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Dominic

Capítulo

Meu nome é Dominic, na época eu tinha dezoito anos e não fazia a mínima ideia do que queria da vida.

Levava uma vida tranquila com a minha família. Meus coroas eram incríveis. Ganhava mesada, usava roupas dahora e estudava no melhor colégio da cidade.

Tinha tudo o que queria, de motocicletas a passeios "patrocinados" com meus amigos.

No colégio era disputado por lindas gatinhas. No entanto possuía a minha preferida.

Ela se chamava Clara, tinha dezessete anos e assim como eu, também estava no último ano do colégio. Clara foi a primeira paixão da minha vida. Pena que ela acabou terminando comigo, gostava de verdade daquela mina. Se bem que mereci levar um fora, pois fui um grande escroto com ela. Clara me pegou no intervalo das aulas com outra menina, e depois daquilo não quis me dar outra chance. Depois que terminamos, passei uma semana na bad, não saía de casa. Nunca pensei que ia sofrer tanto por uma garota. Passei sete dias de fossa, mas daí eu disse: Quer saber? não vou sofrer por uma mina que não quer mais nada comigo.

Fui pras festinhas e comecei a sair a cada dia com diferentes meninas.

Clara ficou sabendo da história e foi aí que ela não quis mais olhar na minha cara. A indiferença da mina que tanto gostava, me deixou malzão de verdade. Perdi a vontade de ir à escola. Ia contrariado e quando chegava na sala, mal prestava atenção na aula. Éramos da mesma classe, e ao invés de prestar atenção na explicação dos professores, passava o tempo todo olhando pra Clara. Esperando que ela também me olhasse. Sua atitude me fez sair várias vezes em plena aula. Mandava recados e bilhetinhos através dos nossos brothers e ela nem dava bola. Vi que ela começou a ficar de paquera com outros garotos, e isso acabou me deixando revoltado. Um dia quase saí no tapa com um deles. Se fizesse isso, com certeza seria expulso. Mas, pensando bem, talvez fosse até melhor que eu tivesse metido porrada naquele moleque, e assim terem me expulsado de vez, mesmo.

Deixei de frequentar diariamente a escola. Numa semana normal de aula, aparecia, no máximo, duas vezes na sala de aula.

– Qualé, Dominic? Não acredito que vai passar o resto da vida chorando por uma mina! Reage, cara! – disse o Tato tentando me animar pra darmos uma volta.

– Você não me entende, meu amigo… nunca namorou sério – disse pro Tato.

– Lógico que te entendo, irmão! – continuou insistindo o Tato – Sei que a Clara é uma garota incrível e que gosta de verdade dela. Mas, ficar assim, jogado, não vai adiantar nada.

Enfim, fui convencido pelo meu amigo e saí pra dar um rolê com ele pela praça.

Logo fiquei sabendo que Clara tinha engatado um namoro com um garoto de outra classe.

Fiquei p… da vida e quis tirar satisfação com o carinha. Só que Tato, meu melhor, me segurou na hora.

– Calma aí Dominic! Violência não leva a nada.

Tato era amigão. Nos conhecemos desde mulequinhos. Frequentamos a mesma escolinha. E já crescidos, fomos terminar o ensino médio no mesmo colégio. O Tato tinha um ano a menos do que eu. Ele avançou nos estudos enquanto que eu, não. O bom disso foi que acabamos indo parar na mesma sala.

Nos últimos meses do ano letivo, acho que só continuei a ir pra droga do colégio por conta dele. Tato me dava a maior força, passava toda a matéria pra mim quando eu não ia ou abandonava a aula.

Mas nem toda ajuda e esforço do meu amigo Tato fez com que eu melhorasse meu desempenho. E no final daquele ano letivo, mais uma vez acabei levando bomba. Fui reprovado pelas notas baixas e também pelas faltas.

Capítulo

Fiquei decepcionado de ver que todos meus amigos e a minha garota iam pra faculdade, enquanto que eu continuaria na escola, como se fosse ainda um pré adolescente.

Como eu disse, meus pais confiavam na minha índole e me davam liberdade pra fazer o que eu quisesse. Apesar disso, até então nunca pensei em me meter em coisas erradas.

Ao final daquele ano, e no decorrer dos meses de férias, coloquei na cabeça que estava de saco cheio da vida de menino mimadinho. Só que antes de qualquer ação mais radical, me diverti horrores com meus amigos. Zuamos e "aprontamos" muito. E até a coisa que mais me chateava no momento, foi resolvida. Clara terminou com o carinha lá e voltou a falar comigo.

– Oi! Como que você tá, Dominic? – perguntou-me como se nada tivesse acontecido.

– Eu… ? Eu vou muito bem, Clara!

Voltei a ficar com ela, mas não pedi para namorarmos novamente. Acho que ela esperava isso de mim, mas deixei que as coisas rolassem naturalmente.

Nas rodas de encontros que tivemos durante nossos dias de férias, meus amigos e ela me deram a maior força para que eu não desistisse dos estudos. Que me ajudariam nas tarefas.

– Pode contar com a gente, Dominic – me disse um dos meus amigos.

– É isso aí! Não vamos deixar nosso irmãozinho na mão não, hein galera?! – declarou o Tato logo em seguida.

Vi que era de coração a ajuda que me ofereciam.

Senti-me agradecido, porém sem jeito. Fora isso, presentia que depois das férias, a vida de cada um de nós já não seria do mesmo jeito. Uns iam pra faculdade, já outros iam procurar emprego. De uma maneira ou de outra teríamos que assumir um mínimo de responsabilidade.

Quando parava pra pensar nisso, sentia-me um pouco envergonhado. Eu, com mais de dezoito anos, sem concluir o ensino médio e ainda bancado pelos meus pais.

Um status nada promissor, diante dos conhecidos e também dos familiares, não é verdade?

E, num belo dia, então, arrumei minhas coisas e me mandei da minha cidade.

Não me despedi de ninguém, nem dos meus pais, nem da Clara e nem do meu melhor amigo Tato. Confesso que nessa parte cometi uma enorme mancada.

Pra não deixar meus pais tão preocupados, deixei uma carta explicando meus motivos de sair debaixo de suas asas. Também deixei um beijo pra minha garota e um abraço pro Tato.

No fundo, no fundo meus pais já tinham sacado que mais hora menos hora eu sairia de casa.

Agora, lembrando bem, acho que comentei algumas vezes que, quando me desse na telha, daria no pé pra conhecer o mundo.

Saí sem nenhuma expectativa da minha "pacata" cidade, e segui pra metrópole mais próxima. Cheguei ao aeroporto local; e com o dinheiro que tinha comprei uma passagem de avião para uma cidade grande e desconhecida.

Já no aeroporto, me deparo com o primeiro sinal de alerta.

Um homem que nunca tinha visto na vida, sentou-se ao meu lado no saguão de espera, e depois depois de cordialmente cumprimentar-me e tentar puxar uma conversa amigável, perguntou-me, do nada, se eu estaria interessado em realizar um serviço de contrambo para ele.

Não lhe respondi nada, mas prestei atenção na proposta. A grana oferecida por ele, até que era uma bufunfa considerável.

Ao final da abordagem, ele me passou um cartão e me disse que eu lhe telefonasse de onde estivesse, já que pessoas de diferentes lugares eram recrutadas.

Dado o recado, o sujeito apertou minha mão, levantou-se e foi embora com uma cara ainda mais lavada.

Guardei na carteira o cartão, caso precisasse. Logo em seguida o meu voo foi anunciado e corri pro portão de embarque.

Capítulo

Depois de algumas horas de voo, cheguei na desconhecida metrópole. Saí do aeroporto e segui caminhando pelos arredores. Dando de cara com aquele mundo totalmente desconhecido, o sentimento que me veio foi esse: Vou ser engolido por esse mar de concreto. Entretanto não deixei que a insegurança me paralizasse. Continuei caminhando em direção ao centro da cidade. Achei uma "espelunca" de hotel super barato. Daí paguei por um quarto, deixei as minhas coisas guardadas e voltei pra me familiarizar com a localidade.

Passei várias horas perambulando. Senti fome, daí entrei na primeira lanchonete que topei pela frente. Pedi um hambúrguer e um refrigerante. Enquanto comia, vi um anúncio pendurado na parede do estabelecimento, informando que estavam precisando de ajudante. Falei com um dos atendentes e ele disse que eu fosse falar com o dono, se tivesse mesmo interessado.

Fui conversar com o dono da lanchonete; um sujeito frio e direto, que deixou bem clara as condições para me aceitar como seu empregado.

As condições não eram tantas, o mínimo exigido era que eu já tivesse alguma experiência.

Para garantir a vaga, acabei mentindo um "pouquinho".

Disse já ter sido atendente, quando nunca tinha trabalhado na vida.

O "bom" do emprego foi que eu pude ficar num quartinho perto do depósito, na parte superior do estabelecimento. Só que pra minha infelicidade, o salário era uma merreca, melhor dizendo, quase nada.

Fui pegar minhas coisas no "hotel". Entrei e tentei sair sem ser visto da espelunca. Mas a mal-encarada da recepcionista percebeu e exigiu que eu pagasse mais uma taxa.

– Ei! Pode ir parando aí, meu rapaz! … Antes de sair, precisa pagar pelo o que consumiu lá no quarto.

Discuti com ela, e disse que não pagaria nada.

– Não vou pagar nada! A única coisa que consumiu foi um copinho d'água, minha senhora. Mas que mesquinharia é essa?

A histérica da mulher ficou pistola, e tentou me obrigar a pagar a bebida. Daí então ela pegou o telefone e informou apressadamente para alguém - que eu não fazia a mínima ideia quem era - que desse um pulo onde ela estava.

Antes que ela desligasse o telefone, já me encontrava do lado de fora. A mulher não se deu por vencida e veio atrás de mim, pois mesmo sem olhar para trás, escutei ela esbravejando palavrões contra minha pessoa.

– Caloteiro, filho da p…! Volte aqui, seu pilantra maldito!

Pernas pra que te quero, acelerei o passo e antes do que imaginava já havia chegado na minha nova "casa". Ainda bem que o hotel e a lanchonete ficavam distantes um do outro, pois não desejava tão cedo passar pela mesma rua daquele lugar mal frequentado.

Passei meses trabalhando na limpeza da lanchonete, achava aquele trabalho um saco, no entanto fiz amizades com pessoas que frequentam o local. E uma delas me ajudou a encontrar um emprego melhor. Com a ajuda de um grande camarada, consegui ser aceito numa rede de fast-food. No mesmo dia da entrevista, pedi demissão do meu primeiro trabalho e fui morar numa pensão. Minha função na fast-food era de atendente. Acredito que por conta da minha boa pinta, me colocaram na função.

Comparado com o antigo trabalho, dei um salto de 180 graus. Confesso que cheguei a gostar de trabalhar lá. O local era bem frequentado e o que não faltava eram gatinhas todos os dias nos azarando. Tinha umas que nos azaravam apenas por olhares, já outras eram mais dadas, mandando bilhetes com nome e número de contato, e até com cantadas mais ousadas. Sendo que foi durante minha passagem pela fast-food, que topei com a mina mais doidinha que conheci na vida.

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