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Uma Família Para O CEO

Capítulo 01

Bom dia, boa tarde e boa noite!

É com muito carinho que iniciamos mais uma obra, espero a compreensão de todos, pois a obra ainda não está concluída, então os capítulos de início serão poucos. Quem gosta de ler apenas quando finalizar já deixa FAVORITADO e tenha um pouquinho de paciência.

(Para melhor entendimento do que aconteceu com o casal Antonella e Michel, é só ler CANCELANDO O CONTRATO COM OCEO) "Não é preciso necessariamente ler o livro anterior para seguir a leitura" 

"A autora não apoia nenhuma categoria de crime que possa vir ocorrer durante a obra, tenha em mente que tudo descrito aqui é ficção" 

Boa leitura 📚

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Passado –  Onze meses antes.

Nadine Jordan 

Ando a passos curtos de volta para casa depois de mais um dia cansativo na lanchonete da senhora Parker, Ela é uma senhorinha bondosa que me deu um emprego mesmo eu sendo menor de idade na época, pensar que já fazem dois anos que eu trabalho para ela me faz lembrar da minha mãezinha, na verdade lembro-me dela o tempo todo, o cansaço não é tanto de quando eu estudava, finalmente as aulas acabou, eu não tenho condições de tentar uma faculdade agora. 

– Mãezinha, bem que a senhora poderia me dar uma forcinha aí do céu e fazer uma notinha de cem aparecer assim, sem mais nem menos nos meus pés – peço olhando para o céu e quase caio de cara no chão, não, eu não tropecei no dinheiro que pedi da minha mãe, e sim escorreguei quando uma pedra sorrateira me fez deslizar sem mais nem menos, continuo fazendo parte da população que nunca achou dinheiro na rua– Obrigada mãe. 

Digo irônica, logo me arrependo, minha mãezinha não tem culpa do que aconteceu conosco, ela é, e sempre foi uma grande vítima da vida. Acredito que todos nós somos, não pedimos para nascer, mas somos colocados no mundo, e misericórdia se eu soubesse que era tão difícil nem queria ter nascido. 

Ah queria sim, provar essas delícias existentes no mundo faz o esforço para sobreviver valer a pena. E tem a minha irmãzinha, a qual não penso nunca em abandoná-la, mesmo quando tenho que aguentar os abusos do meu padrasto. Ele nunca foi tão bonzinho, mas depois que dona Stella se foi, parece que ele piorou trezentos por cento. 

O meu celular toca acho estranho ser minha colega Eunice da lanchonete, será que aconteceu alguma coisa com a senhora Parker, Ela estava se queixando de dor hoje, então  atendo rapidamente. 

– Oi Nice, aconteceu alguma coisa?– pergunto preocupada. 

– Sabe que eu sempre pego um extra na boate Eros, não é? – ela fala sem ao menos me cumprimentar, o que é normal, apenas concordo lembrando que o primo dela é segurança de lá e sempre arruma uma vaga pra ela, eu mesmo já fui uma vez em seu lugar, porém para nunca mais, é muito trabalhoso – Então eu tinha confirmado que iria, e se eu não for ou mandar alguém em meu lugar o meu primo vai me matar. 

– Eu jurei que não iria voltar naquele lugar Nice – digo nervosa ela sorrir, o lugar é uma boate chique e as pessoas não se dão o respeito e tinha gente fazendo as maiores sacanagens na frente de todo mundo – E porque você não vai? Sei o quanto o dinheiro conta no final do mês. 

– Não seja boba, você precisa mais do que eu, e além do mais eu tenho planos inadiáveis para essa noite  – diz maliciosa, eu reviro os olhos, porém cada centavo é muito importante para que um dia eu possa me sustentar sozinha com a Flora sem precisar contar com o dinheiro do escroto do Bernard, na verdade o que eu quero dizer mesmo é fugir com Flora para bem longe. E as gorjetas e o pagamento lá para ter ideia foi maior que o meu pobre salário que ganho, só de um senhor asqueroso ganhei trezentos dólares, sim isso mesmo, fiquei em choque, mas fingi que aquilo era normal no meu dia a dia, o velhinho estava com duas modelos ao seu lado, se elas estavam tirando dinheiro do pobre coitado que de pobre não tem nada, porque eu iria recusar uma gorjeta? Estava trabalhando dignamente.  Enfim, como ela precisa de dinheiro nunca mais me chamou e ainda tem a questão da minha idade, eu também não sou fã daquele lugar. 

Vai ser um problema sair a noite, mas fecho os olhos e peço mentalmente que o meu padrasto esteja bêbado e assim eu não vou precisar lidar com ele, por fim concordei e desligo o telefone velhinho quando ela diz que vai me passar todas as instruções dessa vez por mensagens, sim as instruções, da última vez fiquei na área VIP, onde será dessa vez? 

– Oh filha, finalmente chegou, estávamos ansiosas — dona Mary diz animada assim que eu entro em seu apartamento com a chave reserva que me deu, ela mora no mesmo andar onde moramos meu padrasto Bernard, minha irmã Flora e eu. Dona Mary é aposentada e sempre me ajudou desde a morte da mamãe, me apoiou cuidando da Flora quando eu disse que além de estudar eu trabalharia para quando chegar a hora eu ter dinheiro. 

Um ano após a morte da mamãe meu padrasto só vivia bêbado, todo o dinheiro da sua aposentadoria era para custear a bebida, uma vez o leite da Flora acabou antes do fim do mês e se não fosse dona Mary não sei o que teríamos comido naquela semana, foi aí que eu decidi com apenas dezesseis anos que eu iria trabalhar para nunca mais ter que passar por aquilo novamente. 

– Estavam ansiosas para oque?– perguntei abraçando a minha florzinha sapeca que se joga em meus braços. Ela é bastante esperta para os seus três anos de idade, mamãe morreu em seu parto prematuro após "uma queda" eu estava na escola então não sei como de fato tudo aconteceu, mas meu padrasto disse que ela caiu. Dona Stella estava grávida de sete meses. 

– Ora sua bobinha, hoje é dia de bicoitinho– minha irmã mais linda do mundo diz com as bochechas vermelhas e a boca suja de chocolate sua roupa está cheia de farinha de trigo. 

– Na verdade, hoje é o seu dia – Dona Mary diz abrindo a sua geladeira e tirando de lá um bolo pequeno com cobertura de chocolate e alguns morangos, os meus olhos ficam emocionados quando ela pega umas velinhas em  cima da mesa e coloca uma a uma até dezoito, meu Deus hoje é o meu aniversário.  

– Dona Mary – digo com os lábios tremendo, não sou de chorar, mas agora, é impossível conter.

– Não chola Maninha – Minha flor diz abraçando as minhas pernas. 

– É de felicidade minha flor – eu falo fazendo carinho em seus cabelos. 

– Venha filha, vamos bater os parabéns – ela diz acendendo as velinhas em seguida cantamos os parabéns, com tudo o que vem acontecendo em minha vida eu esqueci completamente que hoje eu estou completando a maioridade, que hoje mais um ciclo está se iniciando em minha vida, na hora do pedido apenas fecho os olhos e peço que me iluminem, que minha mãe me indique o caminho que eu devo seguir e não deixo de pedir o principal, saúde e amor. – Você merece toda felicidade do mundo,  minha querida. 

– E a senhora é a pessoa mais bondosa do mundo todinho, merece todo amor do mundo – eu digo emocionada lhe abraçando apertado ela sorrir em seguida comemos e eu fico envergonhada de pedir mais um favor, porém prontamente ela concorda.

Quando chega a hora em que eu tenho que me arrumar para ir para a boate que fica em um bairro nobre vou para a minha casa, mas já deixo a minha irmãzinha na casa da dona Mary mesmo para não ter problemas com Bernard, que felizmente não está em casa. 

– Deixando claro que dessa vez você não vai me enganar mocinha – Czar o primo de Nice diz assim que eu chego lá, na primeira vez em que eu vim eu era menor e mentir sobre isso, olho envergonhada e dou de ombros, não vou pedir desculpas, aquele dinheiro deu para eu fazer as compras do mercado por três meses para minha irmã e eu. 

Enquanto ando para lá e pra cá com uma bandeja em mãos, felizmente me deram um uniforme maior dessa vez, mas ainda assim, a saia do vestido em meu corpo ainda parece vulgar, os homens olham com desejo explícito para o meu bumbum, eles parecem que sente o cheiro da minha virgindade de longe. 

Em certo momento da madrugada perto das duas horas e do meu horário de saída Sabrina que ficou no bar queria ganhar gorjetas maiores e como eu já tinha ganhado o suficiente na área VIP servindo os riquinhos enquanto eles se esfregavam descaradamente em suas acompanhantes troquei de lugar com ela, sustentar o meu bumbum enorme e as minhas coxas grossas cansam, então preciso ficar em um lugar que eu não ande tanto nesse salto enorme. 

– Cansada de ter que aturar os filhinhos de papai?– uma voz forte, gutural diz no balcão me causando um arrepio, penso ser o frio, e me me viro para atendê-lo, assim que eu respiro fundo e levanto os olhos em sua direção, me surpreendo o quanto ele é… céus tenho nem palavras, sabe aquelas séries que tem homens enormes, com barbas grandes, abdômen trincado e são chamados de vikings? Esse é um, ele é alto, os ombros largos, as sobrancelhas grossas porém bem feita, a barba aparada mas dando aquela aparência de que estár por fazer completa o rosto másculo, para ser o homem dos meus sonhos só falta ter os olhos azuis profundos da cor do mar, não contenho a curiosidade então aperto os olhos e … – Porque você está me olhando desse jeito? Tem problema de visão? 

– Perdão senhor – digo envergonhada, não vou dizer que eu estou tentando ver a cor dos seus olhos, logo uma pessoa me chama, eu atendo e finjo esquecer da presença daquele semideus, impossível esquecer quando sinto a minha nuca queimar o tempo todo, mas finjo não ligar para ele, eu amo series de viking, o meu sonho era conhecer um cara daqueles, me casar e ter um filho tão parecido com o pai que eu fingiria ter raiva para não causar inveja nas minhas amigas. 

Mas aí vem a seguinte questão, eu não tenho amigas, minha única amiga, não sei nem o que dizer, ela tem se afastado muito por causa do seu "marido", dona Mary não iria querer o meu viking. Eu olho em sua direção e ele sorriu para mim, e  misericórdia pela primeira vez na vida sinto algo além do meu coração pulsar por um homem, tenho certeza que ele sabe do efeito que causa nas calcinhas das mulheres, então disfarço fazendo de conta que esse maldito sorriso não me afeta. 

Os olhares de desejos em minha direção me fazem lembrar de um cliente que eu finjo esquecer a presença, certa de que eu nunca mais vou ter a oportunidade de conhecer um "viking" em minha vida, decidi que por hoje o meu aniversário merece uma comemoração, ele ainda não sabe, mas vai ganhar um presente que nos livros que eu li os homens odeiam porque acreditam que a gente sempre se apaixona pelo nosso primeiro "amante", completos tolos, mulher se apaixona pela forma que é tratada, e esse cara eu nunca mais vou ver na vida, então não tenho nada a perder. 

Nadine

Capítulo 02

Ainda no Passado - 

Dylan 

Michel só pode está de brincadeira com a p0rra da minha cara, não é possível que ele não enxergue um palmo diante do seu nariz, se bem que o nariz do cretino é grande. 

Eu sempre fui o Dylan Put0 Foster, mas sempre acreditei no respeito, apoiei o acordo, o contrato de casamento dele com a secretária mesmo quando não devia porque o modo como fizemos tudo foi errado.  Eu fiz isso apenas porque eu sabia que um dia apareceria uma mulher doce que faria o meu amigo cair de quatro, e eu acreditei piamente que essa mulher era a esposa dele, mas o que o filha da put4 do meu melhor amigo fez hoje com ela não foi o certo, fez eu me arrepender de ter apoiado essa sandice de contrato, Antonella ou qualquer outra mulher não merece isso. 

Eu disse pra ele que a partir do momento que ele se envolvesse romanticamente com a Antonella eu não concordaria com esse tipo de coisa, ainda mais ela estando praticamente no mesmo lugar que eles, foi nojento demais presenciar isso. 

Depois de ouvir as maiores barbaridades sobre o meu melhor amigo, deixo Bárbara em seu apartamento e decido ir até a boate para tomar alguma coisa, preciso esquecer essa noite de merda, pretendo ir até lá não para encontrar uma boa fod4, mas para tomar uma boa bebida e apreciar o barulho que vai silenciar a minha mente que está gritando comigo agora implorando para que eu dê um soco na cara do meu amigo. 

A boate como sempre está lotada, reviro os olhos, ricos filhos da put4, assim que eu entro os olhares de desejo das mulheres não me passam despercebido, sempre gostei disso, sou um ótimo apreciador de Bocet4as mas hoje, talvez não, só quero um bom uísque.  

A atendente que diz se chamar Sabrina provavelmente cansou das suas inúmeras tentativas frustradas de dar em cima de mim, talvez se fosse outro dia eu a f0deria em qualquer lugar dessa boate, mas o meu amigo de dentro da cueca não parece muito animado. 

Talvez seja ela, porque quando os meus olhos encontram uma bela morena com um traseiro maior que o da minha querida Babi, o meu membro cresce rapidamente, pior que isso, sinto um arrepio percorrer em meu corpo, deve ser causado pelo enorme tesão que senti, eu preciso ter essa mulher. Era o que eu acreditava antes de eu chamar a sua atenção e dar de cara com um rosto bem jovem, me sinto decepcionado, eu não fod0 mulheres jovens, elas se apaixonam rápido e eu prefiro o sexo gostos0 das mulheres  experientes. 

Acredito que eu sou um filho da put4 quando me sinto tentado a passar por cima de uma das minhas regras e continuo a olhá-la, ela parece não perceber o efeito que causa nos homens, trata todos educadamente e não devolve flerte algum, e a forma como ela é gentil com todos me causa incômodo, eu queria que sua atenção fosse só minha. Quando ela olha para mim eu sorrio sabendo o efeito que o meu sorriso causa nas mulheres, sua bochecha fica vermelha mas ela não parece ligar, que filha da put4, ela me causa raiva, me faz desejar tê-la rendida em meus braços só para satisfazer o meu ego que no momento se sente ameaçado, porque eu sou o único que ela evita atender. 

– Vou fingir que você não está me evitando – Falo alto quando ela se aproxima de mim fingindo limpar o balcão, não me passa despercebido que agora ela está tentando uma aproximação. Um fato que eu não contei, a boate é minha e de Michel, mas pouca gente sabe disso então quando vejo Jones vindo em minha direção eu apenas balanço a minha cabeça fazendo que não, ele administra o lugar e eu não quero que uma das funcionárias do lugar saiba que eu sou o patrão, principalmente ela... 

– Eu não estou fingindo que você não existe, eu estou trabalhando – ela diz petulante e eu gosto desse atrevimento dela. 

– E eu posso saber até que horas você vai trabalhar?– perguntei sorvendo mais um pouco do meu uísque, ela revirou os olhos e sorriu, a maldit4 revirou os olhos para mim. 

– Jura que esse papo furado funciona?– ela questiona levantando uma sobrancelha e eu sorrio do seu atrevimento, ela não sabe, mas essa madrugada ela é minha, só de ela não me dizer o não inicial, ou não ignorar a minha pergunta como fez com todos os outros já diz o que eu imaginava, ela quer ser minha. 

– Sim, tanto funciona,  como nós dois vamos acabar a noite embolados no hotel mais próximo da boate – eu aviso olhando em seus olhos, ela estremece e o meu membro pulsa contente dentro da calça, sim amigo comemora porque ela vai ser nossa. 

– Não vou sair com você – Ela diz, mas seus olhos e seu corpo diz ao contrário, eu sou um bom conhecedor do corpo feminino. 

– E porque não?– pergunto e balanço a cabeça negando quando ela me oferece mais do líquido que eu estou tomando, quero estar bem lúcido para aproveitar o máximo do seu corpo quando ela decidir se entregar a mim  – Me dá um motivo e eu te deixo em paz. 

Ela não responde de imediato, apenas morde os lábios e olha ao redor, provavelmente em busca de uma desculpas, não há desculpas porque ela quer, e ela tem caras daquelas mulheres que vai atrás do que quer. 

– Não sei o seu nome – Por fim diz me desafiando com um olhar – A cidade está muito perigosa para sair com qualquer um  

– Você está dizendo que eu sou qualquer um?– Questionei ofendido, ah se ela soubesse. 

– Para mim sim – Respondeu e sorriu maldosa, essa mulher tem um put4 sorriso, e quando sorri de lado parece uma sereia me chamando para o fundo do mar – Porque ? o riquinho ficou ofendido? 

– Inacreditável – respondo incrédulo, em uma ação rápida puxo o seu braço por cima do balcão trazendo o seu rosto para bem próximo do meu, é possível sentir a sua respiração quente, acelerada e o seu hálito de melancia é um tanto convidativo, tanto que eu passo a língua em meus lábios como se eu pudesse sentir o sabor deles – O fato de não sabermos o nome um do outro torna tudo mais interessante, você não sabe quem eu sou, e eu não sei nada sobre você, vamos para o hotel fod3r como dos cachorros no cio e depois cada um vai para o seu lado e fim. 

A sua respiração fica mais acelerada conforme eu vou falando, o seu peito sobe e desce deixando mais evidente o formato redondo dos seus seios, tenho certeza de que eles vão caber na palma da minha mão, e a sua aréola vai caber perfeitamente em minha boca para eu sugar com força, o tom escarlate que domina o seu rosto me indica que ela sabe o que se passa em minha mente nesse exato momento. 

– Eu vou porque eu quero ver se você tem essa pegada forte que aparenta ou é só um jeito de não demonstrar que não passa de três minutos – Diz olhando em meus olhos, me desafiando, nenhuma outra mulher teve o poder de me desafiar tanto quanto essa garota faz em cinco minutos. 

– Você é petulante– Digo e sussurro – Você ainda vai lembrar de mim por pelo menos uma semana,  vai estar tão assada que vai se arrepender de ter me desafiado, garota. 

Ela sorrir e se afasta, continua o seu atendimento por mais uns vinte minutos e diz que já está na hora da saída, eu não preciso pagar a conta porque ela já vai direto para o meu cartão, a facilidade da pulseira com o código de barras para os que frequentam a área VIP.  Infelizmente eu ouço alguém chamar o seu nome, é diferente, único para mim, tenho vontade de pronunciar, mas tenho medo de que ao fazer isso o som do seu nome nunca saia da minha mente. 

Já com o meu carro próximo onde fica a saída dos funcionários espero ela, e sorrio comigo mesmo, nem quando eu era mais novo eu gostava de pegar mulher nova, e agora olha eu aqui, com trinta e seis anos esperando praticamente uma Garota, espero que ela tenha pelo menos vinte anos.

– Você é maior de idade não é?– pergunto quando ela entra no carro, ela sorri e seu sorriso é lindo, merda Dylan, desde quando você repara no sorriso de alguém? 

– Claro, ou você acredita que eles me deixariam trabalhar aqui sendo menor?– indaga eu olho no fundo dos seus olhos, ela não pisca, não vacila, não desvia, ela tem razão, se fosse menor de idade  não estaria trabalhando aqui e muito menos estaria dentro do meu carro,  então respirei aliviado foi tão audível que ela sorriu. 

No carro percebi mais ainda que ela é inexperiente, o meu lado racional queria pedir o seu endereço e deixá-la confortavelmente em sua casa, mas o outro lado, um lado novo que eu não sei definir ainda qual é, quer essa mulher, eu desejo tanto me enfiar no meio das suas pernas que não penso muito a respeito do que poderia acontecer. 

Não me dei conta de que estou a um tempo olhando-a quando o sinal já deve ter até ficado verde, mas o modo como ela me encara de volta me paralisa, me deixa ansioso, não sei que p0rr4 está acontecendo, mas eu a puxo para um beijo, o nosso primeiro beijo eu deveria ter feito isso para saber o modo como nossas bocas iriam se encaixar, e eu não poderia estar mais surpreso, o nosso encaixe é perfeito, como eu imaginei ela tem um gosto de melancia, deve ser o sabor de uma das balas que eu a vi colocando na boca em um certo momento. 

O gemido baixinho que deixa escapar dos seus lábios envia uma onda em todo o meu corpo me fazendo intensificar o beijo, ela tenta me acompanhar, mas eu a beijo de um modo selvagem, intenso, bruto, quando cesso o beijo os seus lábios carnudos estão vermelhos ela permanece ainda um tempo de olhos fechados, e quando abre vejo a luxúria na mais perfeita forma em seus olhos escuros, porr4 só de olhar o modo como fica ofegante, de ouvir o seu gemido e de sentir o gosto do seu beijo me dar uma imensa vontade de goz4r, pela primeira vez temo que ela esteja certa e eu não dure nem três minutos. 

A ida até o hotel ocorreu no mais perfeito silêncio, não era desconfortável, era gostoso principalmente quando ela me beijava a cada parada de sinal, a forma como ela buscava a minha boca me fazia imaginar o quão faminta ela é na cama. Cheguei no hotel, não foi preciso ir até a recepção como ele é próximo da boate e eu nunca levo ninguém em minha casa, tenho sempre uma suíte em meu nome, cuja chave magnética sempre anda em minha carteira. 

No elevador não aguentei esperar os poucos minutos que demorariam e comecei a beijá-la com ainda mais vigor, assim que chegamos no quarto não perdi tempo, comecei a tirar a sua roupa, queria que ainda tivesse no vestido da boate, mas a calça jeans que vestia não foi um empecilho, apertar a carne macia da sua enorme bunda me fez soltar um gemido rouco em apreciação. 

Estapeio o seu bumbum desnudo fazendo ela soltar mais um gemido para mim, ela usa apenas a calcinha de renda, eu  a viro para mim depois de retirar o seu sutiã, beijo os seus lábios e me afasto um pouco para apreciar os seus mamilos lindos, duros e cheios. 

– Porr4 garota, como você é gostosa – digo em  meio a um grunhido de prazer, levo minhas mãos enormes até os seus seios e os apertei com força, ela geme, sem os saltos enormes ela é baixa, então inclino a minha cabeça em direção aos seus seios e sugo um enquanto aperto o outro. 

– Misericórdia – diz e eu sorrio, o vocabulário dela é um pouco particular. 

– Você é tão perfeita como a Afrodite– digo olhando o seu corpo – Acho que por hoje você vai ser a minha Afrodite. 

– E você é tão grande que hoje será o meu viking – ela diz e eu franzo o cenho, que p0rr4 é essa de viking?– Não pergunte, apenas aceite e me beija

– Com todo prazer minha deusa – Eu volto a beijá-la e a deito na enorme cama, fico uns minutos admirando o seu corpo exposto para mim e gosto do que eu vejo, queria que ela fosse minha outras vezes, o pensamento me confunde porque eu não gosto de sair com ninguém uma segunda vez, prometi para mim mesmo que com essa garota ia ser só hoje assim como todas as outras. 

Sob o seu olhar atento eu me dispo, quando fico só de cueca noto ela mordendo os lábios e isso faz o meu enorme membro pulsar atraindo a sua atenção. 

– Nossa, é enorme – ela diz em um sussurro, eu sorrio convencido, começo a beijar os seus pés ela sorrir e vou subindo até chegar em sua coxa onde deixo algumas mordidas, não sei porque mas sinto a necessidade de deixar marcas em sua pele, quando chego em sua intimidade inalo o seu cheiro delicioso guardando no fundo da minha memória, ela é tão cheirosa, retiro a sua calcinha com delicadeza pela primeira vez pretendo roubar algo em minha vida, e é uma maldit4 calcinha. 

Volto a minha atenção para a sua intimidade que se encontra molhadinha chamando a minha atenção, me farto da sua b0c3tinha deliciosa, parece que eu nunca tinha provado nada gostoso antes e essa é a minha primeira vez, em primeiro momento ela tenta fechar as pernas mas logo as abre recebendo bem a minha língua, ansiando por mais dela. 

– Eu preciso .. – começa mas não conclui continua pressionando a minha cabeça em sua intimidade, eu sei do que ela precisa, intensifico a velocidade da minha língua e levo o meu dedo indicador até a sua entrada e a penetro com um dedo mas indo não tão fundo, ela geme alto e pede por mais, chupo mais um pouco e não demora ela goz4 em minha boca me deixando inebriado com o seu mel, tomo tudo o que eu posso, lambo até ela parar de tremer, notando que está pronta tiro a minha cueca e pego uma camisinha na gaveta que fica ao lado da cama, eu visto o meu membro sobre o olhar atento da minha deusa. 

– Você está preparada? – pergunto, nem eu reconheço a minha voz agora, ela está mais rouca que de costume, eu estou ansioso  o meu membro já estava todo babado com o meu líquido pré goz0. Ela confirma e abre bem as pernas me permitindo me acomodar em cima dela, devoro os seus lábios fazendo ela sentir o seu gosto – Prove, como você é viciante. 

Digo antes de voltar a atacar a sua boca, em seguida desci os meus lábios pelo seu colo e coloco o seu seio em minha boca faminta enquanto brinco com o meu membro em sua entrada encharcada, em um impulso deslizo de uma vez com força para  dentro dela e me assusto com o seu gemido de dor. 

– Put4 que pariu, que p0rr4 é Essa?– tento me afastar mas ela me impede entrelaçando as pernas em minha cintura, a sua intimidade que lateja agora aperta o meu membro com tanta força que acredito que me levará a morte, não acredito que eu acabei de fazer isso, algo que prometi nunca fazer em minha vida– Você é virgem? 

– Era – Diz tentando sorrir maldosa, tento sair novamente mas ela aperta mais as pernas envolta do meu quadril – Espera só um pouco. 

– Está doendo muito?– pergunto preocupado, eu deveria usar minha força e sair dessa situação embaraçosa, mas o pensamento de me afastar me causa uma sensação esquisita – Quer continuar? 

– Sim – diz com convicção olhando em meus olhos, tenho certeza de que eu nunca vou esquecer essa noite, não pelo fato de que eu tirei a sua virgindade, mas porque ela me faz sentir alguma coisa que até então era desconhecida, espero que quando eu acordar no dia seguinte eu não lembre de mais nada – É como você disse, vamos fazer sex0 até os nossos corpos não aguentarem em seguida cada um vai para o seu lado, sem nomes, sem lembranças e sem virgindade. 

A certeza que ela diz que não se lembrará de mim me causa estranhamento, pela primeira vez eu queria que uma mulher se lembrasse de mim, afasto esse pensamento horrível e desço a boca até a sua e a beijo, levo minha mão até onde nossas intimidades estão conectadas e toco o seu nervinho de prazer, sinto o seu corpo ficar relaxado então continuo a massagem e uns beijos sedentos, quando ela geme em minha boca, eu começo a me mover ainda lentamente, pouco a pouco os seus gemidos tomaram o quarto eu tiro a minha mão da sua intimidade e me apoio no colchão facilitando as minhas estocadas ritmadas. 

– Porr4 – rosno quando eu não consigo me segurar mais, quando o seu corpo começa a dar sinais de que vai g0zar novamente eu diminuo as arremetidas e ondulo o meu quadril fazendo ela revira os olhos de prazer eu dou  um sorriso perverso. 

– Eu vou… – Ela diz em um gemido sôfrego, eu aumento as minhas arremetidas em busca do meu prazer também, não demora, estamos chegando ao ápice juntos. Não sei o que aconteceu, só sei que foi intenso, como nunca foi antes com ninguém. 

A Nadine, ou melhor deusa, ela não sabe que eu ouvir alguém dizendo o seu nome, foi uma verdadeira deusa na cama, após eu tirar a sua virgindade e ela se acostumar com a invasão do meu tamanho, fizemos na banheira e mais uma vez no chuveiro, decidi deitarmos na cama apenas para descansar um pouco, eu nunca mando ninguém embora, sempre acordo antes e saio do quarto. Eu não ia ser um canalha com ela após tirar a sua virgindade, ela tem um jeito meigo mas selvagem de ser que é único, o pensamento de sempre querer mais dela, me causa medo, é  tentando colocar a certeza de que eu não vou voltar a vê-la que eu a abraço e ficamos de conchinha, eu nunca fiz isso com ninguém, mas ela sempre me força a ter uma primeira vez, inalo o seu cheiro natural e deixo me levar pelo cansaço.

Não sei que horas é, mas eu acordo com o meu membro duro bem acomodado sentindo a quentura gostosa de uma bocetinh4 molhadinha, o cheiro delicioso me faz sorrir lembrando de que o que quer que tenha acontecido não foi um sonho, se eu me mover  um pouco eu a penetro, é exatamente isso que a danada faz quando começa a se esfregar em mim, ela geme e céus, mesmo estando em um estado de sonolência elevada o meu coração se acelera, que porr4 de feitiço ela faz? Como consegue mexer comigo desse jeito? 

– Você vai me deixar louco – sussurrei mordendo o seu pescoço, ansiando para entrar ainda mais dentro do seu canal apertado. Dormir nus aparentemente foi uma ideia maravilhosa. 

– Por favor, fique louco – Ela pede em um fio de voz rouca de desejo, e empina o quadril para mim, fazendo o meu membro entrar mais um pouco, sem perder mais tempo começo a entrar e sair de dentro dela gemo satisfeito com o calor gostoso da sua intimidade, levo a minha mão que está envolta do seu pescoço até o seu seio e o  aperto, a outra que estava em sua cintura eu seguro firme e aperto seu corpo mais ao meu , nunca pensei que fazer de ladinho fosse tão gostoso, ela inclina o rosto para me beijar eu devoro os seus lábios quando ela inclina o rosto para mim aproveitando mais um pouco do seu sabor de melancia, quando gozamos satisfeito não demoramos a entrar em um sono profundo novamente. 

Horas mais tarde quando acordei estava só no meu quarto de hotel, olho as minhas roupas jogadas ao chão e sorrio, porém logo desfaço, eu poderia ter Afrodite novamente, era só ir na minha boate, mas eu não sou desses que vão atrás de um rabo de saia,  e ela não é uma mulher de ser caso de uma noite, sou experiente para saber que o que aquela feiticeira quis foi apenas perder a virgindade com um homem mais experiente. Respiro fundo e pego a sua calcinha que eu escondi embaixo do travesseiro.

– É Nadine, foi bom enquanto durou, até nunca mais minha deusa – inalo o cheiro da peça e a coloco na cama, em seguida vou para o banheiro, com a certeza de que nunca mais vou vê-la.  

Capítulo 03

Onze meses depois 

Dias atuais 

Nadine

Mais um dia em que eu tento de todas as formas arrumar um emprego e não consigo, sem experiência e sem uma faculdade fica muito difícil, mas difícil ainda quando se acabou de sair de um resguardo a apenas três dias.

Eu já tinha um corpo que me fazia vestir quarenta, mas a chegada da minha princesa duplicou os meus seios e a minha bunda, fazendo eu usar quarenta e dois, talvez como ainda é recente eu perca algumas medidas, mas vai saber? Eve, minha melhor amiga tomou o mesmo anticoncepcional que eu estou fazendo uso agora, e ela engordou cinco quilos e parou porque o marido não queria que ela engordasse,  Mas acredito que vai de cada pessoa, uns engordam com o método outras não.

É isso, o caminho que eu pedi da minha mãe para ela iluminar não foi o da maternidade, mas acredito que foi o que ela pensou que seria a melhor solução para os meus problemas que já não eram poucos. Também a culpa foi minha assumo, eu não deveria ter dado confiança aos meus pensamentos impuros com aquele cretino do meu viking, meu não, sabe se lá de quem. 

Enquanto caminho apressada na chuva para ir até o metrô com a barriga faminta já se passa da hora do almoço, lembro da nossa noite intensa, da forma como ele se preocupou comigo na nossa primeira vez, e da forma como ele me tomou para si com selvageria nas outras vezes, tenho quase certeza que tínhamos usado camisinha em todas as vezes, mas olhar todos os dias para os olhos verdes da minha Hope me diz que eu talvez tenha sido irresponsável em algum momento, dois meses depois me dei conta de que estava grávida, foi uma luta, porque eu não tinha plano de saúde e estava desesperada, mas uma alma bondosa chamada Antonella me ajudou, graças a ela consegui as consultas e ter o meu bebê sem maiores custos, olhar para o seu número na minha agenda telefônica me dá uma sensação de egoísmo, porque eu nunca liguei para agradecer, mas eu não quero atrapalhar a sua vida, tenho certeza de que ela nem deve se lembrar de mim. E eu o guardo para Deus me livre acontecer uma emergência, sabe aquele episódio do desenho do pica-pau que ele pede uma ligação e liga para o tio Sam e grita "tio Sam, socorro" já me imaginei várias vezes fazendo isso, mas eu de forma alguma quero ser problema para os outros, principalmente para ela que me ajudou em um momento em que eu não sabia o que fazer, com um bebê em meu ventre que eu não sabia como eu iria cuidar. 

Trabalhei até o meu oitavo mês, quando a senhora Parker teve que vender o seu ponto, e o novo proprietário  demoliu o lugar, ela precisou voltar para o seu país para se tratar lá e ficar com a família, desde então eu estou desempregada, tive minha filha no tempo certo, mesmo tendo passado por tanta coisa. 

O meu padrasto quase me bateu quando descobriu que eu já estava grávida, e aos cinco meses, minha barriga demorou muito a aparecer e eu evitava a todo custo me encontrar com ele. Minha irmãzinha que agora tem quatro anos e frequenta a creche do bairro me deu forças para continuar naquela casa, quando eu ameacei o meu padrasto de que ia sair ele debochou da minha cara e disse que por ele tudo bem, mas que eu não iria levar Flora comigo. 

Procurei orientação e descobri que o infeliz tem razão, apesar de eu ter quase dezenove eu não posso sair de casa e levar minha irmã, sem dinheiro, sem um advogado, sem a autorização dele, sem nada, justiça de merda.

A bebedeira dele aumentou ele nunca encostou as mãos em nós, mas as agressões verbais são constantes, eu já não aguento mais, principalmente agora que eu parei de trabalhar e ele acha que eu estou contribuindo com pouco dentro de casa, segundo ele "não quer sustentar vagabund4" sendo que sou eu que sustento a casa, mas pela minha pequena flor eu faço tudo. 

Não vou deixar uma criança de quatro anos com um bêbado que não sabe nem fazer a porcaria de um café, não confio no seu olhar distante, não confio na sua presença, ele é daqueles que tem um olhar sombrio, os seus amigos de "farda" da época que ele era da polícia sempre se gabavam que Bernard não tinha pena de nenhum bandid0, do quanto ele era mal, toda vez que eu o encontro eu tenho uma sensação estranha de que algo ruim está para acontecer. 

Saio dos meus pensamentos quando o meu celular toca, sinto os pelinhos dos meus braços se arrepiarem, passo as mãos pelos braços como se pudesse conter a sensação estranha que sinto em cada vibração do celular. 

– Por favor volta – minha melhor amiga diz aos prantos, ouço um choro alto da minha filha e o meu coração se acelera, a minha respiração ficou descompassada, ela desliga rapidamente sem me dizer o que está acontecendo me deixando angustiada, nervosa, como eu já estou perto de casa e não vou conseguir esperar pacientemente pego o primeiro táxi rumo ao meu bairro sentindo o coração aflito.

Estou tão desesperada como não me sinto a tanto tempo, fecho os olhos e peço para que minha menina esteja bem, dona Mary teve que viajar para cuidar da irmã há um mês atrás, Eve, minha melhor amiga me ajuda como pode, principalmente de dia, que é quando o seu marido está trabalhando, ele nunca gostou de mim, desde os nossos quinze anos que ele "começou" a namorar com uma menor de idade e eu dizia que ela era muito nova, foi apenas essa a minha mensagem eu estava de luto, e quis proteger a minha amiga, ele tinha trinta e quatro na época, o quanto isso é errado? Se ela tivesse pelo menos dezoito, tudo bem, mas ela só tinha quinze, e ele faz questão de jogar na minha cara até hoje que eu não apoiei o casamento deles. 

Ela engravidou quando ia completar dezesseis anos, e até hoje não terminou os estudos, não julgaria se fosse algo que ela não quisesse fazer, mas eu via como ela gostava de estudar, admirava a forma como os seus olhos brilhavam quando  ela dizia que queria ser uma médica prestigiada. Hoje aos dezenove Eve tem dois filhos pequenos e está grávida do terceiro acabou de descobrir, só me resta apoiar e torcer pela sua felicidade. 

– Acha que aqui é creche senhora estudiosa? – Marcel Diz sarcástico assim que abre a porta para mim, graças a Deus está caindo apenas uns respingos a  chuva forte passou, mas o tempo está muito frio assim como o lugar que deveria ser o coração desse homem, eu o considero um escroto, ele é ignorante, trata minha amiga como se fosse uma empregada e mãe dele, não deixa ela fazer um mísero corte no cabelo, eu me entristeço por saber que ela considera isso normal 

– Desculpe Marcel, não vai se repetir – Eu digo encarando os seus olhos para mostrar que não tenho medo dele. 

– Não vai mesmo, a próxima vez eu coloco essa menina na rua – ele diz grosseiro deixando a porta aberta para que eu entre, a casa está em silêncio absoluto, eu me preocupo de imediato, sigo para o corredor dos quartos mas antes ele me para e me puxa para os seus braços, tento sair mais ele tem praticamente o dobro da minha altura, quando penso em gritar ele coloca as mãos em minha boca – Shi, shi, shi.  

Ele nunca fez isso, e a constatação de que pode acontecer algo terrível agora me causa um medo ainda maior, olho para o corredor temendo que Eve saia de lá com a minha filha e tudo se complique, penso em chutar as suas bolas mas o olhar de repreensão dele me deixa paralisada. 

– Essa Marra toda que você tem vai acabar, e eu vou estar na primeira fila, e acredite Nadine eu não vou pagar caro – Ele diz rindo, e eu não entendo o que quer dizer com isso, ele me solta e se afasta – Agora eu te dou um minuto para você tirar aquela criatura daqui e nunca mais voltar, falou tanto de mim que tá aí com um filho sem saber quem é o pai, espero que quando chegar a minha vez tenha pelo menos algumas pregas. 

Apesar do nojo que sinto, não fico parada, corro para o corredor e entro no quarto dos filhos da Eve, eu a encontro trocando a fralda da minha pequena Hope, ela tem os olhos vermelhos, quando me vê respira aliviada. 

– Por favor, não diz nada, apenas pegue-a e vá embora – Eve diz antes de eu abrir a minha boca. 

– Vem comigo Eve – peço pegando a minha filha em meu colo tendo certeza de que ela não deixou que Marcel machucasse a minha pequena esperança. 

– Não, o meu lugar é ao lado da minha família, ao lado do meu marido, só vai Nadine, por favor – ela diz me abraçando forte eu concordo sentindo o meu coração pesado, quando passo pela sala ele está limpando a sua arma ele me dar um sorriso sarcástico eu finjo ignorar enrolo bem a minha filha em sua manta e saio, ainda bem que é somente uma quadra a distância dos nossos prédios, não demora muito cheguei em casa. 

Flora passa o dia todo na creche, talvez eu coloque Hope lá vai ficar mais fácil arrumar um emprego, porém só aceitam crianças acima dos seis meses. Eu poderia procurar o pai, não é? Não vou sequer pensar nesse assunto agora. Ainda sentindo o meu coração na boca, entro em casa e sigo diretamente para o meu quarto, para tomar um banho e só então pensar em fazer algo para o almoço.  

Tiro a manta fria da minha filha e troco por outra vendo que ela continua dormindo, aproveito para tomar um banho antes que ela acorde e eu tenha que amamenta-lá, não tenho nem o direito de ficar chateada, triste e com medo do que aconteceu hoje, eu sou mãe e irmã, tenho contas e casa para me preocupar, oh céus quando a vida ficou tão complicada? 

Deitei na cama apenas para esticar as pernas e acordei meia hora depois com fome e aparentemente minha Hope também está, porque está se esgoelando toda, durante o dia cuidei dela e da casa com afinco, complicou na hora de buscar Flora na creche porque Hope parecia estar enjoadinha, a noite o meu padrasto não apareceu em casa e eu agradeci por isso, porque minha filha aparentemente estava adoecendo, eu não sabia se tentava acalentá-la ou se eu chorava junto. 

Na manhã seguinte, quando finalmente ela dormiu e minha irmãzinha ainda estava dormindo decidi ir na cozinha preparar o meu café e o dela, mas parei no corredor quando ouço o meu padrasto em seu quarto aparentemente falando com alguém ao telefone  

– Não, eu não vou estar em casa a noite e você vai poder vir pegá-las– Bernard diz e eu travo no lugar e suspendo a respiração para ele não notar a minha presença enquanto ouve a resposta de outra pessoa na linha – Não, no começo ela pode relutar mas como a boa vagabund4 que é vai se acostumar com o lugar facilmente – Nesse momento eu não entendo ou finjo não entender o que ele pretende, mas o meu coração parece querer parar,  – os caras são cheios da grana, acho que a gente deveria até ter pedido um valor maior pelas crianças. 

O homem bêbado que eu conhecia parece mais sóbrio do que já esteve na quase a vida inteira que eu o conheço, esse homem que está em seu quarto falando ao telefone com algum bandido tão ruim quanto ele eu desconheço, meu alerta diz que eu preciso fugir, quando ele se despede e desliga o telefone, eu corro para o meu quarto e me tranco lá, procuro uma bolsa e coloco todos os documentos que eu tenho, eu sempre guardei até o registro de nascimento da minha irmã, ainda bem por isso, coloco o essencial que cabe em minha bolsa, quando estou para terminar ouço batidas em minha porta, o meu coração para e tento me controlar para que ele não perceba que eu sei, dou algumas batidas em meu rosto para a cor voltar ao normal em seguida escondo a bolsa embaixo da minha cama e vou em direção a porta e abro. 

– Oi – Digo forçando a minha voz a sair, a ânsia de vômito é tanta que quase não controlo, procuro olhar em seus olhos para tentar encontrar um por cento que seja do homem pela qual minha mãe era "apaixonada" ela  acreditava que ele era amável, gentil, mas não encontro a bondade na qual ela se referia ao falar dele. 

– Está acontecendo alguma coisa?– perguntou fingindo preocupação e se eu não tivesse escutado a conversa de agora a pouco, acreditaria que ele está tentando ser educado e quer mudar. 

– Não porque?– Droga não sei disfarçar nada, o tremor em minha voz quase me denuncia.

– Você está com um semblante diferente – ele diz olhando no fundo dos meus olhos, eu o encaro e oro para que eu não vacile.

– Dormimos mal, Hope está com resfriado – Eu digo a verdade ele solta um palavrão, nesse momento forço os meus olhos a não derramar lágrimas, mas é impossível ao imaginar o que ele quer fazer conosco – Desculpe Bernard, eu realmente não dormir bem. 

Ele me olha procurando a mentira, nesse momento meu bebê começa a tossir, o meu coração de mãe se apertou porque foi irresponsabilidade minha ela é uma recém nascida ainda e já está prestes a ir para o hospital porque provavelmente o nariz está congestionado e o meu inalador está quebrado, o choro quer vir forte. 

– Tudo bem, faz um café para espantar o sono eu vou na padaria – ele diz, eu concordo e quando vou fechar a porta ele enfia a mão nela me impedindo – Deixe-a aberta, quando eu voltar quero ter uma conversa com a minha filha. 

Frisa bem a palavra minha filha como se dissesse que ela é dele e eu não posso fazer nada quanto isso, apenas concordo e corro para pegar minha filha, quando a pego no colo noto que ela está quente provavelmente uns trinta e oito de febre, não seguro o choro, quando ouço a porta da sala bater pego o meu celular e ligo para um taxista do bairro que dona Mary sempre usava graças a Deus o homem me atende de imediato e avisa que em três minutos estará aqui porque está perto, acordo Flora e não lhe dou tempo de fazer nada, com algumas roupas e documentos enfiados na minha pequena mochila eu deixo o prédio pela porta de trás, seguro o choro quando Flora começa a questionar o que está acontecendo, e para o taxista digo apenas que estou com medo do que pode acontecer com a minha filha, estamos indo primeiro para o hospital, nesse momento eu  só posso contar comigo mesmo. 

Já passa do horário do almoço quando a febre da Hope diminui, olhando a minha florzinha dormindo na cama ao lado da minha filha eu decido que é a hora de acionar o contato de emergência, até porque eu não tenho para onde ir, o dinheiro que eu tenho provavelmente não duraria uns dois meses sem trabalho. 

Só não sabia que com o contato de emergência vinha o homem que acreditava que nunca mais eu o veria. 

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