NovelToon NovelToon

A Viúva Negra

Cap-1 Katherine Dempsey

Kath 27 anos

Ainda dentro do carro, observo através da janela, o famoso Hotel Plaza, lugar que é cobiçado por muitas mulheres, para realizar o sonho de um casamento perfeito.

Suspiro profundamente, sem coragem de abrir a porta e enfrentar o que esse lugar significa para mim.

Foi meu sonho também, me casar nesse palácio luxuoso de Nova York. Sonho esse, que meu pai fez questão de realizar há nove anos atrás, quando era uma garota ingênua e acreditava em contos de fadas.

Os quatro anos que convivi com Richard Walker, me ensinaram uma dura lição, não existe essa coisa de amor a primeira vista, paixão ardente...

Tudo que eu ganhei nesse casamento, foi abusos psicológicos, que depois se transformaram em violência física.

Sei que fui uma tola em tolerar tudo isso por tanto tempo, mas me entendam, alguns dias após meu casamento eu perdi a pessoa mais preciosa da minha vida, meu pai. Num acidente de carro, que hoje eu sei que foi armação do Richard para assumir o controle das Transportadoras Dempsey.

Meu pai, era a minha inspiração, meu porto seguro, fazia tudo por mim. Como eu fui abalada com a morte dele, eu pensei que não me ergueria novamente, tudo o quê eu queria era morrer. Eu achava que os tapas, socos, chutes, me eram merecidos na época, dor era tudo o que eu sentia, e a dor física, não era maior do que a saudade do homem que me foi tirado brutalmente.

Tudo o que eu sempre quis foi seguir os passos dele. A voz dele ainda soa no meu coração.

"Kath, você será uma mulher incrível, vai administrar tudo o que eu tenho e terá mais sucesso do quê eu."

Me agarrei aos conselhos dele, e me lembro do dia que recebi a notícia que havia sido aceita na universidade Rochester Institute of Technology, para cursar transporte e logística. Estava a poucos dias do meu casamento, meu pai me abraçou, me levou para jantar e conversou comigo. Ele se preocupava, por estar me casando tão cedo, e talvez não desse atenção a minha vida. Deixei claro que não desistiria do nosso sonho, continuaria a estudar e ajudaria na transportadora.

Se não tivesse sido cegada pela paixão, o meu pai estaria aqui ainda e teria poupado inúmeros problemas na minha vida. Não me livro dessa culpa.

Mas como dizem, não adianta chorar o leite derramado. O importante é que dei a volta por cima e conquistei uma posição elevada nos negócios, hoje sou uma figura admirada pela sociedade, com o título de "Viúva Negra".

Me assusto com Ethan, tocando no vidro da janela, com os dedos.

Ethan Ballard, 40 anos.

Saio do meu transe, o taxista ainda me espera pacientemente. Pago a corrida e dou uma generosa gorjeta.

Ethan abre a porta, e estende sua mão. Eu aceito sorrindo, e saio do carro, me equilibrando na sandália Louis Vuitton de salto agulha, e ajeitando o vestido azul marinho, longo e aderente, desenhado especialmente para mim, para participar do casamento da minha melhor amiga, Hailey Saunders, bom, em breve Hailey Walsh.

— Divina, como sempre Kath!— Ethan me elogia.

O fito com admiração, o advogado esbanja elegância em seu smoking grafite, combinado a gravata borboleta e um colete.

—  Obrigada, Ethan. Confesso que está lindo, de tirar o fôlego de uma mulher!

Com um sorriso encantador, ele oferece o braço e diz:

—  Quando vai comprar seu próprio carro, e ter um motorista particular?

Faço uma careta de desaprovação.

—  Sem chance! Prefiro continuar assim.

Ele dá risada. Sabe que apesar das minhas condições, odeio muitas frescuras, como motorista particular, mordomos e etc... Tenho só funcionários indispensáveis.

Seguro minha pequena bolsa Prada, e apoiada no braço de Ethan, enfrento meus temores e entro no hotel, que me traz lembranças nada agradáveis. Não que a cerimônia do meu casamento não tenha sido perfeita, é o que veio depois que me assusta, e não tem como não ligar ao que aconteceu nesse hotel.

Ethan é sócio do noivo da Hailey, Brandon Walsh. Posso dizer que os dois foram minha salvação, quando fui acusada injustamente de matar o Richard, pelos pais dele.

Os dois me defenderam deliberadamente, conseguiram provar com a polícia, a minha inocência. Devo minha liberdade a eles. Brandon, já era advogado da empresa e do Richard, o que me surpreendeu foi ele ficar do meu lado, mesmo sabendo da acusação.

Foi aí que Ethan entrou na minha vida, como advogado criminalista, ele me defendeu. Desde então, criamos um laço de amizade, eu sei que ele quer mais que amizade, mas eu não me sinto segura para me relacionar. Ele respeita minha posição se contentando apenas com a amizade.

Ethan é bem mais velho do que eu, mas não é isso que me impede de aceitar um relacionamento mais sério, é a falta de paixão, eu me blindei para não me apaixonar novamente, tenho pavor de me ver na mesma situação, decepcionante e frustante, da antiga relação.

Diria com toda certeza, que a idade de Ethan não anula a beleza máscula, em seus 1,84 de altura, e corpo musculoso. Os poucos fios brancos em seus cabelos e barba, dão um toque especial na sua aparência sedutora e madura.

Entrar em um dos saguões do grande hotel, onde fica a enorme recepção, foi fácil. O difícil foi encarar o salão onde a cerimônia ocorrerá.

Todo meu corpo se arrepia, um calafrio me percorre, ao lembrar de que foi eu que estive aqui um dia, feliz, cheia de sonhos irreais.

Ethan me envolve pela cintura e num aperto suave, tenta me tranquilizar, ao ver toda minha tensão e hesitação.

—  Quer sair daqui, e esperar um pouco em outro lugar?—  ele me pergunta preocupado.

Respiro fundo, tentando ignorar todo sentimento que me assombra.

— Não... Vamos entrar.— falei decidida.

O lugar está esplêndido, com seus arranjos de flores em vasos requintados, a arquitetura do salão é uma verdadeira obra de arte, com suas colunas perfeitamente desenhadas e um lustre magnífico que ilumina o espaço luxuosamente.

Nada disso deveria ser considerado traumático para uma pessoa normal, afinal, é uma beleza encantadora, eu reconheço isso.

Mas para mim, nada é normal, apesar de tudo ter acontecido há cinco anos, essa parte da minha vida ainda não foi superada. Me causa fobias entrar no mesmo lugar, que foi o início de tantas amarguras na minha vida.

Cap-2 O Casamento de Hailey

Kath

Entro no salão com os olhares voltados para mim. Hoje, já estou acostumada com o efeito que causo nas pessoas, olhos curiosos que não sei se admiram minha beleza, ou a pessoa implacável que me tornei.

Ethan puxa uma cadeira para que eu me sente.

O casamento apesar do lugar luxuoso, vai ser realizado de forma simples, não vai ter entrada triunfante de damas de honra, e todo decoro de um casamento clássico.

Hailey, 26 anos.

Toda minha tensão desaparece, quando avisto Hailey entrar sorridente, de braços dados com seu noivo, o Brandon. Os dois estão juntos desde que os conheço. Foi pelo Brandon que conheci a Hailey. Precisava de uma designer de roupas, para me adentrar ao mundo dos negócios com estilo, e ele me aprensentou ela.

Hailey trabalha com a sua mãe, Hannah Saunders, dona de uma loja de grife, localizada em Manhattan, que hoje sou cliente assídua. Com toda aproximação, e idade compatível, nos tornamos amigas inseparáveis rapidamente. Hailey é do tipo quieta, introspectiva, não é de muitos amigos, diria que é bem recatada. Mas nos damos muito bem, ela me faz refletir mais, principalmente quando estou inclinada a agir impulsivamente. Temos uma ótima vivência, ela me segura na minha exuberância e eu a instigo a dar mais de si mesmo.

O cerimonialista, se posiciona na frente dos dois e diz poucas palavras sobre o amor. Sinto um alívio, ao ver os dois trocarem os votos matrimoniais com tanta sinceridade, o amor ainda existe. Sorrio de felicidade, acabo deixando uma lágrima solitária rolar.

Ethan percebe a minha emoção, e segura a minha mão, acariciando gentilmente.

A loira de olhos verdes, com seu salto, fica na altura de Brandon, ela está linda como uma noiva deve ser, em seu vestido branco ombro a ombro, num corte evasê, num tecido de renda. Brandon é um loiro de olhos azuis escuros, poucos centímetros mais alto do que a noiva.

Não tem o ditado que diz, que os opostos se atraem?

Bem, com esses dois, posso dizer que é assim. Ao contrário da Hailey, que é quieta e de poucas palavras, Brandon é um falante compulsivo, cheio de brincadeiras e piadas. Só é sério em seu trabalho, como um advogado jurídico.

—  Pelos poderes investidos a mim, eu vos declaro marido e mulher! Pode beijar a noiva.

Aplaudimos o casal apaixonado, radiantes eles sorriem.

Foram feitos um para o outro!

Quando a festa inicia, eu e Ethan somos os primeiros a cumprimenta-los.

— Está linda, minha querida amiga! Te desejo toda felicidade do mundo. Vou sentir saudades!

Hailey me abraça apertado.

— Obrigada Kath! Vou sentir saudades também, mas em um mês nos veremos de novo...

Me afasto para encarar os olhos brilhantes.

— Parecerão uma eternidade...— falo fazendo bico.

— Quando sentir minha falta, me ligue.— Hailey diz.

— Não prometo que ela vai atender todas as vezes.— Brandon fala com um sorriso malicioso, logo após cumprimentar o amigo.

Hailey cora o rosto na hora.

— Não vou atrapalhar a lua de mel de vocês. Eu vou ficar bem.— falei sorrindo.

—  Não faça nenhuma besteira, Kath. Antes de qualquer decisão, lembre-se de pensar duas vezes.— Hailey me adverte.

—  Está dizendo que eu não penso?— retruquei.

—  Pensa sim, depois de já ter feito alguma coisa.

Dou risada, ela me conhece, sabe como tomo atitudes precipitadas e depois muitas vezes me lamento com ela. Principalmente quando se trata da máfia italiana. Felizmente, minhas atitudes afobadas, na maioria das vezes é certeira, pelo menos na parte legal do meu negócio, por que a ilegal, estou tentando me livrar aos poucos, o que não é nada fácil, faz pelo menos uns três anos que venho tentando sair.

— Eu prometo que vou pensar mais. Mas o que poderia acontecer de tão grande em apenas um mês? Vou deixar minhas decisões, para quando voltar.

A coitada da Hailey é minha confidente fiel. Ela me atura em todas as falácias, sobre o meu trabalho, clientes em potencial, contratos novos, minha nova idéia de expansão, e mesmo sem saber nada sobre transportes de cargas, consegue me ouvir com interesse e ainda me dar conselhos.

— Acho que vou arrumar um cachorro, preciso de alguém que me ouça sem julgamentos, durante esse mês!— exclamei rindo.

—  Eu posso te ouvir, se é o que precisa.— Ethan diz.

—  Não é a mesma coisa... jamais o encheria com os meus problemas pessoais.

—  E eu posso te ouvir incessantemente?— Hailey me olha com as sobrancelhas levantadas.

— Amigas são para isso, não é? Não desabafa comigo porque não quer.

— E mesmo que quisesse, com certeza não teria a oportunidade de falar, já que não sabe manter essa boca fechada.

Ela quase não fala, mais aí tá uma dosagem de Hailey bem profunda, chego a ficar sem reação, de olhos arregalados.

— Sabe que eu te amo? As poucas vezes que me abro para você, sempre me ouve, embora tente resolver meus problemas do seu jeito, quando tudo que eu preciso é só que me ouça. Mas eu te amo mesmo assim, não viveria sem você!

Hailey me olha com seu jeitinho meigo e carinhoso.

— Eu sei amiga. Por isso nos damos tão bem, quem mais me aguentaria?

Embora tenha falado com naturalidade, não deixo de refletir sobre o futuro, estaria fadada a viver em solidão? Um medo de ficar sozinha toma conta de mim, que tento disfarçar com um sorriso.

— Não diga isso, Kath! Você é uma mulher incrível, não sabe como sou feliz por ter você na minha vida. Qualquer pessoa próxima de você, que te conhece, sabe disso. É uma presença marcante, super inteligente, e de um coração enorme. Sabe como sua amizade é de extrema importância para mim.

Ela me abraça mais uma vez, parece arrependida, da dose de sinceridade, mas isso não me abalou, foi só o temor da solidão batendo no meu coração.

— Calma Hailey, eu sei da importância da nossa amizade, não estou magoada com a sua sinceridade, eu sei como eu sou, fique tranquila... — olho para Brandon e continuo—  Está vendo como ela é? O pouco que fala, acaba se arrependendo, e sempre acha que está me magoando quando me diz umas verdades! Eu te amo amiga, sua sinceridade é importante para mim, faz parte de uma relação madura e forte, deveria fazer isso mais vezes.

Ela se afasta e sorri aliviada.

— Acho melhor deixar os outros convidados falarem com vocês.— me aproximo de Brandon— Sejam felizes! E não magoe a minha amiga!

— Jamais!— ele fala me abraçando.

Cap-3 Kath

Kath

Na volta, Ethan me deu carona, em seu Lexus RX, modelo SUV, que tanto aprecia.

Fico em silêncio, olhando as avenidas e ruas de Nova York, passarem rapidamente pelos meus olhos.

— Está quieta Kath. Tem algo lhe pertubando?— Ethan me pergunta olhando de soslaio.

— Cansada, chega a essa hora da noite, não vejo a hora de estar no meu cantinho.

— Um apartamento com três suítes, no famoso Upper East Side, certamente não é um "cantinho" qualquer. Ele fala parando o carro, em frente a portaria do edifício "Upper East Perdizes", onde vivo com a minha mãe desde que fiquei viúva. Jamais viveria ou ficaria naquela casa amaldiçoada em Midtown, onde morei durante meu casamento. Uma das primeiras coisas que fiz, foi vender a casa e comprar esse apertamento, na região norte de Upper East Side.

Poderia ter voltado para a casa do meu pai no Queens, onde nasci e fui criada, e ficaria mais próxima da cede da transportadora, em Long Island City. Mas a aquela casa, me lembra meu pai em cada detalhe, não suportaria viver assim, ainda me dói no peito.

A viagem é curta, já que não moro longe do Central Park, na famosa Manhattan.

— Está tudo bem, Kath? Parece triste?

— Sério? Acho que me excedi nas bebidas. Estou bem, Ethan. Nada que uma boa noite de sono não recupere.— digo abrindo a porta do carro.

Antes que eu saia, ele segura minha mão e diz:

— Qualquer coisa que precisar, não hesite em me ligar e me chamar.

Os olhos verdes escuros, são ternos e gentis.

Sorrio carinhosamente, e me aproximando dele, deixo um beijo em seu rosto, sentindo a sua barba nos meus lábios.

— Eu chamo, mas não se preocupe, eu estou bem.

Ele assente, e levando a minha mão até sua boca, deposita um beijo delicado.

— Tchau!

— Até logo, Kath!

Saio do carro, e vou andando a passos lentos na noite escura, o cheiro das flores, denunciam a primavera, maio é um dos meses preferidos para mim, um clima ameno e agradável, e as chuvas. O espaço arborizado desse condomínio, é uma das vantagens desse lugar.

Passo pela portaria, onde o porteiro me comprimenta educadamente.

Vou até o elevador, e aperto o botão do terceiro andar.

Hoje não foi um dia normal para mim, estou com uma avalanche de sentimentos a flor da pele, sentimentos que procuro enterrar. Se tem algo que não faz parte do meu novo eu, é me sentir abalada com meu relacionamento fracassado. Mas a falta que meu pai faz, ainda faz meu coração sangrar por dentro, e a culpa de indiretamente, ser a causadora de sua morte, faz tudo dentro de mim ficar confuso e bagunçado.

Abro a porta do meu apartamento, e entrando no ambiente acolhedor, a primeira coisa que faço é me livrar dos saltos para andar descalça, sentindo o piso laminado nos meus pés. Não importa a hora, onde tenha passado o dia, esse é uns dos meus pontos altos, me livrar da máscara de mulher implacável e forte, e ser apenas eu mesma, a Kath que tem seus medos, suas hesitações, temores...

Sei que já bebi muito durante a festa, mas meus sentimentos doloridos me obriga a uma taça de meu vinho preferido, Carlo Rossi, uma marca californiana que meu pai adorava.

Inalo o cheiro intenso de frutas vermelhas, morango e melancia. Desgusto o primeiro gole do líquido rosê, de sabor frutado, doce e macio.

Humm...

Certamente isso faz eu esquecer todos meus problemas....

Bom, pelo menos enquanto não termino a taça.

Eu amo a vida que conquistei, ser independente, uma mulher de sucesso... mas tenho que confessar, não é fácil viver assim. Como qualquer mulher, tenho meus sentimentos, medo da solidão, e em momentos de fraquezas, TPM, ou de lembranças ruins, tudo vem à tona e me sinto solitária.

Vou até o quarto da minha mãe, ela dorme tranquilamente.

Claire Dempsey, 50 anos.

Minha mãe, Claire, sofre de uma doença incurável, fibromialgia, vive com dores agonizantes, não pode se mexer muito, nem fazer esforços. Ela sempre foi muito frágil, meu pai sempre cuidou dela, é uma mulher dependente, não seria capaz de viver sozinha. Mora comigo desde que fiquei viúva, foi quando agravou o seu problema, a impossibilitando de viver sozinha. Ela é um doce, carinhosa e meiga, sempre preocupada com meu bem estar.

Para completar o meu relaxamento, nada como um banho quente. Poucos minutos e estou dormindo na minha cama king, nos lençóis de seda.

⏰(flashback)on

— Você não vai estudar mais! Está decidido!— Richard brada.

O homem me olha com fúria no último degrau da escada, que dá para os quartos.

— Estou no último ano, não vou parar agora, só por causa do seu ciúmes doentio!

Não deveria ter respondido, a um homem claramente bêbado, e com complexo de autoridade.

— O que disse!?— Ele berra.

Ele me causa calafrios agora,

num impulso, ele me empurra, fazendo eu perder o equilíbrio e cair no chão. Prato cheio para ele me humilhar, me chutar como um louco, sem parar de me xingar, me rebaixando.

A dor aguda no meu abdômem, faz uma fúria de uma mãe ursa, se acender em mim, ele não sabia ainda, mas fazia uns dois dias que havia descorberto a gravidez.

Me levanto sentindo cólicas absurdas, os olhos dele se arregalam, quando vê o sangue escorrendo pelas minhas pernas.

Apesar da dor agonizante, o fito com toda raiva acomulada pelos quatros anos de maltratos. O fuzilando com os olhos, vou me aproximando dele, numa atitude empoderada.

— Você matou o seu filho! Seu monstro!— esbravejo.

Pela primeira vez, o vejo recuar, na defensiva ele dá passos para trás e num descuido cai, rolando até o fim da escada.

— Richard?!— minha voz saiu por um fio.

A falta de resposta me desespera... mas a dor... o sangue escorrendo... fazem meu corpo esmorecer e tudo fica numa escuridão sem fim.

⏰(flashback)off

Acordo ofegante, até parece que estou sentindo as dores e sentindo o sangue quente descer, depois desse pesadelo.

Me sento na cama, respirando compassadamente, passo as mãos pelo meu rosto, estou suada, e nem é uma noite quente.

Levanto da cama, e indo ao banheiro, vejo que não foi á toa a sensação de sangue e cólica, a menstruação chegou.

São cinco horas da manhã, sei que hoje é domingo, mas depois desse flashback, não vou conseguir dormir mais.

Tudo que me resta é fazer uma das coisas que mais gosto, e tem me ajudado a manter a sanidade, Yôga.

Fazendo uma "saudação ao sol", início a serie de movimentos, que relaxam meu corpo e esvazia a minha mente.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!