Conheci Kamila Boumer por acaso, devia ter meus 21 anos..., ela era uma linda mulher com pouco mais de 30 anos..., 32 para ser mais exato, tinha uma filha adolescente e estava viúva a poucos meses..., uma linda e rica viúva. Acabamos trombando..., eu estava levando o documento de identidade do meu irmão até a faculdade em que ele estudava na época..., ainda lembro de nossa primeira conversa.
Kamila:_ Desculpe..., seu RG..., Vicente Ferri...
Thomas:_ Também peço desculpas..., acabei me distraindo..., a senhora é ?
Kamila:_ Kamila Boumer..., por favor, não me chame de senhora..., me sinto ainda mais velha...
Thomas:_ Perdão..., não é pela aparência, sei que é jovem..., é por causa da aliança...
Kamila:_ Ah, sim..., é só o costume de usar, não importa..., desculpa ter trombado em você...
O pouco que nos falamos, percebi que ela estava abalada..., angustiada, como se tivesse fugindo de alguém..., ela rapidamente me puxa num momento de desespero e me beija..., fico sem reação, mas, algo me atrai naquele beijo e não resisto em corresponder..., a forma como ela respirava, o perigo, a troca de nomes..., achei excitante..., erótico.
Kamila:_ Vicente..., por favor..., fica aqui..., só mais um pouco...
Thomas:_ Está com medo de alguém?
Kamila:_ Não..., e sim..., me beija...
E foi aí que uma paixão quente e sem limites começou..., aquela mulher era a minha perdição, perto dela não conseguia raciocinar direito..., era intenso..., ardente..., e depois de quase dois anos, ela começou a mudar..., se tornou insegura..., ciúmes, agressões...
Tentei várias vezes a convencer de que a amava..., pra falar a verdade, nem sabia o que era amor..., mas o que ela me oferecia me prendia a ela, me iludi num relacionamento abusivo e doentio... Nesse meio tempo descobri o que ela havia feito ao ex-marido, acreditei que ela seria capaz de fazer o mesmo comigo. Além de está sempre sendo ameaçada por um maldito cúmplice que a ajudou a se livrar do falecido esposo, o cara ainda chegou a me ameaçar.
Resolvi me afastar e o pesadelo só piorou, ela surtou..., ela descobriu meu verdadeiro nome, mas insistia em me chamar de Vicente.
Me seguia pra qualquer lugar que eu fosse, ela sempre dava um jeito de me encontrar..., numa das minhas viagens, conheci Mônica, minha segunda paixão..., claro que já havia me relacionado com outras mulheres, algumas mais jovens até..., mas essas duas, viraram minha cabeça...
Quando Kamila descobriu sobre Mônica, ela enlouqueceu ainda mais, se tornou violenta..., só parou quando quase acabou com minha vida, literalmente.
Ela tentou matar Mônica com uma faca e ao tentar proteger minha namorada na época e fazer Kamila parar, tive o abdomên perfurado..., assim que ela percebeu o que havia feito, ela se desesperou..., eu estava sangrando e atordoado, mas ainda lembro de uma discussão entre as duas mulheres...
Kamila:_ Meu amor..., me perdoa..., por favor me perdoa..., eu te amo...
Mônica:_ SAI DAQUI SUA LOUCA DESGRAÇADA..., OLHA O QUE VOCÊ FEZ...
Kamila:_ Eu não queria..., fazer isso..., Vicente..., amor..., me perdoa..., nunca mais vou te machucar meu amor..., eu juro..., nunca mais...
Kamila chorava muito, tremia, tinha sangue nas mãos, ela tentou se aproximar..., Mônica empurrou ela para fora do apartamento e ameaçou chamar a polícia..., Kamila estava em choque e fora de si..., ela se foi e depois de uns meses, soube que ela havia morrido..., e só quando conheci Lara, a filha dela, é que descobri uma carta, onde ela dizia que havia tirado a própria vida naquele maldito dia.
Nunca senti culpa por aquilo..., ficaram alguns traumas, odeio relacionamentos possessivos, mulher pegajosa, esse tipo de coisa que me façam lembrar dela..., mas, não sinto culpa pelo que ela fez a sí própria.
Comecei a viajar..., numa dessas viagens, tentando ficar bem longe dos olhos de Kamila, conheci Mônica, ela havia participado de um desfile num evento que fui com um amigo em comum..., achei ela linda assim que a vi..., uma mulher forte e delicada ao mesmo tempo, independente e batalhadora..., me encantei por ela.
Fiquei sabendo que iriam a uma balada, aproveitei a oportunidade para me aproximar..., nos conhecemos e logo começamos a namorar..., nosso namoro rolou rápido e durou pouco tempo, logo a pedi em casamento e ela aceitou..., mas, não passou disso, um longo noivado, mesmo morando juntos, ela estava sempre inventando um jeito de ficar longe por uns dias, e nas viagens mais longas comecei a acompanha-la.
Me apaixonei mesmo por ela, queria uma família, mas Mônica é muito dedicada a carreira, ela assinou um contrato ao qual teria que manter disponibilidade, não ser casada e se caso não tivesse filhos, não poderia engravidar até o fim do contrato ou pagaria uma multa absurda e perderia o emprego.
Aceitei todos esses anos os termos dela, vivia de acordo com o trabalho dela..., praticamente abri mão da minha carreira na empresa da minha família para acompanha-la. Acabávamos discutindo quando eu tocava no assunto: casamento, filhos, família..., mas, depois, fazíamos as pazes, temos uma química forte, ela me atrai e sabe o que fazer e o que dizer para conseguir as coisas do jeito dela.
Essa enrolação já dura quase cinco anos..., havíamos combinado que assim que o contrato terminasse, tiraríamos umas férias, oficializaríamos nossa relação e quem sabe um filho..., estava muito empolgado com os planos, mas nada com Mônica é como quero..., não existe um meio termo para ambos sairmos felizes, é sempre o que ela deseja..., e isso já me cansou a um tempo.
Passamos por tantas coisas juntos, entre elas o atentado de Kamila..., até isso aceitei ocultar, por minha família, mas principalmente pela carreira dela, nada de escândalos envolvendo o nome dela.
Já havia reservado as passagens para nossa viagem, estava tudo pronto, iamos visitar os pais dela e depois seguir para outro destino. Os pais da Mônica querem tanto ser avós quanto os meus..., pra falar a verdade, não é só começarmos nossa família, mas é pra sentir que sou também uma prioridade na vida dela assim como ela é na minha. Nunca aceitaria algo que interferisse entre nós, ela no entanto, só escolhe trabalhos que acabam nos afastando.
A última briga, não poderia ter sido por outro motivo, já haviamos conversado e combinado de não renovar o contrato, ela já tinha várias propostas, até melhores e um dia ela chega em casa com a bela notícia...
Mônica:_ Tom, precisamos conversar sobre meu trabalho.
Thomas:_ Acho que já conversamos sobre isso..., o que seria dessa vez?
Mônica:_ Amor..., aqui os papéis, por favor só me entende, prometo que assim que terminar essa nova temporada de desfiles e trabalho seguiremos com seus planos...
Ela me entrega alguns papéis, são referente ao contrato de trabalho..., ela renovou com eles sem ao menos tentar uma nova conversa..., ela sabe muito bem minha opinião sobre isso...
Thomas:_ Assinou com eles novamente?
Mônica:_ Sim..., mas será só dessa vez, preciso do trabalho...
Thomas:_ Ok..., já entendi..., fez a sua escolha, ta na hora de fazer a minha.
Mônica:_ Do que ta falando?...
Thomas:_ Pra mim já deu Mônica..., você e eu sabemos que não é pelo trabalho, você não precisa de porcaria nenhuma, temos dinheiro suficiente..., basta falar a verdade e parar de me enrolar..., eu..., entenderia..., mas fica o tempo inteiro prometendo coisas que nunca cumpre..., eu tô cansado...
Mônica:_ Aonde vai?..., não pode me deixar..., Tom?...
Levanto e caminho até o quarto, pego uma pequena bolsa e começo a arrumar umas peças de roupas dentro, ela tenta me impedir..., mas, eu preciso me afastar, com ela por perto não consigo tomar decisões..., brigamos e no final acabamos na cama e não resolvemos nada. Dessa vez quero mudar...
Thomas:_ Só me da um tempo Mônica..., também tenho uma vida..., não posso passar o tempo inteiro vivendo a sua vida...
Mônica:_ NÃO VAI ME DEIXAR!
Thomas:_ SAI DA MINHA FRENTE...
Mônica:_ NÃO..., eu..., já disse..., é a última temporada...
Thomas:_ Não se preocupe, eu já entendi..., se é o que te faz feliz, eu respeito..., só me dá esse tempo, vai ser bom pra você também...
Respiro fundo..., beijo o rosto dela e saio..., não quero brigar, não quero gritar com ela..., não sou assim..., respeito as escolhas dela, mas, ta na cara que as escolhas dela não me incluem, nem sei porque ela insiste nessa relação..., já se desgastou e até o amor que eu sentia por ela, há tempos virou apenas costume..., acostumei em estarmos juntos. Vou pra casa do meu irmão, não tô com paciência de me explicar pela vigésima vez para minha mãe do porque que brigamos..., afinal, os motivos são sempre os mesmos.
Sou um amante nato , gosto de curtir a vida..., sair, festas, baladas, amigos, aproveito bastante minha solteirice, isso quando estou solteiro..., mas quando estou em um relacionamento, me dedico totalmente a dar certo e deixo muito dos meus hábitos, até a bebida dou uma maneirada..., estava com Mônica, modelo profissional, 28 anos...., uma bela mulher, não só em beleza física, ela tem muitas outras qualidades que me fazem a admirar..., a verdade é que resolvemos dar um tempo..., resolvi por nós dois. Ela está se preparando para uma viagem de trabalho, vai ser bom para ambos nos afastar.
Me chamo Thomas Ferri, 30 anos, sou o segundo filho da família Ferri..., meu irmão Vicente é o mais velho..., me formei em engenharia de produção, atuava na empresa da minha família por um tempo, mas, optei por me afastar, primeiro para fugir de uma louca com quem tive um rolo..., depois que conheci Mônica, para acompanhar a carreira dela.
Enfim, decidi dar um tempo desses amores mal resolvidos e me dedicar totalmente a minha carreira, estou pronto para voltar e assumir meu antigo cargo na empresa Ferri.
Mas, como nada são flores..., estou me acostumando ao rompimento com minha ex, ela ainda mexe comigo..., aos poucos isso passa..., só preciso focar no trabalho.
Hoje foi um dia bem agitado, minha cunhada sofreu um atentado, um acidente e descobrimos que está grávida..., tantos acontecimentos em um único dia é pra virar a cabeça..., preciso ajudar meu irmão, o problema é que parece ter um letreiro na minha testa que diz "ADORO MALUCAS"..., tenho um imã pra esse tipo de mulher só pode.
Acabei batendo na traseira de uma lata velha..., sem querer ofender a maluca, mas o carro é realmente um modelo antigo, parece até que ela roubou de um museu e achou de estancar bem na minha frente..., admito que estava distraído, não mantive a distância necessária para evitar a batida, a culpa foi minha..., mas ela não precisa saber disso..., vai se achar a senhora razão e ficar ainda mais arrogante do que já mostra ser...
Poderia passar o dia todo irritando ela, de alguma forma senti prazer em aborrece-la..., mas, não tenho tempo a perder com essa doida..., dou um valor em dinheiro acima do que seria o prejuízo e a ignoro já que ela insite em me seguir falando como uma tagarela..., entro no carro e a deixo falando sozinha..., acho que agora consegui a enfurecer de vez.
Ainda vou precisar dar um jeito no carro de Vicente sem que ele descubra..., depois de resolver tudo, deixo o carro na oficina de um amigo e vou para casa dos meus pais para fazer um resumo dos últimos acontecimentos.
Vicente passará a noite com a esposa, ele terá muito com o que se preocupar durante esses meses, precisarão de todo nosso apoio e ajuda..., no momento, teremos o final de semana para nos organizar, preciso procurar um lugar para alugar, não pretendo morar com meus pais..., na segunda-feira precisarei estar cedo na empresa. Amanhã, irei no meu antigo apartamento tenho que pegar mais algumas das minhas coisas..., só preciso ir em um horário que Mônica não esteja em casa.
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