A noite naquele dia estava mais sombria do que o normal, o que as pessoas não desconfiavam era que um assassinato estava por acontecer.
Traído a própria sorte, um lobo fugia pela floresta escura. A sua pelagem negra se misturavam com as sombras, mas os sons do seu ofego e o bater do coração destacava a sua presença.
Um grunhido abafado escapou por entre os seus dentes afiados quando uma lança atravessou o seu corpo ao meio, o jogando por um penhasco ao qual se dirigia. A queda não foi silenciosa, e o bater dos seus ossos se ouvia facilmente.
O sol nascia... os ventos lentos sopravam adiante as folhas secas do outono. O frio era natural ali, qualquer humano desprotegido sofreria hipotermia, porém nas terras Sagradas do Espírito Tigre, os moradores tinham pelos de sobra para se aquecerem. Então cadê a explicação para ter um LOBO nas terras Sagradas?!
— O quê que eu faço?!- olho o corpo moribundo.- Acredito que o certo é chamar os guardas!- ergo a saia de um vestido imaginário e viro-me, na intenção de sair se fininho. Esse bicho tem mais tamanho que eu, se acordar me devora na hora-
Paraliso no lugar ao ouvir um bufar. Se isso é respirar, imagina o que não é. Parece estar morrendo.
— Tá! Eu consigo.- ele bufa de novo.- Eu não consigo.- me viro para o socorre.
É um lobo. Por que raios deveria ajuda-lo?! Amarro o seu focinho e as suas patas. Essa lança têm de ser retirada.
– Espero que doa muito.- digo a arrancar o objeto de uma vez só. A dificuldade seria maior, porém os seus ossos e carne não me impedem. Acordada a criatura solta um uivo estridente, enquanto sangue jorra do seu corpo.
O meu coração aperta vendo tamanha dor, mesmo sabendo que no meu lugar, ele teria me enterrado até o pescoço. Vou-me arrepender disso mas...
— Que seja!- sussurro retirando a minha máscara, e passando a ponta dos caninos na palma da mão.
Um dos motivos da guerra... era a posse do sangue Tigre. Pois, possui substâncias curativas. O lobo se contorce em queimação sentindo os seus músculos se fundirem novamente. A cada gota derramada sinto o meu coração disparar para bombear mais. De repente, ele para de se mexer.
– Vish... será que é molenga demais para resistir? Que seja! Parto de consciência limpa por fazer o certo.- digo na intenção de fugir.
Não dou dois passos e sinto algo prender meu pé. Antes de virar-me sou jogada para o lado acertando a parede do penhasco. Minhas costas reclinam para frente na hora do impacto fazendo com que a dor seja um choque.
– Au... de nada...- sussurro. Subitamente uma mão me prende contra a parede, e a outra segura o meu pescoço. Os meus pés já nem sabem mais o que é superfície.
Não é mais aquele lobo... não é mais um ser indefeso... agora os olhos são de morte, de quem repudia a minha existência. A sua mão não exala calor, mas o aperto lateja. Os seus cabelos escuros como a noite escorregam pelos ombros cheios de arranhões. Gente que gostoso... não, espera! Ele quer me matar!
— Assim que agradece por ter-te salvado?!- protesto indignada.
— Obrigado.- ele fala.
– De nada, agora pode continuar.- digo.
Nesse momento os meus instintos ativam a indicar aproximação de alguém. De antemão outra lança aparece, atingindo a parede ao lado do meu rosto, causando um pequeno corte na minha bochecha.
O homem me larga e se vira bem a tempo de aparar outra lança com a mão. EU DISSE! EU DEVERIA TER IDO EMBORA!
— Eu já não era bonita, agora com essa cicatriz.- digo me adiantando em pegar a lança que me atingiu.- Cadê esse pedaço de bosta?!- o lobo me olha.- Tô falando do outro pedaço de bosta.
Frente a nossa investida, uma caravana de humanos aparecem. Meu corpo inteiro gela ao sentir cheiro de fumaça e cinzas vindo deles. Não... eles estão aqui?! De novo... igual naquela época...
— Eu tô é fora, essa luta não é minha.- falo pronta para fugir. Nisso novamente o meu corpo trai-me. Sinto um líquido ardente atravessar os meus sentidos aguçados, que começam a falhar.
Veneno? Sério?! Não poderia ficar melhor! Várias lanças são atiradas em simultâneo, uma delas vindo na minha direção. Com as minhas forças se esvaindo, tudo que consigo fazer é deitar no chão desviando do ataque. E preparando-me para dormir.
– Idiota.- eu sei seu lobo, eu sei. Sinto ele erguer-me dramaticamente como um saco de batatas vazio, e jogar-me nas costas. Depressa envolvo as minhas pernas e braços ao redor do seu corpo, e então sinto o vento.
Depois um pulo... outro vento... outro pulo... canguru. Engraçado, por que ele tá tão cheiroso? Deito o meu nariz na sua nuca. Nunca pensei que suor de lobo fosse cheiroso.
— Que cheiro bom... E que músculos fortes... o senhor deve ser forte né.- socorro. O veneno tá me fazendo muito mal! A não espera, eu posso-me humilhar do mesmo jeito estando sóbria. Então tá tranquilo.
— Idiota.- eu seeiii. De repente paramos.
Não consigo ouvir mais nem os meus próprios pensamentos. A visão turva diante de mim impede-me até de raciocinar. Mas ainda posso sentir o cheiro... O toque...
Arfo levemente ao sentir algo úmido e quente rodear a minha ferida no rosto. O meu sangue lateja mais rápido com cada sugada que ocorre. Espera... ELE TÁ ENCIMA DE MIM?!
— Saí pra lá demônio!- digo recuperando as forças (dignidade) e o empurrando.- Que raios... Eca! Isso causa manchas na pele sabia?! Seu, tara...- minha cabeça gira. Ele segura meu colarinho, delicadamente como um burro, me ajudando a sentar.- Me solta... me deixa em paz,eu já... te ajudei! Agora vai embora!
– Um Tigre...- engasgo.- Branco...- piorou.- Seu sangue...- eu não devia ter feito isso.- Você vem comigo.
A primeira vez na vida que senti medo foi aos 2 anos... quando vi pontas de aço apontadas para o meu rosto. Naquela época eu não imaginava, mas já observava no olhar daqueles que me apontavam. Tinha convicção de que aquela coisa apontada deveria-me matar.
Então pude sentir os braços de uma quase mãe, e logo ouvir um sussurro:
— Não tenha medo... eles te temem mais do que você teme a eles...
O meu medo naquele momento não era ver a morte diante de mim, e sim saber que se eu escapasse daquilo, teria de viver me escondendo. O mundo não aceita uma "aberração".
E lá estava, novamente. Encarando a morte outra vez refletidas nos olhos sanguinários deste lobo ao qual decidi salvar a vida.
— Que piada... vai erguer a mão para a alma piedosa que te salvou?- talvez ele tenha honra o bastante para se sentir grato, e acabe não me matando!
— Gratidão... ?- ele me encara.- Ponha-se no seu lugar, mestiça imunda.
— É o quê?!- pasmo surpresa.- Você é idiota ou o quê?! Preferia permanecer morto?! Primeiro caso disso, um idiota abatido sangrando feito porco querendo continuar mor-
O chão de repente vêm a meu encontro. No lado esquerdo da minha face, a queimação sobe junto do latejar e dormência. Ele... acabou de me bater?
— Não dirija a palavra a mim, ser inferior.- ele cospe com asco.
A minha roupa branca está manchada de terra e as minhas mãos sujas de poeira. Pior, a minha dignidade está manchada. Se é assim, vamos terminar de mancha-la.
— Ser inferior, eu? Engraçado... seu cão sarnento pulguento.- digo me levantando lentamente.- Sua vida é tão insignificante para vir parar no caminho de um ser inferior?!- ele ergue a mão para me dar outro tapa, porém desvio deixando-o acertar o ar.- Seu vira-lata. Se acha melhor que eu por ser mestiça, mas não tem coragem para admitir que um ser mais baixo da sua classe impediu a sua morte. Covarde de merda.
– Eu vou-te... matar!!- ele grunhe tentando novamente me acertar, mas cai sobre os joelhos com fraqueza. Bem-feito, os ferimentos reabriram.
– É melhor me matar mesmo, porque nem mesmo o meu pai um dia acertou o meu rosto. Faça isso de novo, e vai saber realmente o significado de "maldita" no meu nome.- digo vendo-o cair agonizando com rosto em terra. Acabo tremendo vendo tal cena. Que se exploda. Nunca mais ajudo alguém, NUNCA MAIS!
Algumas horas depois...
— Por que exatamente... tem um cadáver no meio da minha sala?- vovó fala, saindo de bengala da sua sala de leituras e previsões.
— Odeio dizer que ele me descobriu.- engulo a seco observando as suas rugas mais caraquentas ao me encarar.- Ele... estava morto. Quer dizer, morrendo, aí eu tava lá, super na minha colhendo frutas nas... regiões... - AI!- levo uma bengalada na cabeça.
– Mentirosa. Tente de novo.- ela senta na minha frente.
— ... achei ele nas barrancas de Hirmortia.- susurro.
– O QUÊ?! De novo andando pelas fronteiras do Reino minha filha?! Quer morrer mesmo?! Me fala que faço isso!- diz tirando uma faca não sei de onde, e apontando para mim.
– Não! Saí sua assassina!- pulo para longe.
— Ah! ... sua idiota de pelo branco tingido.- é o quê?- Bom... se ferrou.
— Quê? Como assim? É só apagar a memória dele como sempre fez com os humanos, vovó!- falo cutucando o corpo moribundo com o pé.
— Claro, claro... parece tão fácil né?- confirmo.- MAS NÃO É!- outra bengalada. Meu crânio não vai suportar.- O rapaz não é um lobo qualquer, minha neta. É um Alfa.
— Não diga!- claro que eu já sabia, cabeça dura assim e arrogante, só podia ser hom- digo, alfa.
— Um Alfa dos Lobos Noturnos.- espera...
— Quer dizer que eu me lasquei?- pergunto.
— E bem bonito.- valeu pela sensibilidade, vó!- Alfas já são difíceis de apagar a memória... agora um sangue puro do clã lobo noturno, pior ainda.
— E agora, vovó?! Ele sabe que sou mestiça! O meu sangue entregou tudo!- agarro os cabelos.
— Você... deu o seu sangue a um desconhecido que achou na estrada?- ela ergue a sobrancelha.- É tão idiota que dá pena. Agora você quem lide com isso.
— QUE?! Como!? Essas coisas são suas responsabilidades!- ela me olha.
– Este rapaz pode trazer ruína, minha neta. Saiba disso antes de qualquer decisão.- essa foi a última frase dela antes de retornar a sua sala de previsões.
A minha avó é a única xamã de Hirmortia, Reino das Almas perdidas. Foi aqui que fiquei escondida do mundo, por ser mestiça, a morte é o que me espera do lado de fora do mundo. Por isso a minha avó trouxe-me para cá, para me proteger. E agora... coloquei tudo a perder. Eu realmente não deveria ter feito isso.
Desculpe vovó...
Passo metade da noite vigiando o lobo solitário, com medo da sua alcateia seguir o cheiro até aqui. Em algum momento adormeço, porém, um gemido fraco me desperta.
— Vovó!- vejo-a roncar no resto de sofá, mais velho que ela. Que bom, ao menos uma noite sem ataque.
Levanto-me indo até o moribundo ainda no meio da sala, coberto de suor. A febre dele não diminuiu. Eu poderia simplesmente joga-lo lá fora no lugar mais frio deste planeta, e deixa-lo morrer. Isto protegeria o meu segredo.
— Porém ele morreria igual você, papai...- a chaminé está acesa, expelindo o seu calor pelo lugar. E encima dela, no suporte, estão as cinzas do homem que me salvou da morte e trouxe-me até minha avó.- ... se você não fosse humano, teria sobrevivido a este frio. E talvez se não fosse fraca, você estaria aqui.
— Ele precisa de calor.- a minha avó fala entre roncos e deleis.- Precisa... zzzz... de calor! Cof cof cof!! ... caloooorrr!
– Vai dormir sua velha!- ela pára de falar.- E lá vamos nós! Salve o desgraçado que te bateu! Isto é o certo a fazer! Não corte o binguliu dele por acidente viu!- preciso de um psiquiatra.
O segurando pelo pé direito, arrasto o seu corpo para a sala da minha avó. A chaminé fica grudado nela, então as paredes são quentes. Será que esse animal consegue ficar sentado encostado nela?
— Vem pedaço de bosta...- nunca peguei tanto ódio de alguém na minha vida.- Fica aí, cachorro.- ele cai de lado. QUAL É!
– Precisa aquecer ele!- minha avó grita.
– JÁ ENTENDI! VÉIA DOIDA!- ela volta a roncar.
Realmente sou idiota.
Recosto-me na parede retirando o meu casaco de pele em seguida. Puxando o corpo do homem lobo o coloco com as costas pressionado contra o meu peito, e o cubro os seus pés com o meu casaco mantendo maior parte abaixo dos dedos frios, quase roxos pela falta de calor. Engolindo a seco, passo os meus braços ao redor do seu corpo dividindo a sensação térmica.
A tremedeira contra minha pele disfarça bem meu próprio... tremor? Por que eu tô fazendo isso mesmo? Pai... eu não consegui te salvar. Novamente irei falhar...?
A consciência lentamente retorna em mim. A pressão sobre o meu corpo é quente, quente o bastante para me fazer suar. O calafrio que antes sentia agora se torna repulsa, pois o cheiro que me atinge revela quem é causador deste calor.
Abro meus olhos. Sobre meus pés antes congelados está um casaco puramente de pele, e abaixo do meu pescoço dois braços aquecem-me. Na minha orelha ouço uma respiração lenta e calma, quase parando.
— Largue-me...- resmungo sentindo queimação ao respirar. Só então noto as minhas mãos e pés amarrados. Como ousam...!
— Querida.- paro de me mexer ouvindo uma voz desconhecida.- Astamir...- a mulher atrás de mim se mexe. Então este é seu nome. Astamir... que desconcertante, parece que já-
– Tô indo... vovó.- Astamir lentamente me solta, me sentando contra a parede. Seus olhos grogues ficam fechados enquanto a sua mão pousa na minha testa.- Sem febre... vovó! O remédio deu certo...- remédio?!
Vejo a mestiça se por de pé. Hoje observando melhor noto a sua figura por inteira. Não é como os mestiços descritos nas histórias. Não é um monstro cheio de dentes e garras afiadas, não possui a morte nos olhos e não cheira a fumaça e enxofre. Há falta de tatuagens de maldição pelo corpo ou cicatrizes feitas por suas vítimas mortas.
Simplesmente parece uma mulher da raça dos tigres brancos Sagrados. O que é raro... tigres brancos são quase extintos. Mas este nome... Astamir, onde o conheci?
— Tá me encarando por que?- ela fala ainda de olhos fechados. Como está-me vendo?!
— Solte-me antes que eu... argh!- fecho a boca ao sentir a bile subir pela garganta misturado com sangue.
– Bem que eu queria saco de pulgas. Primeiro tenho que cuidar destas feridas. Depois da um jeito de você não abrir sua boca pra ninguém.- ela fala se virando e sumindo pela cortina de fios e bolinhas pretas que tilintam ao baterem umas contra as outras.
As vozes no outro cômodo começam. Aproveito a deixa para tentar me soltar. Estas cordas não são grossas, então por que parecem tão resitentes?!
Com os meus caninos trato de roer os fios. Tem um sabor amargo e os fios parecem ferir minha gengiva a cada mordida. Maldição!
— Uma bruxa.- resmungo.- Estas duas devem ser...
— ... Irei para o templo no seu lugar, porém os espíritos sentirão a sua falta, Astamir.- espíritos?
— Queria ter outra solução... eu... não posso deixar sair neste estado. Irá morrer ou pelo frio, ou pelo veneno no seu sistema.- então estou envenenado.- E além, solta-lo... ele pode entregar a minha localização e vender meu sangue, ou pior! Pode querer consumir meu sangue e-
– Chega criança. Pare de se torturar pelo passado...- a velha fala com carinho retendo a ponta de tristeza na voz.- Este jovem não é quem imagina. Tome cuidado. Ele será ruína. E você a salvação dele.- o quê? O que está velha está falando?!
– Meu destino, faço eu vovó.- Astamir retorna a sala e olha-me com espanto.- Tava roendo as cordas? Imbecil, quer ficar sem a língua?!
— Me solte aberração.- falo com fúria observando o seu sorriso soberbo na cara.
– Claro que não. Para você morrer congelado? Ou envenenado? Ou por algum Tigre?!- ela tagarela indo até uma mesa que está ao lado de uma lareira acesa, e de dentro ela tira um alumínio enrolado em algo que fumega entre os seus dedos.- Isso seria um cúmulo! Ainda mais nas terras que eu cuido! O senhor é um arrogante se pensa que...
— Não queima?- falo.
— ... Sobreviver... ah? Isso? Ah! Não. Talvez queime, mas eu não sinto.- ela fala com tamanha naturalidade sem se importar com as feridas que este fogo vai deixar.- Me diga onde dói exatamente?
– Por que eu deveria te ouvir? Uma aberração...- minha fala parece não atingi-la, pois ao desenrolar o alumínio fumegante, a mestiça pega uma lâmina de prata.
– Acho que vai servir.- fala se aproximando de mim.
– O que pensa que vai fazer com isso?! Tire essa lâmina de perto...!- as cordas são cortadas.
Os fios atingem o chão como uma pedra pesada de concreto. Subitamente sinto um alívio nas dores abdominais, até mesmo a minha respiração naturaliza.
— De nada.- Astamir sorri superior se afastando. Aquelas cordas estavam... sugando o veneno do meu corpo?- Qual o seu nome?- ela pergunta se virando novamente com outro aparelho nas mãos.
— Mestiça, você não é digna de saber quem eu sou.- falo e ela revira os olhos.
— Então, gosta de agulhas?
Os próximos dias passam como um borrão. Mal acompanho o processo inteiro. Sinto-me uma cobaia nas mãos destas duas criaturas que me prendem aqui.
Até que um dia, estou bem o bastante para andar sozinho...
O frio aqui fora é esmagador, se não fosse pelas vestimentas que recebi, nem a minha forma de lobo resistiria.
– Oh, parece que você nasceu pra coisa Astamir!- ouço vozes vindo da lateral da casa.- Parece que ele vai sobreviver!
Tomado pela curiosidade sigo o som. Detenho logo meus passos ao ver a mestiça sentada sobre uma parte do gramado totalmente sem gelo e cercada por uma mine cerca de arames. Seu sorriso é... doce, mas o que assombra é o ser deitado em seus braços.
– Você pode dizer se ele é um lobo humano ou só um lobo, vovó?- a idosa nega.- Então... de qualquer jeito vou cuidar dele.- Astamir acaricia o pelo cinza daquele lobinho com uma mão e com a outra termina de alimenta-lo com uma mamadeira.
— Que nome vai dar a ele?- a velha pergunta vendo a mestiça por o bebê sobre o relvado verde.
– Eu não sei... talvez quando ele abrir os olhos e andar, a gente possa decidir.- então diante meus olhos vejo a grama crescer severamente, cobrindo todo o corpo desvanecido daquele pequeno.
– Bem, então vamos. Temos que...- a velha me olha.- Você já está andando?
– O que faz aqui?!- Astamir me olha assombrada.- Fique longe!- fala se pondo a frente do gramado.- Sei que você é um Alfa, então fique longe do lobinho!!
Então, é por isso. Lobos realmente são territorialista, quando outro alfa surge a ameaça começa, levando a conflitos. Tola... este território ainda não é meu. Ainda.
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