❌❌Essa obra aborda assuntos sensíveis como estupro, violência entre outros.
Se for sensível, esse livro não é para você.
para os demais, Boa Leitura! ❌❌
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...Isis...
Tentei chegar o mais rápido em casa, para o meu marido não brigar comigo. Supermercado hoje estava lotado.
Faço o melhor macarrão que consigo, já que o meu olho esquerdo está inchado, do murro que levei. Coloco a comida no prato e estendo na mesa em frente ao meu marido.
— Sua vadia, isso é comida que me sirva? Eu trabalho o máximo pra por comida na mesa, pra você me servir essa gororoba? Isso é açúcar? — A voz do homem com a qual me casei, surge em meus ouvidos.
— Desculpa senhor, eu não vi que coloquei açúcar em vez do sal. — Falo correndo e tirando o prato da sua frente. — Eu posso fazer outra coisa para o senhor. — Digo desesperada.
— Não precisa, eu vou comer algo na rua. E você ficará com fome mais uma vez. Quem manda não fazer nada direito, o que tem de bonita tem de burra. — Ele diz, e choro quando minha vida mudou assim?
O que aconteceu com a menina esforçada e sonhadora que eu era?
Enxugo as lágrimas teimosas que cisma cair dos meus olhos e arrumo tudo, não quero ter que levar outro murro.
Nesse momento ouço o choro do meu neném, vou até ele o pego. Ele é o único que me mantém de pé, pois sei que se algo acontecer comigo, meu filho ficará desamparado.
Meus pais nunca me ajudavam, eu lembro de uma vez eu pedir ajuda a minha mãe e ela me dizer que eu merecia a vida que eu levava, porque foi uma escolha minha. Então era para aguentar firme e calada.
Troco o meu menino, dou sua mamadeira e fico balançando até ele pegar no sono.
Ian tem sete meses, é uma bolinha de gostosuras. Eu nunca achei capaz de amar alguém assim. Ele é parecido com o pai, os mesmo olhos azuis.
Quando conheci o João eu fiquei tão encantada por ele, digamos que sou fora dos padrões. Uma mulher que cresceu ouvindo que ser gorda é horrível, que ser preta é desprezível, me vi encantada quando um homem lindo dos olhos azuis e um corpo tentador se interessou por mim.
No começo ele era tão gentil, amigável e carinhoso. Então fomos para a cama, perdi minha virgindade com ele, nesse mesmo dia eu engravidei. Quando soube fiquei tão feliz, ok não tinha sido planejado, mas era um pedacinho de mim e do meu amor com o João.
Contei toda alegre para ele, sobre o nosso bebê. Aí veio o primeiro tapa. As palavras proferidas por ele ardia constantemente em minha mente.
“ Sua vaca burra como pôde engravidar? Não se cuida? Como vou saber que o filho é meu mesmo? Ou se não é de qualquer outro cara?”
Eu sabia que seria impossível e no fundo ele sabia também, pois ele sabia que eu era virgem.
No outro dia após o tapa, estava disposta a acabar com essa relação, então ele me chegou com um buquê de flores tão lindas.
“ Me perdoe amor, eu estava nervoso e acabei descontando em você, me perdoe princesa. Nunca mais farei isso.”
Acreditei, nesse meio tempo, eu me casei com ele. Porém as ofensas, os gritos, deram espaço para os tapas e socos, porém tinha que me manter firme pelo meu bebê.
Comecei a andar na linha, não queria que ele me batesse novamente, porque eu não queria perder meu bebê.
Percebi que se eu agradasse ele em tudo e não discordasse dele eu não apanhava, comecei a fazer isso.
Vivi minha gravidez em uma montanha russa, entre xingos e gritos e uma migalha de carinho aqui ou ali. Queria me separar e divorciar mas fui impedida de trabalhar, agora eu era dependente dele.
Se eu saísse daqui morreria de fome com o meu bebê.
Ouço a porta de casa se abrir, e vejo meu marido entrar por ela, é só eu fazer o que ele pedir e estará tudo bem.
— Isis venha até aqui. — Ele me chama, certifico do meu filho estar bem e vou em sua direção. — Estou com tesão faça alguma coisa. — Ele diz.
Começo a descer seu zíper, e puxo seu membro pra fora e começo a subir e descer com minha mão, querendo que ele terminasse logo e eu pudesse ir me deitar.
— Quero trepar, não só ejacular. — Ele diz e sua voz me dá nojo.
— João eu estou menstruada....
— E quem disse que eu perguntei algo para você. — Ele gruda meu pescoço me forçando a beija-lo. E então levanta o vestido que estou usando, pressiona meu corpo na parede.
— Por favor João eu estou com cólica, vai me machucar. — Meu pedido é ignorado e ele remete com força para dentro de mim, e a dor que sinto é muito forte e eu choro. — Gostosa, apertada do jeito que eu gosto. — Ele sussurra em meu ouvido, ao mesmo tempo que empurra para dentro de mim, agora só rezo para acabar logo. Os minutos passaram então ele sai de dentro de mim indo para o quarto.
Eu me sento no chão com dor, chorando. Ouço meu menino chorar novamente e tento me recompor para acalma-lo não quero que o João faça alguma coisa com ele.
Tomara que amanhã o dia seja melhor.
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Apresentação de personagens.
Essa é Isis 27 anos.
...Esse é Ian 7 meses...
E esse é João Augusto mais conhecido como João.
29 anos.
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Não tenho nenhum direito sobre as fotos, todas elas foram tiradas do Pinterest, pexel e Pixabay.
...Isis...
Ouço o despertador e levanto, passo o uniforme do meu marido, faço seu café e arrumo sua marmita. Faço tudo antes dele acordar, para ele não se aborrecer.
Meu filho acorda chorando e vou atendê-lo, o troco e faço sua mamadeira, quando eu percebo que está acalmo coloco ele no carrinho e começo a arrumar a cozinha.
João levanta e começa a tomar o seu café, sujando onde acabei de limpar. Quando ele termina passa por mim, indo até o Ian.
— E aí pivete. — balança a mãozinha do meu filho e sai da cozinha.
Volto a arrumar a cozinha e limpo novamente onde ele sujou.
— Estou indo trabalhar, quando chegar quero a janta pronta e vê se não vai fazer aquela porcaria novamente. — João diz e me dá um beijo na bochecha.
O toque dele me causa arrepios, quando ele sai, finalmente eu posso respirar tranquilo novamente.
— Bebê, queria poder ter força para livrar a gente dessa vida. Mas não vejo uma saída que não seja a gente passando fome e frio.
Murmuro para o meu filho, só tenho ele para conversar, não tenho mais amigos, os que eu tinha aos poucos fui me distanciando por causa do João, agora os amigos são dele. E não confio contar algo a eles.
.........
O dia passa mais rápido do que eu queria, e daqui a pouco meu marido chega em casa.
João é diretor de uma fábrica, ganha razoavelmente bem, moramos em uma boa casa, mas sempre que peço dinheiro para comprar algo que o Ian esteja precisando ele diz estar zerado.
Arrumo tudo em cima da mesa, e João chega poucos minutos depois e se senta na mesa para comer.
— Vou sair hoje a noite, então não precisa me esperar acordada. — João fala ainda comendo.
Se fosse no início do nosso namoro, eu teria perguntado para onde ele iria, mas hoje eu aprendi aceitar, acho que prefiro assim, quanto mais ele ficar pra rua melhor para mim.
Ele larga as coisas que acabara de usar em cima da mesa e se levanta. Lavo a mini louça e vou cuidar do meu filho, dou sua comidinha, depois dou um banho nele e brinco com ele um pouco.
Só ouço a porta sendo aberta e logo após fechada. Uma vez eu tentei fugir, não sabia que me resultaria em socos e pontapés.
Aproveito que Ian dormiu e vou tomar um banho, um banho rápido para caso ele acordar eu estar pronta para ele.
Coloco uma camisola e sento com o meu filho no sofá, passo os canais procurando algo para assistir mas não encontro nada, acabo deixando em uma série que está passando, só para fazer barulho de fundo.
— Você é tão lindo, eu te amo meu amor. — Falo para o meu filho usando uma voz suave e calma. Ele me olha e da uma gargalhada gostosa.
Ao brincar com o meu filho noto como ele está quente, pego um termômetro para medir a sua temperatura, e como suspeitei é febre, acredito ser do dente que está rasgando então só dou um antitérmico para ele, mas vou começar a prestar mais atenção nele.
As horas passam e o meu marido ainda não havia chegado, desligo a televisão e deito com meu filho para dormirmos. Como de costume toda noite eu canto pra ele, e ele ama, e hoje não é diferente, eu canto para ele até o meu menino pegar no sono, rezo para Deus me enviar ajuda para sair dessa situação.
Não que eu vá sair, eu já oro assim tem mais de três meses e nunca consegui sair dessa vida, abraço meu filho e durmo.
..........
Acordo no susto ao ouvir um barulho, olho ainda na penumbra mas não vejo nada, acendo o abajur que fica ao lado da minha cama, verifico a hora, três horas da manhã, e vou checar o meu filho.
Ian está meio azulado e sua pele está muito quente, me desespero, procuro por João mas não o encontro em casa, ligo para o seu celular mas só dá na caixa postal.
Preocupada com o meu menino, pego ele, Ian está mole no meu colo, começo a chorar.
— Deus não permita que nada aconteça com o meu filho, ele é tudo que me restou, não tira ele de mim. — Começo a orar enquanto pego sua bolsa e seus documentos e de camisola saio de casa, não quero esperar mais nenhum minuto.
Não tenho dinheiro para passagem e o hospital mais próximo é cinquenta minutos a pé, mas vou assim mesmo.
— Por favor filho, aguente. Mamãe está indo atrás de ajuda. — Falo para o meu filho que está muito letárgico.
A rua é deserta e o medo de algo acontecer com a gente começa a passar em minha mente.
O único jeito de chegar ao hospital é passar por uma viela escura, pensando no bem estar do meu filho e na saúde dele, eu passo, quando finalmente eu consigo passar por ele e chegar na luz, respiro um pouco aliviada.
Olho para o Ian, ele antes estava com os olhos abertos, agora estão fechados.
— Amor... Bebê...Filho, acorde.— Começo a mexer nele para abrir seus olhos mas ele não faz, sua respiração vai ficando lenta.
— SOCORRO! SOCORRO! Alguém me ajuda, meu filho está morrendo. — Grito chorando, começo a andar para chegar mais rápido enquanto choro.
— Por favor alguém me ajuda! — Peço angustiada, então noto um grupo de drogados a frente, passo por eles, indiferente, não tenho medo deles.
— Por favor, Alguém me ajuda....Ian acorda filho. — Chamo novamente.
...Isis...
De repente um carro todo preto começa a andar mais devagar, vou temendo pela vida do meu filho, começo a acelerar os passos então o carro para.
E dele desce um homem.
— Senhora, está tudo bem? — Eu não respondo e continuo andando não o conheço e preciso chegar rápido até o socorro.
— Espera senhora! Eu sou policial. — Ele diz e me mostra o distintivo.— Eu só quero te ajudar — ainda o olho desconfiado. — Me deixa te ajudar, sou o Tenente Harry. — Ele pede calmo, tentando chegar próximo a mim.
Ouço um barulho, olho para baixo, e meu filho da um gemido de dor, minhas comportas se abre não consigo parar de chorar mais.
— Ei, está tudo bem. Do que você precisa? — O policial pergunta próximo a mim, nem notei quando ele se aproximou tanto.
— Meu filho...— Não consigo terminar a frase, ele olha para o meu menino e não diz nenhuma palavra.
— Calma, vai dar tudo certo, vem vou levar vocês ao hospital. — Ele diz e como não tenho outra chance, mesmo com medo eu entro no carro e ele voa com o veiculo. E em minutos chegamos ao hospital.
— EMERGÊNCIA! — O policial grita e um outro homem provavelmente médico, vem de encontro ao meu bebê.
— Vamos levá-lo — O médico diz para um enfermeiro tomando o meu filho das minhas mãos. Eu vou atrás deles. — Quero um acesso, hemograma completo, exames de urina, um balão de oxigênio, prepara a UTI estamos subindo. — O médico começa a mexer no meu filho, tira toda a sua roupa, deixando ele apenas de fralda, conecta ele a vários aparelhos.
E eu não posso fazer nada a não ser observar e orar para que nada de ruim aconteça.
Acompanho tudo que eles fazem no meu filho, o desespero toma conta de mim e fica difícil respirar, tento me apoiar a algo, mas não acho nada, o meu peito se aperta.
— Por favor senhora, queira me acompanhar. — a enfermeira tenta me tirar da onde estou.
— Não! Daqui eu não saio, é o meu filho, o que está acontecendo com ele? — Pergunto e ninguém me dá um resposta.
Passam cerca de meia hora até o médico vir até a mim. Ele me explica que o Ian desenvolveu algum quadro de pneumonia mas que precisaríamos dos resultados dos exames para ter um diagnóstico preciso.
Sou levada para a UTI com ele, onde meu bebê fica no oxigênio para ajudar ele a respirar. Meu coração se despedaça por ver ele nessa situação.
Como vou fazer para ficar com o meu menino no hospital? Com certeza apanharei do João por ainda não ter chego em casa.
Minha cabeça dói de tanto pensamento que se passa em minha mente.
Depois de certificar que meu filho ficará bem, peço para as enfermeiras ficarem de olho nele enquanto eu pego algumas coisas em casa.
No meio do caminho, João me liga.
— Cadê você Isis? Eu chego em casa e cadê minha mulher com o meu filho. — João grita.
— Eu precisei vim com o Ian ao hospital, eu te liguei mas só dava na caixa postal. — Falo calma, não quero que ele se zangue mais.
— Que seja, que horas vai voltar? — Diz.
— Então sobre isso, o Ian precisará ficar internado para fazer o tratamento adequado...— Começo a falar mais sou cortada por ele.
— E quem irá lavar minha roupa? Fazer a minha comida? Você só pode estar brincando comigo. — Diz parecendo realmente desacreditado.
Sério que ele nem se preocupou com o nosso filho? Que pai arrumei para o Ian.
— Eu estou indo para aí, vou buscar umas coisas que vou precisar para ficar com o meu filho no hospital.— Aviso mas ele desliga o celular na minha cara, não me dando a chance de se despedir, tomara que eu não receba nenhum "presente" quando eu chegar em casa.
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