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LUNA

Introdução e descrição dos personagens.

O nosso livro se passa na Sicília e irá contar sobre a história das famílias: Pellegrini, Bergamaschi, Bianchi, Collalto e Petrov. Famílias as quais as histórias se cruzam devido à união entre Mattia e Luna, o jovem Don da máfia italiana e princesa dos vinhos.

...OS PELLEGRINI...

Giuseppe: Pai de Luna, e viúvo de Mia, aos seus cinquenta e sete anos é atualmente o maior produtor de vinho da Itália.

Mia: Filha de Anna, esposa de Giuseppe e mãe de Luna, faleceu no nascimento da filha.

Anna: Mãe de Mia e avó de Luna, a senhora de oitenta e dois anos cria a neta desde o seu nascimento.

Luna: Filha única do casal Pellegrini, atualmente com dezoito anos é a princesa do vinho e única herdeira de todo o patrimônio da família Pellegrini, é o amor da sua avó Anna. Uma jovem doce e encantadora, cheia de sonhos.

...OS BERGAMASCHI...

Aldo: Don da principal família da máfia italiana, um homem justo com grande amor e apreço por sua família, aos cinquenta e oito anos decidiu se aposentar das suas funções como capo, deixando no seu lugar o seu primogênito Mattia.

Martina: Esposa de Aldo e mãe de Mattia, Ângelo e Emma, a mulher de quarenta e oito anos dedicou toda a sua vida a cuidar do seu amado marido e dos três filhos que são a razão da sua vida. Muito gentil e querida por todos que a rodeiam, sempre está disposta a ajudar os que precisam.

Mattia: Futuro sucessor do seu pai, Mattia é um verdadeiro galã e amante da vida boêmia. Aos vinte e oito anos está prestes a se tornar um dos homens mais importantes da Itália, filho dedicado e um bom irmão, sempre foi motivo de orgulho para seus pais.

Ângelo: Filho do meio dos Bergamaschi, o jovem de vinte anos tem o temperamento oposto ao do irmão mais velho, fascinado por armas e o mais sanguinário dos homens do seu pai. Está noivo da também mimada e temperamental Chiara Bianchi, juntos eles são como fogo e gasolina.

Emma: A caçula dos Bergamaschi de apenas doze anos é o diamante e a princesinha da família, muito mimada pelo pai, e irmãos, está sempre deixando a sua mãe de cabelo com os seus gastos exorbitantes.

...OS COLLALTO...

Marco: Irmão de Martina, o homem de sessenta anos nunca quis se envolver com os assuntos da máfia do cunhado, apesar de o seu filho Dante ser o futuro braço direito de Mattia.

Celeste: Esposa de Marco e mãe de Dante, a senhora de cinquenta anos é a melhor amiga da sua cunhada Martina, com grande amor pela família é uma mulher muito dedicada e religiosa.

Dante: O homem de vinte nove anos é o melhor amigo e confidente do primo Mattia, será o futuro sottocapo da máfia quando o seu primo assumir. Apaixonado por sua esposa Aurora, sonha em ser pai.

Aurora: Esposa de Dante, é uma mulher de vinte e três anos forte e decidida, não compartilhar dos mesmos sonhos do marido, apesar de amá-lo loucamente.

...OS BIANCHI...

Luigi: Pai de Chiara e Marido de Valleria, membro muito respeitado da máfia e amigo de longa data dos Bergamaschi, concedeu a mão da sua única filha em casamento para o jovem Ângelo Bergamaschi, estreitando ainda mais os laços das duas famílias. Aos sessenta anos ainda é um dos mais temidos assassinos, o homem domina uma arma como nenhum outro.

Valleria: A ex-modelo, agora com os seus quarenta e quatro anos, dedica os seus dias a fazer as vontades da sua única filha, Chiara.

Chiara: A única herdeira dos Bianchi é uma verdadeira princesa nascida em berço de ouro, nos seus vinte anos de vida nunca precisou fazer o mínimo esforço para conseguir o mundo aos seus pés, mas em breve verá a sua realidade mudar ao se casar com Ângelo.

...OS PETROV...

Nikolai: Chefe da máfia russa, o homem de apenas trinta anos carrega consigo mais sangue nas suas mãos do que os seus inimigos possam imaginar, tem grande obsessão pela máfia italiana.

Zoya: Irmã caçula de Nikolai, a jovem de dezenove anos é um fantoche nas mãos do irmão. Nunca concordou com a vida que levam, mais não ousa confrontar o único familiar que tem.

...OUTROS...

Mario Savoia: Consigliere dos Bergamaschi, amigo de infância de Don Aldo, cinquenta e nove anos.

Emilia Savoia: Esposa de Mario, cinquenta anos.

Francesa: Cozinheira dos Bergamaschi, quarenta e cinco anos.

Salvatore: Mordomo dos Bergamaschi, cinquenta anos.

Paolo Savoia: Principal soldado da família Bergamaschi, trinta e dois anos.

Capítulo 1

A dezoito anos atrás...

Numa bela manhã de um dia quente de verão em Roma, nascia a pequena Luna, filha da união entre Giuseppe Pellegrini e Mia Pellegrini e a ocasião só não se tornou uma grande festa, pois no mesmo dia em que uma vida se iniciava, outra chegava ao fim. Logo após dar à luz a sua filha, Mia faleceu, levando consigo o coração do seu marido Giuseppe, que após perder o amor da sua vida tornou-se um homem frio e sem sentimentos, tanto que nem ao menos quis ver a filha recém nascida, pois a culpava pela morte da sua amada Mia.

Mia logo após o seu casamento foi informada que não poderia ter filhos, mas para ela uma mulher de muita fé nada era impossível, rezava todos os dias para que um milagre acontecesse e ela conseguisse gerar uma criança, os seus pedidos foram atendidos. Giuseppe tentou por muitas vezes convencê-la a interromper a gravidez, mas Mia manteve a sua decisão de que mesmo que custasse a sua vida ela traria seu bebê ao mundo. Então o que todos temiam aconteceu, Mia segurou a pequena menina nos seus braços apenas por alguns minutos antes de fechar os seus olhos pela última vez.

Logo após a morte da esposa, Giuseppe enviou a filha recém-nascida juntamente com dona Anna a avó materna da menina  para um vilarejo no interior da Itália, e lá Luna ficaria longe de tudo e todos, principalmente de seu pai Giuseppe que não conseguia nem olhar ou ouvir falar da filha. Ele dedicou todo o seu tempo as suas vinícolas e a tentar superar a perda da sua amada esposa, pulando de cama em cama.

Os anos iam se passando e além de mandar uma boa quantia em dinheiro para criação da sua filha, Giuseppe também ia até o vilarejo uma vez por ano, e observava a filha de longe, o seu orgulho não o deixava se aproximar dela por mais que as vezes quisesse. Dona Anna cuidava da neta com muito amor e carinho, contava histórias sobre a sua mãe e a ensinava a cozinhar, bordar e cuidar do jardim, além de sempre acompanhar os estudos da neta.

Dias atuais...

Luna cresceu e agora com dezoito anos estava uma moça linda, os seus cabelos pretos cacheados que herdou da sua mãe e os seus lindos olhos verdes contrastavam com a sua pele branca como a neve. O seu amor pelas flores e por sua avó aumentaram a cada ano da sua vida, era sagrado para as duas diariamente colherem flores do jardim para enfeitar a casa. Anna que já estava com a idade avançada agora mais do que nunca contava com a ajuda da neta nos afazeres de casa, desde que chegaram ao vilarejo sempre foram só as duas.

Giuseppe via a vida que a filha levava como um castigo para ela, mas a jovem era muito feliz e não poderia se imaginar vivendo de outra maneira. Dona Anna nunca escondeu nada da neta, e contou cada detalhe que as levou a morar tão longe, e tudo sobre o seu pai. Luna se sentia triste pela morte da sua mãe, mas sabia que não era sua culpa e apesar de tudo que a sua avó havia lhe contado ainda sonhava em conhecer e conviver com o seu pai, ela queria saber tudo sobre ele e também sobre a famosa vinícola Pellegrini, a qual algum dia herdaria, já que era filha única.

Era domingo de manhã, Luna e a sua avó voltavam da igreja...

Luna: Vovó, a senhora pensa que o padre Francisco me deixaria ajudar com as crianças durante as missas?

Anna: É claro querida, basta pedir-lhe.

Luna: Farei isso na semana que vem.

A avó observava a neta falar atentamente.

Luna: Por que me olha assim, vovó?

Anna: Fico a lembrar da sua mãe, são muito parecidas, tanto no jeito quanto na aparência.

Luna: Queria ter conhecido ela, ou pelo menos ter alguma lembrança.

Anna: Também queria, minha filha.

Luna: Será que o meu pai um dia virá me ver?

Anna: Não sei dizer, mas não se apague a esses pensamentos.

Luna: Queria que ele me perdoasse por toda a dor que lhe causei.

Anna: Nunca mais diga isso, não tem culpa de nada! O seu pai é um cabeça dura, e não merece uma filha maravilhosa como você.

As duas continuam o trajeto até a casa, dona Anna muda o rumo da conversa e as duas começam a rir dos novos assuntos.

Enquanto isso na Sicília...

Giuseppe estava entrando na casa de seu grande amigo Don Aldo quando foi surpreendido por uma acalorada discussão entre seu amigo e o filho dele Mattia, Giuseppe estava ali para levar uma caixa de vinhos para Aldo em comemoração a sua aposentadoria da máfia. Aldo Bergamaschi era o atual Don da principal família da máfia italiana, e decidiu que estava na hora de se aposentar, sua idade e a insistência de sua esposa Martina fez com que o homem tomasse tal decisão.

Assim que Mattia saiu do escritório do pai a passos largos e tomado por uma fúria surreal, Giuseppe foi anunciado pelo mordomo e foi ao encontro do amigo.

Giuseppe: Aldo, como vai?

Aldo: Ah meu caro amigo, não tão bem como gostária.

Giuseppe: Será que posso ajudar?

Aldo: Creio que não, estou entre a cruz e a espada. Vou me aposentar das minhas funções na máfia em menos de duas semanas e Mattia assumirá o meu lugar.

Giuseppe: E porque isso está tirando sua paz?

Aldo: Os anciãos e as outras famílias exigem que Mattia seja casado, e meu menino não aceita essa imposição. Já tentei convencê-lo, apresentei algumas moças filhas de outras famílias da máfia e ele não aceita nenhuma.

Giuseppe: O menino não quer deixar a vida boêmia que leva, meu amigo. Ou talvez ele não queria se casar sem amor, pois como amaria uma mulher de um casamento arranjado?

Aldo: O amor se constrói com o tempo. Mas para agradar aos termos do meu filho precisaria encontrar uma moça completamente obediente e submissa, que aceitecasse se casar somente por conveniência a início.

Giuseppe: Talvez eu possa te ajudar.

Aldo: Como?

Giuseppe: Darei a minha filha em casamento a Mattia, ela se encaixa perfeitamente no que espera de uma esposa para seu filho.

Aldo: Ela aceitaria sem resistência?

Giuseppe: Ela não tem escolha, vive com a avó em um vilarejo distante e não sei até quando a velha viverá. Eu não suporto olhar para ela, então depois que a velha partir ela ficará a mercê do destino.

Aldo que era apaixonado pela família e principalmente por seus dois filhos, ficou impressionado com a frieza do amigo ao falar da própria filha, sentiu naquele momento pena da pobre moça que ele nem ao menos conhecia. Aceitou de imediato a proposta de Giuseppe e prometeu a si mesmo que cuidaria da jovem, Aldo conhecia Mia a falecida esposa de seu amigo e sabia que ela ficaria extremamente decepcionada com o jeito que Giuseppe falava e tratava a filha deles.

Capítulo 2

No dia seguinte...

Aldo acordou cedo e foi ao encontro da sua família para o café da manhã, ele decidiu comunicar a todos a decisão que havia tomado.

Aldo: Bom dia família!

Todos presentes respondem ao cumprimento, na mesa estavam Mattia, Emma, Martina e Ângelo. Era sagrado na casa dos Bergamaschi fazer pelo menos uma das refeições em família, pois era o único momento em que pareciam uma família comum.

Aldo: Não posso mais adiar o seu casamento, estou sendo muito cobrado pelas outras famílias.

Mattia: Pai, nós já conversamos sobre isso.

Aldo: Sim, e você não me apresentou nenhuma opção, então eu decidi por você. Amanhã a sua noiva estará aqui, e permanecerá até o dia do casamento.

Emma: Oba, vou ganhar uma irmã!

Martina: Quem é a moça, querido?

Mattia: Pai eu já disse que não quero nenhuma daquelas coisas fúteis e interesseiras.

Aldo: Ela não é filha de nenhum dos nossos aliados, a moça é filha do Giuseppe.

Martina: A bebê que a Mia teve? Não sabia que ela estava viva.

Ângelo: Ele tem uma filha?

Aldo: Sim, a moça vive num vilarejo no interior com a avó. Giuseppe irá buscá-la, quero que a recebam muito bem e a façam se sentir em casa.

Martina: Cuidarei dela como se fosse minha filha.

Mattia: Pai, eu não acredito que uma caipira seja a melhor escolha para esposa de um Don.

Aldo bate com força na mesa e se dirige ao filho com o tom de voz alterado.

Aldo: CHEGA! Eu te dei tempo para apresentar alguém do seu agrado, mas tem me enrolado e vou dar um, basta nisso. Se casará com Luna, e fará dela a mais feliz das mulheres, ou se verá comigo. Não importa que seja agora o capo, ainda sim, será meu filho.

Mattia: Como quiser, Don Aldo Bergamaschi!

Mattia se retira da sala de jantar a passos largos caminhando para fora da mansão, ao lado de fora seu primo Dante o aguardava. Ambos entram no carro e seguem em silêncio durante todo o trajeto até a sede da máfia, onde tudo já estava sendo organizado para a posse de Mattia.

Já na sede da máfia eles vão direto para sala de Don Aldo, Mario já aguardava por eles.

Mario: Bom dia, senhores. Aqui estão todos os papeis que o seu pai pediu para estudar, vou deixá-los a sós.

Mattia: Obrigado!

Mario se retira deixando os primos a sós.

Dante: O que tirou a sua paz tão cedo meu amigo?

Mattia: Meu pai encontrou a minha noiva.

Dante: Eu te disse que a paciência do tio Aldo não duraria por muito tempo. Quem é a sortuda?

Mattia: A filha do Pellegrini, a filha que ninguém nunca viu.

Dante: Então temos uma misteriosa princesa dos vinhos?!

Mattia: É o que parece.

Dante: Quando vamos conhecer a futura senhora Bergamaschi?

Mattia: Meu pai disse que ela chega amanhã, o Pellegrini foi buscá-la num vilarejo no interior.

Dante: Boa sorte meu caro, você vai precisar.

Longe dali Giuseppe chegava no vilarejo onde Luna e a sua avó viviam, a senhora estava sentada na varanda quando viu um carro desconhecido se aproximando, então ao estacionar ela reconheceu o genro que não via há muito tempo. Anna estava surpresa e intrigada com a presença do homem ali depois de tantos anos, ela o observava se aproximar em silêncio.

Giuseppe: Anna.

Anna: Giuseppe. A que devo a honra da sua presença?

Giuseppe: Vou ir direto ao ponto, vim buscar a Luna.

Anna: Como?

Giuseppe: Vou levar ela comigo para Palermo.

Anna: Não pode fazer isso, não pode tirar a minha menina de mim! Por que está fazendo isso agora?

Giuseppe: Em breve ela irá se casar com o filho de Don Aldo.

Anna: Se casar com o filho de um mafioso?! Que absurdo está dizendo, ela é só uma menina.

Giuseppe: Ela já tem dezoito anos, não é nenhuma criança.

Anna: Não pode fazer isso com ela, Luna ainda não está preparada para isso.

Giuseppe: Não se preocupe, se não a tiver orientado, Martina fará isso com maestria.

Anna se joga aos pés do homem e começa a implorar pela neta.

Anna: Eu imploro Giuseppe, não tire a única família que me restou de mim.

Giuseppe: Tenha um pouco de dignidade mulher, se levante e diga-me onde está Luna.

Anna com os olhos tomados por lágrimas vai até à parte de trás da casa e chama pela neta que estava na horta, Luna vem correndo toda sorridente, mas logo nota a expressão triste da sua avó. Giuseppe entra na casa e faz o mesmo caminho que Anna fez, então ele depara-se agora de muito perto com a sua filha, e a moça mais do que nunca estava idêntica a sua falecida mãe.

Luna: Vovó, por que está chorando? Quem é esse senhor?

Anna: Minha querida, esse é o seu pai.

Giuseppe: Olá, Luna.

Luna fica sem reação diante do homem que sempre sonhou em conhecer.

Giuseppe: Vim te buscar.

Luna: Eu e a avó Anna vamos voltar para a cidade com você?

Giuseppe: Vim buscar somente você.

Luna: Então não irei.

Giuseppe: Não tem escolha, não é um convite.

Luna: Nunca veio me ver em todos esses anos e agora quer me levar embora?

Giuseppe: Agora a situação é diferente.

Luna: Como?

Giuseppe: Vai se casar com um homem muito importante.

Luna: Casar? Com uma pessoa que não conheço?

Giuseppe: Vai ter uma vida inteira para conhecê-lo.

Luna: Eu não quero, só me casarei quando encontrar o amor.

Giuseppe: Não diga besteiras, dei a minha palavra. Não quero mais discutir sobre isso, arrume as suas coisas, sairemos amanhã bem cedo.

Luna correu para o quarto acompanhada da avó, ela estava em prantos. Sonhava conhecer o pai, mas não daquele jeito, não em meio a uma discussão. Ela deita-se na cama enquanto a sua avó tentava acalmá-la, aquele era um momento difícil para as duas, Anna estava com o coração partido por não saber o que o destino reservava para sua amada neta.

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