Na minha vida, desde quando era criança, sempre acreditei no romance. Algo como um sapatinho de cristal e o momento certo onde os olhares se encontram, parecia-me algo mágico e que eu sempre acreditei que também poderia ter esta sorte:

Mãe:

— Mel! Se não descer para o almoço outra vez, eu juro que vou-lhe amarrar na cadeira de jantar e você sabe que eu faço isso!

Berrou a minha mãe, lá da sala de jantar. A nossa casa é grande, com quatro quartos e duas suites, uma sala de jantar no andar de baixo e outra de tv., onde temos uma lareira a gás e uma grande cozinha com bancadas também. O relvado verde na frente, uma porta de madeira alta e janelas de vidro correm por toda a casa, as cores seguem o tom mesclado e bordô.

Bom, fechei o meu computador onde eu estava escrevendo o que eu sinto e desci para comer, pelo menos isso é algo que eu pretendo fazer hoje, desde que eu fui deixada no altar... eu sinto a vontade de acabar com tudo, principalmente porque a vida amorosa que eu tinha parecia perfeita e duradoura mais no final, ele veio com aquela desculpa esfarrapada de "a eu… sonhei e depois vi." e já tem pouco mais de um mês que eu não sei nada sobre ele e nem se ele se arrepende.

Na sala de jantar, o cheiro de frango assado invadiu os meus pulmões e pela primeira vez em semanas, eu senti-me renovada e acolhida também quando a mamãe, antes de dar outra garfada na sua coxa de frango, disse:

Maria:

— Eu vendi a casa filha, comprei aquela que escolhemos em MoonWolf se lembra?

Eu quase engasguei, finalmente vou sair deste lugar:

— É sério mãe?

Então ela sorriu amorosamente e continuo:

Maria:

- O seu pai já voltou do hospital, a sua perna já se recuperou bem e estamos com mais dinheiro na conta, quer levar as suas coisas, do seu quarto filha?

Respirei fundo, fechei os olhos e o meu coração apertou-se outra vez. Tudo neste lugar lembra-me ele, as paredes desta casa estão incrustadas com as lembranças dos momentos que passamos juntos. É por está razão que estamos nos mudando, os meus pais pensam que estou a ponto de uma depressão:

— Não mãe, quero tudo novo, não preciso de móveis e roupas caras só... de um novo lar e um recomeço.

E então o papai apareceu na sala de jantar, encostou a sua cadeira de rodas na mesa e após começar a comer em silêncio, disse, juntando-se a nossa conversa:

Jean:

— Amor, vamos comprar as coisas dela, o resto nós levamos o que cabe na casa e vamos nos adaptando. Todos nós precisamos de um recomeço

Sequei as poucas lágrimas que me brotavam dos olhos, levantei da mesa de madeira um tanto cabisbaixa e disse:

— Eu tenho que ir, vou com a Bia comprar roupas novas. Até mais tarde pai, mãe!

Na porta da frente e com as chaves do carro na mão, escutei a minha mãe gritando outra vez:

Maria:

- Você não comeu muito, Mel!

Apenas fechei a porta e saí. Dirige em silêncio, o foco na estrada manteve-me numa sintonia boa e reconfortante. Chegando no ‘shopping’ DN e após estacionar, fui encontrar a Bia na loja de roupas esportivas, ela já estava-me ligando sem parar a uns dez minutos:

Bia:

— Migah que demora hein?! Estou plantada aqui já tem uma hora, ainda bem que decide comer sem você desta vez.

Putz! Que droga... a minha cabeça realmente anda fora do lugar:

— Me desculpe Bih (Apelido), eu esqueci que iríamos comer juntas hoje...

Então ela soltou os braços de forma amável e abraçou-me:

Bia:

— Ei, eu estou aqui com você, está bem?

Então ela olhou-me amorosamente e disse:

Bia:

— Você vai conseguir dar a volta por cima, ele não merece as suas lágrimas migah...

Disse ela secando o meu rosto com a manda da sua blusa e um sorriso materno nos olhos, muitos tem feito isso ultimamente:

— Estou pronta para mudar... esta cidade e este lugar, fazem-me mal e eu não aguento mais chorar por ele...

Ela puxou-me para dentro da loja dizendo:

Bia:

— Vem! Vamos comprar roupas novas de academia, precisa atrair olhares Mel! Ainda mais estando numa cidade nova em outro país!

Ela disse toda animada enquanto, ela mesma escolhia para mim, roupas de acadêmia mais ousadas e eu a respondi:

— Tipo aqueles olhares que a gente vê...

Eu disse de forma pensativa e usando a minha criatividade:

— Naqueles seriados antigos de Tv, Bih?

Entrei no trocador com as montanhas de roupas até o queixo, com ela respondendo do outro lado da porta extremamente animada por mim:

Bia:

— Exatamente! Imagina você malhando na academia nova e, ele entra todo descontraído usando jaqueta preta e-

Eu gargalhei e respondi:

— Boné preto e todo tatuado! Não podemos esquecer as tattos amiga Hahaha

Bia:

— E um corpo de dar agua na boca! Então saia daí logo, vamos ver essas curvas!

— Ok!

Abri a porta já me esquecendo da dor, estar com a Bia faz-me rir e isso sempre me deixa feliz por dias. Ela olhou e a sua boca parecia estar caída no chão:

(roupa Exatamente escandalosa que a minha suposta, "Melhor amigah", escolheu)

Bia:

— amigah!! Eu mandei bem! Fala aê, gostou?

Ela disse, toda orgulhosa de si. A Bia, tem quase a mesma altura que eu, de quase um e setenta e três, cabelos louros e o corpo trabalhado. Nos conhecemos na academia do meu bairro, a quase quatro anos, ela acompanhou tudo de perto:

— Bom, pelo menos as roupas de trabalho que você escolheu são mais portadas...

Ela fez cara feia, saímos da loja depois de pagar e fomos tomar uma daquelas casquinhas de sorvete artesanais que vendem nos corredores. Então eu ri outra vez e disse, enquanto comíamos:

— Eu adorei tudo que nós compramos nos últimos dias Bih, Estou me sentindo renovada e louca para deixar o Brasil também!

Ela finalmente retirou o bico da cara, sorriu e disse:

Bia:

— Não esqueça de me ligar toda semana, ok? Me avise quando chegar também migah!

Depois de mais algumas voltas pelas lojas, um celular e linha de telefone nova, voltei para casa após dar carona para a Bia. Entrei com as compras, os meus pais já estavam dormindo e as malas estavam na entrada de casa. Subi as escadas, tomei banho no meu quarto mesmo e depois de colocar o restante das roupas novas na minha bolsa, deitei-me e adormeci... E no preâmbulo dos sonhos e a realidade, naquele momento em que o corpo está relaxado e quase se deixando levitar no descanso, tive a sensação de escutar uma voz na minha cabeça:

"— Mel… mel..."

É um sonho?... acho que sim. Amanhã, a minha vida recomeça.

✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨

Mel Safena, 25 anos. Filha de Jean e Maria Safena, humanos. Gosta de chá de camomila, é sonhadora e muito romântica também. Sofreu uma decepção amorosa e esta se reequilibrando na vida.

Jean Safena - Ele tem quase 50 anos, sofreu um acidente na escada de sua casa e quebrou a perna esquerda. Usa cadeira de rodas. Dentista. Gosta de frango assado e cerveja

Maria Safena, 45 anos. Depiladora, gosta de peixes e comida caseira.

Faz uma hora que deixamos a Cidade Grande, a mamãe acabou de entrar nos restritos da cidade de MoonWolf e o pai acabou cochilando no banco de trás. Liguei o rádio na estação de notícias locais, e o nosso dia já começa com coisas boas... e estranhas, anunciadas na cidade:

Rádio Alfa:

"E depois de algumas semanas, o nosso Supremo Alfa Eytril Makavy, teve o seu terceiro filho com a Luna. Os seus irmãos, no lado sul da cidade, conseguiram terminar de reconstruir o vilarejo de casas chamado, Vale Da Lua! Os moradores estão muito contentes com os ganhos do novo Al-"

Abaixei o volume, para escutar o que mamãe cochichou, papai se levantou e ajeitou-se no banco, esfregando os olhos:

Maria:

— Vale da Lua? É onde compramos a nossa casa!

Um bocejo do papai interrompeu o que ele tentou começar a dizer, então eu mesma falei:

— É lá mesmo mãe, o que será que aconteceu para terem que reconstruir?

A curiosidade bateu, aumentei o volume outra vez mais estavam falando de outras coisas:

Radio Alfa:

" E na recém-construída Academia Makavy, todos se perguntam se o nosso Alfa da alcateia Sul vai entrar a sua-"

Jean:

— O que isso filha, eu estava escutando...

Disse o meu pai entristecido, mais logo voltou a deitar quando eu comecei a falar:

— Ai que coisa estranha, tudo aqui tem essa coisa de Alfa.

Eu disse um pouco irritada, sem entender. Com o rádio desligado e ao som dos roncos do meu pai, a mamãe explicou-me, com o carro já entrando na cidade pitoresca de MoonWolf:

Maria:

— Esta vendo a placa da cidade ali?

Eu abri a janela do carro, o vento balançou os fios do meu cabelo. Olhei para placa quando o carro passou, presa do arco de pedras na entrada da cidade e dizia:

" Cidade de MoonWolf - Alcateia Sul"

Me destrai olhando as árvores, a mamãe tentou explicar mas, vendo o estado de contemplação que eu estava ela apenas sorriu e continuou a dirigir.

Eu não sei o que é, mais esta cidade me causa um certo arrepio no corpo. E por alguma razão desconhecida, o meu coração não parou de palpitar desde que passamos do Distrito. Abri o teto solar, fiquei de joelhos no banco e abri os meus braços fechando os meus olhos... uma sensação de liberdade invadiu-me, a mamãe não resmungou desta vez, eu escutei a sua risada se misturando com os resmungos do papai, por ser acordado desta forma:

Jean:

— Olha, que lugar encantador Querida!

Eu gritei em alegria. A mamãe parou o carro, quando abri os olhos, até o papai se esqueceu da sua dor na perna

— Mãe! Tem uma praia, eu não acredito!! Por que não me avisou?

O meu pai estava sem palavras, nem ele esperava por essa:

Maria:

— Surpresa!! É por isso que escolhi este lado da cidade, o norte é mais fechado por uma mata enorme e eu pensei que fosse gostar filha!

Ela disse sorrindo e parando o carro:

Maria:

— Porquê não vai lá dar uma olhada, vou ajudar o seu pai e podemos ver esse por do sol.

Tirei os meus sapatos, ainda bem que estou de shorts e uma blusa leve e solta, aqui faz bastante calor. Peguei o meu celular e pulei da janela do carro, corri pela areia e parei. Quando os meus pés tocaram a água, soltei o meu corpo na areia húmida e liguei para a Bia:

Bia:

- Nossa amigah, eu já estava preocupa... por que estou escutando o oceano?

— Nós chegamos, olha a foto que te mandei.

Silêncio... e um grito, que me fez levantar e caminhar um pouco olhando em volta:

— Foi surpresa da mamãe, amo a água e aqui, nesta cidade, eu sinto-me extremamente bem e com fome também! hahaha

Eu gargalhei alto e a Bih falou:

Bia:

— Anda, me conta quantos gatinhos você vê!

Continuei caminhando, olhei em volta e acenei para a mamãe, que estava sentada na areia com o papai. Observando as coisas, comecei a sentir o meu coração na boca(deve ser a minha impolgação):

— Olha Bih, tem de tudo:

Eu disse observando tudo com curiosidade e continuei:

- Surfistas, sorvetess de palito, um sol escaldante, mesmo no começo da tarde e... olha! Tem um-

Parei de repente, congelei. O meu celular caiu na areia, a minha respiração acelerou-se e eu fiquei sem reação, quando cruzei os meus olhos com alguém desconhecido… fiquei totalmente paralisada quando ele olhou diretamente para mim:

Lembrei de algumas coisas que eu passei e acabei a cortar o contato, peguei o meu celular e tentei correr de volta até aos meus pais, mas, as minhas pernas estavam totalmente moles e eu tropecei e cai de barriga na areia mais quente.

Ainda sentindo os olhares dele em mim, peguei o celular e a Bia estava parecendo uma louca mandando mensagens, as quais eu apenas respondi com um simples, "Te conto mais tarde!".

Virei de barriga para cima, ainda deitada, senti a minha respiração sugar o ar a minha volta, parecia que eu estava sofrendo algum tipo de arritmia esquisita. Um calor subiu por entre as minhas pernas e começou a consumir cada pedacinho da minha pele, levei as minhas mãos ao rosto, e eu estava totalmente molhada de suor(E outra coisa também), respirei mais e mais..., mas o meu corpo estava desesperado, sem eu nem entender o motivo.

Afastei as minhas pernas, na tentativa de receber o vento abafado da praia, levantei a minha blusa permitindo que a minha barriga recebesse o sol, e de repente... todas as lembranças que me machucavam sumiram, como magia. Soltei os meus braços na areia e foi aí que senti, ainda de olhos fechados, uma respiração profunda buscar o perfume na minha pele e um corpo malhado subir lentamente sob as minhas pernas.

Senti a respiração dele, nos meus lábios, ele não ousou-me tocar, embora eu sentisse ser o que ele mais desejava naquele momento. Em vez disso, ele falou:

Desconhecido:

— Abra os olhos, por favor.

A sua voz mansa e o seu perfume amadeirado, acalmou-me gradualmente e quando abri os meus olhos... tudo o que ele disse foi:

Desconhecido:

— Minha Luna...

E ele me mordeu e isso me irritou, estranhamente me deixando excitada também. Os meus olhos começaram a pesar, mais eu me recuso a desmaiar agora então, eu balancei a cabeça e quando ele afastou os seus dentes da cova do meu pescoço, eu não me controlei:

- Seu idiota! Quem você pensa que é, hein?

Desconhecido:

— Bryan, qual o seu nome... minha princesa?

Disse ele colocando uma das suas mãos no meu rosto, agora é demais e eu me odiava por estar gostando dele assim, em cima de mim:

— Saia de cima de mim, por favor...

Então ele colocou a sua testa na minha, e disse amorosamente, a sua vos ressoa em mim causando um calor que eu estava gostando de sentir:

Bryan:

— Me diga o seu nome, não quero toma-lo a força

— Se tentar algo eu grito.

Eu disse em resposta e ele logo riu, ainda acariciando o meu rosto... porque eu quero beija-lo?

Bryan:

— Ninguém fará nada, pode tentar se quiser.

A minha voz entonou outra vez:

— Porquê? Os meus pais estão bem ali, eu só preciso gritar e-

Então ele interrompeu-me e disse:

Bryan:

— Esta praia é minha, todo o lado Sul é meu.

Eu estava confusa, a minha mente se banhava num misto de receio e um sentimento que faz o meu coração palpitar, a qual eu não sei dizer de onde vem. Isso aguaça cada parte da minha curiosidade então, eu olhei novamente e por alguma razão, o meu medo passou e eu acabei respondendo... enquanto ele passava a ponta do seu nariz, delicadamente sob a pele no meu pescoço, de olhos fechados e sempre cheirando tudo:

- Mel, eu sou a Mel

✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨

Mel:

— Saia de cima de mim!

Ela mandava-me e eu? bom, quem me conhece sabe, eu nunca fui obediente:

— Você não me ouviu? Tudo nesta praia me pertence

Ela gargalhou nervosamente, confesso que me senti completamente enrigecido:

Mel:

— O que eu deveria ouvir, posso saber?!

Então eu segurei os seus pulsos com as minhas mãos, pouco a baixo dos seus ouvidos, quem ver de longe vai pensar que estou resgatando alguém. Os meus instintos nunca estiveram a flor da pele, não como agora, aproveitei este espaço entre nós para fareja-la outra vez:

- Seu perfume é maravilhoso... minha Luna

A voz que saia de mim, estava embargada, eu parecia mais um marinheiro bêbado do que um rapaz Alfa, Eytril estaria rindo agora:

Mel:

— MÃE! AQUII!!! TEM UM LOUCO METIDO A BESTA EM CIMA MIM!

Mais que língua é essa, que esta garota está usando? Bom, lambi a ferida e ela trocou os gritos por um gemido, baixo e estonteante. Então ela olhou diretamente para mim, as pupilas dilaram e eu não me contive quando o meu lobo disse:

Heitor:

"- Bryan, vamos doma-la agora."

"—Calma, garoto".

E logo ela mesma, sem perceber o que estava fazendo por estar presa ao meu olhar, acariciava levemente o meu abdómen. Sim, eu também não percebi quando ela se soltou:

Mel:

— Qual o seu nome?

Ela me perguntou:

-Bryan, Alfa da Alcateia Sul...

Recostamos a testa, eu estava totalmente louco de desejo por ela e este cheiro... que ela emana, me deixando cada vez mais fora de órbita:

Mel:

— Alfa, É?!

Ela disse com aquela voz doce e galenteadora, já é possível sentir o seu gosto nos meus lábios... eu necessito provar dela. As suas mãos correndo pelas costas, os risos dos meus lobos a minha volta sem eu entender o motivo... as pernas dela entrelaçaram-se no meu quadril e eu me aproximei dela lentamente:

- A pouco tempo, mais sim...

Ela riu docemente, os seus lábios já estavam bem próximos do meu, quando rocei a ponta do nariz nos dela e senti a sua pele latejar de calor, pensei que finalmente eu iria beijá-la, que eu iria sentir o gosto da sua pele nos meus lábios... mais ela tinha outros planos:

Mel:

— Nunca mais chegue perto mim, seu idiota!

Disse ela ao jogar-me na areia, pegar o seu celular e sair. Sim, a minha linda e humana Luna, usou o seu charme e acabou de jogar um lobo Alfa de lado. Eu estava tão embriagado pelo sabor dela… que eu sinto através do ar, que não percebi que ela só estava trocando de lugar.

Deve ser por isso que os meus lobos estavam rindo, claro, só podia ser:

Mank:

"- Irmão? Ei, Bryan...."

Dizia ele com tom de zombação e estalando os dedos na minha frente, a minha visão até ficou embaçada. Balancei a cabeça, levantei-me rapidamente e a vi mais distante... os quadris balançando de um lado para o outro, os cabelos médios balançando ao vento, fechei os meus olhos e, este foi o meu primeiro erro. Ao fazer isso, tudo que uso do meu lobo, todos os seus sentidos e toda a sua força, trouxeram-me de volta o lobo caçador.

De olhos fechados, sentia os pensamentos dos meus lobos me alertando, mais me concentrei no perfume da minha gazela. Eu farejei, farejei e farejei, quando abri os meus olhos senti os meus pelos dominarem-me, os pensamentos do meu lobo não saiam, apenas se repetiam e repetiam:

Lim:

"— Vou devorar, vou devorar... vou devorar por ter-me rejeitado"

Os meus instintos mais primitivos tomaram conta de mim e tudo o que eu observava na minha frente, era aquela perfeição se distanciando cada vez mais e eu, transformei-me no Lim.

Disparei, rosnei e quando fui uivar... eu escutei os gritos de duas crianças e isso ajudou-me a recobrar a consciência. Corri em direção ao oceano, logo percebi, através do som das suas pernas e braços batendo na água, que a boia delas havia rompido e muito provavelmente elas afastaram-se do pai (devido ao impacto das ondas), que tentava nadar contra as ondas inutilmente para chegar as filhas.

O mar pode ser mortal para os humanos, aprendi isso com o tempo aqui na praia. Saltei no mar me transformando de volta no ar, antes do corpo chegar a água, mergulhei e deixei o Lim fazer o resto. Não demorou muito até que as forças dele, domando os meus movimentos humanos de mergulho, alcançassem as duas meninas, quando as entreguei para ao pai e os levei até a areia, ele agradeceu-me imensamente:

Pai:

— Não sei o que dizer ao senhor, muito obrigada mesmo!! As minhas meninas são tudo o que tenho...

Coloquei uma toalha nelas, Mank se aproximou e eu respondi ao pai, enquanto colocava outro shorts:

— Me agradeça obedecendo as nossas regras de sobrevivência está bem? Essas águas são agitadas, nós colocamos estas leis para diminuir o risco de morte. Até mais, te vejo no sábado bem cedo.

Ele olhou-me em dúvida e Mank respondeu, percebendo que o meu humor não estava dos melhores:

Mank:

— Aula de sobrevivência aos sábados, a partir das seis da manhã, senhor.

Pai:

— Seis horas? Este horário não posso e, além disso, por que tenho de estar aqui este horário?

Observei as crianças, estavam chorando, olhei para o pai e isso deu-me raiva. Então abaixei para olhar para elas, os meus lobos já haviam feito os primeiros socorros para quem se afoga e então eu perguntei, docemente:

— Porque o papai não pode vir ver o tio?

Elas riram e disseram:

irmãs:

— Purquê, ele... ele…

Elas olharam-se, o pai as havia encarado e eu entendi tudo:

— Crianças na água do mar com boia de piscina, isso é uma falta grave quando esta restritamente claro nas regras: "Crianças não passam da beira do mar, não podem para o fundo nem acompanhadas dos pais."

Pai:

— Isso é um absurdo! Elas estavam comigo, não vamos mais voltar aqui!

Eu já estava saindo, de costas eu disse, sem parar de andar:

— Faça isso! Estará fazendo um favor as suas filhas.

Mank:

— Senhor, apenas compareça nas aulas ok? Não falte está bem? Até mais!

Uivei, já estava escuro na praia e os meus lobos todos espalhados pela areia e os meus instintos captando a fome deles. As pessoas humanas já haviam saído e o restaurante a beira do mar mudou a sua placa de "LulaDelicious!" Para "Lobos". Isso significa que hoje eles têm carne fresca, especialmente para os lobos. Todos fomos comer, mais a cena da minha Luna se distanciando de mim na areia... não saia da minha cabeça a ponto de fazer-me levantar e sair, sem dizer nada.

Preciso encontra-la, preciso dela para mim e vou caça-la... até a minha doce e preciosa gazela ser minha, totalmente minha...

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Boa noite meus amores!! Mais um Cap para vocês, não se preocupem que amanhã sai outro!!✨😘

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