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Barriga De Aluguel: O Coração Chama

O acidente

Ana Carolina caminha desnorteada pelas ruas movimentadas de Porto Alegre, no final da tarde. Acabava de sair de sua aula de Planejamento Escolar na Faculdade de Pedagogia, a qual fazia há um ano, quando um homem a abordou.

Mande um recado para o seu pai! - Ana franziu o cenho sem entender o homem.

- Claro\, sobre o que seria? - Disse de forma educada.

- Seu pai me deve muito dinheiro\, 237 mil reais\, para ser mais exato. - Ana Carolina arregala os olhos\, apavorada\, devido ao baque da alta quantia.

Seu pai era viciado em jogar pôquer, ela sabia que ele apostava várias coisas, já tinham perdido o carro, alguns móveis ele vendera, e agora isso? Era muito dinheiro! Não adiantaria nem mesmo vender a casa!

- Ele tem 10 dias. - O homem dissera. - Ou eu mato você! - Ana sentiu seu corpo adormecer com as palavras do homem. - Eu não estou para brincadeiras. - Ele puxa uma faca do cinto da calça\, e risca seu braço\, fazendo-a fazer uma careta de dor com o corte\, e levar a mão ao local. - Isso é um aviso. - E assim como chegara\, o homem saíra.

Agora Ana andava em direção a sua casa, temendo por sua vida e a de seu pai. O que fariam? Onde arrumariam todo aquele dinheiro? Sua cabeça latejava de dor, associada a dor no braço, e ao desespero. Andava sem olhar por quem passava ou por onde passava. Atravessou a rua no momento em que o sinal abriu, ouviu uma buzina alta, mas não deu tempo de correr. Sentiu o impacto do carro batendo contra seu corpo e a arremessando a alguns metros à frente. Antes de chegar ao chão, já tinha desmaiado.

Jean Paulo, era o maior CEO de hotelaria da América Latina. Não tinha quem não o conhecesse. Ele tinha tudo! Fama, dinheiro, prestígio e amor. Casara-se jovem, com 18 anos, com o amor da sua vida. Julieta. Eles viveram em plena lua de mel por dois anos, até o fatídico dia.

Saíram em uma noite chuvosa para ir ao cinema. Julieta dizia que era um filme imperdível, e queria muito ir na sessão de abertura. Jean não negava nada a ela. Saíram em meio a chuva, e em um descuido na via, sofreram um acidente. Jean ficou desacordado por três dias, mas quando acordou, preferia não tê-lo feito. Sua amada esposa, estava em coma profundo. Em estado vegetativo, como disse-lhe o médico. O caso era grave e praticamente irreversível. Jean chorou aos pés de seu leito, por 6 meses. Então resolveu se reerguer. Ele deu continuidade a empresa dos seus sonhos, a qual se dedicou com afinco, se tornando o maior em seu ramo. Não desviava de seu caminho, não conhecia novas pessoas, nada! Apenas trabalhava e voltava para casa, para velar o sono de sua esposa.

Hoje fazem 10 anos desde aquele dia. Ele não era mais o mesmo garoto daqueles bons anos. Hoje era um homem frio e arrogante. Sentia-se só e vazio. Cansou de esperar Julieta acordar, mas não desistiu dela. Ele queria realizar um sonho deles, e faria de tudo para isso! Ele conseguiu uma clínica especializada em fertilização in vitro. Ele só precisava de alguém agora. Alguém que aceitasse ser uma barriga de aluguel, que gerasse um bebê dele e de Julieta.

Inicialmente Jean tentara pelos meios legais, mas no Brasil é ilegal pagar para outra pessoa gestar um filho. E quem aceitaria de graça? Ele sabia a resposta! Ninguém! Sua cabeça trabalhava com afinco, pensando em como faria para encontrar a pessoa perfeita. Tinha que ser saudável, jovem, sem vícios, e que precisasse do dinheiro. Disposta a abrir mão da criança, e nunca mais procurá-los! Não queria ter de sair do país, para encontrar alguém, pois gostaria de acompanhar a gestação. Em meio a seu devaneio e distração, seu coração acelerou no peito, ao ver uma moça atravessando a rua. Estava muito próximo, ele buzinou e ela assustou-se. Não deu tempo de frear, e viu a moça ser jogada a metros de distância.

Seu coração batia descompassado enquanto descia do carro e corria para o lado da jovem garota. Ligou para a ambulância, que chegou em poucos minutos. Foi de carro atrás da ambulância, e pediu a Deus, que ela vivesse, não poderia viver carregando mais uma culpa. Ao adentrar no hospital, viu os médicos correrem com ela. Jean arcou com todos os gastos do hospital e arcaria com medicamentos se precisasse.

Encontraram o celular e o número do pai. Ligaram para ele, e logo o homem chegou desesperado ao local.

- Minha filha\, onde está? - Uma enfermeira o acalmava\, enquanto o velho senhor\, chorava. - Me deixem vê-la!

Jean não se aproximou e pediu para não ser identificado, seu medo era quererem lhe processar. Ele não podia deixar estragar sua imagem. Ela valia muito nos negócios. Ficou até saber que a garota estava bem e com o pai. Não quebrou nada, só ferimentos leves. Pensou em se desculpar, mas desistiu próximo ao quarto dela. Não podia arriscar. Ao virar as costas, ouviu a voz alta da garota.

- Como pôde pai? - Ela soluçava. - O homem foi a minha faculdade\, me ameaçou! Disse que se o senhor não o pagar em 10 dias\, irá me matar. E ele não estava brincando! - Ela fala chorando.

- Me perdoa minha filha… - O homem chorava. - Me perdoa… irei falar com ele\, pedir mais tempo!

- Porque o senhor faz isso\, pai? Eu não aguento mais! - Ela falava obviamente triste.

- Não sei viver sem sua mãe\, no jogo e na bebida é o único lugar que encontro paz. - Jean baixou a cabeça e engoliu seco. Ele sabia como era aquela sensação.

Naquele dia, ao invés de ir embora, Jean pediu os exames da garota ao hospital, perguntou sobre seu tipo sanguíneo e todo histórico médico. Dali mesmo ligou para um detetive e fez uma breve investigação sobre sua vida. Ela era a pessoa perfeita para o que ele precisava. E ela tinha o motivo perfeito para aceitar. Estava desesperada por dinheiro!

A proposta

Ana Carolina ganhou alta na manhã seguinte. Resignada, e depressiva, se atirou no sofá de casa, ainda com o homem que a ameaçou no dia anterior em mente. Nem o atropelamento serviu para distrai-la do principal problema. Arrumar dinheiro, para a dívida gigantesca de seu pai. Em meio a seu desespero, lembrou das inúmeras propostas que a vizinha que tinha um bordel lhe fazia. Engoliu o choro e ergueu-se. Falaria com ela. Ainda era virgem, quem sabe poderia leiloar sua virgindade pelo valor da dívida! Já tinha ouvido coisas parecidas.

Seu pai já havia saído, disse que iria procurar o homem para conversar, mas Ana duvidava muito que conseguisse algo.

Andou vagarosamente até a casa da esquina, onde a mulher, conhecida como Charlotte, vivia. Sentia-se um boi, indo para o abate. Mas antes mesmo de alcançar a casa da mulher, um carro de luxo preto, parou-se a seu lado. O vidro escuro baixou, e um homem de meia idade a encarou.

- Senhorita Ana Carolina Quebert? - Ana engoliu seco. Seria outro cobrador?

- S-sim… - Respondeu temerosa.

- Entre no carro por favor\, tenho uma proposta para lhe fazer. - Ana pensou\, se devia correr\, ou gritar\, mas então uma voz no banco de traz do carro soou\, falando com o senhor de meia idade.

- Diga a ela\, que é uma proposta que pode resolver todos os problemas dela.

- Todos? - Ela perguntou ao senhor\, tendo ouvido o que o homem\, que ela não via disse.

- Entre\, se não quiser\, não lhe obrigaremos. - O homem lhe responde. E ela resolve tentar. O que seria pior que morrer\, ou se prostituir?

Ela abre a porta de trás do carro e engole seco vendo o homem grande e forte, sentado. Ele possuía os cabelos escuros, o maxilar quadrado marcado, e um leve furinho no queixo.

- Obrigada\, senhorita Ana. - O homem fala e sua voz grave levemente rouca\, faz Ana arrepiar-se inteira.

- Qual a proposta? - Diz ao homem\, que tinha o rosto coberto por uma máscara preta\, que lembrava-lhe inadequadamente do Batman. Fazendo-a sentir um misto de confusão\, tendo medo e achando graça.

- Preciso de uma pessoa para me dar um filho.

- Tô fora! - Ana\, diz interrompendo o homem\, e pela pouca luminosidade de dentro do carro\, foi capaz de ver o homem\, travar os maxilares e seus olhos\, deveras claros\, escureceram.

- Preciso de uma barriga de aluguel\, estou disposto a pagar até 1 milhão de reais. - Ana abriu a boca e viu um leve sorriso passar pelos lábios do homem.

- UM MILHÃO? - Ela quase grita.

- Mas teremos um acordo\, muito bem escrito em um contrato. Você fará uma fertilização in vitro\, recebendo os meus espermatozoides\, emprestando assim o seu útero e usando os seus óvulos\, não terá acesso a criança depois de ela nascer\, nem mesmo poderá contar a alguém sobre ela. - Ana fica congelada.

Demora alguns minutos digerindo o que o homem disse. Com um milhão de reais era capaz de terminar de pagar a faculdade, pagar a dívida de seu pai, e até se mudar daquele bairro perigoso. Sua cabeça girava enquanto ponderava os pós e os contras. Seria uma enorme mudança! Seu corpo mudaria, seu psicológico, tudo! Era uma decisão muito perigosa. Estava com seus recentes 19 anos, deveria tomar uma decisão dessas? Enquanto pensava, algo lhe chamou a atenção logo à frente.

Um carro parou em frente a sua casa, e atirou seu pai, quase desmaiado, cheio de hematomas, no chão. Seu coração parou.

- Pai! - Gritou tentando sair do carro\, mas as portas estavam travadas. - Abre\, é meu pai\, ali. - Ela aponta\, em direção do senhor caído no chão\, e o homem ao seu lado diz.

- Aceite! E o levo para o hospital agora mesmo. - Ana Carolina o encara desesperada. - Toda a gestação será acompanhada pelos melhores médicos\, e o dinheiro cai na sua conta no minuto em que disser sim! - Ana não tinha muitas opções\, seria feito uma fertilização nela\, não precisaria transar com ele\, nem com ninguém e ganharia muito mais\, do que se decidisse se prostituir a vida inteira.

- Está bem! Eu aceito. - Ela diz ofegante\, controlando as batidas do próprio coração. O mascarado assente e comanda o motorista para ir até a casa mais a frente.

Ana Carolina é ajudada pelo motorista a colocar seu pai no banco de trás, onde senta-se a seu lado, enquanto o mascarado senta-se na frente. O caminho até o hospital não demora muito. Ana fica de queixo caído ao ver que foram levados para o maior e mais famoso hospital da cidade, mas nada diz, afinal o homem disse que pagaria tudo, e pelo que ela faria para ele, teria de pagar mesmo!

Jean depositou o dinheiro para ela, e combinou de se encontrarem na semana seguinte, quando ela começaria a fazer todos os exames solicitados. Depois daquele dia, ele pediu para uma advogada ficar responsável dos trâmites do contrato. Assim não haveria enganos.

Exatos 7 dias depois, ela liga para o seu número pessoal, o qual havia deixado com ela.

- Estou pronta. - Disse seca.

- Vou buscá-la. - Mas ele resolveu mandar apenas Carlos\, seu motorista\, ir buscá-la. Precisava conversar com Julieta.

Naquele dia Jean ficou segurando a mão de sua esposa. Pedia-lhe força e perdão. Ele contava que conseguiriam realizar aquele sonho. Teriam um bebê. Ele chorou, ali com ela, mesmo depois de anos sem derramar uma única lágrima.

Ana Carolina disse a seu pai que tinha conseguido um trabalho em outra cidade, não queria que ele soubesse o que ela iria fazer. Pagou os devedores, e implorou a seu pai que não se metesse mais com aquele tipo de gente. Ele jurou que nunca mais iria, e questionou-a de onde tirou o dinheiro, mas ela apenas disse que foi um empréstimo de um amigo. O mascarado prometeu um apartamento, e uma enfermeira 24 horas por dia. Queria saber de cada mínima coisa que acontecesse com ela.

O dia chegou tão rápido que Ana não havia ainda assimilado a ideia de engravidar. Deitou-se naquela maca, e nunca sentiu-se mais sozinha na vida. Sentia as lágrimas enquanto a médica fazia o procedimento.

Tudo foi muito rápido, e quando se deu conta já estava no seu novo lar. Pelo menos pelos próximos 9 meses.

Grávida

Já fazia três meses desde o dia da fertilização, que para sua surpresa e até mesmo da médica, deu certo de primeira.

Jean descobriu pela própria médica, a qual ele pagava um grande valor pelo sigilo, que a garota que ele escolheu era virgem. Sentiu-se o pior dos homens, mas agora não adiantava mais. Ela já estava grávida de um filho dele. Todos os dias ele ligava, a enfermeira lhe passava o geral, e ele conversava com a garota, ouvindo as queixas, ou as descobertas.

Ana ainda não aparentava estar grávida, a barriga crescera muito pouco, mas o pouco que aparecia ela espichava e tirava fotos. Havia trancado a faculdade, pelo menos esse ano, se dedicaria a essa gravidez, que salvou sua vida e a de seu pai. E mesmo sem querer, ela se encantava pelas pequenas mudanças, acariciava a barriga e conversava com o bebê em seu ventre.

No quarto mês de gravidez, Ana sentiu um tremor na barriga, pesquisou correndo para saber o que acontecia, pois tinha vergonha de perguntar tudo para a enfermeira, que estava sempre carrancuda. Descobriu ser o bebê mexendo, discou o número pessoal do pai da criança, que ela ainda nem sabia quem era direito. No segundo toque ele atendeu, com sua voz grave e rouca, com um tom preocupado, afinal ela não costumava ligar, ele que ligava.

- O bebê mexeu! - Ela disse eufórica\, e ouviu uma expressão de surpresa. - Ah… - Ela deu um gritinho. - Está mexendo…

Jean sentiu seu peito apertar ao ouvir o coração do bebê pela primeira vez, como queria poder estar presente. Mas decidiu se manter distante para proteger o anonimato, e mais tarde a mulher não o procurar querendo a criança, ou divulgar a informação. Ligava todos os dias, queria saber o que ela sentia e como se sentia. Podiam-se dizer quase amigos.

Naquela tarde ele havia perdido um cliente e amigo muito antigo para uma doença. Tinha acabado de chegar do enterro, quando seu telefone tocou. Era ela, com aquela voz doce e animada. O bebê havia se mexido. Ele sentia a euforia dela pelo telefone e mais uma vez desejou estar lá. Tocar em sua barriga, e ouvir os barulhos que fazia.

No dia da descoberta do sexo do bebê, ele chorou com ela, no telefone. Seria uma menina. Seria a menininha dele.

- Qual nome escolheremos? - Ela disse\, e ele congelou. Durante esses meses\, tinha se afeiçoado da moça\, mesmo a distância e apenas por telefone\, sentia-se atraído por ela\, e ficava ansioso para o final do dia chegar\, e ligar para ela. Ouvi-la contando como foi seu dia\, como sentia-se e como o bebê se movimentava. Mas ela não era  a mãe daquele bebê. Ela não era a pessoa que devia estar carregando aquele bebê.

Depois daquele dia, Jean começou a ligar menos, e cada vez que ela ligava, ele não atendia. Suas informações, vinham apenas pela enfermeira, e quando deu-se conta, não falava mais com ela.

No oitavo mês de gestação recebeu uma ligação. Ela havia passado mal e foi levada para o hospital central. Ele correu até lá, como se sua vida dependesse disso, e ele suspeitava que dependia. Ao chegar lá, descobriu que ela estava em uma cesárea de emergência. Pediu a Deus, que não levasse o seu pedacinho de gente embora, e cerca de 3 horas depois, veio a notícia. O bebê e a mãe estavam bem. Engoliu seco, e pediu transferência do hospital, deixando a jovem em um, e levando a bebê para outro.

Ana acordou, e a primeira pessoa que viu, foi a advogada. Ela nem mesmo havia saído completamente da anestesia, e ouvia a mulher lembrando-a das cláusulas do contrato. Nada de contato, nada de informações, nada de mencionar. Nunca dizer ou divulgar. Ana sentiu-se traída dentro do coração. Ela sabia que a menina não era sua. Nunca pensou nisso, mas aquele homem, não a deixou nem mesmo ver o rostinho da menina. Não ficou sabendo nem o nome que ele escolheu.

O próximo ano foi difícil. Ao voltar para casa, encontrou seu pai doente, por mais que ela ligasse, durante o período que esteve longe, ele sempre dizia estar bem, mas ao colocar os olhos nele, soube que não era bem assim. Ele não durou mais que 3 meses. Ela vendeu aquela casa, mudou-se de bairro e decidiu se reerguer, esquecer o passado e tudo que ele poderia ter representado. Seria uma nova mulher! Jurou a si mesma.

Voltou a fazer faculdade, terminando seu curso de pedagogia. Buscou especializar-se na área de letramento e alfabetização. Queria ser a melhor, não para os outros, mas para os seus alunos. Ela amava o que fazia, e em cada escola que passava era enaltecida e recomendada.

Jean contratou duas babás para sua pequena anjinha. Sophia seria o nome dela. Era um dos nomes que Julieta gostava. Nos primeiros meses tudo era novidade, ele conversava e cantarolava para a pequena. Levava-a várias vezes ao dia, para o lado de sua esposa, para que ela sentisse o bebê. A filha deles.

Mas após o primeiro ano, ele sentia-se exausto. Mesmo com duas babás, ele era o pai, e tentava gerir aquela situação. A bebê chorava muito, vivia ficando doente, e por vezes os médicos diziam ser falta da mãe. Ele começou a se afundar cada vez mais em trabalho, e deixar cada vez mais a menina sozinha, somente aos cuidados das babás. A cada vez que a olhava via traços daquela mulher, nela. Os cabelos castanhos, os olhos assustados. Não era Julieta ali, era a outra!

No aniversário de 4 anos de Sophia, Julieta despertou, mas ainda era uma mulher debilitada. Jean não tinha mais esperanças, e por vezes pensou em desligar os aparelhos, mas agora ele via sua mulher, há 14 anos anos desacordada de olhos abertos. Foi um susto, uma alegria e um pouco estranho. Afinal, ele já não era o mesmo há muito tempo.

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