NovelToon NovelToon

Por Que Eu Tinha Que Amar Você?

Capítulo 1

Um homem muito imponente sai do elevador em direção ao seu escritório que ficava no último andar, se ajeita na sua cadeira  e logo  em seguida sua secretária entra.

Secretária - Senhor, o detetive já está lá fora.

Homem - Pode mandar entrar!

Minutos depois o detetive entrou trazendo consigo um envelope preto nas mãos.

Homem - Sente-se!

O detetive senta de frente para o homem poderoso do outro lado da mesa e passa um envelope.

Homem - Tem certeza que está tudo aqui?

Detetive - Eu fiz a investigação com o máximo de detalhes possíveis, é o melhor trabalho que poderia ser feito.

Homem - Ótimo!

Ele passa outro envelope com dinheiro ao detetive e encerra a reunião.

Ele fica um tempo parado na cadeira olhando para o teto até resolver abrir o envelope, ler todas as informações e descrições até chegar numa foto e ficar olhando fixamente por uns segundos.

Ele então fecha os olhos voltando ao seu passado, há 15 anos atrás, quando tinha apenas 12 anos de idade.

Lembranças:

"Ele acorda com barulhos no andar de baixo,  desce as escadas devagar e acaba parando no meio dela se abaixando um pouco que dava visão para a cozinha, de longe podia ver seu padrasto agredindo sua mãe com socos e pontapés, a derrubando no chão.

Garoto - Não!

O padrasto olha para o menino.

- Volta para o quarto moleque, isso não é da sua conta.

Mulher - Deixe o meu filho em paz!

O homem tira o cinto do cós da calça e corre atrás do menino, que vai subindo os degraus de dois em dois, entra no quarto e tranca a porta.

Padrasto - Abra essa porta seu moleque!

O homem batia com a porta dando socos.

Padrasto - Se você não abrir essa merda de porta eu vou descer e bater mais na tua mãe, o que você escolhe?

Ele para de bater na porta e fica parado esperando o garoto abrir, pois sabia que ele preferia apanhar no lugar da mãe.

A porta se abre e o homem entra, a cada cinturada mais seu semblante de indignação vinha, parecia gravar tudo na sua memória.

Atualidade...

O Homem abre os olhos e se enfurece depois de ter se lembrado dessa cena, dá um murro na mesa e se levanta indo até o janelão de vidro, fica parado do último andar olhando o movimento da grande cidade de São Paulo.

Volta à mesa e pega a foto.

Homem - Vou me vingar atingindo a pessoa mais importante da sua vida, seu cretino!

...

Uma enfermeira estava arrumando sua mochila para ir embora, quando outra entrou lhe dando um susto.

- Meu Deus, que susto!

Enfermeira - Tá levando susto à toa, Varna?

Varna  - Realmente, ultimamente estou muito estressada, Bia.

Bia - E a terapia, largou?

Varna  -  Faz uma semana que não vou, preciso dar uma relaxada, acho que vou nadar um pouco na piscina da escola.

Bia - Ah não amiga, não acredito que você ainda vai nadar toda noite na piscina daquela escola de natação.

Varna - Sim, o senhorzinho da portaria deixa eu entrar para nadar de boa, é um segredo nosso. Risos...

Bia - Vou voltar, hoje tenho plantão até às 6h da manhã!

Varna - Até logo!

...

Varna Nielsen, 22 anos de idade, era enfermeira na ala das crianças em um hospital, morava sozinha, recentemente se mudou para uma casa pequena pois o aluguel era mais em conta, sofria bastante com distúrbio do sono, e isso lhe trazia ansiedade.

Ela saiu do hospital por volta das 22h, foi caminhando na calçada em direção a parada, mas avistou seu ônibus parado no sinal do outro lado da pista, quase que foi atropelada ao tentar atravessar a avenida correndo.

Motorista - Que morrer garota!

Varna - Desculpe aí senhor!

Ela chega a tempo acenando para o ônibus, sobe e paga sua passagem, indo para as últimas cadeiras e sentando, coloca os fones de ouvido para escutar umas músicas românticas antigas.

Depois de 15 minutos ela chega de frente a escola de natação e desce, logo um senhor muito simpático abre o portão.

- Pensei que não viria hoje, menina!

Varna - Como não seu Chico, nadar me deixa relaxada. Risos...

Chico - Vou ligar as luzes da piscina.

Varna - Obrigada, trouxe esses biscoitinhos para o senhor!

Chico - Oh... minha filha, não precisava.

Varna - A mãe de uma paciente que me deu.

Chico - Você deve ser uma ótima enfermeira menina, nota-se o carinho que foi embrulhado nesse pote de biscoitos.

Varna - Coma tudinho, depois me diga se tava bom.

Ela sorri e vai caminhando a passos largos para a área da piscina, entra no vestiário, coloca a mochila em cima do comprido banco de madeira marrom, tira a roupa e vai tomar uma chuveirada, em seguida veste o maiô.

Chegando na borda da piscina, faz uns alongamentos e pula na água nadando e dando várias voltas.

Passa exatamente 20 minutos e depois vai embora caminhando mesmo, pois sua casa ficava apenas a um quarteirão de lá, era um pouco perigoso, ela tinha plena consciência disso, mas acabou se acostumando.

Chega em casa já exausta, abre o portão e é recepcionada por seu gatinho de estimação, miando bastante, passando roçando nas pernas dela.

Varna - Oi Mimi? Estava com saudades de mim?

Ela coloca a mochila no sofá e tira os tênis pegando seu gatinho no braço, indo direto a cozinha, pega a ração dele e coloca no pratinho.

Varna - Coma aí, fofura!

Ela vai para o seu quarto e se joga com tudo na cama, pega o controle e liga a tv, tava passando o noticiário.

Varna - Chega de notícias ruins!

Ela fica mudando de canal e acaba desligando a tv.

Varna - Não passa nada que preste na televisão, isso é uma vergonha nacional.

Ela se levanta e vai novamente à cozinha, procurar algo para comer na geladeira e não encontrando muita coisa do seu agrado, abre os armários e pega um macarrão instantâneo para fazer.

Depois de jantar, ela pegou um livro para ler na cama.

Capítulo 2

Varna acabou acordando de madrugada várias vezes, não estava conseguindo dormir, mais uma vez teve pesadelos.

Varna - Não é possível, de novo os mesmos pesadelos, eu não aguento mais.

Ela se levanta indo até a cozinha para tomar água, em seguida deita no sofá e fica ouvindo músicas no fone de ouvido que a fez adormecer rapidinho.

Pela manhã foi ao mercado comprar algumas coisas que estavam faltando, tomou seu café da manhã reforçado e foi arrumar sua mochila para ir trabalhar, ela sempre levava o uniforme para trocar lá.

Faz o mesmo trajeto de sempre, pegando o ônibus, ao chegar no hospital entra apressada pois já estava em cima da hora, troca de roupa e vai para o andar de oncologia infantil.

Varna - Boa dia!

Ela bastante animada abraça umas crianças que estavam andando no corredor.

Menino - Adivinha?

Varna - Ganhou uma viagem para Disney?

Ela pergunta na brincadeira.

Menino - Não sua boba, eu ganhei alta!

Varna - Não acredito, parabéns meu príncipe! Vamos fazer a dancinha da comemoração, então!

Ela começa a dançar uns passos sincronizados e o menino a acompanha, Varna puxa a mãe do menino para dançar também, consequentemente algumas outras enfermeiras se juntam.

Varna - Yes... bate aqui!

Ela tira uma bexiga do bolso, enche e com uma canetinha azul escreve uma palavra de motivação, sempre ela fazia isso.

A mãe do menino se aproxima e a abraça, em seguida tira uma caixa de chocolate de dentro da sacola entregando ao filho para presentear a Varna como prova de agradecimento.

E assim começa o dia de trabalho dela, sempre transmitindo muita alegria e energias positivas para as crianças que estavam passando por aquele momento tão difícil, além de toda a parte assistida e monitorada, como os medicamentos nos horários e etc.

Na hora do almoço foi almoçar no refeitório do hospital, um médico se senta na mesma mesa que ela estava.

Médico - Posso te acompanhar?

Varna - Claro doutor Daniel!

Daniel - Como está sendo o seu dia?

Varna - Muito bom, e o seu?

Daniel - Estava bom, mas agora acabou de melhorar!

Ela sorri com a investida dele e fica em silêncio, no entanto um enfermeiro chega correndo pedindo a presença do doutor Daniel com urgência.

Daniel - Perdão!

Varna - Magina doutor!

Ele sai correndo do refeitório e ela fica olhando, sua amiga Bia se senta à mesa se acabando de rir.

Bia - Sabia que você era afim dele!

Varna - Claro que não, você realmente é chata viu bia, agora eu entendo o porque sou sua única amiga.

Bia - Não precisa me esculachar também, né! Risos...

Varna - Então não me provoque!

Bia - Mudando de assunto, e os pesadelos continuam?

Varna - Nossa, nem me lembre, já não tenho prazer em dormir faz tempo.

Bia - Sinto muito, sério!

Varna - Tenho que encontrar um hobby, pois a natação não tá me ajudando tanto assim.

Bia - Então, era sobre isso que eu queria falar com você.

Varna - Como assim?

Bia - Já pensou em aprender tocar algum instrumento?

Varna - Tipo piano?

Bia - Não sua boba, tipo violão ou guitarra.

Varna - Primeiro que não tenho dinheiro para comprar um instrumento tão caro como guitarra, só nisso já desisto!

Bia tira nesse momento um panfleto de um curso de guitarra e violão.

- Olha isso! E aqui tá dizendo que você não precisa comprar os instrumentos\, o próprio professor fornece durante as aulas.

Varna - Nossa, o preço tá bem legal.

Bia - Tá vendo!

Varna - Você quer fazer comigo?

Bia - Eu... eu não, eu vou entrar de férias na próxima semana , irei viajar.

Varna - Ah... Eu não sei!

Bia - Qual é amiga, eu sei o quanto você ama música, essa é a sua chance de aprender algum instrumento e ainda se distrair, usar como hobby.

Varna sorri e balança a cabeça totalmente desinteressada jogando o panfleto para frente da mesa.

Bia - Aff... Você realmente é cabeça dura hein, Varna!

Varna se levanta para andar um pouco no pátio, Bia revira os olhos e pega o panfleto indo atrás dela.

Ficam caminhando um pouco no pátio, depois sentam naqueles brancos tipo de pracinha, ficam conversando até o horário do almoço passar.

Varna - Bom, vou indo!

Bia - Espere!

A garota corre e coloca o panfleto no bolso do jaleco da Varna.

Bia - Pense bem, acho que seria um bom passatempo.

Varna - Você é indecifrável. Risos...

...

Depois dessa conversa com a Bia, se passaram quase uma semana. Hoje era o dia de folga da Varna e ela foi ao cinema sozinha, pegando a sessão das 15h da tarde, não tinha quase ninguém.

Quando acabou o filme foi para casa.

Juntou seus uniformes que estavam na cesta de roupa suja, colocou a mão em todos os bolsos dos três jalecos que tinha, que ela costumava revezar nos dias da semana, acaba achando o panfleto e coloca em cima da mesa, depois põe as roupas para lavar.

Deixa a máquina fazendo o trajeto dela e vai jantar, quando termina, lava as louças e volta na área de serviço organizar aquele ambiente, ela fita o panfleto, franze a testa e pega olhando o anúncio, lembrando que a Bia tinha insistindo tanto para ela se matricular.

Vai para a sala e fica bastante pensativa olhando o papel, como se estivesse em dúvida.

Varna - Pode ser uma boa!

Olha a hora no celular e resolve ligar, porém só chamou e ninguém atendeu a ligação, minutos depois o mesmo número retornou.

Varna 📱 - Alô!

Uma voz suave e sedutora se manifesta do outro lado da linha.

Varna 📱- Sim, fui eu que liguei, era a respeito do curso de guitarra e violão.

Ela se senta no sofá, escutando com muita atenção.

Varna 📱 - Na realidade não tenho muito tempo durante o dia, no entanto tenho folga terça e quinta na semana.

Ela escuta e fala mais umas coisas e finaliza a ligação, um minuto depois chega uma mensagem de texto com a localização.

Varna - Depois de amanhã, então!

Ela falava sozinha em pensamento.

Capítulo 3

Quinta feira, 19h da noite.

Varna chega de frente ao prédio indicado, indo até a portaria.

- Boa noite!

Porteiro - Boa noite!

Varna - É...

Ela se atrapalha e pega o celular para ver o nome.

Varna -  É no andar do professor de música, Teodoro!

Porteiro - Ah sim... você é a aluna que estava marcada para às 19h,  ele me avisou.

Varna - Sim, inclusive estou em cima da hora. Risos...

Porteiro - Pode subir moça, é no oitavo andar, número 89

Varna - Obrigada senhor!

Ela entra no elevador, logo chegando no andar indicado, haviam duas portas naquele andar, então ele aperta a campainha do 89, logo a porta se abre e um homem bastante charmoso e sorridente aparece.

Teodoro - Olá, pode entrar!

Varna - Obrigada!

Ela fita todo o ambiente, a sala mais parecia um salão com bastante espaço, haviam dois violões e quatro guitarras em cima de suportes no chão, cozinha americana e uma porta de vidro que dava para a varanda.

Teodoro - Fique à vontade!

Ele a encaminha para o sofá na sala onde ambos se sentam, ele numa poltrona na frente dela.

Teodoro - Então, você não tem nenhum instrumento?

Varna - Não, como eu lhe disse por telefone, eu estou começando do zero, não sei de nada, nenhuma nota sequer.

Teodoro - O que vai ser, violão ou guitarra?

Varna - Seria loucura se eu comesse pela guitarra?

Teodoro - Clara que não, digo que você é corajosa! Risos...

Varna - Eu tenho que pagar uma matrícula antes?

Teodoro - Não, moça! Risos...

Varna - É que se fosse assim, só poderia começar no mês seguinte.

Teodoro - Somente as mensalidades, uma hora de aula, de segunda a sexta.

Varna - O único problema é que só poderei vir na terça e quarta.

Teodoro - Que horas você sai do trabalho?

Varna - Às 21h.

Realmente é muito tarde, mas se você chega até 21:20 dá para gente pelo menos ter 30 minutos de aula, e nos dias da sua folga completamos os horários, pode ser?

Varna - Sim, combinado.

Teodoro levanta e pega duas guitarras, volta para a poltrona a entregando uma, isso faz Varna sorrir de nervoso pois com certeza pagaria mico.

Varna - Já vamos começar hoje?

Teodoro - Sim, tem algum compromisso?

Varna - Não!

Teodoro - Vou tocar uma coisa para você ouvir, preste bastante atenção nos movimentos dos meus dedos.

Varna fica olhando muito interessada, sem querer perder nenhum detalhe.

Teodoro - Você tem que ouvir a música, feche os olhos!

Ele coloca uma música para tocar na caixa de som e ela fecha os olhos.

Teodoro - Tente colocar a voz da música em segundo plano e ouça os instrumentos que estão tocando no fundo, perceba que dá para diferenciar cada um deles, consegue escutar a guitarra?

Varna - Sim!

Teodoro - Tocar é sentir, igual um sentimento que fica dentro de você.

Ele desliga a música e ela abre os olhos.

Ambos ficam se encarando deixando o silêncio predominar no ambiente, até ele quebrar o gelo voltando a tocar.

Teodoro - Vamos de notas musicais.

Varna - Isso é muito difícil!

Teodoro - Primeiro que você está segurando a guitarra de forma errada.

Ele se levanta indo para perto dela.

Teodoro - Pegue assim!

Ao sentir o toque dele nas mãos dela, ela ficou meio trêmula, ele percebeu que ela estava nervosa.

Teodoro - Quer tomar alguma coisa, água, refrigerante?

Varna - Sim, pode ser um refrigerante!

Ele vai até a cozinha pegar, em seguida volta e entrega para ela uma latinha de coca-cola.

O telefone dele começa a tocar.

Teodoro - Preciso atender, com licença!

Varna - Toda!

Ele abre a porta da sacada e vai falar lá fora, minutos depois volta.

Teodoro - E então, vamos continuar?

Varna - Sim, eu estava passando as notas que você me ensinou, escuta para ver se tá bom?

Ela volta a guitarra em cima da perna e reproduz o que aprendeu, ele sorri.

Varna - Tá horrível, né?

Teodoro - Então, horror não tá, mas te dou um desconto porque é seu primeiro dia de aula. Risos...

Chega o final da aula e Varna estava muito animada para a aula do dia seguinte.

Varna - Continua sendo muito difícil, porém não é mais um bicho de sete cabeças, de 0 à 5 quanto me avalia, professor?

Teodoro - 3, pela determinação!

Varna - Gostei, achei que ganharia um 1, porque convenhamos aqui, eu fui muito ruim.

Ambos sorriem.

Varna - Já vou indo, tenho que pegar o busão ainda.

Teodoro vai até a porta e abre.

Varna - Tchau, professor!

Teodoro - Até amanhã!

Ela entra no elevador e ele fecha a porta, vai até a bandeja de bebidas, pega uma garrafa de whisky colocando um pouco no copo e vai para a sacada tomar, fica olhando o movimento dos carros e as luzes dos prédios vizinhos.

Seu olhar demonstrava uma tristeza, uma nostalgia que o vento intensificou ainda mais, logo depois entra e vai para a sala, pega a chave do carro que estava em cima da mesa de centro e sai.

...

Varna chegou em casa com um sorriso nos lábios, seu gatinho como sempre corre para recebê-la.

Varna - Boa noite, Mimi!

Ela pega uns petiscos e coloca no pratinho dele, tira o tênis e vai deitar no sofá, colocando em um filme qualquer que estava passando naquele momento na televisão.

O celular dela começa a tocar, ela abre uma chamada de vídeo.

Varna 📱- Oi!

Bia 📱 - Como foi a aula?

Varna 📱 - Foi muito bacana, porém fui péssima!

Bia 📱 - O professor é bonito?

Varna 📱 - Sabia que você iria perguntar isso, porque você não pode ser como uma pessoa normal, Bia?

Bia  📱 - Eu sou normal, tanto que vou viajar amanhã, usufruir das minhas férias, morra de inveja!

Varna 📱 - Risos... Vou sentir sua falta!

Bia 📱 - Eu também, bom, vou terminar de arrumar as malas!

Varna 📱 - Boa viagem!

Bia 📱 - Obrigada!

Varna finaliza a ligação e pega seu gatinho que estava deitado perto do sofá, para deitar com ela enquanto termina de assistir o filme.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!