Analu
Estou de volta ao Brasil depois de 10 anos morando nos EUA para estudar e me tornar engenheira civil. Sempre sonhei em voltar e assumir meu lugar de direito na empresa,ao lado do meu pai e do meu irmão mais velho, Arthur.
Sempre tivemos uma vida confortável,nada nunca nos faltou,posso dizer que tivemos até mais do que precisávamos. Meu pai herdou a pequena construtora do pai dele, e transformou em uma grande construtora no estado de Alagoas. A sede da empresa fica na capital do estado, Maceió, e é lá onde moramos,em um condomínio de casas de luxo.
Pra mim, o dinheiro nunca foi o mais importante, no período de faculdade fora do país, trabalhei de babá, garçonete e camareira,eu não queria depender totalmente dos meus pais. Morei no alojamento da faculdade para economizar, tinha um carro popular,tive uma vida confortável e simples nesse período. Já meu irmão,não pensa da mesma maneira. Quanto mais dinheiro ele puder esbanjar,ele vai. Se formou em administração,porque nosso pai o obrigou, ou o deixaria a própria sorte,coisa que duvido muito,já que nosso pai sempre passou a mão por sua cabeça. Se dependesse dele, viveria em festas todos os dias,trocando o dia pela noite.
Não me levem a mal, eu amo o Arthur,a diferença de idade entre nós dois é de apenas 2 anos, ele acabou de completar 25 anos. Sempre cuidamos um do outro,e senti muito sua falta nesses anos que morei fora, mas não posso mentir,o Arthur é o playboy irresponsável,bancado pelo papai.
Falando do papai, o Sr. Getúlio Menezes é um homem extraordinário. Trabalhador,honesto,generoso,ótimo pai e marido,um amigo para todas as horas. Passou dificuldade na infância,mas trabalhou duro ao lado do pai,para sustentar a família e realizar o sonho de ser seu próprio chefe. Quando o vovô nos deixou a 15 anos atrás, de uma forma inesperada,o papai sofreu muito,mas foi a âncora da família toda. Seus irmãos não quiseram assumir a construtora,achavam que aquilo não iria para frente,azar o deles,hoje nossa construtora é uma das maiores do país. Isso inclusive foi motivo de brigas que acabaram rachando a família no meio.
Minha mãe, Ana Lúcia Menezes, mais conhecida como Ana,dedicou sua vida a cuidar dos filhos e do marido. Se formou em pedagogia,mas abandonou a profissão quando o Arthur nasceu. Depois que nos tornamos adultos,ela se dedicou a um trabalho social com crianças carentes, hoje ela tem o seu próprio espaço,onde funciona uma creche comunitária,reforço escolar,oficinas de artesanato, costura, esportes como balé, jiu-jitsu e outros cursos voltados principalmente para mulheres vulneráveis. Minha mãe é uma mulher espetacular e batalhadora,muito do que meu pai se tornou ele tem que agradecer a ela, que sempre segurou as pontas enquanto ele investia e se dedicava a construtora.
Toc,toc ...
Ouço batidas na porta do meu quarto,estou desfazendo as malas.
Analu - Entra ...
Vejo minha mãe entrar com um sorriso lindo nos lábios.
Ana - Meu amor, o jantar já está na mesa,vamos?
Analu - Claro mãe!
Desço com minha mãe até a sala de jantar,meu pai e o Arthur já estão a mesa. Sinto um clima meio tenso no ar.
Analu - Está tudo bem?
Getúlio - Filha, por favor,sente. Precisamos conversar.
Olho para minha mãe que balançava a cabeça dando a entender que não sabe do que eles estão falando.
Analu - O que houve pai?
Getúlio - Filha, é a empresa.
Olho para Arthur, ele baixa a cabeça.Sinto que ele tem algo haver com o que meu pai está prestes a me contar.
Ana - O que tem a empresa meu bem?
Getúlio - Desculpa não ter te contado antes amor, mas é que eu estava tentando resolver sem preocupar vocês.
Analu - Fala pai, já estou ficando preocupada.
Getúlio - A construtora está a beira da falência.
Meu coração gela.
Analu - Como assim? O que houve?
Getúlio - Seu irmão ...
Eu tinha certeza que o Arthur estava envolvido com isso,levanto e bato as duas mãos com força na mesa.
Analu - O que você aprontou dessa vez Arthur?
Arthur - Calma maninha,por favor ...
Analu - Fala, o que você fez seu moleque?
Ana - Filha, calma por favor. Vamos deixar seu pai falar. Anda Getúlio, explica o que houve.
Getúlio - O Arthur ,esse idiota aqui que eu coloquei no mundo, perdeu todo nosso dinheiro no jogo.
Deixo meu o peso do meu corpo me.ouxar de volta para a cadeira,não acredito no que estou ouvindo.
Ana - Você o que Arthur?
Arthur - Desculpa mãe,me desculpa. Eu recebi um palpite muito bom, eu tinha certeza que aquele cavalo ia ganhar a corrida ...
Analu - Eu não tô acreditando no que estou ouvindo Arthur, você apostou o dinheiro da empresa em um cavalo, é isso?
Getúlio - Na verdade,esse idiota não tinha dinheiro suficiente para a aposta, e deu a empresa como garantia.
Analu - Meu Deus Arthur, como você pôde fazer isso?
Arthur - O palpite era muito bom maninha, não sei o que aconteceu...
Analu - Você é um idiota mesmo ,não é possível. Pai,não tem nada que a gente possa fazer?
Getúlio - Depois do almoço vou até o aras onde acontece as corridas, vê o que podemos fazer para não perdemos a construtora.
Analu - Eu quero ir junto.
Getúlio - Não filha,não precisa.
Analu - A empresa também é minha, o dinheiro que esse idiota perdeu, também é meu. Eu vou!
O jantar naquele dia,não desceu muito bem. O clima ficou super pesado, não consegui olhar para o Arthur, eu amo o meu irmão, mas o que ele fez, não tem explicação.
Analu
Chegamos ao haras,o dono do lugar já estava a nossa espera em sua sala, a secretária ,uma linda mulher com longos cabelos loiros e maquiagem impecável,que aparentava ter uns 30 anos,nos acompanha até o local.
Toc, toc ...
Secretária - Senhor, eles chegaram!
Homem - Mandem entrar!
Escuto aquela,voz grossa e arrogante e instantaneamente já crio um ranço por aquele homem que ainda nem sei quem é. Entramos na sala, eu,papai e Arthur.
Getúlio - Boa tarde Sr. Jones! Sou Getúlio Menezes, muito prazer!
Eles fazem um cumprimento com as mãos.
Sr. Jones - Prazer Sr. Menezes!
Getúlio - Esses são meus filhos, Analu e Arthur.
Arthur o cumprimenta com um aperto de mão, e eu apenas aceno com a cabeça.
Sr. Jones - Sente-se por favor, não tenho muito tempo.
Nos sentamos.
Getúlio - Não pretendo tomar muito do seu tempo senhor. Viemos até aqui para vermos a possibilidade de um acordo a respeito da dívida que o meu filho tem com o seu haras. A nossa construtora é uma herança de família,trabalhei muito para deixar ela no patamar que está,não posso perde-la.
Vê meu pai se humilhar daquele jeito,corta meu coração. E a culpa é toda do imprestável do Arthur,que além de nunca ajudar ainda resolveu atrapalhar nossos negócios.
Sr. Jones - Seu filho tem uma dívida milionária conosco, e deu a empresa como garantia de pagamento.
Ele pega uma pasta e entrega ao meu pai,nela um documento assinado pelo Arthur.
Sr. Jones - A única forma de não perder a empresa, é pagar essa dívida.
Analu - Mas nós não dispomos desse dinheiro todo em mãos, e levaria um tempo para vendermos imóveis,carros, ficaríamos totalmente falidos.
Ele me olha surpreso,parece não acreditar que eu estava falando no lugar do meu pai.
Sr. Jones - Senhorita,por favor, deixe que os adultos resolvam isso.
O que? Eu não acredito que estou ouvindo isso.
Analu - Como ...
Meu pai seguro minha mãos,me dando sinal para parar.
Getúlio - Filha, por favor ...
Analu - Pai, a empresa ...
Getúlio - Analu, por favor, saia e me espere lá fora.
Analu - Eu n...
Getúlio - Analu, você e seu irmão, lá fora agora!
Meu pai não costuma levantar a voz, mas sabe falar firme quando necessário,sei que aquela é a hora de obedecer e me retirar. Levanto, Arthur me acompanha e saímos da sala. Sentamos na recepção para esperar nosso pai.
Analu - Tá preparado para viver sem suas mordomias?
Arthur - O papai vai dar um jeito.
Analu - É ele vai, para não perder a empresa e vê você atrás das grades, ele vai vender tudo que conseguiu até hoje para pagar sua dívida,e isso inclui seu carro importado novo,seu jet Sky,e a nossa casa.
Arthur - Não, isso não vai acontecer.
Analu - Você é um inconsequente mesmo não é Arthur? Como você aposta 200 milhões de reais assim? Você nem tinha esse dinheiro idiota, e ainda coloca a empresa como garantia. Minha vontade é meter a mão na sua cara.
Ele só baixa a cabeça e não fala mais nada. Esperamos nosso país, que sai da sala depois de uns dez minutos,cabisbaixo,sem falar uma palavra,apenas o acompanhamos até o carro.
Analu - Pai, e ai?
Getúlio - Não tem jeito filha, a única coisa que consegui foi aumentar o prazo do pagamento. Ele nos deu trinta dias para pagar,ou perderemos a construtora.
Arthur - Pai, desculpa ...
Getúlio - Cala a boca Arthur,cala a boca por favor. E presta atenção, a partir de hoje você não sai de casa,seu carro,tudo que você tem fruto do meu suor, estão confiscado. Tudo que você tiver de valor será vendido,para pagar a sua dívida.
Analu - Pai, eu tenho umas economias,posso ajudar também.
Getúlio - Não vamos mexer no seu dinheiro filha, ele é seu,do seu trabalho.
Analu - Pai,por favor,eu quero ajudar e a construtora um dia será minha também.
Getúlio - Obrigado meu amor.
Odeio vê meu pai desse jeito, ao chegarmos em casa ele foi para o escritório e passou o restante da noite lá com a minha mãe. Estou preocupada, mesmo de longe venho acompanhando as finanças da construtora e as nossas, se rasparmos todas as nossas contas e vendermos tudo que temos,ainda.nao será suficiente para pagar a dívida, e o papai sabe disso.
Duas semanas depois ...
Sr. Jones
Voltei ao Brasil depois de mais de 20 anos morando em Nova York. Tenho dupla cidadania,meu pai é norte americano e minha mãe é brasileira,vibe a maior parte da minha vida nos EUA,mas sempre tive vontade de voltar e assumir os negócios da minha família materna. Meu avô,pai da minha mãe, é dono do haras e de mais uma dezena de empresas aqui no Brasil, minha mãe é filha única,e ele sempre quis que ela assumisse tudo,porém ela casou e resolveu ir embora do país com meu pai,e isso fez o vovô ficar muito bravo. Quando eu nasci o vovô transferiu aquele sonho para mim, morei aqui por quase 15 anos e sempre o acompanhava nas reuniões de negócios ,acabei pegando gosto,e já tinha planos em assumir tudo ao lado dele quando tivesse idade suficiente, porém os planos dos meus pais eram outros e nos mudamos para os EUA.
Mas agora ,o vovô está cansado e me quer aqui ao lado dele, assumirei os negócios e realizarei meu sonho em viver aqui,no meu país de nascença.
Secretária - Senhor, seu avô o chamou na sala dele.
Sr. Jones - Estou indo!
Vou até a sala do vovô.
Francisco Diniz - Gabriel, senta filho,precisamos conversar.
Gabriel - O que houve vovô?
Francisco - Você sabe que já estou na idade de me aposentar,estou cansado ,sua avó vive contando que eu passe.mais tempo com ela. Te trouxe para o Brasil para que você assuma o que é seu por direito. Você é meu único neto, e meu herdeiro legítimo...
Gabriel - O senhor sabe que me sinto honrado em assumir os negócios da família ...
Francisco - E essa é minha vontade,porém ,para que você assuma tudo,existe uma única condição.
Condição? Ele não me falou nada sobre isso.
Gabriel - Que condição vovô?
Francisco - Que você se case,com uma moça de família e forme sua própria família.
Gabriel - Vovô,que história é essa?
Francisco - É isso mesmo que você ouviu Gabriel. Sua mãe foi embora e abandonou tudo que passei a vida construindo,ela me deu um neto,você, que ama os negócios e se tornou um CEO reconhecido mundialmente. Tudo que construir será seu, você é meu único neto, mas você só assumirá os negócios se estiver casado,oi deixarei tudo nas mãos do Juliano,meu braço direito nos negócios.
Gabriel - O senhor não pode está falando sério, o Juliano não tem as mesmas habilidades que eu, e ele nem é da família.
Francisco - Você sabe que não sou de brincar com esse tipo de coisa. Você tem 35 anos, vive cada dia com uma mulher diferente. Você pensa que eu não vinha acompanhando seus passos fora do país? Você acha mesmo que vou entregar minhas empresas na mão de um homem que não tem valores familiares? Você é meu neto e eu o amo, mas as empresas só vão para suas mãos,se você se casar.
Gabriel - Vovô...
Francisco - Você tem 30 dias para me apresentar uma possível pretendente,se quiser,já tenho algumas mulheres em mente,filhas e netas de grandes parceiros de negócios. Hoje mesmo,você tem um encontro com uma delas, jantarmos na casa dos Costas.
Gabriel - Um casamento arranjado, é isso mesmo?
Francisco - Se for necessário,sim! Agora saia da minha sala, tenho trabalho a fazer. Não se atrase, sua secretária já tem todas as informações a respeito do jantar.
Saio da sala fumaçando,não acredito que ouvi tudo aquilo. Ou me caso,ou não assumo as empresas quando ele se aposentar. Só pode ser brincadeira.
2 semanas depois...
Sr. Jones
Foram as duas semanas mais tediosas da minha vida. Tive basicamente um encontro por noite com as pretendentes que meu avô arrumou. Não gostei de nenhuma, a maioria fúteis e mimadas,outras tímidas e castas demais,não me vejo casada com nenhuma delas,nem por um dia,imagina anos.
Secretária - Senhor,com licença,mas o senhor pediu que eu avisasse a data do vencimento do prazo que o senhor deu aos Menezes para pagar a dívida. Ela vence amanhã!
Sr. Jones - Obrigado Milena.
Os Menezes, tinha esquecido totalmente deles. Provavelmente eles não conseguiram levantar o dinheiro, eu já tinha investigado todos os seus bens e sabia que eles não teriam como levantar a grana. Só aumentei o prazo,por que gostei do Sr. Menezes, ele me aprece um homem honesto e honrado,não tem culpa do Idiota que colocou no mundo.
Confesso, queria que tivesse outro jeito ... espera,pode ter outro jeito ... Pego o telefone.
Sr. Jones - Milena,por favor peça ao Sr. Menezes para me encontrar hoje a tarde no haras,tenho uma proposta para fazer a ele.
Analu
Nosso prezo acaba amanhã, vi meu pai perder noites e noites tentando uma solução, nada do que fizemos foi suficiente,não conseguimos o dinheiro dentro do prazo.
Analu - Isso tudo é culpa sua idiota.
Arthur - Eu ja sei disso Analu,não precisa jogar na minha cara o tempo todo. Eu errei e já pedi desculpa.
Analu - Pedi desculpa não vai trazer o patrimônio da família de volta. Olha como nosso pai está,você vai acabar matando ele de desgosto.
Ana - Por favor,parem, vocês são irmãos e a situação já não está nada boa. Nós vamos precisar está unidos para enfrentar essa nova fase que virar e apoiar o pai de vocês.
Papai vem saindo do escritório.
Ana - Para onde você vai querido?
Getúlio - O Sr. Jones quer me vê,tem uma proposta.
Analu - Vou com o senhor.
Getúlio - Não vai adiantar se eu disser que não ... então tudo bem.
Arthur continua imóvel.
Getúlio - Você também vem com a gente Arthur,afinal o responsável por isso tudo é você.
Ana - Então eu também vou junto. Sempre fizemos tudo juntos, não vai ser agora que vamos fazer diferente. Vou pegar minha bolsa.
Nós quatro, saímos juntos em direção ao haras. Meu coração está quase saindo pela boca,não imagino qual a proposta do Sr. arrogância pura.
Chegamos ao haras,nos dirigimos até a sala dele,eles nos olha surpreso.
Sr. Jones - Não esperava a família toda aqui.
Se dirige até minha mãe e estende a mão.
Sr. Jones - Acredito que seja a Sra. Menezes,muito prazer.
Ana - Pode me chamar só de Ana. Prazer!
Getúlio - Então Sr. Jones, o senhor tem uma proposta a nós fazer?
Sr. Jones - Sim, tenho. Mas acredito que seja melhor conversamos em particular,pelo menos nesse primeiro momento.
Ana - Crianças,vamos dar privacidade para que eles conversem. Esperamos lá fora querido.
Saímos acompanhado nossa mãe, e esperamos na recepção.
Sr. Jones
Após os filhos e a esposa se retirar,nos sentamos e vou direto ao ponto com o Sr. Menezes.
Sr. Jones - Não costumo fazer rodeios Sr. ,quero me casar com sua filha.
Vejo a expressão no rosto dele ficar confusa.
Getúlio - O senhor está de chacota com a minha cara ? Como assim casar com a minha filha,vocês nem se conhecem. Que loucura é essa?
Sr. Jones - Peço que me escute antes de tirar conclusões precipitadas. Sei que aqui no Brasil esse tipo de acordo é incomum, mas fora do país, principalmente com os mais ricos isso é muito comum.
Getúlio - Que acordo Sr.? Por favor ,explique melhor.
Sr. Jones - O casamento com sua filha seria um casamento por contrato, que favorecia tanto ao senhor quanto a mim.
Getúlio - Ainda não estou entendo ...
Sr. Jones - Meu avô, que o senhor provavelmente sabe quem é,me impôs uma condição para que eu assuma os negócios da família, eu tenho que me casar. Ele me deu 30 dias para apresentar uma possível noiva a ele,me fez ter vários encontros arranjados com filhas e netas de seus parceiros de negócios. Quase enlouqueci.
Getúlio - E onde minha filha entra nisso? Eu não tenho negócios com seu avô.
Sr. Jones - Vocês tem uma dívida com o nosso haras, uma dívida milionária, que eu sei que vocês não conseguirão pagar, e terão que me entregar a construtora. Minha proposta é a seguinte, eu e sua filha nos casamos, eu perdôo a dívida de vocês em troca disso,meu avô me entrega o controle da empresa, e depois nos separamos. Isso não vai durar para a vida toda, acredite,eu nunca tive a intenção de me casar,ter filhos,nada disso,esse casamento não será nada além de uma transação comercial.
Ele se levanta,vejo seus olhos arderem em fogo. E fala em um tom de voz elevado.
Getúlio - O senhor acha mesmo que minha filha está a venda? Jamais aceitaria forçar minha filha a se casar sem amor, nunca. Eu prefiro ficar na miséria,mas não colocaria minha filha no meio disso.
Olho para a porta, vejo sua esposa e filhos olhando assustados para nós,ele se vira.
Getúlio - Querida,vamos embora daqui.
Ele caminha até eles.
Sr. Jones - Senhor ...
Getúlio - Amanhã, ao fim do nosso prazo, a construtora será sua.
Ele me dá as costas e se direciona até a porta.
Analu - Papai, eu caso com ele!
Todos,inclusive eu,a olhamos incrédulos.
Ana - Filha ...
Getúlio - Não filha, jamais te pediria isso.
Analu - Eu sei, por isso mesmo eu por livre e espontânea vontade estou dizendo que aceito o acordo.
Ana - Analu, não!
Analu - Não vou deixar que vocês percam uma vida toda de trabalho,por inconsequência do Arthur. Se eu posso evitar isso, eu vou.
Getúlio - Analu, vamos embora,isso é loucura. Você não pode estragar sua vida assim,por causa de um erro do seu irmão.
Analu - Está decidido papai, eu sou maior,e posso decidir por mim mesma. Sr. Jones, me casarei com o senhor,mas será dentro dos meus termos.
Sr. Jones - Como queira senhorita, podemos agendar um horário para conversarmos sobre os parâmetros do nosso acordo.
Analu - Pode ser agora mesmo se o Sr. quiser. Tenho tempo, e quero resolver isso o quanto antes.
Getúlio - Analu, por favor filha.
Ela caminha até o pai,coloca as duas mãos em seu rosto e faz carinho.
Analu - Vai ficar tudo bem papai, não se preocupa,eu sei o que estou fazendo. Agora por favor, nos dê licença,tenho um acordo para fechar com o Sr. Jones.
Ela da um beijo no pai, depois na mãe, eles saem da sala sob protestos,mas ela é firme,gostei da postura dela.
Analu - Podemos começar?
Sr. Jones - Claro, Sente-se por favor.
Ela se senta na cadeira de frente a mim, com uma postura altiva e até meio serena, nunca conheci uma mulher como ela antes,posso me arrepender de ter escolhido justo ela,para entrar nessa comigo.
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