NovelToon NovelToon

Uma Esposa Para Amar

CAPITULO 1 – Said

Said era libanês, morava no Brasil desde quando tinha 12 anos e sempre soube que quando estivesse com 30 anos se casaria com Zaya, uma jovem prometida a ele. Said nunca a tinha visto, o compromisso foi firmado pelas famílias quando eles ainda eram crianças, na época, ela acabara de nascer. Zaya, ainda recém nascida, estava comprometida com um homem 12 anos mais velho que ela, e isso ela não tinha opção de mudar quando crescesse.

Said era filho único da família Fakhry e morando no Brasil desde a sua adolescência, abandonou os costumes e a religião do seu país, Líbano. Uma semana antes da mudança para o Brasil, conheceu o pai da sua noiva, Kalil Saad que lhe garantiu criar a filha para ser uma boa esposa e uma boa mãe.

Said era o único neto homem de Omar Fakhry, e por esse motivo, Omar fez questão de escolher uma noiva para o seu neto homem.

A vinda da família para o Brasil se deu pela expansão dos negócios da família, quando houve um grande investimento financeiro ao implantar uma empresa no país, gerando emprego e renda. Na época, o avô de Saide optou por enviar o seu filho Samir com a família, por ser ele o seu único filho homem, e o considerava capaz de cuidar dos negócios no Brasil. Samir fixou residência no país em uma área nobre do Rio de Janeiro, em uma bela mansão, seguindo os padrões que tinham no Líbano. A casa tinha vários quartos e salas, mesmo que morassem ali apenas Samir, a sua esposa Layla, e o filho Said.

Kalil Saad, pai de Zaya, era muito amigo de Omar Fakhry, o avô de Said, foi essa amizade que gerou essa promessa de casamento. Foi Omar que pediu a mão da filha do amigo para o seu neto, se antecipou assim que soube ser menina a filha do amigo, pois muitos gostariam de ter Kalil como parte da família, por ser ele uma pessoa influente intelectualmente na região.

Kalil conheceu Omar quando ficou viúvo da primeira espos aos 46 anos, sua esposa tinha dificuldades de engravidar, e quando enfim conseguiu ficar grávida, houve até festa para comemorarem a gravidez, mas no quarto mês de gestação, sofreu um aborto espontâneo e por ter tido complicações, veio a óbito. Kalil ficou viúvo aos 46 anos, mas ele não permaneceu assim por muito tempo. Seis meses depois, Kalil estava casado com Samira, uma jovem de apenas 19 anos filha de uma família conceituada na cidade. Um ano depois de casado nascia Zaya, e antes de seu nascimento o seu pai já esperava dar a sua mão a Said, pois Omar já havia demonstrado interesse caso a criança fosse mulher.

No seu nascimento firmaram esse compromisso e tudo ficou decidido antes da vinda definitivamente da família de Samir para o Brasil, até mesmo a data do casamento foi decidida, seria dois dias após o aniversário de 18 anos de Zaya, isso porque Omar preferiu assim, visto que, ela poderia se casar mais jovem.

Said, não se conformava em ser obrigado a se casar, e desde que assumiu a empresa, aos 25 anos tenta convencer o pai a acabar com o compromisso firmado no Líbano, quando ele era ainda um adolescente.

Os anos passaram-se e ele não conseguiu mudar o que foi decidido pora ele, não conseguia ver uma possibilidade em se livrar daquela situação, de um casamento forçado. Quando ele vê o casamento se aproximando, começa ficar ainda mais desesperado, até com o seu avô Omar tentou falar, mas não foi capaz nem de expor o que realmente queria, ou não queria, só conseguiu ouvir sobre a sua noiva Zaya, que estava se preparando para ser uma boa esposa e uma boa mãe para os muitos filhos que eles teriam. Said quase gritou com o avô, quando ouviu as palavras "muitos filhos", nem filhos ele queria, quanto mais muitos.

Said iria completar 30 anos, e quando isso acontecesse os seus dias de solteiro estariam contados, resolve procurar o seu pai para mais uma conversa, na tentativa desesperada de se livrar daquele compromisso, queria convencer-lo a pôr um fim nessa história, que para ele era ridícula.

Said conhecia a cultura Libanesa, e a religião de seus pais, muçulmana, mas, por muitos anos não seguia mais a religião, e não concordava com a imposição do seu avô, de se casar com uma desconhecida, agindo como se ele ainda vivesse naquele país.

Mesmo sendo difícil convencer o pai, ele nunca desistiria de convencê-lo a desfazer aquele compromisso entre o seu avô e um homem que ele mal conhecia. Entre os motivos de não querer se casar, estava em não querer ter como esposa uma jovem de 18 anos, ela seria uma criança para ele, já que estava acostumado com mulheres mais velhas.

— Pai, eu realmente não quero me casar com essa garota — Fala desanimado, pois o pai está inflexível — Eu farei 30 anos e ela ainda vai fazer 18, não temos nada em comum, nem a religião, e sei que isso é errado, ela sendo muçulmana não pode se casar como alguém como eu.

— Alá, Alá! Você vai se casar, e não quero mais ouvir falar sobre isso. Que o seu avô não ouça você dizer que desprezou a nossa religião. — Samir ergue as mãos como em desespero — Pensei que já tivesse desistido dessa ideia de cancelar o casamento, você sabe muito bem que não temos como fazer isso. O seu avô não pode nem imaginar que você está tendo essa atitude rebelde.

— Diz que eu fiquei noivo aqui no Brasil...

— Você está louco, como eu posso falar um absurdo desse para o seu avô ... Alá!

— Eu viajarei para o Líbano e convencerei o vovô a não me forçar a isso, eu não vou me casar com uma desconhecida...

— Seu avô é capaz de te matar se te ouvir dizendo que não se casará com Zaya, se disser a ele que não se casará ele terá coragem de fazer tal coisa, só para não passar por uma vergonha dessa. Essa jovem cresceu para ser a sua esposa e mãe dos seus filhos. — Samir nem o deixe continuar.

— Não teremos nenhum benefício com esse casamento, pelo contrário, terei que dar um dote, e bem gordo por sinal, por alguém que eu nem conheço. — Ele para e pensa um pouco — Já pensou se ela for feia, o que eu vou fazer, nem um filho eu conseguirei fazer, quanto mais filhos, como o senhor e vovô falam.

— O melhor que você faz é se conformar com esse casamento. Você precisa pedir a sua mãe para preparar a suite de vocês, pois a sua acredito ser pequena, ela irá precisar de um espaço para colocar as coisas de vocês.

— Acredite papai, eu não vou desistir de cancelar esse casamento, o senhor pode ter certeza disso — Said fala decidido 'talvez eu fique doente no dia' pensa ele. — Mas se eu não conseguir me livrar dessa palhaçada, não garanto que ela será feliz comigo.

— Se eu fosse você desistiria de ir contra essa decisão, nada impedirá que esse casamento aconteça, só mesmo uma fatalidade.— Samir fala fazendo Samir revirar os olhos e sair do escritório revoltado, ele desiste, mas por enquanto.

CAPÍTULO 2 - Zaya

Zaya era uma jovem que cresceu sabendo que já tinha um noivo, nunca pode ser uma criança normal, não tinha direito nem mesmo de ter contato com outras crianças. Sempre soube do compromisso firmado entre ela e Said, mesmo antes de nascer houve interessa dela se tornar a noiva de Said. Foi educada para ser uma boa esposa e uma boa mãe. Zaya já estava ciente do dia do seu casamento, dois dias após o seu aniversário de 18 anos. Conheceria o seu noivo somente nesse dia e nunca questionou sobre o assunto, como mulher não tinha esse direito de questionar, assim como a sua mãe se casou com o seu pai sem o conhecer, ela também se casaria com Said.

Depois do casamento moraria no Brasil com o marido e os seus sogros, esse era o seu único medo, morar em um lugar distante e principalmente ficar longe da sua mãe, mas estava disposta a desempenhar o seu papel de boa esposa.

A família de Zaya não era uma das mais ricas, apesar de terem boas condições não eram afortunados. Kalil, o pai de Zaya, sempre foi um homem bem visto aos olhos da sociedade e dos grandes empresários, ele era um homem muito religioso e um bom conselheiro, era admirado por sua conduta inabalável em todos os sentidos, inclusive os relacionados a família. O seu nome nunca foi visto em nenhum escândalo, e todos diziam que Zaya era um verdadeiro presente para o seu noivo, por ser filha dele.

A família de Said, que morava no Líbano, a conhecia, mas nunca tinham visto o seu rosto, ela nunca foi vista sem o seu hijabs (lenços),

usava a cobrir o rosto, deixando a vista apenas os seus olhos cor de mel, sempre bem maquiados. As tias de Said achavam exagerado a forma de Zaya ser criada, ela não tinha amigas e nem tinha permissão de sair sem a sua mãe.

Zaya não conseguia lembrar com clareza com qual idade lhe foi falado sobre o noivo, mas desde muito nova soube que teria que se preparar para ser uma boa esposa e mãe, ela ouvia isso a todo instante, como um mantra. Cresceu ciente da responsabilidade que tinha em aprender tudo de forma eficiente, não poderia falhar no seu aprendizado.

Aos 17 anos nada disso a assustava mais, já era capaz de organizar qualquer evento em casa, saberia ser uma boa anfitriã. Para ser uma boa anfitriã bastaria ficar calada, e servir uma boa refeição, o marido é quem faria as honras. Em relação aos filhos conseguiria cuidar de quantos filhos o seu marido quisesse ter, o seu pai fazia questão de dizer a todo instante que ela deveria fazer sempre a vontade do marido, em relação a tudo.

Aprendeu como ser uma esposa obediente e submissa, nunca deveria questionar o marido e sempre está a disposição dele, pois, ele seria o seu dono. Já estava acostumada a viver assim, cresceu fazendo a vontade do seu pai, mesmo que não concordasse com as atitudes dele, obedecia sempre calada as ordens dada por ele.

Zaya estava no seu quarto pensando no seu casamento que estava cada dia mais próximo, ela nunca viu o seu futuro marido, na verdade, ela nunca quis ver. Said era popular no Brasil e sempre tinha notícia dele como um solteiro cobiçado, mas segundo a sua prima nunca tinha visto foto dele com alguma mulher. Assim a sua prima Aisha dizia, sempre que ia visitá-la. Elas sempre conversavam sobre ele, mesmo Zaya dizendo que não queria saber, pois ela não sabia o que era pior, saber dele ou casar no escuro. Um dos motivos dela não querer saber sobre o noivo era o medo de não querer se casar com ele, e isso de nada adiantaria, pois, foi prometida a ele ainda bebê, e nada mudaria o que foi decidido para ela, ela não tinha vontade e nada do que pensasse mudaria o seu destino, já que não lhe era permitido discordar.

Zaya sabia que nada do que dissesse sobre esse casamento mudaria o acordo feito, na verdade, sabia que nem tinha esse direito, de falar algo a respeito do assunto.

Ela já estava preparada para ser esposa e mãe, e estava conformada com isso, tinha aprendido a falar português, já que o Brasil serei o seu próximo país de moradia e precisava saber o idioma.

Ela foi criada diferente de todas as outras crianças, ninguém nunca viu o seu rosto, com exceção dos seus pais, Kalil e Samira, e a sua prima, Aisha. As demais pessoas a viam com o rosto coberto, pois o seu marido seria aquele que a veria primeiro.

A sua educação estava baseada em etiquetas, como ser uma boa anfitrião, organizar um jantar, saber se vestir e ser educada, teria que ser uma esposa exemplar e uma mãe excelente, Kalil não esperava menos da filha, caso contrário seria uma vergonha para ele.

Estava perdida em seus pensamentos quando Samira, a sua mãe, chega no seu quarto, Zaya estava deitada e pensativa.

— Oi minha filha, qual o motivo de estar tão pensativa, é o casamento? — Samira, pergunta sentando na cama, colocando a cabeça da filha em seu colo.

— Oi mamãe — Zaya ajeita a cabeça no colo da mãe — Eu estou preocupada, estou com medo do meu noivo não gostar de mim, ou mesmo eu não gostar dele, pois sei que não tenho esse direito.

— Filha, eu casei com o seu pai também sem conhecê-lo, apenas sabia quem ele era, mas aprendemos a nos amar — Samira tenta confortar a filha, que está apreensiva com o casamento que se aproxima.

— Eu sei mamãe, mas é tão estranho, e se ele me achar feia?

— Ficará tudo bem filha. Você é linda e ele irá te amar, assim que ver a sua beleza ele ficará encantando — Samira passa a mão nos cabelos da filha fazendo carinho — Daqui a seis meses você completará dezoito anos e vocês se casarão.

— Terei que morar mesmo no Brasil?

— Sim filha, ele foi morar no Brasil com os pais logo assim que você nasceu, e o seu pai com o senhor Omar firmaram o compromisso de vocês.

— Como eu viverei sem a senhora por perto?

— Você terá o seu marido, e irá servi-lo como uma boa esposa, e terão lindos filhos e você cuidará deles como uma boa mãe. Além disso você terá os seus sogros por perto, que serão seus pais também.

— Mas é diferente, mamãe. Quando eu tiver os meus filhos, quero que vá ficar comigo.

— Sim filha, eu pedirei a seu pai para ele me deixar ir ficar com você.

— Tudo bem mamãe, eu sei do meu compromisso, vou parar de sentir medo de conhecer o meu futuro marido, e o que ele poderá pensar em relação a mim.

— Eu sei que você gostará dele, sabe que deve amá-lo. Amar não é difícil, principalmente se ele te tratar bem, apenas obedeça e tudo ficará bem. E acredite, ele deve estar ansioso para te conhecer — Zaya sorri feliz com essa ideia, pois ela também quer conhecê-lo, seu único medo é ele não gostar dela.

CAPÍTULO 3 - Chegou o dia

Era o aniversário de 30 anos de Said, ele decidiu fechar uma boate, para comemorar o seu último aniversário como solteiro, estava decidido a curtir a noite inteira, fosse dançado ou fosse com alguém, iria curtir com tudo o que tinha direito, afinal daqui a três meses ele seria um homem casado. "casado" quando pensa nessa palavra lhe dá coceira. O medo que tinha era que a noiva com quem iria se casar fosse uma adolescente sem noção e para completar, feia. Com toda a certeza do mundo era virgem e sem experiência.

Estava decidido a não pensar nisso, no seu aniversário, não queria pensar nem como ela era e nem como seria o seu casamento, só queria curtir a noite, mas por mais que tentasse, não conseguia deixar de pensar como seria essa Zaya.

— Bebida liberada pra todo mundo, hoje a boate é nossa, música DJ.

Um lindo moreno, de olhos negros, 1,90cm, corpo musculoso, barba por fazer, um lindo sorriso e rico, chama a atenção de todas as mulheres presentes. Said comemora o seu aniversário de 30 anos no melhor estilo de solteiro pegador, dança com duas mulheres agarradas a ele, beija sem se preocupar quem seja, pois as duas estão dispostas a degustar dos seus beijos. Antes da noite acabar ele escolhe uma aleatoriamente para o acompanhar a um quarto de hotel. Ele tinha um apartamento na zona sul do Rio, mas raramente usava, só quando bebia muito em algum evento, não gostava de ir para casa quando bebia muito, pois, os seus pais geralmente o criticavam, por ele desprezar os costumes da família. Quando estava acompanhado ia para algum hotel, no seu apartamento só ele, mesmo que muitos acreditassem que ele usasse o lugar como um motel.

Três meses depois

Said anda de uma lado para o outro tentando falar ao telefone, pois quem ligou para ele só queria falar, ou melhor gritar.

— O que pensa que você está fazendo rapaz? —Alguém muito aborrecido grita ao telefone — Eu quero você aqui em 24 horas. Você está ouvindo?

— Vovô, eu não estou me sentindo bem, por isso eu não fui ainda, preciso me recuperar.

A verdade é que Said estava pensando em um jeito de não ir para o seu próprio casamento, que considerava ridículo, mas pela reação do seu avô Omar, ele sabe que o seu destino está traçado, e não teria como fugir da responsabilidade que traçaram para ele. Os seus pais já tinham ido para o Líbano e ele iria uma semana antes do casamento, mas se pudesse, sumiria e só apareceria depois da data do casamento.

— Você pensa que eu nasci ontem? Desde que vocês foram morar no Brasil você não veio uma única vez visitar o seu avô por não ter tempo, mas tinha tempo de viajar com os amigos. Agora vem com essa história de está doente? Onde está aquele menino cheios de desejo de ajudar o próximo? Sabe o que acontecerá com essa jovem se você não vier? Você se perdeu, só quer saber de gastar com mulheres e bebidas, pensa que eu não sei sobre a sua vida? Não pense você que me engana.

— Vovô...

— Como tem coragem de me dizer, que faltando sete dias para o seu casamento, sete dias Said, você está doente, doente? Quer mesmo que eu acredite nessa sua desculpa?... — O seu avô continua gritando, fazendo ele afastar o telefone do ouvido para não estourar o seu tímpano — Se você não chegar aqui em 24 horas, pode esquecer que tem avô, pode esquecer que tem riqueza, pode tratar de procurar um emprego, pois na empresa você não entra, nem para varrer o chão, pois enquanto eu estiver vivo, não desfrutará de nenhuma mordomia que a família pode te dar.

— Meu voou sai hoje a tarde, já que não tem outro jeito. — Said suspira desanimado, pois se ele não aparece é bem capaz de Zaya sofrer as consequências por sua atitude, além disso, não quer ser pobre.

— Veja como fala comigo, eu sou o seu avô.

— Me desculpe vovô. Amanhã a noite eu estarei chegando em sua casa.

— Agora você está começando a entender. Não vou permitir que um neto rebelde acabe com a reputação da minha família. Alá, Alá! — O avô, respira fundo fazendo Said ouvir a sua respiração — E lembre-se que divórcio não faz parte desse casamento enquanto eu estiver respirando, não vou deixar que você destrua a vida dessa jovem que se guardou para você.

Quando Said encerra a ligação, ele senta no sofá e joga a cabeça no encosto, fica olhando para o teto, pensando no absurdo que está vivendo. Um homem de 30 anos sendo obrigado a se casar com uma pirralha de 18 anos, parece brincadeira, ele pensa desanimado. Ele se levanta e vai para o seu quarto, já tinha guardado todas as coisas que levaria, sua mala já estava pronta e na sua mala estava a sua roupa para o casamento. 'Quem será essa Zaya?' Said pensa, ele não consegue nem mesmo imaginar como ela possa ser, pois, nem a mãe dela ele conheceu, e não lembrava da fisionomia do pai dela. Ele pega a sua mala e segue para o aeroporto com o seu motorista, quando voltasse, o mesmo seria o motorista da sua esposa.

O casamento seguiria a tradição Libanesa, pois toda a família era religiosa e seguiam a tradição islâmica, com exceção do noivo, que apesar de conhecer os costumes, não se considerava mais um religioso, mas pelo bem da família, precisava seguir todo o ritual.

— Eu não acredito que cheguei até aqui. Só espero que essa garota não seja mimada, pois é só o que me faltava — Said fala com o seu pai enquanto acaba de se arrumar para o seu casamento — Se bem que, pelos costumes daqui, mimada ela não deve ser, pois com certeza aprendeu apenas a obedecer.

— Você quase matou o seu avô, tinha que ver a reação dele quando chegamos sem você, ele quase me fez voltar para te buscar — Samir fala, rindo ao lembrar da reação do pai.

— Tenho pena dessa garota. Ela nem sabe com quem está se casando, isso é um absurdo.

— Que o seu avô não te ouça, pois, é capaz de te obrigar a morar na casa dele. Zaya é muito querida por todos, e sempre foi feliz por ser a sua noiva.

— Se isso acontece, acredite, eu nem espero ele me matar, eu mesmo faço isso. Aturar uma mulher que não escolhi e um avô vigiando os meus passos, nem nos meus piores pesadelos.

Depois de arrumados, seguem para a celebração, Said segue o seu pai. A cerimônia seria em um dos mais sofisticados salão de festa da cidade. 'Se não tem outro jeito, deixa eu colocar o meu pescoço na guilhotina' pensa Said entrando no carro que os levaria ao local da cerimônia. Assim que chegam ele respira fundo antes de sair do carro.

As mulheres já tinham ido se encontrar com a noiva, mas Zaya só tiraria o véu para o noivo. Quando chega a hora do noivo entrar no salão, Said prepara o seu melhor sorriso e quando os tambores anunciam a sua entrada, ele entra ao som dos tambores. Said consegue distribuir o seu melhor sorriso, como se estivesse feliz, quem o visse não acreditaria que ele estava ali na força do ódio, pois dançava animado no ritmo da música, como mandava a tradição.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!