Washington, Hurricane. 1890.
"Eu não acredito que vamos lutar contra o Deus dos Deuses, Zeus."
"Não só contra ele, vamos enfrentar todos."
"Lúcifer? A Estrela da Manhã também?"
"STOKER! Cuidado com o raio!"
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Los Angeles, Califórnia. 2021
08:10.
"Mãe! Já fez o meu café da manhã? Preciso ir logo pra escola."
Acordei com uma dor de cabeça forte. Outro sonho? Já tive esse mesmo sonho várias vezes, sempre terminando com a mesma sensação. Mesmo agora, anos após a morte da minha mãe, esses sonhos ainda me impactam. Era difícil morar sozinha; eu ainda não sabia me virar completamente, então mandava mensagem pra minha mãe sempre que precisava de orientação.
Enquanto fazia um chá e pegava umas bolachas, percebi o silêncio estranho — nem o som dos carros ou das pessoas. Era comum ouvir o galo de um sítio próximo, mas hoje, nada. Pouco depois, recebi uma mensagem da minha amiga da faculdade dizendo que o dia estava "diferente." Perguntei o que ela queria dizer com isso, mas não obtive resposta.
Mais tarde, decidi sair para comprar mantimentos. Antes de sair, o grupo de amigos da faculdade estava fervendo de mensagens: todos comentavam sobre a estranheza do dia. Não havia ninguém nas ruas, nem pessoas passeando com seus bichinhos. Chloe, uma amiga, disse que tentou contato com familiares, mas ninguém respondia. Um amigo bêbado, Scott, brincou dizendo que talvez só restássemos nós no mundo. Rimos da ideia, mas o nervosismo era palpável.
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18:27
O dia passou sem grandes acontecimentos, mas o comentário de Scott ficou comigo. E se…?
No início da noite, Jake, um dos nossos amigos, sugeriu que nos reuníssemos para uma festa em comemoração à formatura de alguns colegas. Andrew, que sempre tentava algo comigo, ofereceu-se para me buscar, e eu aceitei. Ele era um bom amigo, mas não fazia meu tipo, e Sophie, minha amiga, tinha interesse nele.
Na festa, Chloe me puxou de lado e comentou sobre o desaparecimento das pessoas.
"Isso não parece normal," disse Chloe, preocupada.
"Também acho que tem algo errado," respondi, sentindo o peso da situação.
Ela reuniu o grupo para discutir o que estava acontecendo. Muitos estavam preocupados, mas Jake, sempre desinteressado, disse que “sem leis, tudo é permitido.” A discussão ficou acalorada, e em meio ao caos, percebemos que precisávamos encontrar uma solução para entender e, talvez, reverter o desaparecimento de tanta gente.
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20:21
Quando a festa estava se acalmando, ouvimos um barulho estranho vindo de fora. Os grunhidos e o som de coisas se quebrando indicavam que algo horrível estava acontecendo.
"Estão todos ouvindo isso?", perguntei, tensa.
Ao espiar pela janela, vimos uma horda de zumbis se aproximando. Andrew cobriu a boca de Sophie para impedir que ela gritasse. Era preciso manter silêncio para não chamar atenção. Voltamos para dentro, e a tensão era palpável. Jake sugeriu que fôssemos pelos fundos para encontrar um refúgio, e, em um movimento rápido, corremos até a saída.
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20:58
Encontramos uma casa abandonada e nos escondemos. Henry, o filho pequeno de Violet, escapou das mãos da mãe e correu em direção aos zumbis. Violet tentou pegá-lo, mas Andrew a impediu. Desesperada, Violet correu atrás dele, colocando sua vida em risco.
“Henry, volte! Eles são perigosos!” ela gritou.
Eu tentei ajudá-la, mas era perigoso demais. Em um movimento desesperado, joguei uma tampa de lixeira nos zumbis, que deram alguns passos para trás, dando a Henry tempo para se levantar e correr.
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23:28
Depois de escapar por pouco, Jake, um dos nossos, começou a agir de forma estranha. Ele havia sido atingido por uma gosma que os zumbis deixaram no chão. Sua mão estava ficando cinza, e Emma entrou em pânico ao perceber que ele estava se transformando.
"Jake! Você está... virando um deles?", perguntei, horrorizada.
Ele, com esforço, nos avisou para fugir, mas Emma se recusava a deixá-lo para trás. Foi preciso Chloe e eu para puxá-la para um esconderijo, enquanto Jake, já parcialmente transformado, começou a se mover em nossa direção.
“Vá, Emma! É para sua segurança!” gritei enquanto corria para longe dele.
Jake estava completamente irreconhecível. Tentamos distraí-lo, mas ele continuava a nos seguir, como se soubesse onde estávamos escondidos. Joshua e eu, em desespero, tentamos mantê-lo longe dos outros. Quando parecia que ele iria nos pegar, ele parou, como se recobrasse a consciência, antes de se transformar completamente em humano novamente.
“Eu... eu sou um zumbi agora?” ele perguntou, confuso.
"Sim, mas você parece ter controle sobre isso, Jake," respondi, tentando esconder meu alívio e a tensão no ar.
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Finalmente, conseguimos voltar ao esconderijo, mas não estávamos seguros. O mistério continuava, e o número de zumbis parecia aumentar.
00:17
— O que você está fazendo, Violet?
— Tentando fazer Henry dormir — respondeu Violet. — Foi um dia exaustivo para todos nós.
— Imagino... Bom, se precisar de alguma coisa, estou aqui.
— Valeu, Charlotte.
Nos preparamos para descansar, ajeitando o que podíamos no esconderijo apertado. Mas logo ouvimos um barulho vindo da sala e fomos ver o que era.
— O que aconteceu? — perguntou Emma.
— Estávamos jogando videogame — respondeu Jake.
— Daí apareceu uma seleção de personagens e, do nada, sangue começou a escorrer na tela — completou Joshua.
— Sangue? Mas que merda é essa? Ah, deve ser só um efeito de terror para assustar. — disse Violet.
— Precisamos entender por que apareceu sangue.
— Isso parece sangue de verdade — disse Jake, tocando na tela.
— Ah, claro, só o que faltava — Chloe suspirou, exasperada.
— Então... vamos jogar? Ou estão com medo de arriscar? — provocou Scott.
— Não sei — respondeu Sophie hesitante.
— Bem, não temos nada a perder, certo? Vamos escolher nossos personagens — incentivou Jake.
Um por um, fomos escolhendo. Minha personagem usava uma camiseta verde, short preto, pulseira de pano verde, moletom preto e tênis preto. Além disso, tinha poderes: teletransporte, superinteligência e controle do tempo.
— Todos prontos? — perguntou Scott.
— Sim.
— Vou apertar "começar" então — disse Joshua.
00:45
Assim que Joshua pressionou o botão, um som estranho começou, e antes que percebêssemos, Violet foi sugada para dentro da tela! Ficamos todos atônitos.
— O que foi isso? Puxaram a Violet para dentro do jogo!
— Precisamos ir até ela — disse Joshua.
— E o Henry? Vamos deixar ele aqui? — perguntou Scott.
— Vamos levá-lo também, se formos transportados — sugeri.
Emma deu um passo para trás, hesitante.
— Eu não quero ir para outra realidade.
— Eu vou. Talvez possamos salvar o mundo estando lá — disse Joshua, determinado.
Peguei Henry pela mão e nos aproximamos da televisão. Joshua pressionou "começar" novamente e, em poucos instantes, fomos transportados. Encontramos Violet em uma floresta escura, sentada na grama.
— Eu tenho superpoderes! — exclamou Sophie, desaparecendo.
— Invisibilidade? — perguntou Scott.
— Sim!
— Então nossos poderes funcionam aqui mesmo! — Chloe experimentou.
Logo, cada um começou a testar suas habilidades, e Henry, ao nosso lado, teletransportava-se para trás de mim várias vezes.
— Estão ouvindo isso? — perguntou Scott.
— Essa frase sempre me assusta — Sophie murmurou.
— Tem algo se aproximando... parecem três pessoas — Scott continuou.
— O que será?
— Vampiros — ele respondeu, tenso.
Uma pausa nervosa se instalou, até que três figuras sombrias emergiram da escuridão.
— Vejo que vocês são nossos novos jogadores — disse uma das vampiras, com cabelo amarelado.
— Prazer, sou Carmilla — apresentou-se com um sorriso frio.
— Meu nome é Alucard — disse o vampiro ao lado dela. — Não tenham medo... a menos que decidam lutar contra nós.
— O que querem de nós? — perguntou Emma, tentando esconder o medo.
— Vocês estão aqui para sobreviver. Mas cuidado: neste jogo, uma única vida é tudo o que têm — explicou Alucard com um olhar sombrio.
Chloe deu um passo à frente.
— Uma única vida? Então isso é como a vida real?
— Sim, uma vez perdidos, não há volta. Façam sua escolha.
Todos ficaram em silêncio. Sabíamos que as opções eram limitadas: lutar ou tentar sobreviver. A tensão aumentava, e o barulho ao redor da floresta parecia se intensificar a cada segundo.
Logo, o jogo começou. Carmilla, Alucard, e Rubius lançaram seus ataques, e nós reagimos com tudo que tínhamos. Chloe usou seu controle da água para distrair Alucard. Jake, Emma, Scott e Andrew enfrentaram Carmilla juntos, enquanto Joshua usava sua super velocidade para confundir Rubius. Mas então, algo trágico aconteceu.
Um machado foi lançado diretamente em Jake, um dos vampiros o jogou, acertando-o no pescoço. Antes que pudéssemos reagir, sua cabeça rolou pelo chão. O sangue formou uma poça ao redor de seu corpo imóvel. Emma começou a chorar, se lamentando, mas antes que pudesse se recuperar, Alucard zombou de nós, deixando claro que o terror estava longe de acabar.
Finalmente, ele lançou um desafio final:
— Vocês têm pouco tempo. Esta não é uma floresta... é uma sala, e vocês têm vinte minutos para escapar. Boa sorte, mas saibam que iremos voltar.
Com os olhos fixos no cronômetro, percebemos que nossa luta estava apenas começando.
Emma sentia o peso da morte de Jake como uma sombra densa que pairava sobre ela. As palavras de Chloe ecoavam na sua cabeça enquanto observava a cena ao seu redor, tentando entender como tudo chegara àquele ponto.
— Ele fez um estrago feio com Jake — disse Chloe, sua voz embargada.
Emma mal conseguia processar o que acontecera. Alucard e os outros já estavam de partida, e o aviso de que restavam ainda 49 níveis a vencer parecia uma sentença impossível. Ela sentiu Sophie murmurar ao seu lado, perguntando se não poderiam simplesmente desistir, mas Emma sabia que isso não era uma opção. Desistir significaria não só a própria morte, mas também a perda de qualquer chance de ajudar os outros.
Scott, ainda abalado, balbuciou: — Não acredito que meu parceiro acabou de morrer.
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Andrew:
Jake... ele era meu amigo, e de repente... ele se foi. Não sei como lidar com isso. Ele era tão cheio de vida, e agora ele não está mais aqui. Eu fico pensando se eu poderia ter feito algo, se eu poderia ter dito algo antes.
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Charlotte:
Jake era uma pessoa tão cheia de energia... ele dava vida aos momentos mais difíceis. Eu não consigo acreditar que ele se foi. Eu fico tentando ser forte para todos, mas tem horas em que me sinto tão perdida quanto eles.
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Joshua:
Não consigo processar isso. Jake... Agora, tudo o que sobra é uma pergunta sem resposta. A morte dele me fez ver o quanto a vida é frágil, e não sei se estou pronto para encarar essa verdade."
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Chloe:
Eu não sei como reagir. Jake não era só meu amigo, ele era quase como um irmão pra nós. Eu vejo a dor nos olhos de todos, mas não consigo entender direito. Por que ele? Por que ele teve que ir embora e deixar a gente aqui? Isso me revolta, me deixa com raiva. Não sei como lidar com isso, não sei se alguém pode me entender. Eu só queria poder gritar e que isso tudo fosse um pesadelo.
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Scott:
Eu... eu não consigo encontrar palavras. Jake era o cara que todos iam atrás, o que fazia tudo parecer mais fácil. Agora que ele se foi, tudo ficou mais pesado. Tô tentando ser o 'forte', o que mantém a calma, mas dentro de mim, é como se tudo estivesse desmoronando. Ele era o cara que fazia a gente acreditar que tudo ia dar certo, que nunca íamos estar sozinhos. E agora ele não está mais aqui. E não sei o que fazer com esse vazio.
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Violet:
Jake... ele era um dos poucos que realmente me entendia. Apesar de ser alguém insuportável de vez em quando, era bom ter ele por perto."
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Henry:
Eu não quero que o Jake tenha ido embora. Ele sempre fazia todo mundo rir, e agora ele não vai mais fazer isso. Eu fico pensando que, se eu tivesse falado mais com ele, talvez ele não teria ido. Eu já sinto falta dele.
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Emma baixou a cabeça, seus punhos cerrados. Ela quis gritar, mas tudo o que conseguiu foi conter as lágrimas que ameaçavam cair. Chloe a observou em silêncio por alguns instantes antes de perguntar:
— Você está bem, Emma? A gente... a gente não conseguiu fazer nada para impedir.
Emma respirou fundo, buscando uma força que nem sabia que tinha. — Está tudo bem — murmurou, limpando discretamente as lágrimas que escapavam. — Eu vou honrar a morte dele... de alguma forma.
Scott assentiu. — Vamos honrá-lo. Ele era importante para todos nós.
Nesse momento, Henry apareceu segurando uma carta. — Isso caiu enquanto o Jake.. você sabe.. — disse ele, tentando evitar o constrangimento, mas com um toque de leveza. Emma esboçou um sorriso fraco, agradecendo por ele ter encontrado aquilo.
Emma pegou a carta, e, ao ler, percebeu que era da Bella, uma antiga amiga que morrera anos atrás. As palavras estavam em espanhol, mas Chloe logo arranjou quem pudesse traduzir. A carta parecia um misto de aviso e despedida, com Bella alertando sobre um impostor e encorajando-os a continuar, não importava o que viesse.
Com a tradução completa, todos ficaram em silêncio, processando a informação. — Então a Bella sabia de tudo isso? — murmurou Emma, mais para si mesma. A ideia de que até a morte de Bella podia ter sido planejada era esmagadora.
A carta fora lida e o tempo continuava correndo. Quando o aviso soou, Henry percebeu uma chave escondida perto da árvore, indicando a próxima saída. Eles logo se organizaram para escapar da sala. Violet usou seu poder de gravidade para ajudá-los a flutuar, e um a um eles passaram pela porta.
Emma se forçou a focar no objetivo à frente. Estava decidida a fazer o sacrifício de Jake valer a pena. O próximo nível era uma sala de espelhos, onde cada um deles tinha um bonequinho refletindo suas habilidades, uma cópia inofensiva e ao mesmo tempo desconcertante. Mas Emma sabia que nada ali era realmente seguro, e agora, com o aviso sobre o impostor, todos estavam em alerta.
Enquanto exploravam a sala, sangue começou a escorrer do maior espelho. Uma perna apareceu, seguida de outra, e em um instante eles se viram diante de uma versão distorcida de Charlotte, replicada do espelho.
Emma sentiu o coração disparar, mas agarrou-se à lembrança de Jake, como um lembrete de que não podia se deixar levar pelo medo. Ela havia prometido honrar sua memória, e faria isso, mesmo que isso significasse enfrentar cada nível e cada horror que o jogo lançasse sobre eles.
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