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A CEO E A Advogada

|•Prólogo•|

*Às vezes as pessoas não têm noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem.

— John Green, A Culpa é das Estrelas*

...|•Dedicatória•|...

...Se você acredita que mesmo com a distância o amor pode existir, este é para você....

...|•Prólogo•|...

..."O passado talvez não valha muito a pena. O futuro não nos cabe saber. O presente deve ser vivido da forma mais intensa possível, porque a única coisa que nos importa é a felicidade."...

...✯ Giulia Paliwal On ✯...

A vida é feita de ciclos e mais ciclos. Começos, e depois das quedas, recomeços. Sei disso pois foi algo que senti na pele, depois da perda da minha mãe, ainda jovem. Bem, é algo que todos vão passar um dia, afinal, este é o ciclo da vida e não há como mudá-lo. A morte é o fim de tudo e todos. Mas isso não significa que não haja vida após a morte. Talvez exista. Não sou de deixar minha mente divagar para essas coisas. Provavelmente eu seja muito pé no chão.

Vida. Esta é uma palavra forte.

Uma vida que não é nada fácil, é árdua, e que para chegar ao topo do mundo — ou ao menos tentar — , é necessário muita força de vontade e esforço. É algo que meu pai sempre me diz, e que foi assim que ele chegou onde hoje está, em um dos mais altos pedestais do mundo, algo que herdarei depois de minha formação. Às vezes eu não me orgulho muito disso. Às vezes eu odeio o destino, outrora, digo que ele é a melhor coisa que pode existir. Às vezes eu só queria ser uma pessoa normal, que ninguém soubesse que eu existo, que eu fosse apenas mais uma pessoa qualquer no mundo.

Minha mãe sempre disse que o dinheiro pode ser algo nobre de linhagem, mas nunca será nobre como os sentimentos, em especial o amor, que é algo que nunca poderá ser comprado. Ela sempre me aconselhou e já me ensinou tanta coisa que sou eternamente grata por ter tido-a na minha vida, mesmo que tenha sido por uma pequena fase, para curto prazo de tempo. Ela faz falta. Mas não é por isso que devo ficar me remoendo aos cantos por ter perdido minha mãe. Eu sei que ela não gostaria de me ver assim, seja onde quer que esteja. Ela queria me ver obter meus próprios méritos, minhas próprias conquistas. Mostrar quem sou, e não ficar com a identidade de meu pai, mas sim, fazer a minha própria. Ser eu e não ser quem ele moldou. Dar o meu ponto de vista, fazer do meu jeito e não da forma que ele fez. Eu e somente eu.

E agora, sem mais delongas, me apresento de forma mais nítida e direta: sou Giulia Paliwal, filha de Edgar Paliwal, o CEO mais poderoso do planeta. Tenho vinte e um anos e estou fazendo faculdade de administração, algo que não foi bem uma escolha minha, mas por ser a herdeira dos Paliwal, é minha obrigação. Um peso que caiu sobre meus ombros antes mesmo de eu nascer e que tenho que suportar sozinha por ser filha única. Perdi minha mãe quando tinha onze anos de idade, então faz basicamente dez anos que tento me acostumar com a ausência dela, algo que sinceramente, não é fácil.

Meu pai desde então não teve nenhuma outra mulher assumida — pelo que eu saiba. Às vezes vejo-o vendo fotos de minha mãe, com uma expressão um tanto triste. Não deve ser fácil para ele, como não é para mim, não é para nós. Helena, assim como era seu nome, morreu de leucodistrofia. Mesmo tendo sofrido muito, ela sempre mantinha o sorriso no rosto, como se nos incentivasse a ser fortes e seguir em frente. Como se já soubesse de seu fim.

Saudade.

Agora deixando de lado um pouco meu passado adolescente, sombrio, e minha família, falo de Sofya. Eu a amo. Amo ela, amo seu jeito, amo seus lábios, seu corpo. Amo seu sorriso, seus olhos. Amo ela por inteiro, amo tudo. Nos conhecemos no ensino médio, lá aos poucos fomos nos tornando amigas, Sô começou a frequentar nosso círculo de amigos mais próximos, a sair conosco. Mas acabamos nos tornando próximas demais e além do sentimento de amizade surgiu outro, mais doce, mais profundo. Amor.

E assim criamos um relacionamento amoroso. Somos namoradas há dois anos, algo que meu pai não sabe e nem a mãe dela. É algo que preferimos manter no sigilo, apenas amigos próximos sabem deste relacionamento, até porque, não sei qual seria a reação de meu pai ao saber que gosto de garotas e nem mesmo imagino o que a mãe de Sofya iria pensar de mim. O pior de tudo é que Sô não sabe que sou filha de Edgar, não sabe que sou uma Paliwal.

Ela acha que sou apenas a filha única de um bem-sucedido empresário que veio de Nova York para cá. Não existem dados meus na internet — meu pai paga para isso — , e por isso fica fácil esconder quem sou. Mas me sinto uma pessoa horrível por mentir para ela. Queria poder contar a verdade, mas não a quero envolvida nisso tudo. É horrível só de pensar em paparazzis a seguindo por todo canto. Talvez ao invés de estar protegendo ela eu esteja sendo egoísta. Mas o que posso fazer? A verdade agora, neste momento, fará com que ela me odeie — acredito.

Mas tirando toda essa complicação, que de verdade, agora não vale a pena pensar, eu e Sofya estamos indo muito bem, mesmo tendo nos visto pouco por conta dos exames, sempre que podemos, arranjamos um tempo para nos ver e claro, matar a saudade. Sofya com teus cabelos ondulados e longos, castanho claro e com mechas da cor do sol. Seus olhos verdes claro, onde me perco facilmente. Sua pele morena, que evidencia a descendência brasileira de sua mãe. Suas curvas então…até me deixam sem palavras. Tenho uma deusa do olimpo só para mim. Claro que nunca disse isso em público, não quero ninguém cobiçando a minha mulher. Não que eu seja ciumenta e possessiva, bom, possessiva talvez um pouco, mas não quero ninguém de olho na minha namorada. E por falar nela, hoje é dia de nos vermos.

Estaciono o carro na garagem e entro em casa, desfazendo o coque bagunçado de meu cabelo depois de um dia cansativo até demais. Quando passo pela sala de estar, lá está meu pai, sentado em uma poltrona. Sigo para a escada, mas antes que pudesse subir o primeiro degrau, meu pai me chama:

— Giulia! — me viro para trás, observando-o com os olhos semicerrados. — Precisamos conversar! — Edgar diz fazendo sinal para eu ir até ele e me sentar à sua frente, jogo a bolsa de lado numa poltrona qualquer e o faço.

— O que aconteceu? — pergunta desanimada, depois de me sentar no sofá.

A única coisa que queria agora é estar tomando um banho bem relaxante para ir ver minha morena.

— Não queria ter que dar-te esta notícia, não foi fácil Giulia, mas espero que entenda — respiro fundo, quando ele fala assim, coisa boa não vem. — Em alguns meses você estará formada e chegará a hora de assumir os negócios da família.

— Eu já sei disso. Prossiga — digo com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos na cabeça.

— Quando isso for acontecer, teremos de ir para Nova York.

— E o que tem isso? — confusa. — Já era imaginável.

— Você não está entendendo Giulia. Acabou o tempo em que você poderia continuar nesta cidade. Teremos de nos mudar para lá novamente.

— Voltar para Nova York? — pergunto ainda digerindo tudo. Isso não. — Não! Você não pode estar falando sério…não pode…

— Estou e muito — ele se levanta. — Não podemos mudar o rumo que as coisas devem tomar. Só viemos para cá depois da morte de sua mãe porque achei que seria o melhor para você. Agora está na hora de voltar — ele se retira, me deixando ali, com um turbilhão de pensamentos.

Eu só posso estar sonhando! Isso não pode ser verdade. Meu pai deve estar fazendo uma brincadeira de mau gosto comigo. Eu não posso abandonar minha vida aqui dessa forma. Não posso deixar Sofya. Não!

|•Capítulo 1•|

Três meses se passaram desde a conversa que eu e Edgar tivemos e até hoje não tive coragem suficiente para contar a desconsolante notícia de minha próxima partida a Sofya. Na verdade, nem sei como vou contar. Ainda não consegui convencer nem a mim mesma, imagina minha namorada. Ah! Que ódio da vida! Que ódio do mundo! Que ódio do destino! Destino…destino. O que você ganha com isso? Sinceramente, acho que nada, não é?

Uma semana é o que falta para a formatura e a festa, e confesso que não estou animada como antes. Quanto mais rápido isso acontecer, mais rápido irei embora. Neste momento eu faria qualquer coisa para fazer com que o tempo pare. Que nunca chegue o dia de minha partida. Que nunca eu tenha de me separar de Sosô. Estaciono o carro em frente a casa de Sofya. Nesta noite, combinamos de sair para jantar. Aperto a buzina do carro, anunciando minha chegada. Vanessa, a mãe de Sô, sai na sacada e corre para dentro outra vez. Sorrio. Nessa foi apressar minha mulher. Pouco tempo depois ela entra no carro, radiante como sempre e me beija.

— O que aconteceu com você? — ela pergunta me encarando e suspiro, com as mãos no volante, olhando para a rua.

— Cansaço Sosô, só isso! — respondo voltando a olhá-la e acaricio seu rosto.

— Se quiser podemos ficar aqui em casa e ver um filme…

— Não, não! Eu disse que hoje íamos jantar e nós vamos, não vou fazer esse papel de mentirosa.

— Tá bom! — ela concorda e me beija outra vez. — Eu te amo Giu!

— Eu te amo mais Sofya! — digo com um sorriso triste no rosto. — Onde vai querer jantar? — ligo o carro.

— Não sei…você pode escolher.

— Ok. Vou te levar em um lugar que você vai amar, morena!

Saio com o carro pela cidade. Vou levar Sofya em um lugar muito especial. O lugar que mudou nossas vidas. Especial por ter sido onde ocorreu nosso primeiro jantar — depois de um dia cansativo na faculdade — e o pedido de namoro. O lugar que ela aceitou ser minha namorada. Hoje. A dois anos atrás. Eu quero aproveitar ao máximo esses últimos dias ao seu lado. Cada dia, cada hora, cada minuto, cada segundo. Mas se depois do que eu vou contar, ela não quiser mais olhar na minha cara, eu irei entender. Irei entender melhor do que qualquer outra pessoa.

— Feche os olhos!

— Por quê? — ela questiona, me encarando.

— Apenas feche os olhos, você verá. Confia em mim?

— Confio — ela diz e fecha os olhos.

Chego ao restaurante e estaciono o carro o mais perto que posso para não fazer Sofya caminhar muito de olhos fechados. Saio do mesmo e vou até o lado do passageiro, abrindo a porta de Sofya.

— Sô saia com cuidado. Estou aqui para te ajudar morena! — pego na mão dela, incentivando-a. Ela se levanta saindo do carro e eu o fecho.

— Vamos! — falo passando o braço livre por cima de seu ombro, a guiando para o lugar. — Pode abrir! — digo parando na porta do restaurante, Sofya abre os olhos e olha tudo em volta. — Se lembra daqui? Se lembra do que aconteceu aqui há dois anos atrás? — animada.

— Lembro! Como eu poderia esquecer? — ela diz emocionado e me abraça, retribuo.

— Vamos? — pergunto.

— Vamos! — ela pega em minha mão e entramos, de mãos dadas, sem vergonha do que os outros vão pensar, sem medo. Assim como saímos da última vez, há dois anos atrás.

[ … ]

Ao sairmos do restaurante Sofya agarrou meu braço e encostou a cabeça em meu ombro, assim, atravessamos a avenida. Ao chegar do outro lado, tiramos os calçados e andamos à beira-mar, com as ondas molhando nossos pés descalços. Era bom sentir o cheiro salgado do mar. Respirar livre, sem medo. Ou talvez com um pouco de medo. Sentir a noite, a areia, a água. O calor de Sofya. Senti-la. Sentir o mundo. Um tempo depois nós sentamos na areia. Abraço Sô por trás e beijou seu pescoço, tomando coragem para falar o necessário. Solto-a e me sento ao seu lado olhando as ondas, com o corpo apoiado nas mãos afundadas na areia.

— Eu sei que hoje é um dia especial para nós, mas eu tenho algo para te dizer… — começo, observando as ondas.

— Bom ou ruim? — ela brinca.

— Ruim — digo séria e calma e vejo-a abaixar a cabeça.

— Imagino o que seja… — eu a olho, esperando que continue, mas não há resposta.

— O que você…

— Você provavelmente irá me dizer que depois da formatura voltará para Nova York.

Me deito na areia, olhando o céu estrelado e suspiro.

— Como sabe? — digo com um fio de voz e ela também se deita ao meu lado.

— É só ligar os pontos…você está fazendo administração, depois de estar formada vai herdar tudo de seu pai, a sede oficial da empresa fica em Nova York, como você disse…estava meio óbvio, já era algo esperado.

— Então já sabia? Porque não disse? Eu fiquei meses pensando em como te contar isso. Foi uma bomba quando meu pai me contou. Não vai me odiar por estar te deixando?

— Não, Giulia. As coisas não são bem assim. Talvez se fosse algo que eu não tivesse imaginado, eu já teria ido embora, saído da sua vida. Mas já era algo que eu esperava, já era algo que se podia imaginar.

— Eu não queria isso! Eu tinha me acostumado com a vida aqui. Ter de ir embora era o que eu menos imaginava. Deixar você, menos ainda.

— Eu sei Giu! Mas você não pode mudar o destino. Mesmo que tentemos mudá-lo,o desfecho sempre será o mesmo.

Respiro fundo e pressiono a língua contra o céu da boca, engolindo o choro.

— Neste momento, a única coisa que eu desejaria é que o destino pudesse ser moldado com o próprio destino, o destino que eu escolhesse.

— Este é o desejo de todos. Todos desejam mudar seu próprio destino, mas será que eles conseguem? Eles sempre terminam da mesma forma. Giu, vamos apenas aproveitar esses últimos dias juntas! Será o suficiente para tão pouco tempo. Se nós deixarmos o destino se cumprir da forma certa, talvez esse destino queira que nós fiquemos juntas no final.

— Você tem razão — a abraço. — Vamos aproveitar ao máximo estes tão poucos dias que nos restam e deixar que o destino siga o seu caminho. Mas não será fácil aceitá-lo.

— Não será para nenhuma de nós.

Ficamos ali deitadas na areia trocando carícias e um longo tempo depois voltamos ao carro. Deixo-a em sua casa às onze da noite e volto para casa. Realmente, preciso descansar.

"O destino não é algo que pode ser mudado, é algo que já é traçado desde a nossa existência. Traçado com letras douradas em um papel qualquer, que com o tempo envelhecerá, será roído pelas traças. Mas sempre estará ali, nítido e completo. O destino é como uma xícara de café não adoçada. O aroma é doce e 'talvez embriagante. Mas seu sabor é amargo. Amargo como as tristes batidas de meu coração."

|•Capítulo 2•|

..."A distância traz saudades e nunca o esquecimento."...

Estava ansiosa em meio à aula. Sofya mandou mensagem me chamando para almoçarmos juntas, algo que não é muito normal. Ela realmente está disposta a aproveitar estes últimos dias. Batuco os dedos sobre a mesa em sequência impaciente, a aula se encerra e começa o alvoroço para a saída da sala. Eu estava ali, no meio daquela grande multidão pensando que daqui alguns dias não estarei em meio a tanto alvoroço, mas também sentirei falta daqui e de todas as amizades verdadeiras que fiz durante todos esses anos. Sentirei falta desse lugar, dessa cidade. Desse novo lar que me acolheu tão bem quando eu me sentia tão sóbria.

Saio da faculdade e atravesso a avenida movimentada, andando mais dois quarteirões até o lugar marcado. O sol estava quente. Adentro o restaurante e corro o olhar à procura de Sofya, mas ela não havia chegado. Vou mais para o fundo e me sento num lugar mais reservado. Fico ali por cerca de cinco minutos à espera, até que Sofya chega e vem em minha direção.

— Me desculpe a demora! Te chamo para almoçar e me atraso — ela diz me dando um selinho e se sentando, o que chama a atenção de algumas pessoas ali.

— Tudo bem. Cheguei agora mesmo também…

— Você viu? — ela pergunta animada.

— O quê? — pergunto curiosa.

— Ah, você não sabe então? Será que eu devo dizer? — ela fala pensando alto como sempre quando está em dúvida, sorrio com isto.

— Do que se trata? Diga e eu falarei se me interesso.

— Não tem como alguém não se interessar quando se trata do CEO mais badalado do mundo…

— CEO mais badalado? — digo confusa, o que meu pai está fazendo desta vez?

— Sinceramente Giulia! Às vezes acho que você não tem acesso à internet… — ela reclama fazendo bico.

Sofya é fã do meu pai. Mas ela não sabe que ele é meu pai.

— Você sabe que eu não ligo muito para isso…Só uso para coisas necessárias. O que foi dessa vez?

— Edgar está no tópico das notícias mais quentes do mundo. Aparentemente, foi visto ontem à noite saindo bêbado de uma boate, com uma mulher loira — ela complementa.

— Uma mulher — repito secamente. Não dá para disfarçar. — Tem certeza Sô? Pode ser que não seja ele. Ouvi dizer que ele não frequentava boates e que não assumiu nenhuma outra mulher desde a morte de Helena.

Boate. Eu não sabia que agora ele tinha passado a comer püta. Passo a língua pelos lábios disfarçadamente em sinal de nervosismo. Meu rosto está levemente inclinado. Preciso de uma forma para extravasar minha raiva.

— Pode ser que seja verdade Giu…sei lá…esses ricos são meio loucos.

— Você está falando que somos loucas então. Mas será mesmo? Só acredito vendo — digo e procuro o celular pela bolsa. — Mërda! Descarregado! — furiosa enfio o celular na bolsa, cruzando os braços.

— Descarregado de novo? — ri. — Acho que não é necessário sair com um celular descarregado —ela fala e tira de sua bolsa o celular. — Aqui! — Sosô me entrega o aparelho.

Ali estava o nome de meu pai muito bem estampado, no #1 — primeiro lugar — das notícias mais quentes do mundo. Abro as fotos e lá estava ele, meu pai, bêbado saindo de uma boate sendo praticamente carregado por uma mulher que não é possível identificar o rosto. Respiro fundo e entrego o celular de Sofya a ela, antes que eu o tacasse na parede. Ele não pode ter feito isso!

— Eu não acredito! — falo irritada.

— Você está bem Giu? — ela pergunta confusa.

— Não, mas vou ficar.

Vejo Sofia chamar o garçom.

— Um copo de água, por favor!

O garçom se retira, indo buscar o pedido de Sofya.

— No que você não acredita? Não estou entendendo.

Respiro fundo, tentando controlar a raiva que estou sentindo de Edgar. Calma Giulia! Por favor, não se descontrole aqui! Vamos, pense! O que dizer a Sofya?

— Esqueci que ontem fez doze anos que minha mãe faleceu, sabe? E eu nem falei nada para o meu pai. Com certeza ele deve ter ficado mal ontem… — falo parte da verdade, alterando algumas partes. — Estou me sentindo um pouco culpada por isso agora. Estou com raiva de mim mesma — sorrio, contendo o soco que quero dar na mesa.

Estou com raiva de Edgar. O garçom chega e coloca o copo sobre a mesa.

— Muito obrigada! — Sô diz ao garçom que se retira. Não ligo para a olhada dele na minha namorada, até porque não estou com cabeça para isso e também porque eu me garanto. — Beba Giulia! Precisa se acalmar.

Pego o copo e o viro todo de uma vez, o colocando sobre a mesa.

— Está mais calma agora? — ela pergunta docemente.

— Mais ou menos Sô. Vou ficar bem. Vamos almoçar! — sorrio.

— Prometa-me que não vai fazer nenhuma besteira.

A única coisa que posso prometer é não matar Edgar…

— Por que eu faria alguma besteira?

— Assim…não deve ser fácil perder a mãe sabe…

— Também não deve ser fácil não saber quem é o nosso pai. Eu não vou fazer nada que me coloque em risco. Não se preocupe.

— Tudo bem. Mas não entendo porque seu pai não casou de novo. Você não aceitou eles seguir em frente?

Eu aceito ele seguir em frente a Sofya. Mas ele não está seguindo em frente. Ele só está fazendo isso porque ontem fez doze anos que minha mãe se foi. Ele fez isso para não se lembrar dela, será que você entende? Ele não está seguindo em frente e sim arruinando sua reputação, não só dele como a minha também. Eu não quero isso para nós. É isso que eu queria poder dizer a Sofya. Mas não posso e ela não pode me entender. Ah! Porque tem que ser assim?

— Não me importo que ele siga em frente Sofya. Talvez ele amasse minha mãe demais para isso ou simplesmente não quer outra mulher ao seu lado. Muitas vezes meu pai é incompreensível.

— É…você tem razão Giu. Mas não posso dizer que estes talvez sejam os mesmos motivos de minha mãe. Não entendo ela às vezes…

— Irei vê-lo depois desse almoço. É o mínimo que posso fazer — digo séria.

— Mas você tem faculdade depois do almoço, vai mesmo perder as aulas?

— A família em primeiro lugar — digo e faço sinal para um garçom.

No caso, a dësgraça de minha família em primeiro lugar.

[ … ]

Sofya e eu andamos de mãos dadas por todo o trajeto de volta. Deixo-a na porta da faculdade e sigo para o estacionamento, entrando em meu carro e saindo com o mesmo em direção ao outro lado da cidade. Pego meu celular reserva no porta-luva e conecto ao carro, discando o número de Any, que demora um pouco para atender.

...|•Ligação on•|...

...— *Giu! Que bom que você ligou, realmente precisava conversar com você. Já deve estar sabendo de seu pai…...

...— Você sabe como sou…não ligo muito para estas mälditas manchetes, mas Sofia e sua espontaneidade já me colocaram a par da situação…...

...— É…seu pai não está nada fácil! — suspira. ...

...— Onde ele está? ...

...— Na sala dele. Proibiu a entrada de qualquer pessoa em sua sala, está lá trancafiado com a mesma mulher das fotos e mais outra…...

...— Outra? ...

...— Sim. ...

...— Cuide para que ele não saia e para que ninguém o atrapalhe — ordeno....

...— Mas Giulia…a reputação de vocês vai para o ralo desta forma! ...

...— Você não deixou eu terminar…Estou indo para aí. Em breve chegarei, por volta de meia hora, por isso cuide para que ninguém o atrapalhe, quero pegá-lo no pulo. Será que ele terá vergonha na frente da própria filha? — sarcástica. ...

...— Esta é a nossa futura CEO! — Any fala do outro lado da linha com certo alívio. ...

...— Não brinque Any! Não deixe ninguém avisá-lo que estou chegando, desligue o sistema telefônico da sala de Edgar para ninguém avisá-lo. ...

...— Ok! Farei tudo o que está pedindo, já não aguento mais essa ignorância de seu pai, ele simplesmente não quer fazer nada. ...

...— Prometo resolver isto, ou ao menos tentar*…...

...|•Ligação off•|...

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