Um mês antes.
Evandro e Bernardo estavam comemorando mais um contrato fechado com sucesso.
- Um brinde a mais um negócio bem sucedido. Sei que não é meu filho, mas realiza as proeza a meu favor como se fosse realmente. Evandro seu pai teria orgulho de você.
- Fico lisonjeado com essa constatação a meu respeito. Nunca poderia fazer menos por um grande amigo de meu pai e agora meu também. (fala Evandro)
- Para a felicidade ser completa só falta vê-lo casado.
- De novo com isso Bernardo.
- Um dia terá que casar. Seu pai que era meu grande amigo ia aprovar essa minha ideia, seu filho e herdeiro a frente das suas empresas um homem de família, casado.
- Os tempos mudaram Bernardo. Não preciso casar-me para ser respeitado como um homem serio de negócios.
- Se seu pai estivesse vivo para ouvir lhe dizendo isso, com certeza iria surtar ao ouvi-lo.
Evandro ri.
- E sua filha? (pergunta Evandro)
- Finalmente vou poder tê-la aqui no país, enfim terminou o colégio e decidi traze-la para fazer faculdade perto de mim.
- A anos que não á vejo.
- Ela era criança e você um adolescente rebelde.
- Se eu a visse hoje não a reconheceria.
- Não mesmo, tenho medo de até eu que sou o pai dela não há reconhecer.
Os dois riem.
No final do dia Evandro a noite bate na porta do apartamento de Suzi.
- Oi querido pensei que não viria mais.
Suzi fica encostada na porta aberta.
- Estava viajando e cheguei hoje, sentiu minha falta?
- Vou responder sua pergunta. (fala Suzi)
Ela agarra a gravata dele e o puxa para dentro do apartamento, os dois se beijam apaixonadamente.
No colégio.
A amiga de Cíntia a agarrou pelo ombro e deu um abraço forte, depois virou de frente para Cíntia e choramingando disse;
- Vou sentir tanta a sua falta (falou Rebeca com línguas de sinais.)
- Eu também. Falta pouco para que eu volte. (Falou Cíntia usando a língua de modalidade gestual-visual)
- Falta dois meses para o encerramento. (falou Rebeca - língua gestual)
- Sinto falta de meu pai, foi tanto tempo longe. ( Fala Cíntia gesticulando)
- Vai para tão longe de mim, só não me esqueça. (Fala Rebeca gesticulando)
- Nunca. (usou os sinais)
As duas riem.
Nada seria como antes.
O tempo passou...
Bernardo estava voltando de uma visita em um dos terrenos que ele queria adquirir para colocar em pratica seu novo projeto. Um Hotel de luxo.
Sentado atrás no banco do passageiro ele diz ao motorista.
- Vamos depressa, quero chegar a tempo para a minha segunda reunião do dia.
- Sim, Sr. Bernardo.
Ele pega o celular para ligar para Evandro para contar a novidade, o telefone chama duas vezes, antes que Evandro atenda a chamada o carro em que Bernardo estava sofre uma freada brusca, roda e capota três vezes até parar.
Evandro vê a ligação do amigo e quando ia atender a ligação é encerrada.
Ele tenta ligar novamente para o amigo e não consegue obter resposta.
Horas depois...
Evandro foi informado do acidente de Bernardo, seu amigo foi levado as pressas para o hospital e acabou falecendo devido aos ferimentos.
- Não pode ser! (fala Evandro)
Evandro estava no hospital e recebeu a noticia do falecimento da boca do medico de plantão. No exato momento chegou Luiza.
- Cadê meu irmão.
- Seu irmão faleceu Luiza. Deve está feliz né? (fala Evandro)
- Eu? Feliz? Como ousa dizer isso Evandro, até parece que não me conhece.
- Por te conhecer que falo.
Luiza cinicamente abre um pequeno sorriso de lado.
- Pobre Cíntia ficou órfã. Aquela defeituosa não saberá lidar com o peso das obrigações de administrar os hotéis.
- Você sempre cobiçou tudo. Sua ganância não tem limites. (fala Evandro)
- Eu só exigi o que é meu.
- Seu? Ser irmã de Bernardo não te dá o direito de querer a fortuna dele, gastou a sua com bobagens e agora cobiça a de Cíntia.
- Ela é uma deficiente. Não saberá lidar com a responsabilidade, sempre foi super protegida pelo meu irmão.
- Eu não vou permitir que tome nada dela.
- Veremos. (fala Luiza saindo)
Evandro bufa de raiva. Luiza sempre foi uma pedra no sapato de Bernardo.
_________
Cíntia recebeu a noticia da morte de seu pai pelos tutores do colégio ela desaba no chão, chorando.
Eles ajudam a arrumar as malas, faltava pouco para a formatura do colegial e Cíntia devido ao falecimento do pai ela foi mandada para casa antes do previsto.
O Enterro.
"Estou sozinha. Por que me deixou? Você mentiu para mim, dizendo que sempre estaria comigo." Pensou Cíntia.
Cíntia ficou atenta olhando o caixão do pai. Ela não olhou para os lados seu olhar estava fixo no caixão.
Varias pessoas estavam ali.
Naquele mesmo dia o testamento iria ser lido.
Luiza estava ansiosa para que isso acontecesse, ela olhava com ódio para a sobrinha.
Evandro também ficou olhando para Cíntia.
- É ela? (pergunta a seu amigo e advogado Diogo)
- Sim, ela veio direto do aeroporto. (fala Diogo)
Evandro não via Cíntia a anos, ela cresceu e virou uma linda mulher, e infelizmente seu amigo nem pode ver sua filha. Evandro via que ela não reagia.
- Acho que ela vai precisar de um psicólogo. (fala Diogo)
- Por que?
- Ela não me parece bem, seus olhos estão perdidos, distantes.
Evandro analisa mais uma vez a filha de seu amigo. Realmente parecia que ela precisaria de um profissional para saber lidar com a dor.
- Providencie para ela. (fala Evandro)
Meia hora depois as pessoas começaram a se dissipar, ficou apenas Cíntia e sua interprete. De longe Evandro a olha entrar no carro e ir embora
O Testamento.
Na sala da mansão estavam, Luiza com o marido Caetano e seu filho Bruno Jaime , o advogado que iria realizar a leitura e o representante designado por Evandro, o Doogo. Ele estava ali para auxilar Cíntia que se encontrava sentada sem olhar para os demais, seu olhar era distante.
- Já podemos começar a leitura.
"Por meio deste documento, em plena faculdade mental, exaltando saúde. Deixo minhas ações e propriedades para a minha filha, os hotéis que eu possuo, o capital que está aplicado, deixo tudo para a minha única herdeira - Cíntia Villar Norton."
Luiza fica de pé indignada.
- Como? Ela ficou com tudo?
- Foi o desejo de seu irmão.
- Isso não vai ficar assim, essa menina surda e muda não está qualificada para cuidar de tudo.
- Respeite a vontade de seu irmão. (fala Diogo)
- Eu vou recorrer. Esse testamos é uma piada.
Luiza saiu indignada.
Na casa de Evandro.
- Foi muito ruim?
- Muito, Evandro aquela mulher não vai deixar Cíntia em paz.
- O que podemos fazer? (pergunta Evandro)
- Minha ideia é ousada mas eficaz.
- Qual é?
- Casamento.
- O que? (diz Evandro)
- Case com ela Evandro e a bruxa da Luiza não terá poder para tomar nada dela.
Evandro ficou chocado com a sugestão de Diogo.
Horas depois ele saiu do escritório, sozinho. Diogo tinha o deixado refletindo na ideia.
No corredor da casa antes de subir as escadas ele encontrou a Beth sua Governanta.
- Prepare um dos quartos de hóspedes Beth. Em breve teremos uma convidada.
- Sim, vou providenciar tudo. E essa convidada vai ficar muito tempo? Quero saber para organizar todo cronograma.
- Você é a primeira a ficar sabendo que vou me casar.
Beth fica surpresa.
- Casar?
- Até eu não acredito que decidi fazer isso.
Ele beija a testa da Governanta e sai, deixando a mulher chocada com a noticia.
Evandro entrou no quarto pensativo, sentado na cama.
"Que loucura vou fazer, e tudo isso para ajudar a filha de um amigo. Não posso deixar que Luiza tome tudo dela. Quando ela terminar a faculdade e estiver apta para administrar os hotéis eu me divórcio dela."
_____
UMA SEMANA DEPOIS.
Cíntia não queria ver ninguém, a psicóloga que Diogo arranjou sabia lidar com situações difíceis com pacientes com alguma deficiência. Ela sabia a língua de sinais.
Cíntia olhava para o nada na sala, os olhos perdidos.
- Como se sente hoje? (Doutora pergunta a ela por meio de língua gestual)
Cíntia permanece em silencio.
- Não quis ir ao jardim hoje? A empregada falou que também não está se alimentando. (fala a doutora em sinais)
- Por favor se não se alimentar irá morrer de fome. Sabe a gravidade disso? (gesticula com sinais)
Cíntia não reage ou gesticula. Ela estava em completo silencio, nem usando nenhuma comunicação e expressão.
- Cíntia quer falar sobre o que aconteceu a seu pai? (pergunta a doutora)
Cíntia se levanta da poltrona e vai andando até a janela. Pior era o silencio, desde pequena ela era acostumada ao silencio do mundo, mas hoje esse silencio estava carregado de dor.
Cíntia se sentia em um barco a deriva, que a qualquer momento poderia afundar. Ela sabia que a doutora estava tentando faze-la reagir, mas Cíntia já tinha decidido não revidar, e sim deixar que as dores e decepções da vida a sucumbissem.
Ela não olhava para ninguém de proposito, não queria ler os lábios e muito menos ver os gestos de quem sabia se comunicar por meio de libras.
Ela apenas queria sumir.
A doutora tocou no seu ombro, Cíntia pode sentir as vibrações de que tinha mais alguém na sala, ela se vira e a doutora gesticula para ela com sinais.
- Esse senhor veio te ver. Ele quer falar com você.
Cíntia olhou para o homem de terno e gravata, ele tinha uma cara de mal com olhos escuros e sombrios, ela não o reconhecia.
Ela fica temerosa.
Evandro ia para a empresa, mas antes decidiu passar na casa de seu falecido amigo, a filha dele estava morando lá.
Assim que entrou a empregada deu um relatório detalhado de tudo o que estava acontecendo, Cíntia não comia a dois dias, e ela tinha medo de que a filha do seu falecido patrão fosse morrer de fome.
Evandro respirou fundo, mandou que a empregada preparasse uma tigela de sopa leve e nutritiva, que fosse levada até a sala onde Cíntia estava.
Quando chegou ele viu a doutora que balança a cabeça indicando a ele que não tiveram nenhum progresso. Ele pede para que ela o anuncie a Cíntia.
Quando Cíntia se vira os olhos de ambos se encontram, Evandro sente uma forte conexão nos olhares, era a primeira vez que ela o olhava nem no enterro do pai ela o notou, ele sente seu coração palpitar rapidamente.
- Doutora repita as minhas palavras a ela. (diz Evandro)
- Sim.
Ele fixou um olhar duro em Cíntia, faz um gesto com o dedo indicador mostrando para que prestasse atenção.
Cíntia arregala os olhos com medo, ela olha para a doutora que traduz.
- Todos aqui estão preocupados com você, não é fazendo greve de fome que ira resolver a situação. Eu também perdi um grande amigo e mentor, mas acha que realmente seu pai iria querer ver a filha dele se consumindo pouco a pouco a cada dia de tristeza? Conhecendo ele como eu conhecia, aposto que não ia querer. Agora pare de agir como se fosse a única a perder alguém importante e reaja, faça isso por seu pai que lutou todos os dias para te fazer feliz. Que mesmo sabendo de sua doença não desistiu de te dar uma vida normal e realizada, faça isso por ele Cíntia.
Ela olhou para o homem a sua frente, ele tinha um olhar serio.
Mais uma vez ele diz para ela olhar a doutora.
Que traduz as palavras dele.
- Eu vou pedir apenas uma vez, coma a comida que vão trazer. Se não comer por bem vai comer a força, nem que eu tenha que enfiar uma borracha na sua garganta e jogar o alimento dentro dela.
As palavras dele foram duras até a doutora ficou com medo de traduzi-las a Cíntia, mas de uma coisa estava certa as palavras dele a fizeram reagir. Cíntia arregalou os olhos em surpresa. Medo e receio de que o desconhecido cumprisse sua ameaça.
Assim que ele acabou de falar o prato de sopa foi entregue.
Como ela estava olhando para o rosto dele, ela pode ler os lábios quando ele disse as duas funcionarias na sala.
- Certifiquem-se que ela coma tudo.
Ele diz se vira e saí da sala.
Cíntia continua imóvel perto da janela, ela abraça o próprio corpo com medo, nunca tinha sido tratada dessa maneira, no geral as pessoas eram mais solidarias, sendo ela deficiente. Ele não parecia um homem de emoções, e o olhar dele deu um medo enorme nela.
Minutos depois dele sair, Cíntia comeu.
Evandro dentro do carro fechou os olhos, tinha ido lá falar sobre o casamento mas acabou perdendo a paciência ao vê-la definhando em melancolia. Ele pede a seu motorista para que o leve ao endereço de Suzi sua amante.
Evandro precisava esfriar a cabeça e somente os braços de Suzi que ele queria esquecer de seus problemas. O carro parou e ele desceu, falando para o motorista esperar por ele.
Ele pretendia passar uma hora ali com Suzi, até esfriar a cabeça e depois iria a empresa.
- Nossa esse é meu dia de sorte. Estava saindo quando me ligou, mau começou o dia e já está tenso. (fala Suzi massageando os ombros dele)
- Meu dia já começou tenso.
- Então querido deixe-me te fazer relaxar.
Ela começa a beijar o pescoço dele e o faz fechar os olhos, em um lampejo de momento Evandro visualiza os olhos de Cíntia, mesmo assustada com sua presença ela é linda, seus olhos eram expressivos e profundos. Ele para de repente e abre os olhos assustado em pensar nela.
- O que foi? (pergunta Suzi)
Eles estavam no sofá da sala e Evandro se levanta rapidamente.
- Vamos para o quarto, não posso demorar. (fala ele puxando ela)
________
Instagram @avelinoescritora
Para mais, baixe o APP de MangaToon!