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Laço De Amor, Morte E Sangue

prólogo+capitulo l

Laço de amor, morte e sangue

Prólogo

Havia um reino a milhares de anos, um reino de muita riqueza e muita pobreza, onde além de buscar ouro e terras, as pessoas buscavam o laço de amor mais verdadeiro que existia, aquele onde almas gêmeas se encontravam e era amor a primeira vista. Esse laço não podia ser quebrado, nem desfeito. Aqueles que encontravam isso, tinham o direito de ir morar dentro das terras do Rei. E além disto, alcançavam a imortalidade.

A verdade era que, muitos não queriam só o amor, apenas a imortalidade e os benefícios que isso trazia.

Porém existia também algo sombrio e cruel. O laço oposto. Que era quando você sentia o desejo implacável de matar alguém. Ou você acabava com aquilo, ou morreria, essa era a lenda, ninguém nunca pagou para ver, esse laço cruel, conhecido como “laço da morte”. O sobrevivente do laço da morte, também podia ir viver nas terras do rei.

Personagens principais:

Nonak Ulric conhecido como Noa.

Catarine Bexton conhecida como Cat.

Brendow Ulric - irmão do Noa

Filip o Rei

Fred e Ryan - irmãos da Cat

Noa cruzou com Eron Bexton e os dois desenvolveram imediatamente o laço da morte.

Noa matou o pai de Cat deixando ela e os dois irmãos pequenos, sem um pai. Sem o homem da casa. Noa se sentei culpado e quis ajudar, mas Cat não aceitou, afinal ele matou o pai dela.

Mas ver seus irmãos passando fome e frio, fez ela mudar de idéia.

**

- Voltarei toda noite de lua cheia – disse Novak a ela a exatamente uma lua cheia atrás.

Fazia dois dias que a comida havia acabado, ela tinha vendido as peles que tinham, que eram para se aquecer do frio no inverno, para poder alimentar seus irmãos pequenos, mas o dinheiro acabou mais rápido que o esperado.

Catarine só podia Contar que o homem voltasse mesmo, ou iriam morrer de fome e frio logo logo.

**

Dois dias se passaram e nada. Novak não havia voltado. Ela se odiou por ter

acreditado que ele voltaria. Óbvio que o homem mudou de ideia, após o arrependimento passar.

Mas ver seus irmãos chorando de fome e batendo queixo de frio, a fez levantar daquele pequeno sofá ao qual os três tentavam se aquecer.

- Ouçam bem, volto logo. Não saiam e não abram para ninguém! Eu não vou

bater quando voltar, tenho a chave. - disse ela em pé a frente deles encolhidos.

- Onde vai mana? - perguntou Ryan de apenas 4 anos

- Achar algo para comermos ao menos

Ela olhou para Fred, seu outro irmão de apenas 5 anos, ele estava com a boquinha roxa de frio e mais magro do que nunca.

Caterine respirou fundo e saiu da casinha de madeira, andou em direção a cidade. Por eles, ela faria qualquer coisa, pediria esmola e até mesmo se prostituiria. Mas não os deixaria mais passar fome e frio.

****

Capítulo l

Novak

Tive que resolver umas coisas a mando do Rei. Fiquei de ir até a casa dos filhos do homem que matei devido ao laço de morte, a dois dias atrás.

Mas tive um imprevisto na caça ao monstro da floresta junto com os outros guardiões.

Agora estava chegando. A neve atolava até meus tornozelos. Quando cheguei a casa, não havia ninguém. Bati diversas vezes, mas ninguém atendeu.

Estava me virando para ir embora e ouvi sussurros:

- A mana já vem, não é ela... - uma voz infantil e baixa falou

Meu sangue gelou. Eles deviam estar esperando a irmã mais velha. A quantos dias ela tinha saído? Provavelmente tinha morrido tentando achar o que comer para eles neste lugar frio e pobre.

Garota teimosa! Devia ter aceitado minha ajuda!

Não pensei duas vezes, meti o pé na porta a escancarando.

Os dois meninos apenas me olharam, com os olhinhos arregalados, cheios de medo.

Estavam encolhidos e com pouca roupa.

Nada nunca antes havia mexido tanto comigo, aquela cena iria me assombrar o resto da vida. Eu era o causador disso, sobrevivi aquele duelo, mas a que custo? Três pessoas ficaram abandonadas e sem sua fonte de renda...

Entro devagar, tiro meus casacos e jogo para eles. Eu estava com vários devido ao frio.

- onde está a irmã de vocês? – pergunto e observo eles se enrolarem nos meus casacos de pele

- saiu... – o que parecia mais velho dos dois disse

- a quantos dias? – pergunto

- foi hoje – o outro responde baixinho

- vocês tem certeza? – pergunto

Eles acenam que sim com a cabeça.

- ótimo! Cada um de vocês, se enrolem num casaco, coloquem suas botas e me sigam.

Os dois se olham e não se mexem.

- vou buscar a irmã de vocês! Vamos para o palácio do rei! – falo e os dois meninos arregalam os olhos e pulam do pequeno sofá.

Eles fazem o que falei, fecham os casacos e colocam as botas surradas e furadas e me seguem.

- sabem onde sua irmã foi? – pergunto

- buscar comida! – o mais velho diz pisando com seus pezinhos na neve e com as mãos nos bolsos daquele casaco que ficou enorme nele.

- vamos para a cidade então. – levo eles está onde parei minha carruagem. Os ajudo a subir e e me sento no banco da frente para guiar os cavalos.

Chegando na cidade, paro a carruagem num lugar que pude prender o cavalo e andei pelas ruas com os meninos.

Entrei em cada taberna, cada beco e cada estalagem que tinha ali. Ela não estava em lugar nenhum.

Saindo da última, encontrei os meninos que esperavam na porta.

- vocês tem certeza que ela saiu hoje? – pergunto desconfiado

- sim senhor – o mais novo diz com medo nos olhos

Respiro fundo... E voltamos caminhando para a carruagem com símbolo da realeza.

Bem em onde o cavalo estava amarrado num tronco a beira da rua, vi um beco ao qual não entrei quando chegamos...

Coloquei os meninos dentro da carruagem e falei:

- me esperem aqui, entenderam? Eu já volto! – eles concordam e eu os deixo ali.

Entro naquele beco e no fim dele, a direita tinha um prédio bem estranho e suspeito.

Quando entrei ele era todo escuro, Mas tinha velas o iluminando, levei alguns

segundos para ajustar minha visão ali. Assim que isso aconteceu, me deparei com a filha do homem que matei em cima de cima mesa.

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capítulo 2

Capítulo 2

Novak

Quando a vi naquela posição de costas em cima da mesa, com um homem a prendendo e outro passando suas mãos claramente sujas, que eu conseguia ver mesmo estando escuro, meu sangue fervilhou.

Saquei minha espada que pendia ao lado do meu corpo e a empunhei. Um segundo depois, eu tinha matado o que a estava tocando e o que a segurava se afastou e me encarou apavorado.

- ele me obrigou – disse ele olhando o homem morto no chão – eu só cumpria ordens

O olho bem, de cima a baixo... Avanço e enfio a espada em sua barriga, quando sinto que atravessou, puxo de volta. Ele cai no chão.

Os outros homens que bebiam e conversavam, foram levantando e saindo.

A garota apenas me olhou, levantando da mesa e abaixando a saia do seu vestido em frangalhos. Um colar com cordão de couro e uma pedra roxa com brilho pendia em seu pescoço, por cima do vestido.

Naquele momento, naquele segundo, quando olhei em seus olhos fiquei inebriado, sem reação, sem fôlego. Mas era a segunda vez que eu a via. Não era possível, eu devia estar enganado.

- você veio... – ela disse baixo, seu rosto estava cheio de lágrimas e com uma marca de dedos na bochecha, devia ter levado um tapa...

A reação dela me confirmou, eu estava enganado.

- vim... Diga, qual seu nome? – não pude deixar de perguntar mais rápido do que eu gostaria.

- Caterine e o seu? – ela pergunta séria

- é Novak, mas todos me chamam de Noa. Vamos, seus irmãos estão nos esperando na minha carruagem – falo e saio andando

- o que? Meus irmãos? – ela pergunta andando logo atrás de mim

Passei meu lenço de bolso na minha espada enquanto caminhava e a embainhei.

Aquilo não prestaria mais. O atirei naquele chão imundo daquela... Taberna? Eu nem sabia o quer era aquele lugar.

Chegando na carruagem, Caterine correu e abriu a porta, seus irmãos estavam sentados lado a lado, quando a viram, pularam dali e correram para os em seus braços.

- o que deu em vocês? Como saem de casa com um estranho? – ela pergunta brava, eu apenas observo tudo, um pouco longe.

- ele disse que a gente ia busca você, aí viemos – disse o mais velho

- conseguiu comida? - Perguntou o mais novo

Ela franzi os lábios e nega com a cabeça.

- suba Caterine, vamos até a estalagem e vocês podem comer e se banhar, para irmos para as terras do rei, é uma viajem de um dia e umas horas – aviso

- terras do rei? do que está falando? – ela pergunta confusa

- não vou deixar vocês vivendo deste jeito, por causa de algo que eu fiz... Consegui um... indulto com o rei para que vocês pudessem ir morar lá.

- não é culpa sua... e sim desta magia presa ao laço da morte – disse ela baixinho e com um pouco de mágoa, claramente

- você tem razão, mas eu não tinha uma família para sustentar, devia ter deixado que ele me matasse, devia tê-lo deixado viver – falo e lembro do preço que eu pagaria por ter conseguido aquele indulto...

- onde vamos viver nestas terras? Não temos dinheiro algum e dizem que lá é tudo muito caro! - falou ela com seus irmãos colados em suas pernas.

- não precisará de dinheiro, vamos viver no próprio palácio – falo

- Como vamos viver no palácio?

- Simples, eu moro lá, trabalho para o rei

- Não podemos aceitar! - disse ela e não pareceu acreditar em suas próprias palavras.

- Pare de bobagens! quer continuar vendo seus irmãos passarem fome e frio neste lugar? Não seja orgulhosa, pense neles! - falo sério

Ela me olha irritada e depois olha seus irmãos, engole em seco e concorda com a cabeça.

- Tudo bem... vamos - diz ela e fico aliviado de ter sido mais fácil do que eu esperava.

Os meninos pareceram aliviados ao ver que a irmã tinha concordado. Eu ajudo Caterine a subir e depois subo e coloco o cavalo a trotar.

Levo eles até a estalagem que tinha visto antes da cidade. Paro bem próximo e deixo o cavalo pastando no mato ao lado.

Entramos e ficam olhando ela e os meninos. Eles não passavam de pele o ossos. E a culpa era minha.

- quero dois quartos com ligação. Por favor, leve almoço para quatro pessoas. - Falo na recepção

A mulher apenas estende duas chaves e fala:

- Segundo andar a direita

Subimos as escadas. Caterine na frente com um irmão de cada lado segurando sua mão. Fiquei o tempo todo com a mão em minha espada olhando tudo ao redor.

O lugar era meio sujo. As madeiras da escada rangiam enquanto subimos.

Ao chegar nos quartos falei:

- não abram para ninguém! Tomem banho e fiquem ai, quando a comida chegar, eu levo até vocês pela porta de ligação.

Ela acena com a cabeça. Eu abro a porta e os pequenos entram. Dou a chave a Caterine e vou para a minha porta ao lado.

Entro e vou direto olhar a janela. Íamos apenas tomar banho e comer. Não sugeri fazermos isso na casa deles, porque notei que o poço ao lado estava muito sujo quando cheguei lá. Fora que aqui teria comida e água encanada.

Tomei um banho rápido no chuveiro e depois me vesti. Acendi a lareira e esperei.

Logo chegou a comida. Ouvi as batidas na porta e fui atender. Bateram no quarto ao lado, no deles. Então peguei a bandeja enorme e entrei. Deixei em cima da cama e bati na porta de ligação.

Um segundo depois Caterine abriu. No quarto deles tinham uma pequena mesa com duas cadeiras.

Levei até ali a bandeja e os meninos sentaram e comeram o mais rápido que podiam.

- se acalmem, tem comida o bastante – disse ela baixo

Eles acenaram com a boca cheia e começaram a comer mais devagar.

- você não vai comer? – pergunto em pé ao seu lado, olhando as crianças

- vou deixar eles comerem primeiro. Se sobrar eu como. – ela diz

- Vou pedir mais comida! – falo e saio

Ver aquelas crianças comendo como se fizessem dias que não comiam fez meu peito doer.

Tive que sair dali. Voltei até a recepção daquela estalagem e pedi mais dois pratos e ensopado e um saco de pães.

Eu esperei e eu mesmo levei até o quarto. Ao voltar vi Caterine ainda observando eles comerem.

Seu rosto tinha um arranhão, do que parecia ser uma faca.

Deixei os ensopados e os pães na mesa e fiz sinal para ela vir comigo.

Caterine me olhou desconfiada, mas me seguiu. Fomos até o meu quarto, deixei a porta de ligação aberta, para cuidarmos os meninos.

Me aproximei e fui tocar seu rosto, mas ela me deu um tapa na mão.

- não me toque seu pervertido! – ela diz com raiva

- se acalme mulher! Eu só queria ver esse arranhão. Precisa limpar, ou pode

infeccionar – falo

- limpei no banho – ela diz

- já tinham usado chuveiro antes? – pergunto

- não... – ela fala

- vá comer! Quero sair o mais rápido possível daqui.

Ela me olha e não diz nada. Mas vi que estranhou a última coisa que eu tinha dito.

Caterine voltou até onde seus irmãos estavam e pegou um prato. Um deles levantou e a deixou sentar. Eles pareciam satisfeitos.

Quando os três já tinham comido, eu me sentei e comi os pães que sobraram.

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capítulo 3

Capítulo 3

Caterine

Eu não queria ter aceitado vir com este homem, ele não nos devia nada, só que ele se sentia responsável por nós.

Mas como eu poderia deixar meus irmãos passando fome?

No começo eu o culpei pela morte do meu pai. Mas eu sabia que o Laço da morte não podia ser desfeito, assim como o laço de amor.

Meus irmãos estavam dormindo no embalo da carruagem. Mas eu não preguei o olho, ainda não confiava nele... aceitei vir, mas tinha medo de me arrepender. Nem se quer lutei contra a imposição dele, estava tão fraca e após quase ser violentada naquela taberna... eu não podia deixar meus irmãos sofrerem... se tínhamos uma chance de viver melhor, eu não podia tirar isto deles.

Já tinha anoitecido a algumas horas, eu estava cansada e dolorida...

*

Acordei quando o balanço da carruagem parou.

- venha, vamos – ele diz abrindo a porta ao lado, da carruagem

- eles estão dormindo – falo e sinto o vento gelado entrar ali

- pegue um, eu pego o outro – ele diz e se dobra pegando Fred que era mais velho e mais pesado. Embora ainda fosse bem magricelo.

Eu peguei Ryan e desci, nenhum dos dois acordou.

Entramos na estalagem, parecia bem mais chique que aquela em que almoçamos e nos banhamos.

- boa noite, dois quartos por favor – Novak diz ao homem sentado num poltrona.

Ele nos olha de cima a baixo. Novak estava bem vestido, suas roupas pareciam caras, já nós, não passávamos de molambentos...

- não aceito prostitutas aqui – ele diz me olhando com nojo

- veja como fala, ela é minha esposa e eles são meus filhos!

- se você diz – o homem fala ironicamente

- sou Novak Ulric – ele fala e o homem muda totalmente, seus olhos arregalam um pouco e ele fica de pé

- sinto muito senhor... me desculpe, não sabia que era casado e tinha filhos...

- está sabendo agora, vou deixar essa passar, mas nunca mais trate ninguém desta forma – Novak diz ao homem.

Ele nos entrega chaves e nos leva até os quartos.

- aqui senhor Ulric, os melhores quartos, por conta da casa. Este tem uma cama de casal bem grande para vocês dois e o outro duas camas de solteiro, para estes dois meninos, a porta de ligação pode ser aberta pelos dois lados – disse o homem, agora muito mais gentil.

- ok, pode ir – Novak diz o dispensando.

O homem vai embora e nós entramos no quarto principal.

- durma aqui com seus irmãos- ele diz largando Fred na cama de casal

- quem é você? Por que quando usou seu nome completo ele mudou daquele jeito, pareceu até ficar com medo...

- sou o general das tropas do exército do Rei – ele diz

- ah... por isso conseguiu o indulto – falo

- não só isso... realmente disse ao Rei que somos casados e que estas crianças são meus filhos, disse que estava vindo buscar vocês, que tivemos um caso e geramos filhos, mas que antes você se recusava a vir para o palácio, mas agora eu havia convencido você...

Fico chocada e sem saber o que dizer.

- e... ele acreditou?

- sim, mas a feiticeira dele não... tentou ler minha mente, mas não conseguiu

atravessar meus escudos mentais

- feiticeira do Rei? – pergunto confusa

- sim... Luna Killow – eu já tinha ouvido falar dela, mas sempre achei que fosse uma lenda que inventavam para as crianças – o Rei acredita em tudo que ela disser, então cuidado!

- ela é má? Como dizem as histórias sobre ela? – pergunto

- sim e não... mas o Rei é... e eles dormem juntos, então não confie nela, se por acaso cruzar com um rosto angelical, cabelos escuros e longos, olhos claros e meio metro... não se deixe enganar, ela é ardilosa – ele disse

- não tenho escudos mentais... – aviso a ele e Novak suspira.

- assim que chegarmos, vou ensinar a você. Agora tome um banho quente, eu vou buscar algo para comermos – ele fala e vai em direção a porta.

Cubro meus irmãos com aqueles cobertores enormes e cheios de pelo. Depois vou até o banheiro e tiro minhas roupas, estava muito frio, minhas roupas eram finas e eu estava congelando.

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