos padrinhos.

Reencontrar Mel definitivamente não estava nos seus planos, mas agora que a viu, estava arrependido de ter vindo.

( Raul. Imagem meramente ilustrativa da Internet. )

Os pensamentos do passado, quando ainda eram namorados o assaltaram num turbilhão de emoções.

Seria uma tortura estar ali tão próximo a ela.

Ao final da cerimônia, um beijo selou a união dos recém-casados.

Sob o aplauso de todos, o casal agora receberia o cumprimento dos convidados.

Mel e Bia, em um dado momento, não perderam a chance de aproximarem-se da amiga, enquanto Breno paparicava a filha Gisele.

Elas abraçaram Rose.

A noiva sorria e as covinhas apareceram em suas bochechas.

Bia disse:

—Puxa, amiga, eu tive que me controlar várias vezes na cerimônia para nao chorar. Eu sonhei com esse momento acontecendo entre vocês dois. Foi maravilhoso.

Rose reapondeu:

— Estou me sentindo tão realizada! Não imaginei estar assim tão feliz nesta vida. — Ela acariciou a barriga, que acolhia o seu próximo bebê e observava Breno com a filha.

— Não sei porque tive tanto medo...Breno é um homem tão romântico! A cada dia eu me vejo mais apaixonada.

Mel, então comentou:

— Depois de tantas dificuldades que passaram, agora é tempo de viverem uma nova realidade, com essa linda família crescendo! Estou orgulhosa de você, Rose, por tomar a decisão certa!

As três abraçaram-se novamente, sorrindo.

Apos se soltarem, Rose e Bia fitavam-na, esperançosas.

— Agora é a sua vez, Mel!

Ela sentiu o impacto dessas palavras ditas por Rose.

— Seria bom se fosse verdade... - Ela respondeu, melancólica.

Com o olhar percorreu o espaço, decorado em tons pastéis, até encontrar-se com os olhos de Raul, que como era esperado, desviaram-se para outro lugar.

— Ele está o tempo todo me evitando...

— Não perca a esperança. — Bia falou. —Meu irmão é orgulhoso, mas sei que no fundo ainda te ama.

Rose a consolou também:

— É, Mel... Veja que nem trouxe a namorada dele. Não desperdice a sua chance.

Mel suspirou.

— Por mim não há problema nenhum, vocês sabem, mas como posso tentar qualquer coisa com ele se hoje mesmo vou embora?

— Ah, não...Já?— Rose falou hesitante. — Você nem vai em Monte Serra olhar sua tia... Que a qualquer momento pode... —

Mel endureceu o olhar.

— Não tenho nada o que conversar com ela e vocês sabem que se não estou com Raul é por culpa dela! Daqui, vou direto para o aeroporto, pois amanhã viajo com a companhia de dança para o Canadá.

Rose e Bia, entrolharam-se decepcionadas.

— E quando voce volta? — Rose tornou perguntar.

— Não tenho previsão. Sei que preciso ver a herança deixada pelo meu pai... — A voz saiu trêmula. — Mas tenho pensado em voltar só daqui a dois anos...

— Amiga, é muito tempo! Se meu irmão apaixonar-se e casar com outra pessoa, você vai sofrer muito...

— O que posso fazer? Se acontecer isso, ele nunca foi meu.

— Isso é o que chamo de ser otimista! — Bia continuou com ironia.

Logo, mudaram de assunto.

Falaram sobre Gisele, que ficaria aos cuidados dos avós e o padrasto de Rose.

O casal teria uma breve lua de Mel na ilha mesmo.

Um desejo que para ela e Breno era especial, pois anos atrás, nas proximidades da ilha, tiveram o primeiro beijo e quase fizeram amor.

Depois do diálogo com as amigas, Mel novamente procurou por Raul. Vendo que ele se afastava com uma taça de champanhe em direção à beira da praia, seguiu-o.

(Mel. Imagem meramente ilustrativa. )

Mesmo sem se virar Raul já sabia quem vinha. Desde o momento que pôs os olhos em seu antigo amor, estava numa terrível briga interior.

Não era possível que depois de tanto tempo, ainda pudesse se sentir balanceado em tê-la nos braços. Aquilo não podia acontecer. Recusava-se a a amá-la e sofrer mais uma vez.

— Raul...

Ele se voltou em sua direção. Disfarçou um olhar sem emoção.

— Olá, Melissa!

— Lindo casamento , né?

Ele aspirou o perfume de Mel. Não desviou o olhar dela, finalmente.

— É, formam um belo casal...

— Tudo bem com você?

— Sim, claro! Retornei a alguns meses para Monte Serra e tenho uma clínica veterinária.

Mel sorriu, com discrição. Raul adorava cuidar de animais.

— Fico feliz por você.

Ele agradeceu e como quisesse dar um ar desinteressado, ele perguntou:

— E você, está de volta?

— Não, não... Eu vim exclusivamente para o casamento de Rose e devo retornar hoje mesmo.

Eles se fitaram. O conflito do passado como barreira para os dois, impedia-os de ter uma conversa menos tensa.

— Ok! Faça uma boa viagem. Preciso ir...

— Espere, Raul!

Ele voltou-se. Novamente, o olhar disfarçado de frieza.

Ela falou baixinho:

— Sinto muito por nós dois... Eu... Eu..

Ele a interrompeu.

— Já passou, Melissa! Com licença!

E saiu, decidido. Mel o observava, enquanto as lágrimas ameaçavam molhar a sua face.

Como fazer para reconquistá-lo?

O TEMPO PASSOU

Enquanto Raul se distanciava, Mel contemplava as ondas do lugar paradisíaco.

Seus pensamentos, que tentava acalentar desde que pisara em Formosa, fluiam de forma desenfreada levando-a para sete anos atrás, quando o romance entre ela e Raul começou.

De volta a 2001, como era de praxe, no mês de julho chegava sempre um  parque de diversões em Monte Serra.

Por ser período de férias, Rose havia chegado de Formosa e a convidara para irem ao parque.

Como era de se esperar, muitos conhecidos da cidade estavam por lá, então as duas ora conversavam com eles , ora iam se

divertir nos brinquedos.

Enquanto se distraía na barraca das argolas, viu que Rose afastou-se e conversava com um rapaz, mas não ligou muito.

Já estava na última tentativa de acertar o alvo com as argolas. Contudo,  depois de perdê-las, saiu chateada por  não ganhar o urso de pelúcia que queria.

Foi ao encontro de Rose, que já estava vindo, com um sorriso largo para lhe contar algo inesperado:

— Mel, tenho um recado pra ti.

— Pra mim? De quem?

— Você não viu com quem eu estava conversando?

— Ah, vi... Era um rapaz alto, até que bonitinho, mas não sei quem é...

Rose explodiu na risada.

— Isso é que dá ficar anos sem vir passar as férias aqui. Olhe lá,  seja discreta...

Mel, disfarçadamente, olhou o rapaz que estava a alguns metros de distância.  Ele a encarava descaradamente com um meio

sorriso. Ela ficou vermelha.

— Ai, meu Deus, ele está olhando pra cá! Ele é fofo, mas não sei quem é. Fala logo, Rose!

— Mel, você é muito distraída! Você não vê que esse é  o irmão de Bia?

— O quê? É Raul? — Ela olhou de novo, aprovando o corpo atlético  e o rosto bonito. —  A última vez que o vi, era todo magrelo e sem graça.

Rose riu novamente.

— O tempo passou, queridinha! Não faz muito tempo você ainda estava saindo da infância, não é mesmo? Vocês têm a mesma idade, lembra? 17 anos! — E num sussurro, Rose falou: — Ele quer falar com você. 

— Ah, Rose, eu não sei... Minha tia não quer que eu converse nem com Bia, imagine com Raul!

Rose fez uma careta de desgosto  e coçou a cabeça.

—O pior que não tem nada nesta cidade que sua tia não fica sabendo! Bem... que tal

vocês se encontrarem no trem-fantasma?

—  Não,  não, que horror, amiga!

— Ah, então o que você sugere? Ele está esperando a resposta...

— Bem, é  melhor deixar pra lá,  estou morta de vergonha...

— Deixa de besteira! Desse jeito não vai namorar tão cedo! Que tal a roda gigante?

Mel pensou por um instante, então concordou.

Rose bateu palmas de alegria e  virando-se, fez um sinal com a mão para Raul se aproximar.

Ele veio.

Mel o fitou rapidamente e envergonhada, desviou o olhar, só que antes, notou  o quanto ele estava lindo. Era inacreditável que não tinha notado isso antes. Alto, corpo atlético, moreno claro, cabelo preto e olhos castanhos.

— Oi, Melissa!

— Oi, Raul! Eu...

Aflita, olhou para a amiga , pedido socorro com o olhar.

— Ela aceitou falar com você na roda gigante. —Rose falou rapidamente. — E  eu vou comprar uma pipoca pra mim, enquanto espero Ivan. Até mais, Mel! Cuide bem de minha amiga, viu, Raul?

Mel ficou paralisada de vergonha. Raul, num tom educado, pegou em sua mão. Mel sentiu como se uma corrente elétrica atravessasse seus dedos, tomando de conta de todo o seu corpo.

Os dois caminhando lado a lado,  foram para a fila. Ele disse:

— Quando te vi com Rose,  quase não a reconheci, você está tão diferente...

Sem saber o que dizer, Mel lembrou das palavras de Rose.

— Talvez porque não faz muito tempo... Ainda éramos crianças. E você geralmente não ficava conosco nas brincadeiras...

—É, deve ser isso! Eu preferia ir com meu pai às fazendas a ter que brincar com as bonecas de vocês — Riu bem humorado. Ela mostrou um discreto sorriso. Silenciou por um instante e observou-a atentamente. —Nem vi você crescer, mas pensando bem... Como você está linda!

— Obrigada. — Falou só isso, tendo vergonha de confessar que achou a mesma coisa dele e continuou sem encará-lo.

Ele a olhava de um jeito, que Mel não conseguia sustentar o olhar.

A vez deles chegou. Sentaram-se no assento, e poucos minutos depois, a roda gigante começou a se movimentar.

Ele se aproximou e as pernas se tocaram. Mel sentiu um tremor desconhecido.

— Melissa... Você tem namorado?

— Não.

— Então... Quer namorar comigo?

Mel ficou indecisa. Ela se lembrou que a tia tinha um ódio descomunal pela família dele. O motivo lhe era desconhecido, então não sabia se devia se meter em confusão.

— Bem... Eu não sei o que dizer...

— Não precisa me dar uma  resposta  hoje. Podemos marcar um encontro amanhã... Pra conversar sobre isso.

— Vou pensar,  Raul. Prometo.

— Tudo bem. Vou esperar ansiosamente!— Encarou-a, pensativo .— Ano passado você veio nas férias ? Acho que não a vi...

— Ah, não... É que minhas férias nos últimos dois anos coincidiram com minhas audições de dança... Já dessa vez, anteciparam e foi uma correria ter que conciliar os estudos com os testes, mas finalmente consegui passar e a partir de agosto vou fazer parte de uma grande companhia de dança daqui do país.

— Parabéns,  Melissa! Só não sei se vou ficar bem sabendo que dificilmente vou olhar você...

— Raul, esse sempre foi o meu sonho, amo dançar,  mas dá pra continuar vindo aqui, sim....

— Não sei se me contentaria em esperar tanto. Só uma vez por ano? Sabe, namoros à distância não combinam nada comigo.

Mel sorriu.

— É,  não é nada fácil mesmo. Tenho o exemplo de meus pais. Meu pai com a imobiliária  aqui, mamãe com o escritório de contabilidade dela em São Paulo, resultou em divórcio.

Ele continuou pensativo, depois com sorriso matreiro,  comentou:

— Tudo tem um jeito, não é? Quem sabe se a gente não se vê em São Paulo? Assim que terminar os estudos este ano, pretendo fazer vestibular para medicina veterinária,  então posso fazer pra lá ...

— Ora, cheio de planos! — Ela riu — Ainda nem aceitei o namoro...

—Hum,  nem acredito que você pretende me dar um fora!

— Ainda não tenho certeza...

E suspirou, tentada a aceitar.

O PRIMEIRO BEIJO

Então, pela primeira vez ela o encarou abertamente.  Os olhos se cruzaram e uma sensação maravilhosa penetrou no coração dela.

— Antes de tudo, vou te fazer um desafio, Raul... Eu tentei ganhar um urso de pelúcia  ali na barraca das argolas, mas errei tudo. Se você ganhá-lo pra mim, terá chance em namorar comigo .

Os olhos dele brilharam.

— Então vamos nessa!

Saíram da roda gigante e foram até a barraca tentar a sorte com as argolas. Ele tinha cinco tentativas. Na segunda ele acertou.

Vitorioso, ele a olhou de forma sedutora.

Mel acabou percebendo que caíra na sua própria armadilha. Certamente ele era acostumado a enlaçar o gado das fazendas , então aquilo não era nada para ele.

— Você me enganou, espertinho!

— Trato é trato, Melissa!

Rose e Ivan, seu namorado naquele tempo, chegaram  no exato momento que ela segurava o urso de pelúcia nas mãos.

—Ah, que lindo!— A amiga exclamou.

— Raul ganhou pra mim!

Rose disse, maliciosa:

— Já estou sentindo um clima de romance no ar!

— Pára,  Rose! — Mel falou, sem graça.

Ivan tomou a palavra:

— Sinto muito, amigão, mas vou ter que levar essa donzela! Prometi a D. Nalva que chegaríamos antes das nove.

Era a nítida a decepção de Raul, mas Rose interveio.

—Você veio com seu primo, Raul? Onde ele está?

— Sim, eu cheguei com ele, mas James encontrou uma garota e me abandonou aqui.

Rose, não hesitou em encontrar a solução:

— Ah, então deixa que a gente te leva!

— Rose...

— Qual o problema , Ivan? Não é possível que D. Nalva vai investigar seu carro. Vamos, vamos logo.

E antes de Mel entrar no carro, Rose perguntou baixinho:

— E então? Rolou algum beijo na roda gigante?

Mel só balançou a cabeça, negando.

— Céus,  nem acredito! — revirou os olhos inconformada.

Entraram no carro e Ivan deu a partida, pegando a estrada que levava para suas casas.

Mel sentiu uma sensação diferente, quando Raul, propositalmente passou a acariciar sua mão de leve. Ela reteve o suspiro, enquanto se deliciava com aquele prazer momentâneo.

Não demorou muito, Rose falou para Ivan:

— Dá pra parar o carro um instante? Preciso falar com você a sós, Ivan.

— A gente conversa depois, amor.

— Por favor, não vai demorar muito.

— Tá certo,Rose! Mas vou querer ser bem recompensado por isso!

—Todo Interesseiro!

Ele estacionou o carro. Rose virou-se para os dois.

— E, vocês, vão ficar aí mesmo, no calor?

Raul e Mel se olharam rapidamente e saíram.  Ele ainda segurando sua mão  apontou uma árvore.

— Vamos ficar ali.

Raul , todo cavalheiro,  comportava-se como se ela fosse de porcelana, por tanta delicadeza em suas ações. O lugar estava iluminado apenas  pela lua cheia criando a atmosfera romântica que se iniciava entre os dois.

Sem ter o que dizer, Mel começou:

— E Bia? Não a vi ainda...

— Ela foi comprar umas coisas para o casamento dela em Formosa. Amanhã, ela volta.

— Ah... Por isso não a vi hoje.

Novo silêncio. Ele se aproximou mais.

— Mel... posso te chamar assim?

Ela afirmou com a cabeça.  A forma que seu apelido foi pronunciado, fez com que ela se derretesse por dentro. — Não estamos aqui pra falar sobre Bia... Vamos mudar de assunto, tá? — A voz era carinhosa. —Já que ganhei bônus com você,  agora será que posso te considerar como minha namorada?

Atraída pelos olhos castanhos e brilhantes de Raul, Mel sussurrou:

— Sim!

— Oh, Mel! Você não imagina como estou feliz!

Ele se encostou na árvore e a trouxe para si. O contato de seu corpo másculo com o seu corpo delicado desencadeou uma química gostosa entre os dois.

Ele acariciou sua face enquanto que com a outra mão, enroscava seus dedos em seu cabelo encaracolado. Descendo os lábios sobre os seus, roçou-os de forma irresistível. 

Mel instintivamente permitiu que ele a beijasse, de inicio, devagar, depois aprofundando, até sentir que o fôlego lhe faltava.

Ela passou os braços em volta dos ombros dele e abandonou-se nos  repetidos beijos, enquanto seus corpos se juntavam cada vez mais.

A cada movimento dos corpos adolescentes, o desejo crescia perigosamente.

Mel esqueceu, por esse breve instante, do medo de sua tia ou se alguém poderia flagá-los.

Ainda que fosse cedo afirmar, tinha a nítida impressão que estava diante do seu verdadeiro amor.

As risadas das pessoas na festa, tirou-a dos devaneios do passado.

Ao retornar para a cerimônia, Mel se sentou e apreciava os recém-casados que dançavam de forma apaixonada. Os beijos eram constantes e sorriu ao vê-los tão bem.

Estava distraída quando ouviu uma voz masculina atrás de si, dizer:

— Que me perdoe a noiva, mas você é a mulher mais linda daqui!

Ela se voltou em direção à voz. James estava à sua frente com um sorriso aberto.

(James. Imagem meramente ilustrativa retirada da Internet. )

Ela se levantou e o abraçou forte.

— Oh, James, que saudade!

Com bom humor ele disse:

— Poxa, Mel, bem que esse podia ser o nosso casamento!

Ela riu, descontraída. Com James, ninguém ficava triste por muito tempo.

— Olha, James...Sua companhia não vai gostar de saber disso!

— Companhia? Estou solteiro, querida! Livre para você!

Mel balançou a cabeça. Esse rapaz era um comediante.

— Pena! Mas não vou me candidatar dessa vez.

Ele fez um gesto como se tivesse de coração partido. Mel não parava de sorrir.

— Estou muito feliz que pôde vir ao casamento, Mel. São sete anos que a gente não se vê, gracinha!

—Verdade! Eu bati um recorde de tempo que não vejo vocês.

Ela procurou novamente por Raul. Percebeu que ele observava os dois de longe, com o semblante fechado.

— Meu Deus, Mel, esquece, Raul! Estou aqui, não está vendo?

— Para, James! Até parece que você morre de amor por mim...

— Ahn... Agora não , mas você sabe muito bem que eu morria de amor por você!

— Eu não sabia de nada! Você sabe disso!

Momentaneamente, ele foi ficando sério. Com olhar nostálgico, protestou:

— Droga, bem que eu devia ter chegado primeiro!

Para manter o nível menos sério, Mel continuou:

— Com certeza me trairia com facilidade!

Ele falou, dramático:

— Nunca! Não sou bobo! Você é irresistível, garota!

Mel gargalhou.

— Escuta, Mel, sei que não é o lugar apropriado, mas tira um tempo, pra conversar sobre sua herança...

— Tá, tudo bem... Assim que eu chegar no Canadá, ligo pra você.

— Não esquece! É importante, Mel!

Raul sentiu o velho ciúme tomar de conta dele como um furacão. Era evidente, que o primo estava investindo novamente em Mel.

Procurando controlar-se pegou mais uma bebida e afastou-se.

Não queria olhar a cena dos dois juntos, entretanto, sua mente o traía ao recordar o dia que descobriu que James também estava apaixonado por Mel, há sete anos atrás.

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