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Não Se Compra O Amor

Cap 1 Dois anos antes

Sarah:_ Querido..., eu dirijo..., você passou do ponto com as comemorações..., seu amigo confiou o carro dele em suas mãos, precisamos devolve-lo inteiro.

Adam:_ Tudo bem..., está tarde..., você precisa descansar e nosso garotinho também.

Sarah:_ Não estou cansada..., espero que esteja bem acordado quando chegarmos.

Adam:_ Pode ter certeza que estarei..., se soubesse que a gravidez a deixaria assim tão disposta, já teríamos engravidado muitas vezes...

Sarah:_ Sempre estou disposta para você...

Adam:_ Amo sua disposição..., a amo...

Sarah:_ Também amo muito você Adam...

Nos beijamos apaixonadamente, minha mulher é linda..., tem cabelos castanhos ondulados, tem uma boca deliciosa..., ficou com umas curvas maravilhosas..., amo tocar sua pele macia...

Saímos do restaurante, Sarah dirige atentamente, minha esposa é uma excelente motorista. Estamos juntos desde a faculdade, entre namoro e casamento já se passaram 7 anos. Conheci minha mulher quando ela iniciou na faculdade aos 18 anos, eu já estava no último período do curso..., garanto que foi amor a primeira vista..., tinha acabado de fazer 26 anos e estava assumindo os negócios da família ao lado de meu pai.

Sarah só engravidou agora, está com 25 anos e grávida de seis meses de nosso pequeno Álvaro..., adiamos esses planos para nos curtir bastante..., mas, sentimos que estava na hora de aumentar a família, já estou com meus 33 anos e desejo ser pai, me sinto preparado.

Seguimos para casa tranquilamente, as ruas estão vazias..., mas não por muito tempo..., percebemos um carro grande nos seguindo, ele se aproxima o bastante para começar a bater na lateral do carro em que estamos, Sarah fica apavorada..., não dá pra trocarmos de lugar..., tento acalma-la..., ela acelera um pouco mais para tentar se livrar do desgraçado que nos persegue, não quero baixar os vidros, ele pode estar armado, o carro do meu amigo é blindado, não vou arriscar.

Chegamos em uma parte da avenida em que tem grandes postes de energia elétrica, o perseguidor da mais uma avançada em nossa direção e Sarah acaba perdendo o controle..., quando tenta frear, os freios simplesmente não funcionam e só consigo ver um grande poste a nossa frente..., perdi a consciencia por uns segundos..., mas tenho noção do que aconteceu..., minha esposa está ao meu lado..., me desespero..., não posso tirar ela, apenas toco seu rosto..., tento acorda-la, mas só confirma o que eu já sabia..., ela está sem vida..., meu filho..., só pode ser um pesadelo..., minha perna está presa e sinto o sangue em meu rosto misturado as lágrimas…, o desespero se torna ainda maior e apago.

Só acordo no dia seguinte, meu pai está ao meu lado..., e o sentimento de pânico e desepero voltam como uma valanche..., meu pai tenta me acalmar..., minha perna está imobilizada, meu rosto enfaixado..., meu pai me abraça..., colocam algum tipo de tranquilizante no soro e aos poucos meu corpo vai relaxando..., consigo contar o que lembro ao meu pai..., e essa vai ser a única vez que falarei desses detalhes...

Umas horas mais tarde começam as visitas, os investigadores..., meu pai fala com eles..., Késsid Montenegro..., sei que a culpa não é dele..., mas nem que eu vá até o inferno encontrarei o desgraçado que acabou com a minha vida..., pra mim..., ele já está morto..., ainda que esteja vivo, ele com certeza mexeu com o cara errado.

Cap 2 Adam

Um mês depois do assassinato de minha mulher e meu filho..., ainda estou me recuperando das sequelas físicas já que as emocionais só aumentam: Ódio, rancor, vingança, morte..., é nisso que penso todos os dias, enfiado em minha casa escura, odeio luzes..., não quero companhia, me enterrei em um mundo escuro, frio de depressão e bebida..., mas o ódio e a sede de vingança me dão forças para continuar vivendo...

Contratei vários investigadores, já sei quem procuro..., Kessid e o advogado dele me passaram muitas informações..., mesmo que Ulisses Montenegro se esconda no fim do mundo, irei encontra-lo, gastarei minha fortuna para isso.

Meu pai, Bóris Cooper sempre me visita, minha mãe, a expulsei, não quero ser consolado..., ela evita me ver, disse que não aguenta mais..., o que pra mim é ótimo, menos um para dizer que tudo vai ficar bem, sei que não vai..., mas, contrataram uma mulher para tentar cuidar de mim, não deixo ela se aproximar, até aceito as comidas, mas apenas para me manter vivo..., ela faz o que tem que fazer e a mando embora, meus pais queriam que a mulher dormisse aqui, mas não permito.

Já é noite, estou trancado no escritório lendo alguns emails dos investigadores, apenas a luz do notebook ilumina o ambiente..., enquanto leio as informações, me afogo em uma garrafa de whisky, como faço todas as noites..., tem alguns remédios sobre a mesa, as vezes recorro a eles para poder dormir, os pesadelos me atormentam e odeio quando meu pai fala em terapia..., me tornei um homem amargo, frio e calculista..., a única motivação que tenho é vingança.

Meu pai tem as chaves da minha casa, fez questão de tirar cópias, praticamente todas as noites vem me visitar..., ele acha que posso cometer alguma loucura contra minha própria vida..., e cá está ele, implicando com as luzes...

Sr Boris:_ Por que não acende essas luzes?

Adam:_ Gosto que fiquem apagadas...

Sr Boris:_ Adam, toda essa escuridão te faz mal filho...

Não respondo..., ele acende um abajur e agora vai se incomodar com meus remédios...

Sr Bóris:_ O que são todos esses remédios?..., não vai tomar isso e com bebida...

Adam:_ Já disse para apagar a luz...

Levanto e puxo o fio do abajur o desligando..., falo voltando para o que estava fazendo, só quero que me deixe em paz...

Adam: Não se preocupe..., sou covarde demais para tirar minha própria vida se é isso que o preocupa...

Sr Boris:_ Suas atitudes não me deixam duvidar.

Adam:_ Não pretendo morrer antes daquele maldito...

Sr Boris:_ Filho..., já passou um mês, ta na hora de voltar ao trabalho..., administrar os bancos sozinho está me sobrecarregando, preciso de você.

Adam:_ Se terminou de falar, vá embora.

Sr Boris:_ Adam..., precisa reagir...

Adam:_ Já viu que não vou me matar..., pode ir agora...

Meu pai me olha entristecido..., garanto que a tristeza dele não é nem de longe o que sinto. Não quero me relacionar com pessoas, voltar para os bancos significa falar com outras pessoas e não estou com a menor vontade ou paciência para isso.

Meu pai vem de uma família de banqueiros, herdou os negocios de meu avô e eu consequentemente carrego a responsabilidade de continuar esse legado..., já administrava a rede de bancos de nossa família, mas depois disso, me afastei completamente obrigando o senhor Boris voltar a ativa..., não sei por quanto tempo, mas ainda não estou pronto para nada...

Sr Boris:_ Prometa que não irá fazer nenhuma besteira..., Adam?, estou falando com você..., prometa...

Adam:_ Pode ir tranquilo... ( falo num tom frio e irritado)

Sr Boris:_ Filho..., já bebeu demais...

Adam:_ Eu estou cansado..., volte para sua casa...

Mesmo o encarando, ele recolhe as garrafas de bebidas, algumas caixas de remédios..., respiro frustrado..., deixo ele levar tudo, sei que faz isso apenas para se sentir tranquilo..., até minha arma que guardava numa gaveta da mesa do escritório ele levou, mesmo sabendo que tenho facilidade em conseguir essas coisas..., mas deixo ele se iludir..., enfim resolve ir embora...

Sr Boris:_ Não faça nenhuma besteira...

Adam:_ Já disse que não pretendo morrer..., já estou morto...

Cap 3 Dois anos depois

Trabalhar nos bancos tem me distraído, mas não o suficiente para esquecer o que passei..., com a ajuda de meu pai fui voltando aos poucos..., aprendi a guardar para mim muito da minha amargura..., ainda não sou nem a sombra do homem que já fui..., não encontrei aquele maldito, mas nem que passe a vida inteira, ainda vamos nos encontrar e acertar nossas contas...

Contratei homens para vigiar a família de Késsid Montenegro, sei que aquele atentado era para ele, então existe uma possibilidade do desgraçado tentar novamente e estarei pronto para pega-lo.

Tenho homens trabalhando para mim infiltrados como seguranças da família de Késsid..., meu único interesse nisso é pegar Ulisses Montenegro. Irei devolver para a família de Késsid todo dinheiro que Ulisses deixou em nossos bancos, mas só depois que ele der sinal de vida, estamos o monitorando atraves das movimentações bancárias, uma hora ele pode precisar de dinheiro.

Sou Adam Cooper, banqueiro por herança, atualmente estou com 35 anos..., mas, já sofri por uma vida inteira. Trabalho com meu pai administrando os bancos.

Passo horas olhando as marcas em meu rosto..., isso me ajuda a nunca esquecer de meu propósito. Minha perna melhorou muito com algumas sessões de fisioterapia, mas as dores ainda se fazem presente..., já acostumei com elas..., o médico disse que com o passar dos anos passarão..., tomo alguns remédios que também ajudam quando estão mais fortes e as vezes, ainda recorro aos remédios para dormir..., os pesadelos amenizaram, mas ainda os tenho..., algumas vezes estando acordado..., fleches do acidente surgem em meus pensamentos, o que me atormenta, duram segundos, mas é o suficiente para eu precisar ir ao banheiro lavar o rosto, disfarçar as lágrimas..., já deixei clientes sentados me esperando até me recompor e voltar a realidade...

Vivi uma espécie de celibato durante um ano..., voltei a frequentar alguns clubes vips, stripers para me distrair..., a bebida é sempre bem vinda..., sexo se tornou apenas uma necessidade física, só para aliviar o estresse..., ainda não consigo tocar outra mulher, não beijo, não penetro..., oral é o único tipo de sex0 que aceito, apenas uso suas bocas para satisfazer minhas necessidades..., é suficiente para pôr pra fora a tensão, não gosto que me toquem, são regras que não permito mulher nenhuma quebrar quando estão comigo..., e nunca me relaciono com mulheres de cabelos castanhos..., não são minha Sarah...

Faço negócios com qualquer um que tenha dinheiro, sem me importar a procedência. Nesse mundo em que vivo já conheci todo tipo de pessoas, das mais honestas aos piores bandidos, incluindo empresários, políticos, mafiosos, traficantes..., muitos são nossos clientes, não procuro saber de onde vem seus dinheiros, apenas cuidamos de seus interesses..., estou me arrumando para ir a um tipo de cassino de um cliente, ele insistiu para que eu fosse fazer uma visita, como uma cortesia, disse que lá tem boas distrações...

Primeiro preciso dispensar Valéria..., a mulher que trabalha em minha casa, acabei deixando ela ficar, meus pais a trouxeram, acho que escolheram de propósito uma mulher mais jovem, e bonita, mas não me chama atenção no sentido em que eles gostariam que chamasse. É uma morena, 30 anos, cabelos negros não muito longos, ela até tentou se aproximar, mas a ameacei de perder seu emprego caso insistisse. Já deixei claro, enquanto fizer seu trabalho sem cruzar meu caminho, ela pode ficar...

Adam:_ Já pode ir...

Valéria:_ Senhor Adam, ainda não terminei..., tem...

Adam:_ Termine outro dia e não quero que venha amanhã...

Valéria:_ Sim..., senhor..., o senhor quer mais alguma coisa?

Adam:_ Sim..., que saia...

Ela me olha com um ar meio triste, envergonhada..., não sei como ela aguenta e insiste em ficar..., as vezes nem eu me suporto e não sei falar de outra forma..., tenho sido um estúpido com as pessoas...

Adam:_ Me desculpe..., não deveria falar assim com você.

Valéria:_ Já acostumei...

Adam:_ Por favor..., só vai embora...

Ela enfim sai e posso ter um pouco de paz e pensar um pouco antes de sair..., uma hora depois, sigo para o tal Cassino de Lucky Castiglia, é um bandido, já deve ter passado dos 40 anos, é um cara barra pesada, mas é um forte cliente e pode me ajudar com um assunto.

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