Mia está caminhando lentamente pela rua quando vê 3 carrões pretos parados na porta de sua casa, o que não pode ser boa coisa, sentindo um calafrio ela se aproxima temerosa, o que mais poderia acontecer nesse dia? Já não basta seu pai tê-la maltratado mais cedo, ver seus irmãos, assim que abre a porta e ouve o que dizem ela tenta correr mas é pega por dois brutamontes.
Desesperada Mia começa a gritar e pedir ajuda ao pai que está de costas e a olha com desprezo.
— Pai, me ajudeee, o que está acontecendo, me largaa.. — Ela grita mas sua boca é tapada.
— Cale a boca Mia. Ela quita minha dívida? — Mia ouve seu pai e sente o corpo amolecer.
— Basta assinar os papéis, ela será nossa e você nunca mais a verá.
— Podem levá-la. — Seu pai assina e Mia desmaia.
Mia abre os olhos e está num lugar escuro, com dificuldade consegue acender a luz, um pouco confusa ela anda pelo quarto e se lembra de tudo o que ouviu do pai enquanto desmaiava, cai em prantos só de imaginar o que a espera, seu pai a vendeu para mafiosos, por causa do maldito vício de jogatina seu pai a condenou a algo muito ruim pelo que percebe o quarto é cheio de itens eróticos, ela se tornaria uma prostituta?
O simples pensamento faz seu estômago embrulhar e ela começa a passar mal, uma mulher entra e manda outra jovem ajudá-la, Mia está muito mal e depois de ajudarem ela a tomar um banho, servem algo para comer o que ela não consegue e acaba dormindo. Mesmo doente durante os dias Mia é treinada para seduzir homens, ela deveria levar um CEO para a cama e engravidar, assim os donos ganham dinheiro e muito dinheiro, algumas meninas estão há anos ali na prostituição, outras são novas, algumas acabam se casando com os milionários e indo embora, Mia não entende bem o que de fato acontece na casa, mas sabe que seu destino foi traçado, seria estuprada para gerar o filho de um desconhecido.
2 semanas se passam e Mia já está mais esperta, finge estar gostando de tudo e com a ajuda de Rita engana a mulher para adiar mais uma noite, mas para sua infelicidade esta noite Rita vai se encontrar com o CEO que a mantêm na casa, a mulher entra mandando ela se arrumar com uma fantasia sensual, sem saber o que fazer para fugir ela vai até o banheiro e faz força para vomitar depois bate na porta várias vezes pedindo ajuda e quando abrem ela se joga fingindo um desmaio, o que deu certo pois assim que ela acorda mandam ela descansar.
Quando abre os olhos Mia nem acredita que conseguiu mais uma vez, Rita entra preocupada e ela sorri.
— Você me deixou preocupada, vou pedir algo para comermos e aí falamos que foi só um mal estar. — Rita sai e logo volta com a refeição.
A noite chega e Rita vai encontrar com o CEO novamente, Mia não foi chamada então ela vai tranquila. Mia toma um longo banho e se deita, sempre se sente cansada desde que chegou ali, seu psicológico abalado e só consegue pensar em seus irmãos que agora devem estar até passando fome nas mãos do pai, triste com os pensamentos ela acaba adormecendo.
Mia acorda sentindo um toque e seu corpo inteiro congela, não pode ser o que está pensando, ela tenta sair mas seu corpo é puxado e as mãos agarram sua cintura, o pânico toma conta de sua mente, e quando sente sua boca sendo tomada em um beijo arrebatador, ela tenta recuar mas não consegue, desesperada o empurra mas o corpo do homem é tão pesado e cola seus corpos, vai subindo a mão em sua intimidade e o desespero aumenta.
— Por favor…. Nã…. — Ela é silenciada por um beijo.
— Que cheiro delicioso. — A voz rouca a deita em choque.
— Me la…. — Mia tenta mais uma vez gritar mas é calada com outro beijo e se contorce embaixo dele.
Mia sente algo a penetrar causando uma dor terrível e grita em lágrimas, sua mente gira e ela percebe ele sair e em segundos bater a porta, sua intimidade dói tanto, se sente invadida, já sabia que esse era seu destino mas não ser pega se surpresa no meio da noite e estuprada cruelmente, ela chora compulsivamente por horas até pegar no sono.
Ao acordar Mia levanta e a dor profunda não só em seu corpo mas no coração, as lembranças da madrugada invadem sua mente e ela chora entrando na banheira, cansada deixa seu corpo escorregar mas é puxada por Rita.
— Você está louca Mia, se eu não chegasse. Droga vem aqui.
— Me deixe, eu quero mo… — Mia é interrompida.
— Shh, o que aconteceu querida? — Rita fala preocupada, vendo o desespero em seus olhos.
— Fui estuprada Rita, acordei de madrugada com um homem em cima de mim e ele…..— Mia chora e seu corpo inteiro treme.
Rita ajuda com o banho, lhe dá uma roupa mais quente e a leva para a cama, precisa agir o mais rápido possível ou vão fazer Mia virar uma escrava.
Alguns dias se passam e Rita sempre dorme ao lado de Mia, o CEO com quem sai é muito poderoso e tudo o que ela pede é feito, Mia agradece pois as duas se tornaram amigas e para ser sincera ela não tem ninguém a quem recorrer, se não fosse Rita não sabe o que aconteceria, desde que foi estuprada tem passado mal, seu corpo fraco, hoje por um milagre está ótima, mas deve continuar fingindo.
Mia está tranquila penteando o cabelo quando Rita entra preocupada, começa a mexer numa caixinha escondida embaixo da cama e pega o celular, envia algumas mensagens e esconde de novo.
— Eu ouvi que algum mafioso está querendo te usar para ter um filho, e se for quem eu penso não vai ser bom pra você Mia.
Mia ouve e fica desesperada, não aguentaria ser estuprada de novo, para sua tristeza não tinha como escapar, tudo por causa do cretino do seu pai, pensa em seus irmãos e começa a chorar, as emoções descontroladas, Rita a abraça e angustiada, todas as meninas que passam pela casa noturna sempre tem um tempo de adaptação, mas ela não, mal chegou e já queriam colocá-la na prostituição, e Rita sabe bem o que isso significa, foi escolhida para ser escrava sexual e ter filho não para um mas para vários, se ela sonhasse com isso com certeza terminaria o que estava prestes a fazer quando a viu naquela banheira.
Duas semanas depois Mia acorda indisposta, Rita trás o café da manhã mas assim que sente o cheiro corre para o banheiro e vomita, já é a segunda vez que isso acontece, sente tonturas e sempre está com sono, Rita começa a desconfiar e novamente pega o celular escondida e envia uma mensagem, não demora para que o CEO envie um lindo presente, tudo disfarce, ela tira o que tem dentro e entrega para Mia.
— Faça agora.
— Rita não, não pode ser… — Mia fala com a voz embargada.
— Vamos ter certeza primeiro e depois você chora. — Rita fala com pesar.
Mia mesmo apavorada vai até o banheiro e faz o teste, entrega para Rita que só faz gesto com a cabeça e ela entra em choque, só pode ser um pesadelo ela corre até a cama e chora compulsivamente.
— Nãaaao. nãaaao. Porqueeeee…
— Shh sinto muito querida, vem aqui. — Rita chama sentando na cama e a abraça forte. — Você sabe o que isso significa?
Mia olha assustada, o que mais de pior podia acontecer? Foi estuprada e agora isso, o que podia ter mais? Sentindo o corpo muito fraco ela deita no colo de Rita e adormece.
Ao cair da noite Mia acorda confusa, quando vê o teste sobre a cama percebe que tudo foi real, para sua tristeza, Rita não está, ela levanta e esconde antes que alguém apareça, toma um banho e assim que sai sua amiga já está sentada esperando com roupas na mão.
— Vista isso e me siga, vou te ajudar a sair e depois vamos correr. — Rita fala nervosa e ela se troca.
Na boate começa uma confusão terrível, todos correm de um lado pro outro, homens brigando, os guardas separando, mulheres gritando e Mia é empurrada por Rita para um corredor escuro, em minutos elas estão saindo num beco e saem correndo desesperadas.
Depois de uma hora correndo para qualquer direção, Mia sente dor e se deita numa calçada, havia alguns mendigos ali, algumas lágrimas rolam ela pensa nos irmão mas não poderia voltar para casa, na verdade nem sabe onde está, sentindo frio e fome ela acaba dormindo pois está muito cansada.
Por algum tempo Mia andou de um lado pro outro, mendigando por comida até encontrar um abrigo, mas lembrando das últimas palavras de Rita antes de correrem para lados diferentes, ela começa a andar sem rumo, de abrigo em abrigo, por vezes dormindo na rua até encontrar uma senhora meiga e gentil que a oferece um emprego em troca de moradia e cuidados, de início ela fica com medo mas depois pensa melhor e aceita.
1 ano depois, Mia está se arrumando para sair quando Maria a doce senhora que lhe acolheu entra no quarto sorrindo.
— Está linda menina, boa sorte, sabe que eu seu tivesse… — Mia a interrompe.
— Maria eu sei, não se preocupe, cuide dele para mim.
— Claro querida, vai com Deus. — Maria fala e ela sorri saindo do quarto.
Mia passa o dia inteiro entregando currículos, fez uma entrevista mas nada garantido, de repente ouve uma moça dizer que estão contratando faxineira numa grande empresa, sem pensar vai até lá e por sorte chega a tempo de fazer uma entrevista, meia hora depois sai alegre, enfim ganharia um pouco mais e poderia ajudar nas despesas, também pensa em seus irmãos, mas agora não pode ir até eles e ajudar, tomara que seu pai pelo menos esteja dando comida aos pequenos.
Chegando em casa Mia corre para o quarto e sorri vendo o lindo bebê adormecido, beija seu rostinho e vai até a cozinha onde Maria prepara o jantar.
— Eu consegui Maria, deu certo, estou empregada. — Mia fala empolgada e se abraçam.
— Minha menina fico feliz por você, o jantar já está quase pronto, vá tomar um banho. — Maria fala sorrindo.
Mia a abraça e vai tomar banho, Maria deixa as lágrimas rolarem, se ela soubesse de tudo certamente a odiaria, foi tudo culpa sua, se não tivesse feito o que fez, só de imaginar como a encontrou parte seu coração, respirando fundo ela limpa o rosto e termina o jantar.
Elas conversam enquanto saboreiam um delicioso Spaguetti ao molho, arrumam a bagunça juntas e Mia vai descansar pois começaria bem cedo e não pode se atrasar.
O dia amanhece ensolarado, Mia acorda animada para o novo trabalho, é difícil deixa o pequeno mas tem que trabalhar para dar o melhor para ele mesmo, sorrindo o beija carinhosamente e se despede de Maria.
— Qualquer coisa você me liga Maria?
— Pode deixar filha, agora vá, tenha um excelente dia de trabalho. — Maria sorri e ela se vai.
Na empresa Mia é levada até o gerente do setor de limpeza, depois de receber algumas ordens e seu uniforme ela se troca e começa a jornada, percebe alguns homens olhando pro seu corpo quando anda pelos corredores e fica constrangida, mas ela tem um único motivo para aguentar tudo isso e decidida continua andando esfregando o corredor. Já está anoitecendo quando Mia anda pelo último andar, todos já foram embora pelo menos é o que ela pensa até sentir seu corpo girar no ar e uma mão segurar sua cintura.
Mia sente um calafrio e mal consegue raciocinar sentindo seu corpo ficar ereto de novo, envergonhada ela abaixa para pegar o esfregão.
— Desculpe senhor, pensei que não tinha ninguém.
— Preste mais atenção, e o que faz aqui a essa hora? — A voz grave a faz congelar.
Desde aquela noite Mia não pode ouvir uma voz masculina diferente que entra em choque, mas ao ouvir a voz dele é como se já conhecesse, um calafrio percorre seu corpo e ela continua limpando.
— Estou terminando meu trabalho, com licença. — Mia sai rapidamente, algo naquele homem a incomoda.
Ettore fica intrigado, qualquer mulher teria se insinuado mas essa simplesmente o ignorou como se fosse ninguém, a voz dela causou algo estranho em seu íntimo mas expulsa os pensamentos e vai embora, a última coisa que precisa é ficar pensando numa funcionária tendo tantos problemas maiores para resolver.
Mia chega em casa os pés queimando de tanto ficar em pé, descansa por alguns minutos no sofá e ouve o chorinho, quando vai levantar Maria se aproxima com o bebê, ela o pega com todo carinho.
— Meu amorzinho não chore, shh.. — Mia o balança e dá de mamá, logo o pequeno adormece em seus braços e ela o leva para o berço.
Do outro lado da cidade Ettore entra em seu apartamento e vai direto tomar uma ducha, depois de relaxado se joga na cama pensativo, sua mente o leva de volta ao incidente com a faxineira e ele levanta balançando a cabeça negativamente.
— O que deu em você Ettore? Só pode ser fome. — Ele fala sozinho enquanto caminha até a cozinha.
Depois de jantar ele se joga no sofá e coloca um filme de ação, o cansaço é tanto que acaba dormindo, no meio da noite ele acorda e vai pro quarto.
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