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Segunda Chance Para O Amor

Capítulo 01 (Alice)

...Queridos leitores quero esclarecer antes de qualquer coisa, que o livro foi escrito com a visão de ambos os personagens principais, a Alice e o Hugo. Então em alguns momentos você pode imaginar que voltou ao capítulo que já leu, porém é apenas a versão do outro personagem. Cada capítulo está identificado com o nome ao lado para ajudar vocês a compreender melhor a história. Espero que vocês curtam, porque ela foi inscrita com muito carinho. Beijos a todos!...

...(Apenas para constar que todas as imagens contidas aqui foram retiradas do Pinterest)...

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Sou o tipo de pessoa que está sempre tentando se superar. Sempre me achei diferente de algumas garotas de minha idade que sonhavam em um dia conhecer um rapaz consideravelmente rico, viajar pelo mundo, formar uma linda família, criar e educar os filhos e depender exclusivamente do marido. Eu queria algo diferente disso, eu queria minha independência, eu queria me sentir livre. Vi na corrida essa possibilidade e me dediquei inteiramente a ela.

Me chamo Alice Fonseca, sou filha da Sra. Marta e do Sr. Francisco, um casal de aposentados, tenho mais dois irmãos, o Vinicius e o Pedro. Tenho 23 anos e sou formada em educação física. Faço parte de uma equipe profissional de atletismo, além de ser instrutora em uma academia conceituada na minha cidade. Muitos correm apenas visando ser livre, espairecer a mente depois de um dia de serviço estressante ou até mesmo manter a forma e a saúde física. E outros, como eu, vem na corrida uma oportunidade de independência. Afinal, os vencedores das grandes maratonas, além dos troféus, levam para casa uma quantia em dinheiro que bem administrada darão um bom rendimento. Assim era minha pacata e descomplicar vida na cidade de Gravatá, numa região de transição entre o Sertão e a zona da mata de Pernambuco.

Acho que o destino, entediado com a minha vida simples, fez cruzar no meu caminho ninguém menos do que o charmoso e conquistador Noah. Um rapaz de pele clara e olhos verdes penetrante, corpo atlético e um sorriso encantador. Conhecemo-nos numa das raras vezes que resolvi sair com as colegas de trabalho para uma balada. Feito uma tola, me deixei levar pelas conversas melosas e apaixonadas do Noah Biachi.

Depois daquele dia, vivemos uma história de amor arrebatadora. Em seis meses já estávamos morando juntos e sonhando planos para uma vida inteira. Como qualquer casal, tínhamos nossas diferenças. Mesmo contra a vontade do Noah nunca deixei minhas competições de lado, elas com o meu emprego de instrutora eram que me davam uma estabilidade financeira e eu não abriria mão disso. Sempre foi meu objetivo ser independente, Noah nunca conseguiu mudar isso, apesar das inúmeras tentativas.

Morávamos em uma casa consideravelmente grande se comparada a outras casas da mesma localidade. Duas salas conjugadas, dois quartos, uma suíte, cozinha grande, banheiro e um quintal em volta de toda casa. Muito bem equipada e decorada de acordo com meus gostos e alguns toques do Noah. Quando compramos a casa o Noah foi contra eu também pagar por ela, mas não abri mão disso também. Apesar de ele possuir uma posição elevada na empresa onde trabalhava como gerente administrativo e ganhar muito bem se comparado ao meu salário, eu nunca me senti dependente dele, eu estava sempre contribuindo de alguma forma para algo que se referia a nossa vida de casal.

Por ele não aceitar minha profissão, começamos a ter alguns empecilhos em nossa relação. Ele comentava que não suportava outros homens olhando o meu corpo e desejando o que era dele, como se isso fosse motivo de me fazer parar de correr, de fazer com que parasse de sonhar em ser sempre a melhor, de bloquear meus esforços em sempre buscar nada menos que o primeiro lugar nos pódios.

Sempre que dizia ter que treinar, o Noah dizia ter trabalhos extras a fazer, mesmo gostando de se exercitar se negava a correr comigo. Noah alimentava a esperança que eu me tornasse uma esposa troféu. Queria que eu ficasse imaginando formas agradáveis de lhe levar a loucura na cama e isso eu já fazia, sempre superei as expectativas de Noah e muitas vezes, mesmo cansada, nunca deixei a desejar.

Treinava algumas vezes durante a semana e sempre que chegava após esses treinos, nunca o encontrava em casa. Quando tentava localizá-lo através do celular, escutava a secretária eletrônica pedindo para deixar o recado após o sinal. Muitas das vezes quando ele chegava em casa eu já estava dormindo, outras vezes ele me falava que o celular havia descarregado e que tiveram algumas reuniões extra para finalizar alguns trabalhos inacabados. Noah nunca deu muitas informações sobre o seu trabalho e eu, como uma idiota, nunca o questionei muito sobre o assunto.

Num certo dia, mesmo após ter saído e completado o percurso até a academia para treinar, resolvi retornar para casa e fazer uma surpresa ao Noah. Mas meus planos foram por água abaixo por não encontrá-lo, mesmo quando ele já deveria estar em casa. Tentei por diversas vezes entrar em contato com ele através do seu celular, sem sucesso. O telefone do seu escritório ninguém atendia.

Meus planos não só deram errado naquela noite, como me aguçaram a curiosidade de saber onde se encontrava o Noah. Teria que ocupar a mente com outra coisa que não fosse meu agora misterioso marido, pois as letras gritantes da palavra 'TRAIÇÃO' se manifestava em minha mente como letreiros. Resolvi correr um pouco nas ruas próximas e não ter dado como perdida a minha noite. Ao chegar em minha rua na volta, cruzei com Vitória, minha vizinha e melhor amiga, apesar do Noah não gostar muito dessa amizade. Ele me queria apenas para si mesmo e sempre tentava me afastar das minhas amizades. Eu e a Vitória conversamos um pouco sobre a minha próxima competição, que seria dali a 15 dias, numa cidade vizinha a nossa e que estava oferecendo uma boa quantia ao vencedor. E até comentei que aquela seria a oportunidade perfeita para uma viagem romântica como meu maravilhoso marido.

Noah sabia meus horários com exatidão. A hora em que estaria em casa, a hora que estaria trabalhando e meus horários de treino. A única coisa que ele não esperava é que naquela noite eu estivesse no sofá a sua espera. O sorriso que ele tinha no rosto desapareceu assim que nossos olhares se encontraram, sua reação mudou, mas só após me aproximar dele foi que descobriu o real motivo, meu marido cheirava a um perfume feminino que não era o meu. O brilho que ele tinha no olhar se apagou, e mais uma vez aquela voz que minha mãe costumava dizer que toda mulher tem de sexto sentido, gritava a palavra que tanto eu me esforçava a esquecer, "TRAIÇÃO".

Capítulo 02 (Alice)

No exato momento que me aproximei e ele percebeu minha reação, ele caminhou até o banheiro e disse precisar de uma ducha, que não sabia como eu aguentava todo aquele suor no meu corpo após meus treinamentos, insinuando que tinha saído para se exercitar. Mas ninguém se exercita de calça social e muito menos com sapato que não sejam confortáveis e apropriados para isso. Meu sentido de mulher sabia qual era a verdadeira intenção dele naquele momento, levar para o ralo qualquer vestígio do erro que ele cometeu ao me trair.

Eu sabia que após o choque de surpresa, a bomba no qual eu me transformaria após descobri que fui enganada, não demoraria a explodir. Era só questão de minutos até eu absolver o que meus olhos viam e o meu cérebro processava. O banheiro enorme de nossa casa se tornou minúsculo com as perguntas que cruzavam a minha mente e minha boca cuspia, minha cabeça girava com cada desculpa sem nexo que ele me dava. O fim da discórdia foi a marca vermelha que existia em seu pescoço, e que ele tanto tentou esconder, mas não obteve êxito. Naquele momento era como se outra pessoa ocupasse meu corpo, toda a euforia de palavras que eu queria gritar foram abafadas por uma tranquilidade que eu não imaginei ter. Todo o furacão que pulsava em mim, foi ficando calmo como uma brisa, e meu cérebro mais uma vez começou a processar com exatidão a decisão mais sábia a tomar.

Me dirigir ao nosso quarto e peguei uma mala, nesse momento ele já estava enrolado na toalha vindo atrás de mim e ao perceber que eu peguei a mala me fez uma única pergunta:

(Noah) ➖ Você vai ser tão tola ao ponto de voltar para casa de seus pais?

Ele tinha conhecimento que se eu voltasse para casa de meus pais, sofreria pressão para abandonar as corridas. Minha mãe acreditava que ninguém conseguiria se manter somente com as corridas e suas vitórias, que isso não passaria de um hobby. Para ela, uma pessoa bem-sucedida tinha que ter uma carteira de trabalho assinada, um bom salário no final do mês e ser dedicada a família, e a corrida não fazia parte disso. Meu pai nada dizia, apenas desejava que eu fosse feliz como escolhi viver.

Eu sabia que Noah tinha razão ao insinuar que eu seria uma tola se abrisse mão dos meus planos de vida por uma traição, ele só não sabia qual era a minha intenção, até o momento que ele processou que não eram minhas roupas que estavam sendo colocadas na mala, e sim a dele. Naquele momento ele soube que quem estava preste a partir, não era eu, era ele. Mesmo os olhos dele vendo o que minhas mãos faziam ao fechar a mala, ele tinha esperança que após um minuto de explicação dele, eu retrocederia em minha decisão, não sabia ele que o que eu mais presava numa relação era confiança, a mesma confiança que ele quebrou sem dó e sem piedade ao me trair. Escutei com a maior paciência do mundo o que ele tentava justificar, escutei caladas as acusações dele me falando que eu era a única culpada por toda aquela situação, por não ter escutado os pedidos dele para desistir dos meus objetivos, porque para ele mulher perfeita era aquela que vivia submissa ao marido. E após ele falar tudo que tinha a dizer, como se não fosse eu mesma que estivesse naquele momento em meu corpo, olhei para ele e pedi que saísse de dentro do que antes era nosso lar e que passaria a ser apenas a minha casa.

Transformar a palavra "nosso" em "minha" não foi tão fácil como imaginei. Não foi fácil ainda encontrar vestígios do que parecia ser uma história de amor e agora não passava de ilusão. Por dias queria que tudo aquilo tivesse sido um pesadelo, aqueles pesadelos que após uma ducha fria vai para o ralo com todo o nosso medo. Mas não foi bem assim que aconteceu, parecia haver uma rachadura em três partes de mim: a mente, o corpo e o coração. Minha mente queria uma coisa, que meu corpo não aceitava e meu coração não entendia. Não sei com exatidão quantos dias eu passei nesse dilema, mas como tudo na vida tem um fim, a minha tristeza também teria.

Vitória era apenas alguns anos mais velha do que eu, mas com uma experiência bem maior que a minha. Com paciência ela me fazia enxergar que a culpa que eu sentia era injusta. Que mulher nenhuma merece ser submissa ao homem nos tempos de hoje, que ninguém tem que desistir de seus sonhos por outra pessoa, pois um dia, cedo ou tarde, o arrependimento vai cobrar sua parcela naquela relação. Que o certo não é desistir dos sonhos e sim, descobrir formas de juntos alcançarem ambos os objetivos. Que para alguém gostar de mim eu não precisaria me anular. Ela me explicava que numa relação o amor tem que caminhar lado a lado, porque só assim ele crescerá, florescerá e dará frutos. Se não for dessa maneira, se ambos não conseguissem uma forma de alinhar esses objetivos, tudo viraria uma competição de quem ganha mais, e foi isso que eu comecei a enxergar que minha relação com Noah tinha se tornado, uma verdadeira brincadeira de cabo de guerra.

Meus pais tentaram me arrastar novamente para baixo de suas asas. Agradeci e amei todo o cuidado e o zelo que eles tiveram comigo naquele momento, mas eu precisava sozinha descobri uma forma de superar tudo aquilo no qual eu mesma havia me colocado. Eu tinha que cair na real que a expectativa que eu havia colocado em Noah estava muito além da pessoa que ele era. Eu tinha que assumir a minha parcela de culpa por minha relação não ter dado certo, afinal não existe só um lado da moeda quando a vida envolve duas pessoas, só assim eu conseguiria colocar minha vida novamente no eixo. Porém, essa cruzada acabou quando descobri enfim que ele já estava vivendo com outra pessoa, um mês após o nosso fim, mesmo quando eu ainda me sentia uma pessoa sem vida.

E o mais extraordinário foi que dessa descoberta obtive forças para voltar a ser quem eu era antes do Noah. Foi como se eu tivesse virado uma fênix, que após as cinzas ressurge mais linda do que antes. Cerquei-me de novos objetivos, voltei a treinar, voltei a viver. Aceitei que apenas quando baixamos a guarda podemos ser atingidos de forma tão certeira, mas que aquele aprendizado tinha sido suficiente para mim e que não mais aceitaria confiar minhas expectativas em outra pessoa, além de mim mesma. Que jamais pensaria em desistir de meus sonhos por outra pessoa e que jamais, amaria alguém mais do que a mim mesma. Ali decidi me cercar de novos objetivos e parar de me lamentar por uma história de amor que parecia que apenas eu tinha vivido.

💭 Uma mulher decidida é como as ondas do mar... Ninguém consegue deter!

Capítulo 03 (Alice)

Porém, a vida tinha outros objetivos para mim. Objetivos esse que eu não tinha sonhado e que nem imaginaria passar. Depois de dois meses separados e sem nenhum tipo de comunicação, descobrir que carrega comigo uma parte dele. Uma parte da qual não poderia abrir mão, porque assim abriria mão da minha parte também. Carregava comigo a única criatura que não tinha culpa de nada. A única exceção de qualquer erro. Aquela que se tornaria a minha própria vida. A única coisa que ainda exigia a palavra "NOSSO". Porque por mais que desejasse, não poderia esconder isso dele. O nosso bebê!

Sabia que teria que falar com o Noah sobre isso. Mas como falar sobre algo que eu não sabia explicar como aconteceu? Ou melhor dizendo, saber como aconteceu eu sabia, mas não sabia como explicar que o meu anticoncepcional tinha falhado e que não tínhamos nos protegidos de outra forma. E como eu explicaria isso a ele, depois que ele já tinha seguido com sua vida, sem parecer que eu ainda o puxava para trás?

Não queria que ele enxergasse essa criança como uma obrigação. Queria que ele enxergasse nosso filho como algo que sobreviveu ao nosso desastre, a parte bonita de nossa relação, afinal ele foi gerado porque num determinado momento ainda existia aquele amor arrebatador entre nós dois que nos fez esquecer até mesmo de usar o preservativo que fizemos sempre questão de usar.

No final das contas só tive coragem de contar aos meus pais, que me deram todo apoio do mundo. E mais uma vez tentaram me convencer a morar com eles, ainda mais nessas circunstâncias. Quando retornei para casa ainda não tinha descoberto como resolver o problema de contar ao Noah e nem sabia se deveria contar. Resolvi continuar com minha vida até descobrir o que fazer com minha tão inesperada situação. Competir em grandes maratonas estava fora de cogitação, mas precisava consultar um médico a respeito das outras competições. Se eu ainda poderia manter meus treinos ou teria que os interromper. Na verdade, não sabia nem por onde começar a organizar toda aquela confusão.

Depois de mais uma semana sem treino e após uma consulta médica, estava liberada para seguir com minha vida, porém agora pegando um pouco mais leve. Como era uma excelente atleta e muito focada no que fazia, o Sr. Daniel, gerente da academia onde treinava e trabalhava, muito compreensivo após descobrir minha situação, me ofereceu uma vaga integral na academia, para assim poder aumentar minha renda e conseguisse manter minha estabilidade financeira até poder voltar a competir. Pelo que pude observar da vida, dos lugares mais inusitados é que parecia surgir os apoios.

Mais algumas semanas se passaram e eu seguia deslumbrada com minha nova situação. Com todas as mudanças que meu corpo agora não mais com curvas me apresentava. Aquela vida que crescia dentro de mim, já era meu ponto gravitacional. Tudo girava em torno dela. Quando estava em casa, Vitória, como uma verdadeira amiga, sempre me fazia companhia, me ajudando a organizar todos os preparativos para a chegada do meu bebê. Meus pais me ligavam constantemente, sempre me perguntando como me sentia, sempre preocupados com meu estado, que para eles era delicado. Meus irmãos, Vinícius e Matheus, mesmo que distantes, pois ambos moravam em outro estado, davam o apoio que eu nem imaginava ter. Minha vida parecia que aos poucos começava a entrar nos eixos, mesmo que agora minhas expectativas fossem outras. Eu me sentia completa mais uma vez.

Quando já tinha completado o quinto mês da minha nova situação, és que a vida mais uma vez me surpreende. O meu telefone toca e ao atender, aquela voz que nem esperava mais escutar, me perguntou como eu estava. E o que responder a uma pergunta tão simples depois de todas as mudanças que aconteceram em minha vida e que ainda iriam acontecer? Sem perceber, fiquei muda ao telefone. Noah, que não sei como descobriu minha gestação, disse precisarmos conversar, e me perguntou em que momento poderia passar em minha casa para que pudéssemos acertar as coisas. Mas uma vez minhas expectativas cresciam, não na esperança de que pudéssemos voltar a ser uma família, mas na esperança de esclarecer que aquela nova vida que crescia dentro de mim, foi o que nos restou de bom de toda nossa história. Que não existia mais a chance de sermos um casal, mas que crescia a chance de nos tornamos excelente pais, mesmo que esse não fosse nosso objetivo antes. Antes, nem falávamos em filhos, isso era algo a ser pensado num futuro distante, e sem menos esperar o presente nos apresentou essa possibilidade de uma forma que não poderíamos fugir dela.

Na hora marcada, Noah apareceu em minha casa. Confesso que a sensação foi estranha. Está na presença de uma pessoa a quem você realmente amava e que, simultaneamente, foi a pessoa que mais a magoou, machucava. Sabia que esse era um sentimento que não poderia deixar aflorar, não ao pensar que aquilo atingiria de forma direta alguém tão inocente. Por fim, esclarecemos que a melhor maneira de fazer as coisas darem certo, seria superar todas as mágoas e cada um seguir com sua vida, claro que estaríamos agora mais ligados que antes. Mas só existia esse ponto de ligação entre nós dois, um ponto que jamais poderíamos romper.

Cada vez que me olhava no espelho ficava deslumbrada com minha nova aparência. O que para algumas mulheres seria apenas mais ganho de peso, para mim era transformação. Noah me acompanhava sempre que precisava ir ao médico ou fazer algum tipo de exame. Surpreendentemente, ele parecia muito melhor como um amigo, do que antes como companheiro. Sempre prestativo e ansioso pela chegada do nosso bebê. Tínhamos encontrado uma forma maravilhosa de nos mover sem precisar com isso invadir o espaço um do outro. Ele continuava com sua vida perfeita e eu com minhas atividades, meus treinos e a vida que eu tinha optado para mim.

Quando tive nossa bebê nos braços pela primeira vez, nunca havia sentido emoção tão grande quanto aquela. Era uma linda menina, perfeita. Escolhi chamá-la de Mia Valentina, em italiano Mia significa "minha" e Valentina significa "valente, forte e vigorosa". E isso traduzia bem como eu a via. Ele tinha os olhos cor de esmeralda mais expressivos que já tinha visto, uma marca registrada de Noah. Conseguia encantar qualquer um que se aproximava dela, como se ela mesma fosse o sol a irradiar tanto brilho.

Depois de três meses voltei aos treinamentos. Pude contar com a ajuda da Vitória, minha confidente, grande amiga, além de madrinha da Mia. Sem falar que não haveria outra pessoa em quem pudesse confiar para tomar conta de minha Mia, já que minha mãe morava distante e eu não pretendia renunciar a minha liberdade e voltar a morar com meus pais. Lentamente fui voltando ao corpo que tinha antes da Mia. Surpreendia a todos que com um mês após retornar aos treinos eu já tinha adotado meu corpo atlético de antes da gravidez. Mia ia se tornando uma criança cada dia mais linda e encantadora.

O tempo passava rápido e eu já estava apta a disputar novas maratonas. Estava muito agradecida ao Sr. Daniel por tudo que ele tinha feito por mim e consequentemente por minha filha. Surgiram as primeiras competições depois do nascimento de Mia. Treinei muito e meus esforços foram compensados quando em uma competição, anunciaram que a diferença entre o primeiro e o segundo lugar era apenas de milésimos de segundos, e anunciaram meu nome como a grande vencedora. Foi gratificante ver os olhos do Sr. Daniel brilhando de orgulho por sua atleta ter vencido uma maratona tão importante quanto aquela, afinal eu também representava a academia para a qual trabalhava.

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