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Draconico E Mundano

Um humano calmo

Era o último ano, desde o primeiro ano o último ano da escola era sempre o mais aguardado. Naquele ano os dragões teriam mais liberdade, teriam autorização para se transformar sem precisar de uma autorização da escola ou militar, e se inscrever para as profissões relacionadas ao exército. Aquele ano era o mais esperado de toda a vida deles, dariam os primeiros passos para a sua querida liberdade.

“Souberam da novidade? Um humano foi transferido para a nossa turma, ele estava em uma escola da Ilha do Sol.” A representante da classe chegou correndo na sala. “Falaram que é um garoto, eles são sempre os piores.” Lila passou a mão sobre o seu cabelo sentindo a dor de cabeça prestes a chegar.

Dragões e humanos viviam em harmonia, mas isso não significava que eles se davam extremamente bem. Para os dragões a maioria dos humanos eram muito barulhentos e quando mais alto o nível do dragão, mais ele achava o humano barulhento. Não vamos falar que humanos são muito selvagens e dragões os lordes da vida. Adolescentes sempre vão ser adolescentes, não importa a espécie. 

Dragões eram sensíveis às mentes humanas e elas sempre eram bagunçadas, pareciam indecisas, confusas e perturbadas. Era pior para dragões de classe S, eles sentiam a aura humana muito mais forte que qualquer outra.

“Ravi vai ficar irritado por uma semana, da última vez ele fez as lâmpadas explodirem por estar com dor de cabeça. Foi realmente difícil se acostumar com a aura do Nilo.” Os alunos sussurravam entre si, a fofoca corria por toda a sala.

Alguns faziam as suas apostas sobre quanto tempo o Ravi demoraria para ter um surto de raiva, ou se ele aquele humano seria mais fácil.

As pessoas olharam para o fundo da sala, um homem alto e forte se encontrava sozinho. Seu rosto fechado, completamente diferente do que ele mostrava na maioria dos dias. Seus fios vermelhos na altura do ombro, uma parte presa num rabo de cavalo e a franja caía sobre o rosto, os punhos cerrados, o olhar irritado procurando qualquer coisa que pudesse ser a pobre vítima da sua raiva. 

“Ele é um Dragão Celestial... um dos mais sensíveis aos humanos.” Lila falou baixo para seus colegas.

A porta da sala foi aberta e todos olharam com curiosidade, os olhos atentos para não perderem nenhum detalhe do que fosse acontecer.

“Sentados.” A voz do professor foi ouvida e todos correram para os seus lugares.

Ao lado do professor um garoto entrou em silêncio, sua altura era média, o cabelo preto bem arrumado, seu rosto carregava um sorriso gentil. Todos os dragões presentes arregalaram os olhos, diferente de todas as outras vezes, eles não sentiram o caos tomando conta do ambiente. Na realidade eles se sentiam até calmos.

“Este é Pietro, ele veio numa transferência de emergência. Ele vai ser da nossa turma até a formatura. Pode se sentar.” 

Pietro apenas concordou com a cabeça e se sentou, todos os dragões permaneciam em choque. Ravi no fundo da sala sentiu que aquilo era estranho, a aura daquele humano era tão calma que abafava a confusão dos outros humanos. Mesmo estando acostumados com eles, aquela sensação não era normal.

A maioria da sala tentou ignorar aquele humano, depois da aula iriam tentar descobrir sobre aquele acontecimento estranho. Naquele momento eles iriam se focar na matéria, estava no começo do ano, mas ali não existia aquela folga da primeira semana de aula. Desde o primeiro dia uma pilha de conteúdo para eles estudarem.

Do outro lado, Pietro parecia completamente alheio às confusões aos pensamentos dos dragões.

A primeira grade de aulas tinha acabado, o barulho da sala começou a aumentar. Os dragões se levantaram e logo se juntaram em grupos. O assunto nas rodinhas era o mesmo, Pietro. 

Os outros humanos da sala se juntaram ao Pietro, introduzindo ele no círculo social. 

“Não se preocupe com os dragões, nós não temos problemas entre as espécies. Eles só precisam se acostumar... seja lá o motivo deles. Lila já tentou explicar para a gente, mas é muito complicado.” Lissandra revirou os olhos, uma mulher baixa e pálida, seus olhos marcados pela maquiagem preta.

“Eles poderiam pelo menos fingir que são amigáveis.” A garota resmungou baixo com o empurrão de um colega.

Os colegas na frente de Pietro de repente pararam e toda a sala ficou em silêncio.  

“Eu sou Ravi, quero te dar as boas-vindas a nossa classe.” A carranca que ele carregava de manhã já tinha sumido, um sorriso agradável e todos podiam ver a gentileza habitual do dragão. “Qual dúvida sobre as matérias da nossa classe você pode me perguntar.”

Toda a sala ficou completamente chocada com aquilo, todos ali teriam assunto por duas semanas.

O ruivo sentou-se ao lado de Pietro, o humano olhou com atenção para Ravi. 

“Obrigado, Ravi.” Ao final da fala o humano sorriu.

Aquelas duas palavras foram uma brisa de verão para Ravi, o sorriso deixou tudo ainda mais suave. O Dragão parecia um bobo olhando para o Humano, ele se sentia completamente encantado por aquela pessoa.

“Eu posso te apresentar a escola e o refeitório já deve ter esvaziado neste momento.” 

“Isso seria ótimo, mas eu ainda preciso terminar de pegar os meus materiais.” 

Todas as pessoas da sala se sentiram frustradas, os grupos de Dragões pensava em como iniciar uma conversa com Pietro e o grupo dos humanos estava prestes a chamar ele para o refeitório. Ravi apenas apareceu para acabar com os planos de todos ali.

O caminho até o refeitório não era longo, mas Ravi andava devagar querendo aproveitar aquele momento e Pietro não tinha intenção de ir mais rápido. Ele estava gostando de toda aquela situação.

Enquanto Ravi e Pietro andavam, o humano acabou soltando uma risada baixa. 

“Vocês são engraçados, os dragões sempre têm a mesma reação.” Ele falou divertido e admirado por aquilo, virou o rosto para Ravi. “Mas você foi o que agiu mais normal. Obrigado, às vezes eu me sinto como um alien.” Ele expressava uma completa gratidão.

“Todos queriam falar com você, logo vai ser alguém popular daqui.” Pietro negou com a cabeça.

“Se existe uma coisa que une dragões e humanos é a fofoca...” Alguns fios caíram sobre seu rosto. “E coisas diferentes sempre atraem boatos estranhos.”

É até agradável

"No passado, humanos com auras calmas não eram exceções, eles são extremamente calmantes e os dragões os mantiveram como seus preciosos tesouros. Os humanos se revoltaram, eles não tinham liberdade e serviam apenas para acalmar a ira dos dragões." A voz de Pietro era calma e suave.

O refeitório se encontrava quase vazio, a maioria dos alunos já tinha pego sua comida e agora se encontrava na quadra, na sala de música, biblioteca, ou com os amigos. Ravi olhava para Pietro com total atenção, ele sentia que se distraísse um segundo iria perder algo importante sobre o garoto em sua frente.

"Da mesma forma que podemos provocar a sensação de calma, podemos provocar raiva e direcioná- la a alguém. Os humanos revoltados usaram isso contra os dragões."

"A grande guerra entre dragões e humanos. Os dragões ganharam, mas ambos os lados tiveram muitas perdas. Quem iniciou a guerra foram os Humanos com Auras Calmas, mas quem continuou foram pessoas anti-dragões. No final fomos os únicos culpados e punidos." Pietro batia seus dedos contra a mesa. "Quando as pessoas sabem disso elas têm medo, nos veem como anti-dragões, mas nós só queríamos... direitos. Os humanos que sobraram hoje estão em uma pequena vila na Ilha do Sol, é de lá que eu venho."

Pietro viu um copo de suco e um bolinho sendo colocados em sua frente, Ravi tinha comprado quando chegaram ao refeitório. Seu olhar continuava gentil, ele não parecia se importar com nada aquilo.

"A maioria das pessoas da nossa sala são alvo dos boatos da escola." Ele apontou para si mesmo rindo. "Um Dragão Celestial agressivo e sem controle. Com o tempo os outros vão te falar os deles." Ravi levantou a mão e colocou sobre a cabeça dele, ele se surpreendeu com o quanto aquele cabelo era macio. "A nossa representante é a maior defensora das pessoas da nossa sala. Ela parecia inofensiva, mas quando está com raiva eu sugiro que você procure um lugar seguro para se esconder."

Os dois acabaram rindo, após tanto tempo achar um lugar onde as pessoas não iriam ligar para os boatos era realmente gratificante.

"Você pode ir comigo até a secretaria? Eu preciso terminar de pegar meus materiais, cheguei atrasado e não tive tempo de fazer isso."

Ravi se levantou e estendeu a mão para Pietro. Nenhum dos dois falou, não chegava a ser um silêncio desconfortável, a companhia do outro era agradável e embora não soubessem muita coisa um sobre o outro, ambos preferiam aquele momento quieto.

O Humano e o Dragão já tinham retornado para a sala de aula, Ravi carregava os livros e Pietro falava animado. Completamente alheios ao que estava acontecendo em volta deles, pela primeira vez Pietro andou pelos corredores de uma escola sem ouvir sussurros e comentários ridículos.

"Eu soube que esta é uma das escolas selecionadas para a prova exclusiva para a competição exclusiva de piano do final do ano. Eu pretendo me inscrever para as seletivas" Pietro podia finalmente contar seus planos para as pessoas, sem ter medo de alguém dizer que era impossível, ver o olhar interessado de Ravi apenas fazia ele ficar mais animado.

"Ravi, você está monopolizando nosso colega novo!" Uma voz feminina fez com que os dois parassem.

Uma garota baixa, com a pele lilás se aproximou deles. O cabelo era castanho e chegava até a cintura, ela olhava para Ravi irritada, mas logo se virou para Pietro e um ânimo sem igual tomou conta da garota.

"Eu sou Lila, a representante!" Ela estendeu a mão e assim que Pietro segurou sua mão, ela apertou sem força e balançou um pouco rápido. "Se o Ravi falou algo ruim sobre a classe apenas ignore ele é um chato, agora se ele falou algo legal é tudo verdade!"

"Lila, vai com calma." Um garoto que estava ao lado dela colocou a mão em seu ombro. "Ela sempre fica animada com os alunos novos, ainda mais humanos. Eu sou o Marcos, é um prazer conhecer você."

Marcos fez uma reverência, duas grandes orelhas de dragão surgirão na cabeça dele e se levantaram. Pietro arregalou os olhos e deu dois passos para trás, Ravi colocou a mão no ombro dele e o puxou para perto.

"Marcos é um dragão de carvão, esse comprimento mostra respeito e que ele deseja ser seu amigo." Ravi falou próximo ao ouvido dele.

Pietro concordou com a cabeça e acenou para Marcos. Ele ainda se encontrava um pouco confuso sobre como responder aquilo. Lila soltou um riso baixo e colocou as mãos nos ombros do humano.

"Eu sou um dos diversos dragões laguna!" Ela abriu um sorriso gentil. "Nessa sala temos os melhores dragões e humanos, todos os outros são insuportáveis. Você tem sorte de estar na nossa sala, principalmente por termos o Ravi e Levi! Responsáveis pela maioria dos prêmios da sala."

Lila falava sobre os diversos prêmios e a classificação alta da sala, além de falar sobre todas as pessoas da sala, falando sobre o que cada um gostava e como eles eram. Pietro se perguntava como ela conseguia falar com todas aquelas pessoas, saber tudo aquilo e o principal, como ela conseguia lembrar de toda aquela informação.

"Lila, se você terminou o seu maravilhoso discurso sobre a nossa classe, queremos falar com o nosso colega de classe. Afinal vocês dragões nem nos deixaram falar com ele direito." Lissandra olhou para Ravi.

"Foi bom conhecer vocês! Mais tarde podemos conversar melhor!" Pietro acenou para os três dragões e se afastou.

Seu primeiro dia ali estava sendo tão agitado e receptivo que ele estava estranhando. Normalmente o primeiro dia era sempre o pior, quase não falaria com ninguém, ouviria as pessoas pensando sobre falar com ele ou não. Era estranho ser tão bem tratado assim.

"Finalmente! Quase sinto inveja de você, eles demoram quase uma semana para falar com a gente. Lila demora uns 2 dias no máximo." Um garoto falou. "Eu sou Maliki!"

"Como você fez isso... digo sua aura. Elas falam que elas sempre são bagunçadas e barulhentas." Outra garota falou, pelo o que ele se lembrava deveria ser a Diana. "Falam que tem como fazer sua aura se acalmar com o tempo, mas é difícil."

"É algo familiar, toda minha família é assim. Sua aura se acalmar é algo particular, não existe uma fórmula para isso." Todos ali se sentiam desanimados.

"Isso não importa muito, você vai ficar nos dormitórios, certo?" Lissandra não esperou a resposta, era quase impossível dele não ficar nos dormitórios. "Você vai ser o colega de quarto do Nilo. Você não pode mais se gabar por estar sozinho no quarto!" Ela se virou para o garoto que estava quieto até aquele momento. "Não se preocupe Pietro, vocês dois vão ser ótimos colegas de quarto."

Imprevistos

A segunda grade das aulas da manhã tinham passado e Pietro já se sentia completamente exausto. Ele deitou a cabeça sobre a mesa, soltou um longo suspiro. Em apenas um dia sentia que sua rotina era mil vezes mais cansativa que na outra escola. Realmente aquele lugar era digno de ser uma escola de alto nível.

Pietro escutou o barulho de algo sendo colocado na sua mesa, ele levantou a cabeça confuso e viu uma garrafa com um líquido vermelho e roxo. Por um momento ele achou que poderia ser veneno e estava muito cedo para pensar em querer 'gelo e veneno' tinha que durar pelo menos uma semana.

“Os primeiros dias sempre são difíceis, mas com o tempo você acha um jeito de tornar mais suportável.” Ele ouviu a voz divertida de Ravi e acabou rindo baixo. "E isso sempre ajuda!"

“O que é isso?” Pegou a garrafa olhando curioso para o líquido.

“É um suco, ninguém sabe exatamente o que é, só é muito bom. O vermelho é de morango e o roxo... cada um fala uma coisa.” O dragão puxou uma cadeira e se sentou ao lado de Pietro. "É só mexer e tcharam a melhor bebida que você pode ter!"

O humano olhava curioso para a garrafinha, ele chacoalhou e os dois sabores começaram a se misturar. Ele abriu a garrafa e tomou devagar. Seus olhos se arregalaram quando sentiu o sabor doce.

“Isso é muito bom, além do morango parece ter blueberry e chantilly!" Ele acabou rindo e bebeu mais um pouco. “É doce e muito bom, como eu nunca encontrei isso por aí." A sua expressão se tornou emburrada.

"O importante é que agora você encontrou.” Ravi apoiou o cotovelo sobre a mesa e segurou o seu próprio rosto com a mão. “Onde vai almoçar?” 

“Eu não gosto de ambientes tumultuados, então vou comer na sala ou no pátio.” Puxou a sua mochila para cima e tirou três potes de dentro dela. “E você?”

“O mesmo.” 

...[...]...

“Ainda temos 1 hora antes da grade especial começar, como é seu primeiro dia você ainda não montou. Posso te apresentar algumas das aulas caso sejam do seu interesse.”

Os dois se encontravam andando pelo corredor, Ravi com as mãos no bolso enquanto Pietro mantinha um olhar curioso por todo lugar que passava.

“Eu já tenho uma ideia de qual grade eu vou fazer... você poderia me apresentar o ringue?” O olhar curioso mudou para uma completa ansiedade e euforia. Ravi jurou ter visto o universo inteiro naqueles olhos.

“Claro. Vai fazer patinação?”

“Sim. E já mandei a recomendação que o meu treinador escreveu, os prêmios que eu ganhei e a análise dos jurados das minhas maiores notas.” Pietro já tinha pesquisado toda a documentação necessária para a transferência e aquelas que dariam alguns extras. “A Acadêmia Cox é a maior referência dos Esportes, uma transferência no último ano sem recomendações seria impossível."

“Você estudou bastante ein, eu espero que consiga a autorização. Vem! Vou te apresentar o ringue.” 

Ravi seguiu o caminho até o lado de fora do prédio, a área externa se encontrava cheia de pessoas espalhadas por todos os lados, a maioria estava amontoada na região central do pátio. O dragão cutucou Pietro e apontou para cima.

“É ali que acontece o maior orgulho da Academia Cox. A Arena de Dragões.” O Humano olhou para cima, vendo uma enorme quantidade de Dragões transformados, ele não conseguia entender direito o que acontecia lá. “Todo jogo é formado por uma regra diferente, eu sou o capitão do time da escola.” Ravi tinha um enorme sorriso orgulhoso.

“Quando tiver um jogo me avise que eu vou assistir... só não prometo que vou assistir de perto. Não acho que helicópteros sejam permitidos.” Soltou um riso baixo. “Imagino que os jogos sejam transmitidos ao vivo.” O humano abaixou a cabeça e voltou a andar.

“Só acho que você vai ter que me dar algumas informações antes, eu quase nunca assistia a esses jogos.”

“Não se preocupe, eu irei te explicar tudo que precisar.” Colocou um dos braços em volta do ombro de Pietro. 

Eles não demoraram muito para chegar até o ringue, o lugar era muito maior que o lugar que ele treinava antes. Eles estavam prestes a entrar quando alguém parou os dois.

“Você deve ser Pietro, certo?” Ele olhou confuso para a pessoa na sua frente e concordou com a cabeça. “Ótimo, a sua agilidade em mandar os documentos foi ótima, mas nós não podemos aceitar a sua inscrição.” O homem entregou o envelope que estava na sua mão para Pietro.

Os olhos do humano se arregalaram, aquilo não fazia sentido nenhum ele tinha certeza que todos os documentos estavam corretos e a sua pontuação sempre foi ótima. Ele tinha uma vaga para as nacionais, aquilo era impossível.

“Isso não é possível, todos os documentos estão corretos.”

“O diretor disse que não pode permitir. O Anthony é o maior foco da Instituição, não temos como dividir o tempo entre vocês. Além de não termos outro treinador então seria muito difícil para a escola arcas com algo assim.” Pietro franziu as sobrancelhas e apertou com força o envelope.

“Anthony nem tem uma vaga para as nacionais, se ele for competir nas próximas seletivas com a mesma coreografia ele não vai conseguir a vaga, mesmo que eu não esteja competindo.” Pietro olhou para a pessoa na sua frente e sorriu. “Caso ele consiga uma vaga para as nacionais, ele vai perder de qualquer jeito. Vocês não têm como 'arcar' com algo assim, que piada.”

“O senhor Anthony afirma que...”

“Eu sei o que ele fala, mesmo que a comissão não tenha o impedido de competir, todos lá sabem que ele fez e eu fui apenas uma vítima." Pietro se virou para Ravi, que não estava com uma cara nada amigável. “Desculpe por fazer você perder o seu tempo.”

“Não é culpa sua. É melhor irmos.” Ravi direcionou um olhar raivoso para o homem que passou as informações.

Pietro começou o caminho de volta, ele não tinha mais vontade de ficar ali. Ele realmente achou que as coisas poderiam funcionar normal.

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