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Por Amor A Benjamin

No Cartório

Ayla Stanford

Estamos em um Cartório para realizar a celebração nada feliz do meu casamento. Isso pode? Eu pensava que isso só acontecia em romances e aqui estou eu vivendo o dilema de muitas mocinhas das histórias que li num aplicativo de leitura. Sendo obrigada a me casar por causa de um contrato firmado sem o meu consentimento. Não tem nem uma semana que completei os meus 18 anos e já estou sendo obrigada a me casar com quem eu não escolhi por livre e espontânea vontade. E por que isso? Por causa do meu querido avô Max, que além de ter destruído a minha herança deixada pelo meu pai, assinou um maldito documento de venda, isso mesmo, de venda, e a mercadoria é simplesmente a minha pessoa. Me sinto uma escrava sendo levada à um leilão de bens. Isso foi como eles sempre me viram: um objeto com valor monetário.

Eu poderia ter fugido e me escondido bem até atingir a maioridade, mas eles foram mais espertos que eu e odeio isso! Sempre fui tão independente e precavida, e ser chantageada nunca me ocorreu em toda a minha vida, até agora. Eles tiveram sorte que o meu avô Eric se tornou recentemente uma estrelinha no céu como os meus pais, e aproveitaram para me obrigar a isso. Ainda estou no meu luto e eles não tiveram sequer consideração por mim. Infelizmente eles estão com o meu filho Benjamin e eu não posso permitir que eles o machuquem.

O ambiente está sombrio. Meu avô Max Lawrence acompanhado da sua prole está com um sorriso vitorioso estampado na cara. Ele trouxe o meu tio Samuel e a minha tia Mandy, ambos acompanhados dos seus cônjuges e o meu primo Arthur, filho de Mandy. Não sei o motivo pelo qual a senhora Lilian, vulgo minha avó, não quis comparecer a esse momento, acho que ela deve ter ficado com o meu filho para assegurar que essa palhaçada acontecesse. A ausência dela pouco me importa, já que não estou fazendo isso porque quero, não temos um vínculo afetivo forte e ela nem quis saber como estava após a morte do meu avô.

Enquanto isso, a família do meu futuro esposo me olham com desdém e ódio. Além do bonitão que está sentado em uma cadeira com os olhos fechados, provavelmente pensando na vida, dentro dessa sala está o pai dele, a senhora avó dele, que está segurando o braço do esposo com tanta força, parece até que quer quebrá-lo. A mãe dele foi levada para o hospital assim que me viu, desmaiou de decepção, eu acho. O pai dele ainda tenta fazê-lo mudar de ideia:

— Isso é loucura! Não foi esse o combinado! E essa garota... ela... ela não é pura! Na idade dela e já tem um bastardo, sabe lá quem é o pai! — Diz zangado apontando o seu dedo para mim.

Tudo bem que eles não sabem o que passei nos últimos dias, mas se ele continuar e falar alguma merda a respeito do Benjamin, eu não vou me segurar. Tento contar até dez. E esse juiz que não chega logo?

Antes de ser ainda mais esculachada e sair no tapa com o meu querido sogro, o bonitão se levanta indiferente bem na hora que o juiz adentra a sala ofegante. Parece que correu bastante até chegar a essa sala.

— Queria assegurar o contrato, não? Se era um casamento que queriam, agora terão.

— Mas não era esse o casamento... — A avó dele tenta argumentar.

O bonitão que está com a cara mais horrível do mundo, digo, ele é lindo, claro, sua beleza é realmente espetacular, seu rosto parece ter sido esculpido de tão perfeito que é, mas seu semblante está decaído, seus olhos com bolsas e olheiras transmitem uma expressão rude e fria, parece que não dormiu nada os últimos dias. Ele é realmente lindo! Nunca pensei que estaria nesse tipo de situação com o estressadinho de dias atrás com quem discuti no trânsito e depois ainda nos esbarramos e discutimos novamente na saída do hospital onde me despedi do meu avô Eric.

Com o seu corpo atlético, seus olhos e cabelos negros, uma barba que parece não aparar nos últimos dias, mesmo com esse aspecto desleixado, sua aura dominante e máscula prevalece. Ele transmite uma superioridade tremenda, e mesmo que os seus familiares parecem estar contra esse matrimônio, sua voz forte e firme, indica que a sua decisão não será mudada.

— Eu repeti várias vezes, mas ninguém quis me ouvir. Então, hoje, a senhorita Ayla Stanford se tornará a minha esposa!

Ele se aproxima de mim e sinto o meu corpo estremecer diante da sua pessoa. Que voz! Eu até pensei em revidar e mandar ele a merda, mas sou mãe e estou sob chantagem. Posso suportar isso! O olhar indiferente dele com relação a mim, assinala que ele não me vê como mulher e sim como uma obrigação que ele tem que cumprir, o que de fato é. E pensar que eu era o motivo dele estar estressado naquele dia no trânsito... eu não deveria ter tocado na ferida. Agora estou colhendo as consequências.

Sinto um cheiro forte de álcool misturado ao seu perfume amadeirado. O pior de tudo é que adoro esse cheiro, digo, do perfume. Ele usa o mesmo perfume favorito que o meu pai usava há 18 anos atrás. Um clássico, que nunca sai de moda! E eu sempre tenho um desses na minha penteadeira. Não que eu use, gosto de perfumes adocicados, uso sempre o mesmo perfume que a minha mãe usava. Na verdade, gosto de borrifar a fragrância que meu pai usava em alguns itens importantes para serem eternizados como memórias inesquecíveis.

O bonitão estende a sua mão e eu não posso negar e fugir daqui. Infelizmente tenho que aceitar, ruim de tudo será aguentar a família dele que me odeia. Espero que não precise morar na mesma casa que eles, senão terei que colocar em prática todo o conhecimento adquirido com o meu avô Eric em ação. Isso significaria devolver em uma medida ainda mais elevada, cada humilhação que parece estar me aguardando. Estendo a mão e o juiz começa a discursar:

— Estamos aqui...

— Já sabemos o motivo de estarmos aqui! Só precisa mostrar onde precisamos assinar e pronto! — O bonitão declara de maneira bruta.

Vejo o juiz um pouco sem graça, virar o livro e apontar para ele onde tem que assinar. Ele assina e olha para mim. Seu olhar penetrante e intimidador me invade e eu obedientemente pego a caneta e assino o livro e a certidão. Ele pega no bolso de sua calça, uma caixa preta e abre, dentro tem um par de alianças, ele tira uma delas, coloca a caixa na mesa próxima ao livro e pega a minha mão esquerda para colocar a aliança. No ato ele profere uma ameaça:

— Não ouse ir atrás do pai do seu filho! Estamos selando esse compromisso que foi acordado anos atrás, então não quero ser rotulado como corno!

Que palavras mais enfáticas, impetuosas! Ele nem me conhece! Acha mesmo que eu iria atrás de alguém que sequer sei quem é? E sabendo que ele não é uma boa pessoa, eu não vou colocar em risco o meu bebê inocente. Controlando a minha raiva, apenas digo:

— Não se preocupe com isso.

Ele olha na direção da caixa e entendo que ele espera que eu faça o mesmo que ele acaba de fazer.

— Entendo que as nossas vidas se cruzaram de maneira estranha, predeterminada, não sei... mas conhecendo a sua fama, eu também não vou aceitar ser taxada como corna. — Digo séria colocando a aliança em seu dedo e vejo ele soltando fumaça pelo nariz, digo, respirando pesado demonstrando o seu furor contra mim.

Me pergunto se ele comprou essa aliança para mim ou para a mulher que ele verdadeiramente amava. Se for ou não, reconheço que ele tem um bom gosto. A aliança é delicada, mas linda. Os detalhes envoltos são belos, parece que foi encomendado a um bom tempo, será? Olhamos um para o outro em desafio, como nas duas vezes que nos esbarramos. O juiz pigarreia em meio a tensão dos nossos olhares e declara:

— Eu os declaro marido e mulher.

— Já!? Como pôde!? Seth!? — Grita uma loira alta e magra, de olhos azuis e vestida em um vestido vermelho bastante extravagante, ao invadir a sala.

— E o juiz nem perguntou se tinha alguém contra essa união. — Revela a senhora, avó do bonitão.

A loira se aproxima de mim destilando ódio e antes de me esbofetear no rosto, o bonitão segura firme a mão dela e diz:

— Não ouse tocar na minha esposa! Entendeu?

Sinto uma sensação nostálgica percorrendo toda a extensão do meu corpo. Esse cara tem algo estranho! Ele está sempre me deixando estranha, as sensações que sinto, estão cada vez mais intensas quando ele me toca ou fala algo que infla o meu ego. A família Lawrence bate palmas e eu acho uma palhaçada. Se eles pensam que com isso vão viver uma vida de luxo às minhas custas, estão enganados.

— E o beijo? — Minha tia Mandy questiona.

Não quero beijá-lo e sentir o gosto de álcool em plena manhã. Nem consegui tomar o café da manhã. Permaneço calada, só observando. O bonitão aperta a minha mão e saímos da sala, sem despedidas ou abraços. Ouço meus parentes reclamarem e a loira fica aos prantos sendo acolhida pela avó do bonitão. Entramos em seu carro e ele vai dirigindo, tenho receio que possamos ser pegos em alguma blitz, pois sei que ele bebeu, e não foi pouco. Receio que aconteça um acidente pelo estado que ele se encontra. Não sei para onde ele está me levando, a única coisa que quero é pegar o meu filho. Espero que ele saiba onde ele está.

Que dia mais louco! Passei por acontecimentos intensos antes desse dia e sei que a vida ainda me reserva mais momentos frenéticos e desconhecidos adiante. Não sabemos o que nos espera o amanhã, então o que devemos fazer é lutar sempre, não desperdiçar as oportunidades e jamais, jamais mesmo, perder a nossa essência, a nossa identidade, quem realmente somos de verdade!

Ayla Stanford

Sou Ayla Stanford tenho 17 anos, faltam apenas 6 dias para completar meus 18 anos. Ansiosa demais por esse momento. Tenho 1,65m de altura, corpo modelando suas curvas, meu avô sempre me elogia por estar me tornando uma bela mulher, assim como foi minha mãe. Digo isso pois cresci sem os meus pais. Meus olhos são na cor âmbar e meus cabelos longos e escuros como minha mãe, Liz, mas meus traços, como o nariz um pouco achatado e boca carnuda, além da cor da minha pele que é morena são parecidos com o meu pai, Hector. Tenho orgulho disso, pois tenho um pouquinho dos dois. Só os conheço por fotos, pois eles foram assassinados em um assalto quando minha mãe estava com 7 meses de gestação, apesar de tudo, eu sobrevivi.

Fui criada por meu avô paterno, Eric Stanford, para os de fora um homem sério e frio, mas para mim o amor mais sublime do mundo. Apesar de estar quase na casa dos 70 anos, ele continua com um corpo que todos dizem ainda estar na casa dos 40. Somos só nós dois, um cuidando do outro. Temos muitos hobbys em comum, como ler, adoração pelas artes e viajar. Esses últimos 3 anos estamos vivendo em Houston-Texas, esse foi o maior período de estadia que ficamos em uma cidade. Meu avô não me disse o motivo de termos ficado tanto tempo, mas eu não me importei com esse detalhe. Já moramos na Itália, Espanha e passamos um semestre em Paris, antes de estabelecermos em Houston. No entanto, faltam menos de uma semana para nossa viagem para Los Angeles onde permaneceremos por lá até eu terminar o meu curso. O vovô quer que eu estude na mesma Universidade que os meus pais, tentei adiar esses planos, mas ele não aceitou e até já passei na admissão para o curso de Administração. Esse foi o curso que sempre quis fazer, apesar de amar psicologia e outras áreas do conhecimento eu decidi seguir os passos do meu pai.

Meu avô me educou e me ensinou muitas coisas. Aprendi com ele a cozinhar, pilotar, sobreviver na selva, a ler pessoas e algumas línguas como espanhol, francês, japonês e italiano. Desde cedo aprendi a me defender e agora com meus quase 18 anos sei várias táticas diferentes de combate, inclusive como usar vários tipos de armas e construí-las também, como aquelas de destruição em massa. Isso porque meu avô foi um espião renomado, porém é aposentado, não sei desde quando, alguns detalhes de sua vida ele não compartilha comigo, mas sei que abriu mão de muita coisa para se dedicar a mim após os meus pais morrerem.

Meu pai não quis seguir o exemplo de meu avô no ramo da espionagem, criou a sua própria empresa, porém com a sua morte, o meu avô materno Max Lawrence tomou de conta delas com a condição que meu avô Eric ficasse comigo até eu completar a maioridade. Para meu avô Eric eu sou sua maior prioridade, diferente dos meus avós maternos que odiavam o meu pai e não abençoaram a união dele com a minha mãe, mas usufruíram por um bom tempo dos bens que pertenciam a meu pai até acabarem com tudo.

Sei que tenho mais duas tias, Mandy e Angeline, e um tio, Samuel, irmãos da minha mãe, só a Angeline que é a mais nova, ainda não tem filhos. Mas não me empolgo em querer saber sobre eles e os meus primos. Nas minhas pesquisas, descobri que os membros dessa família são preguiçosos e interesseiros, muito diferente da minha mãe, uma mulher batalhadora e inteligente, como meu avô sempre a elogiava. Deles quero distância! Além disso, eles nunca me fizeram falta, eles só vieram no meu aniversário de 6 anos porque eles precisavam de mim para vender o que sobrou da empresa do meu pai.

Assim como eu, o meu pai era filho único e nunca encontrei um tio ou tia perdido por aí. Vovô sempre foi discreto quanto aos seus relacionamentos. Nunca conheci nenhuma outra mulher que ele tenha namorado, nem mesmo minha avó que morreu quando meu pai ainda era criança, nem foto ele guardou dela. Às vezes penso que foi uma decepção amorosa dolorida demais para que ele guardasse lembranças, até levantei algumas hipóteses, mas nunca quis confrontar. Creio que no momento certo e hora certa ele vai se abrir para mim.

Me recordo que uma vez uma senhora o convidou para um chá da tarde com segundas intenções, mas meu avô foi tão direto em negar o convite, com sua voz rouca e firme, que acabou deixando uma má impressão de si mesmo para todos no nosso bairro. Ele não sente falta de estar com alguém, então quem sou eu para me intrometer. Além disso, nesse ponto somos bem parecidos.

Nessa fase, a maioria dos jovens já quer estar namorando, eu porém me preocupo em terminar os meus estudos. Na minha antiga escola tinha muitas meninas com o coração partido devido a falsas esperanças que os garotos davam a elas, com isso aprendi que não estou tão desesperada para cair nesse laço. Além disso, os meus pais não foram tão precoces quanto ao assunto namoro. Pretendo seguir o exemplo deles. Eles se conheceram já terminando o colegial, foram o primeiro amor um do outro, namoraram, planejaram a sua vida juntos, terminaram a faculdade juntos e depois se casaram. Depois resolveram ter um bebê, neste caso eu, mas infelizmente o futuro deles comigo foi interrompido naquele assalto.

Queria estar com os meus pais, porém sigo com eles guardadinhos dentro do meu coração. Conheci algumas pessoas que assim como eu eram órfãs, mas que infelizmente não tinham o porto seguro como eu tenho: meu avô. Apesar de não ter os meus pais comigo, aprendi tudo o que eles gostavam e faziam e amava cada detalhe das histórias extraordinárias que o meu avô me contava sobre eles. Eram um casal apaixonado e sonhador. Pena que seus sonhos e suas ideias promissoras morreram quando eles se foram.

Não tenho amigos, as pessoas da escola, vizinhança, não considero como amigos, apenas colegas. Compreendo que amizade é uma via dupla onde se reina a confiança e respeito mútuo e isso não tenho mais desde os meus dez anos. Nesse período eu tinha muitos amigos, melhor, eu achava que eram meus amigos, porém fizeram uma brincadeira de muito mal gosto comigo na escola e eu não consegui me conter, acabei sendo expulsa por revidar de maneira agressiva os meus então “amigos”. Mudamos de cidade e nunca mais consegui confiar em ninguém para compartilhar minhas histórias, minha vida, além do meu avô Eric

Seth Stewart

Meu nome é Seth Stewart, tenho 27 anos, 1,90m de altura, tenho olhos e cabelos negros, gosto de malhar e manter o meu corpo em forma, além de sempre estar com a minha barba bem aparada, a minha namorada Yuliya adora.

Sete anos atrás, meus outros dois irmãos, Victor e Salvatore, que eram gêmeos e mais velhos que eu, morreram em um acidente de carro com mais 4 garotas a bordo. Todos estavam completamente bêbados. Eu estava na Universidade terminando um artigo quando soube da notícia. Meu mundo desabou naquele momento e por ódio do mundo, passei por um período bem rebelde após a morte deles. Minha mãe então... Depois da morte dos dois filhos de uma só vez entrou em depressão profunda. Ela se isolou por quase dois anos, num luto quase interminável. Ainda bem que ela está, mesmo que aos poucos, superando dia após dia. Todos achavam que ela iria cometer alguma loucura.

Se não fosse por minha avó materna Pamela, uma professora amada na minha antiga Universidade, com certeza eu teria tido o mesmo destino que os meus irmãos. Muita farra, mulheres e álcool foram os meus objetivos e companheiros por quase quatro anos.

Meu pai e o meu avô impuseram muita pressão sobre Victor e Salvatore, mas eles gostavam muito de farras, e não tinham uma namorada fixa, nem se envolviam com as filhas dos nossos clientes e acionistas para não serem obrigados a se casarem e formarem uma família por conveniência. Infelizmente eles estão impondo isso a mim desde a minha infância.

A nossa empresa familiar Stewart Inc., é bastante prestigiada no ramo de produtos e fabricação de carros e alguns negócios imobiliários. Foi

fundada pelo meu avô, e com o passar dos anos, o meu avô foi se afastando do comando e entregou a presidência da empresa para o meu pai. Posteriormente esse cargo seria para Salvatore, meu irmão mais velho, mas com a morte dele essa responsabilidade está programada para eu assumir.

Meu avô começou apenas com revenda de produtos de carros e nossa empresa ia muito bem, até que meu tio Stefan, a 11 anos atrás quase nos deixou na zona da miséria. Além de ter sido exposto em uma orgia, e ora que ele tem duas filhas e deveria dar exemplo, ele e a sua esposa fizeram uma grande retirada do nosso dinheiro nos bancos, quase nos levando a falência total.

Na época, o meu avô ficou tão decepcionado com ele e só não o expulsou com a sua família da mansão por causa dos meus primos. Meu pai conseguiu reerguer nossa empresa comprando uma outra empresa do ramo imobiliário que estava passando por problemas financeiros. As ideias que o antigo dono rejeitava de seus colaboradores, meu pai colocou em operação e assim conseguimos prosperar.

Com ódio pelo que meu tio tinha feito, meu pai assegurou que a cláusula do contrato de compra dessa empresa recaísse sobre o meu tio, mais especificamente, sobre o meu primo Natan, filho dele. O antigo dono queria assegurar uns ganhos sobre a venda, e para adquirir a nova empresa, por não estar em total poder dele, foi assegurado que a neta dele se casaria com o Natan, quando atingisse a maioridade. Tenho pena da moça que se casar com ele.

Eu e Natan não somos próximos. Ele é muito fútil e rixoso e ele adora incitar contendas. Meus únicos amigos eram meus irmãos, Richard que resolveu se casar com uma holandesa e foi embora para a cidade dela e Stan, meu detetive particular que me ajuda a manter meu relacionamento com a Yuliya em segredo.

Eu conheci Yuliya há três anos atrás. Namoramos às escondidas a dois anos e ela está prestes a dar à luz ao nosso primeiro filho. Com os conselhos da minha avó e o o apoio de Yuliya eu resolvi mudar de vida e sou muito feliz ao lado dela. Nunca a apresentei à minha família, pois eles sempre quiseram que eu me casasse com a herdeira Briana Carter, porém nunca suportei essa mulher.

Yuliya é descendente russa, ela é uma mulher atraente e muito inteligente, não tem mesmas aspirações das garotas ricas que eu conheço, que só sabem falar de roupas, bolsas e viagens. Ela tem conteúdo e adoramos conversar a respeito de tudo, mas nos empolgamos demais quando falamos sobre artes, área na qual ela é formada. Amo ver os seus olhos de cor âmbar brilhando, quando ela começa a descrever alguma obra de arte e as sensações que ela sente ao analisá-la.

A família dela também não me aceita por conhecer o meu passado libertino. A mãe dela é mais compreensiva, mas o pai dela é um carrasco, parece que não quer que a filha tenha a sua própria família. Yuliya nunca me pressionou para que eu a apresentasse para os meus pais, pois acha que os meus pais serão contra o nosso relacionamento assim como os pais dela são.

Aos 22 anos comecei meu trabalho na empresa e tenho prosperado bastante nos meus projetos. Fui escolhido como Diretor Geral a três anos atrás, meses depois que conheci a Yuliya e deixei de preocupar a minha mãe com minhas noitadas. Meu avô, Simon, quer que eu assuma o controle das empresas, e meu pai está bastante ansioso para esse momento chegar logo. O pior é o que eles querem de mim em troca desse cargo, ou seja, eles querem que eu me case com Briana. Fora de cogitação!

Todos são a favor do meu casamento com Briana, já que a família Carter além de ser amiga da família quer que eu assuma o controle, com a fusão das duas empresas. Além de Yuliya que não quer que eu me sujeite a esse tipo de casamento forçado, tenho a minha avó materna Pamela que é contra esse matrimônio desde a minha infância quando as duas famílias discutiam sobre o nosso futuro. Meus irmãos também eram contra isso, mas não estão mais comigo para me defender.

Toda a família mora na mesma casa. Quando o meu avô iniciou a sua empresa, ele sempre sonhou em ter uma casa enorme com todos os seus descendentes morando nela. Eu sei que meus pais anseiam ter netos, se bem que ela já tem um a caminho, mas não creio que eles vão aceitá-lo tão facilmente. Diferente dos meus pais e do meu tio, não pretendo continuar morando com todos debaixo do mesmo teto.

Enfim, já estou trabalhando a um bom tempo para sair daquela casa onde toda a família mora, me casar com a Yuliya e criarmos o nosso filho juntos, longe de nossas famílias, longe de todas essas pressões.

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