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Casando Com Um Mafioso: Obrigação Ou Paixão

capítulo 1

**Fernanda**

Sobre mim, posso dizer que sou uma menina mulher que adora aproveitar a vida ao máximo. Nos meus momentos livres, pego meu violão e vou para a praça central de Paris, onde canto com toda a minha empolgação. Muitas pessoas passam por lá e até me dão gorjetas! Faço isso uma vez por semana, mas sempre passo por um lugar onde prometo que vou cantar um dia. Porém, como sou menor de idade, preciso ser cautelosa.

Como já mencionei, eu valorizo cada segundo da minha vida, embora exista algo que me faça sentir frágil: minha família. Minha mãe faleceu quando eu tinha apenas dez anos e meu pai me abandonou ainda quando estava na barriga dela. Hoje, eu vivo com meu irmão mais velho, Bernardo, que, por sinal, só me dá dor de cabeça. Era para ele cuidar de mim, mas sou eu quem acaba cuidando dele, já que ele sempre se mete em confusões e vive devendo para os outros. Às vezes, penso em sair de casa, mas logo lembro da minha mãe e mudo de ideia. Então, sigo a vida como posso.

Num dia de aula, meu amigo Isaque me contou que uma casa de shows que eu admiro tanto está fazendo testes para novos cantores e logo pensei que essa seria a minha chance de brilhar.

Entretanto, fiquei pensando em como iria fazer aquilo, já que sou menor de idade. Então, lembrei do amigo do meu irmão, o Gabriel, que falsifica documentos. Fui até ele e pedi que falsificasse uma identidade para mim.

Usei minhas economias, que não são muitas, e dois dias depois, meu documento estava pronto. Peguei meu violão e me vesti de forma bem atraente, já que o estilo das músicas que canto é rock pop, e segui para a casa de shows, cheia de ansiedade e alegria, pois sabia que essa era a minha oportunidade e não poderia deixá-la escapar.

Ao chegar lá, algumas pessoas já estavam esperando. Enquanto afinava meu violão, avistei um homem alto e lindo. Não pude deixar de olhar para ele; era sério, mas tinha um olhar encantador. Seu corpo bem definido estava realçado por um terno azul que o deixava irresistível. Ele estava ao telefone, cercado por outros homens, mas, quando entrou em uma sala, voltei a me concentrar na afinação do meu violão.

Na hora dos testes, era apenas eu como candidata feminina; os outros dois competidores eram homens. Fiquei um pouco insegura, mas, quando chegou a minha vez, fiz com que todos cantassem e dançassem comigo. Senti uma felicidade tão intensa que nada poderia me abalar, nem mesmo as bebedeiras do meu irmão.

Terminei minha apresentação e um senhor se aproximou, dizendo que eu estava contratada e que toda sexta-feira eu cantaria lá.

Fiquei tão radiante que me esqueci de onde estava, pulando e gritando de alegria no corredor do banheiro da casa de shows, até que esbarrei em um homem. Assim que pedi desculpas e olhei para ele, percebi que era o mesmo homem dos olhos perfeitos.

Ele não disse nada e simplesmente saiu, mas um dos homens ao seu redor me encarou com uma expressão feia. Deixei isso de lado, pois estava tão feliz que nada poderia estragar esse momento.

capítulo 2

Henrique Lopes

Eu sou um homem bem-sucedido. Meu pai faleceu e deixou tudo para mim, e só tenho uma irmã, Bia, que tem apenas dez anos. Segui os passos do meu pai no mundo da máfia, mas também toco outros negócios e casas de espetáculo. Não tolero mentiras e sou rigoroso com tudo o que possuo. Meu pai sempre me ensinou a ser forte e a lutar contra aqueles que não me apoiam. Eu sempre busco ser o primeiro em tudo; os demais que se virem. Embora evite sujar minhas mãos com sangue, se necessário, faço o que for preciso. Nunca me submeteria a ninguém.

Meu tio Francisco, irmão do meu pai, não ficou satisfeito quando assumi o lugar dele. Ele sempre tenta prejudicar-me, mas estou sempre um passo à frente, prevendo suas ações com eficiência.

Recentemente, ele reuniu todos os membros da máfia de várias partes, almejando me derrubar, mas consegui contornar a situação e o eliminei. Agora, meu avô Vitor, que nunca aprovou a atitude do meu tio, exige que eu me case e tenha herdeiros para que, quando eu faltar, meus filhos possam assumir meu lugar.

Isso me enfurece, pois valorizo minha liberdade e gosto de estar com várias mulheres; não sou o tipo de homem que se limita a uma só.

A situação está se complicando, especialmente porque meu avô quer uma mulher pura ao meu lado. Ele não aceitaria qualquer uma. Existe até a minha prima Inês, mas não me agrada nem um pouco. Ela é muito vulgar, e eu não tenho interesse em mulheres oferecidas, a não ser que seja para um encontro casual. Estou à procura de alguém que me respeite, pois não aceito chiliques toda vez que faço algo.

Estou em uma das minhas casas de show e estou furioso, pois descobri que alguém está me roubando. Esse indivíduo deve estar louco, achando que pode me enganar e ainda sair ileso.

Pegando meu celular, saio cheio de raiva, desejando fazer justiça com minhas próprias mãos. Ligo para meu braço direito, Lucas, amigo de infância, e peço detalhes sobre esse desgraçado. Com a raiva borbulhando dentro de mim, uma mulher bêbada esbarra em mim no caminho; definitivamente, não é meu dia.

Coloco-me a caminho em meu carro, acompanhado de alguns homens de confiança. Gosto de resolver meus problemas pessoalmente, a não ser que não haja outra alternativa.

Enquanto viajo, já planejo o que farei com esse infeliz que ousou cruzar meu caminho; vou mostrar a ele que se meter com Henrique Lopes é um erro fatal.

Chego a um bairro e percebo que todos se apressam em voltar para suas casas, provavelmente com medo da minha presença. Estou furioso com aquele desgraçado, pois ele me fez desistir de um momento de prazer com uma loira deslumbrante que estava ao meu lado. Ele vai pagar por isso.

Bato na porta, mas ninguém responde. Peço licença para agir e, com a mão firmemente na pistola, escuto uma jovem implorando para que eu não atire. Ao olhar para ela, percebo que é linda, com um rosto perfeito. Já a vi em algum lugar, mas não consigo lembrar, ainda imerso na minha raiva. Nesse instante, levanto a mão, quando a porta se abre.

capítulo 3

— Então é você quem está me roubando? Vou te mostrar que não se deve roubar de mim, pois sou Henrique Lopes.

Henrique empurrou o rapaz, que caiu no chão, e sacou a pistola da cintura, apontando-a para seu rosto. Fernanda, em uma explosão de desesperança, já chorava:

— Por favor, não mate meu irmão! Ele é tudo que eu tenho.

Ela sabia que, no fundo, seu irmão não valia nada, mas era tudo o que restava de sua família.

— Pare de gritar!

Henrique disse, segurando firmemente os braços dela. Ao olhar em seus olhos, sentiu o perfume dela e percebeu como era linda. Bernardo, percebendo o olhar diferente de Henrique para sua irmã, gritou:

— Não, por favor! Não faça nada com ela. Mate-me, mas deixe-a em paz.

Ele havia prometido à mãe que cuidaria dela, e agora ela estava nas mãos de um homem cruel. Henrique desferiu um soco no rosto de Bernardo, que despencou no chão. Fernanda começou a golpear Henrique:

— Não bata no meu irmão! Pare! Eu faço o que você quiser, mas deixe-o em paz.

Henrique a olhou e viu não apenas uma garota chorando, mas uma beleza encantadora, com seus cabelos loiros e seu rostinho meigo, até que ouviu Bernardo gritar novamente.

— Deixe minha irmã em paz! Ela é pura, você não a quer! Deixe-a, me mate, seu miserável!

Henrique olhou para ele com um sorriso sarcástico, já pensando em suas próximas ações:

— Então ela é tudo que você tem? Vale tanto assim para você? Pois bem, você já pagou o que me deve.

Ele então indicou a um de seus homens que levasse Fernanda para o carro. Ela ficou sem entender, chamando por Bernardo, que, vendo sua irmã ser levada, implorava:

— Deixe-a, por favor! Me mate!

Henrique não se importou e, segurando firme o rosto de Bernardo, disse com os olhos cheios de raiva:

— Vou levá-la, e se você tentar segui-la, eu te mato! Dessa vez, terei pena de você, seu ladrãozinho imundo, mas se você pisar no meu território novamente, eu vou acabar com você. Esqueça que tem uma irmã, porque ela agora me pertence.

Ao soltar Bernardo, Henrique mandou um de seus homens dar uma surra nele e saiu, indo em direção ao carro. Fernanda já estava lá dentro, encolhida e chorando, pensando em seu irmão.

— Chega de escândalos! Não gosto de mulher chorona.

Henrique falou enquanto desabotoava seu paletó. Fernanda olhava pela janela do carro e perguntou sem olhar para ele:

— O que você fez com meu irmão?

— Nada, querida. Mas a partir de agora, você não tem mais irmão. Você é minha.

As lágrimas escorriam pelo rosto de Fernanda. Para ele, isso era apenas um jogo, mas para ela, era o medo tomando conta. Era seu irmão, era sua vida que estava se despedaçando. Ela chorava, lamentando sua felicidade: havia conseguido uma vaga na casa de shows onde sempre quis cantar, e agora tudo estava desmoronando. Ela se perguntava quem era aquele homem e, ao olhar para ele novamente, lembrou que era o mesmo que havia visto antes no palco. Isso a fez pensar: "Como pode ser? É ele! Eu estava o admirando mais cedo, mas agora está destruindo minha vida. E agora, o que acontecerá comigo? Como eu me arrependo de ter reclamado tantas vezes da minha vida."

Ela o observava, confusa, admirando como alguém podia ser tão encantador e cruel ao mesmo tempo. E como estaria seu irmão? Nesse momento, suplicava a Deus por sua mãe, por um pouco de conforto.

Já Henrique, por outro lado, só queria esclarecer uma dúvida. Afinal, isso era tudo o que importava para ele naquele momento:

— Então você é pura, bela garota?

Ele perguntou, pois Bernardo havia mencionado isso, e era a chance que tinha de não ter o avô o importunando mais sobre casamento. Ele sorria, imaginando que Fernanda acabaria obedecendo a ele por medo, e, por ser bonita, isso o fazia até desapertar a gravata. Estava satisfeito com a ideia do casamento. Mas Fernanda, angustiada e furiosa com Henrique, não hesitou em mentir:

— Não, eu não sou. Que pena para você, porque sou muito rodada. Já estive com vários homens.

Ela nem sabia o motivo da mentira, mas disse. Afinal, por mais que Fernanda tivesse tido vários namorados, nunca havia se entregado a ninguém. Bernardo sabia que ela sonhava com um belo casamento sendo pura.

— Você pode até tentar me enganar, mas não vai conseguir. Pare de drama — disse Henrique, irritado, sabendo que a mentira era evidente.

Fernanda estava apavorada, como uma menina que precisava do conforto da mãe.Henrique, por sua vez, estava aliviado por finalmente não precisar mais ouvir seu avô falando sobre casamento.

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