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A Loba Rejeitada

Capítulo 1. Lizandra

Quem olha de fora, pensa ser uma cidadezinha de interior, tranquila e pacata.

Eu estou olhando esta cidade, do alto de um morro, não muito alto, mas o suficiente para ter uma queda d'água. Estou sentada na relva, posso admirar tudo à minha volta e a imagem é linda!

Daqui posso ver a cidade, assim como parte da floresta que a rodeia e sentir a queda d'água atrás de mim. O barulho é acalentador e consigo sentir os respingos d'água, refrescantes, cairem sobre mim e lavarem a minha alma.

Você deve se perguntar, porque eu estou aqui, quando o sol ainda está bem alto e é horário de trabalho. A questão é, não encontro outro lugar que possa ficar em paz, aqui não tem ninguém à minha volta para perturbar, que era o que estava acontecendo onde moro e trabalho.

Sou uma pessoa considerada inferior na cidade onde moro. Alguns acham que sou insignificante, pois sou a filha da costureira. Não temos dinheiro e nem uma boa vida social. Preciso trabalhar e ajudar minha mãe nas costuras, passo o dia fazendo bainhas, pregando botões, alinhavando e bordando.

Teremos uma festa muito em breve e muitos vieram fazer encomendas. Durante as provas de roupa, sou chutada, humilhada e agredida de todas as maneiras, pelos clientes. Às vezes, não tenho tempo nem de comer e, estou muito magra, bem abaixo do peso ideal.

Meus cabelos estão ressecados e opacos e minhas roupas já estão bem gastas. Com a grande encomenda de roupas, minha mãe precisou comprar muitos tecidos. Isso poderia me dar o direito de fazer um vestido para mim também, porém, minha mãe não deixa.

Ela me trata mal porque diz que meu pai a deixou por minha causa. O problema é que meu pai era moreno e eu nasci ruiva. Minha mãe é morena clara e meu pai ficou desconfiado, pois na noite em que fui gerada, meu pai se perdeu da minha mãe no meio da noite e minha mãe logo estava mostrando os sintomas da gravidez.

Homens!

Sempre desconfiados e precipitados.

Minha vida não tem sido fácil, pois como minha mãe me trata mal na frente dos outros, quem vê, também acha que pode fazer o mesmo e me trata mal também. O nosso líder não se incomoda, pois pensa que meu pai estava certo.

Olhando aqui de cima, a cidade é linda, calma e parece que tudo está em paz, mas lá dentro, é um tumulto e um burburinho só. Muita fofoca, muito ciúme, muita inveja e muitas jovens querendo conquistar o nosso líder.

Minha cidade, na verdade, é uma Alcateia e nós, somos criaturas sobrenaturais, lobisomens, vivemos numa sociedade escondida dos homens, mas também convivemos com eles. Eles nos visitam em certas épocas do ano, quando é permitido, mas eles não percebem quem somos.

Nasci há 45 anos. Para os humanos, posso estar madura, mas nossa raça vive muito, ainda não atingi a maioridade, digamos que estou saindo da adolescência, com aproximadamente 19 anos.

Apesar de ser filha de lobos, algo estranho aconteceu na noite em que fui concebida. A minha mãe, não conta o que foi, muito menos o meu suposto pai que me rejeitou quando nasci e ela desconta em mim a falta que sente do meu pai.

Sim! Ele é meu pai, querendo ou não, aceitando ou não.

Fiz uma pesquisa sobre arvore genealógica na biblioteca da cidade. Ela é grande e tem livros sobre todos os assuntos e descobri que na família de meu pai, houve uma ancestral com quem me pareço. Ela também foi discriminada, mas fugiu e ninguém sabe o que aconteceu com ela. É um tabu, falar sobre ela.

Pensei várias vezes em ir falar com ele, mas a careta de nojo que ele faz ao me ver na rua, junto com o atravessar para o outro lado, me fizeram desistir. Por mais que eu me esconda de todos, não tenho sangue de barata e meu orgulho foi o único sentimento de consolo que me restou.

Na idade certa, me transformei pela primeira vez e minha loba tem uma pelagem ruiva clara, puxando para o rosa, com mechas esverdeadas quase azuis. Comigo, tudo parece quase, quase aquela cor, quase aquele pai, quase não é feia, quase é normal, quase...

Por isso não falei para ninguém que já tenho minha loba e só me transformo quando estou sozinha. Graças a ela, não morremos de fome.

Meus cabelos também são ruivos quase rosados, por isso, eu os corto curtos e estou sempre com a cabeça coberta por tiras de pano. São sobras de tecido, que costuradas, formam uma faixa, que envolve toda a minha cabeça, assim, ninguém vê meus cabelos diferentes. Pois na Alcateia toda, não existe um ruivo sequer, só morenos de cabelos escuros.

De uns tempos para cá, a minha loba anda inquieta e pedindo para deixar o cabelo crescer, afinal, faz parte do pelo dela. Assim, estou atendendo seu pedido e deixando eles crescerem, mas mantenho eles sempre ocultos.

Também tenho uns calombos estranhos nas cotas, parecem extensão das escápulas, bem perto da coluna vertebral. Não sei o que é, mas uso blusas folgadas, para disfarçar. Eles aparecem bem, sobre as costas de minha loba também, já tentei ver pelo reflexo na água do lago, mas não consegui. Minha loba, Rose, disse que vou saber na próxima lua azul. Falta somente uma semana.

Meu nome é Lizandra, foi meu pai que escolheu antes de eu nascer, era uma homenagem para a mãe dele, mas quando ele me viu pela primeira vez, ficou com tanta raiva, que foi embora na mesma hora e minha mãe ficou tão arrasada que nem pensou em trocar o nome.

Acho meu nome lindo, mas ninguém me chama por ele, acho que nem sabem qual é. Para todos, meu nome é coisa, coisinha, esquisita...

Não posso dizer que não ligo, afinal, nosso nome é nossa identidade, deve ser respeitado. Mas não discuto e nem fico reclamando e exigindo que me tratem bem. Meu sonho é um dia me tornar alguém tão especial, que todos me admirem e reconheçam que também sou alguém.

Sei que é só um sonho, mas sonhar é de graça e ninguém sabe, então, não podem criticar, é algo só meu, que até me trás um sorriso ao rosto. Pode dizer que sou uma otimista, que fantasio demais, mas todos precisamos de uma válvula de escape.

Minha barriga acabou de roncar, é fome, pois não comi nada no café, nem podia, pois não tinha. Ultimamente só tenho me alimentado, como já disse, graças a Rose, que caça de madrugada quando a deixo sair.

Mas ela já está a duas noites sem sair. Pois da última vez, fomos perseguidas por um lobo negro muito grande, creio que era o Alfa Derick e não queremos que ele nos veja, sabe-se lá o que ele iria fazer, se nos pegasse.

Por hora, vou ficar aqui quietinha, tomando sol e curtindo o barulho das águas, enquanto espero minha mãe terminar de atender seus fregueses. Apreciar a natureza é tudo que eu tenho e ninguém pode tirar.

Capítulo 2. Achei

Derick

Meu nome é Derick e sou o Alfa da Alcateia Lua Azul, estou passando por todos os setores de trabalho para verificar se tudo está indo bem. Teremos uma comemoração para a Lua Azul e grandes coisas devem acontecer.

Estou muito ansioso e o meu lobo anda inquieto, pois receberemos um poder especial na noite da comemoração e reconheceremos a nossa companheira.

Por hora, só podemos esperar.

A Alcateia está muito bem financeiramente. De uns tempos para cá, as árvores cresceram rápido e multiplicou a quantidade de frutos, frutos estes, grandes e viçosos, atraindo muitos compradores. Precisei comprar um caminhão, para escoar a mercadoria, pois em minha picape, não cabia mais.

Paço pela praça e vejo muitas mulheres e jovens arrumando tudo, capinando, varrendo, preparando o lugar para os enfeites e para o palco que será montado. Faremos uma caçada especial para termos carne para todos.

Aqui, não fazemos barraquinhas para venda de alimentos, como os humanos fazem, é tudo gratuito. O povo ganha seu salário por trabalhar e o lucro das vendas financia os eventos.

Pelo empenho que estou vendo, será uma linda festa. Acabei de avistar um grupo de jovens faceiras, elas me olham interessadas, paqueram, lançam sorrisos maravilhosos e eu, apesar de me sentir orgulhoso pelo interesse, só dou um aceno de mão.

Estou esperando pela minha companheira.

Segui em direção a horta, depois de passar pelo pomar e olhei para o imenso terreno a minha frente, muitos canteiros tinham sido feitos. Alguns já estavam cobertos por brotos e outros estavam marcados. Fui até a estufa falar com o mestre Túlio.

Mestre Túlio é o ancião de nossa Alcateia, ele é o ancião da Alcateia e já passou por cinco gerações. Por isso seus conselhos são muito respeitados e procurados por todos. Ainda tem muito vigor e cuida da nossa horta com muito zelo.

Encontrei-o mexendo num canteiro suspenso, cheio de mudas, separando-as.

— Mestre Túlio, bom dia! — chamei-o, para que me notasse, já que estava tão concentrado.

—  Bom dia, meu Alfa, gostou dos canteiros? — respondeu ele, sempre solicito e com um sorriso no rosto.

— Pensei que estaria mais adiantado... — comentei, meneando a cabeça e enrugando a testa, demonstrando meu descontentamento.

— Desculpe, meu Alfa, mas não tenho pessoal para me ajudar, estão todos ocupados com os preparativos para a festa da lua azul. — bateu ele, uma mão na outra para limpar a terra e começou a andar em direção a saída. O segui, e ele, olhando para os canteiros, esticou o braço direito apontando para os tubos de espalhados na lateral, esperando para a serem instalados.

—  Está vendo a tubulação de irrigação, ainda precisa ser instalada, mas as mudas precisam ser colocadas no solo. Não posso fazer tudo sozinho. Jimi foi ajudar na colheita dos frutos e Mário está consertando um cano que estourou, próximo a represa. Como pode ver, está precário de mão de obra. — explicou ele, não como reclamação, mas apenas relatando o problema.

Observei tudo, pensativo, olhei para as árvores em volta e para o morro... Foi então que vi, com minha visão lupina excelente, uma figura sentada no topo do morro. Mas que descarada, todos trabalhando e ela sentada, só desfrutando do dia maravilhoso.

Num impulso, saí correndo com a velocidade de meu lobo, subi o morro e logo estava atrás dela. Sabia quem era, pelo pano na cabeça e a expressão de deleite em seu rosto, me irritou mais ainda

— Ô coisinha!!!??? — chamei, com grosseria

— Ah? — virou-se surpresa e assustada. Quando me viu, ficou de pé, abaixando a cabeça em sinal de respeito e subserviência, que era o correto, diante do Alfa. — Sim, Alfa, chamou!?

— O que faz aqui, desfrutando enquanto todos trabalham? Não precisa responder... Venha! — Nem dei oportunidade, o que poderia me dizer aquela coisinha insignificante?

Ela ficou parada, me olhando com aqueles olhos verdes arregalados, tentou dizer alguma coisa, mas não deixei.

—  Venha! AGORA!!!!! — liberei minha dominância, para que me obedecesse, mas ela continuou parada. Estranho, parece que minha dominância não a afetou.

Peguei-a pelo braço e saí arrastando-a, ela era meio corcunda e com aquele pano na cabeça, parecia um zumbi. Estava magra e cheia de olheiras, mas serviria para o que eu queria.

— Venha, esquisita, anda mais rápido e vê se não cai ou vai rolando até lá embaixo.  Onde já se viu, além de horrorosa, preguiçosa e imunda. Vai trabalhar para aprender...

Assim, fui correndo com ela tropeçando atrás, não ligo a mínima. Ela merece, para dar valor à vida, mesmo que seja fruto de um desconhecido, desfruta da misericórdia da Alcateia.

Contudo, uma coisa me chamou a atenção, além de suas roupas rotas e sua magreza excessiva, o fato de minha dominância não tê-la afetado, afinal, ela nem loba tinha.

Por pensar em loba, lembrei da loba que vi na floresta dias atrás. Corri atrás dela, mas não consegui a alcançar.  Podia jurar que tinha cores diferentes. Mas isso não interessa agora, mesmo porque, não a vi mais.

Consegui chegar na base do morro e fui em direção ao Mestre Túlio.

— O que está fazendo com a menina, meu Alfa? — perguntou-me o mestre.

— Aqui está a sua mais nova ajudante, põe ela para trabalhar, de manhã à noite, ninguém fica sem trabalhar nessa Alcateia. — ordenei e larguei o braço dela, que ficou esfregando o lugar com a outra mão.

— Tudo bem, meu Alfa. Obrigado, farei bom proveito dessa mão de obra especial. — Ele deve estar ficando cego, desde quando aquela esquisita é especial?

— Pense como quiser, passo amanhã para ver como está indo o serviço. Não deixe ela desfrutar de moleza, como estava fazendo. Se ela come, tem que trabalhar.

Deixei os dois lá e saí para continuar minha vistoria. Tenho que manter tudo sob vigilância constante, nunca se sabe quando algo vai acontecer. Ainda mais agora, que estamos tão prósperos e todo lugar próspero, atrai invejosos, que não se contentam em olhar o progresso dos outros e planejam destruir o que não podem ter.

Por onde passo, todos me cumprimentam, querem conversar, mas não posso, prossigo para meu intendo, só acenando e sorrindo.

Capítulo 3. Magia

Derick

Temos uma Alcateia vizinha, cujo Alfa não se conforma por vencermos toda a concorrência e ele ficar com seus produtos encalhados, tendo que ir de feira em feira, nas cidades vizinhas para vender. Por isso, treino meus homens para estarem sempre vigilantes.

Também treino bastante, mandei construir uma academia especial para treinarmos. Tem aparelhos de musculação e um ring para treinos de luta. Gosto de ser prevenido, mas aqui, só treinam homens, as mulheres têm outra função.

Passei um tempo ali e fui para casa, o dia foi proveitoso, mas ainda tenho alguns documentos para examinar no escritório.

Afonso abre a porta antes mesmo de eu chegar.

— Boa tarde, Alfa. — cumprimentou, com sua voz grossa.

— Boa tarde, Afonso, vou para o escritório, só atendo se for muito urgente. — Avisei.

— Sim, Alfa. Levarei-lhe um lanche. — Ele está sempre um passo a frente, eficiência em pessoa.

— Obrigado, Afonso.

Agora é só burocracia, fazer o quê, trabalho necessário.

Lizandra

Mal percebi a chegada do Alfa e já estava sendo arrastada morro abaixo. Não me deixou explicar que estava em um intervalo de trabalho e pelo jeito, não me deixaria falar nada, agora e nem nunca.

É hoje que levo uma surra, quando chegar em casa. Pior é que tô morrendo de fome e pelo visto, tem alguma coisa que ele quer que eu faça. Essa noite não vou poder privar Rose de caçar, precisamos nos alimentar.

Ele me arrastou até a estufa nova e me parou em frente ao mestre Túlio, um homem cheio de experiência e sabedoria, que está sempre cuidando das plantas e ervas que servem a nossa subsistência e também para o comércio externo. Muito respeitado, sábio, bondoso, tranquilo e sempre com um sorriso no rosto, perguntou ao Alfa Derick.

— O que está fazendo com a menina, meu Alfa?

— Aqui está a sua mais nova ajudante, põe ela para trabalhar de manhã à noite, ninguém fica sem trabalhar nessa Alcateia.

Largou o meu braço e massageei a área dolorida.

Só depois que ele se foi, resmungando, é que mestre Túlio falou comigo.

—  Então, Lizandra, o que houve dessa vez? — perguntou, supondo que eu não estava atoa sem motivos. Mas o que estranhei, foi ele saber e lembrar do meu nome.

Olhei para ele curiosa e perguntei:

— O senhor se lembra do meu nome?

— A pergunta certa seria: o que eu não sei? Já lembrar, é outra coisa... Venha criança, vou lhe dar algo para comer, você não vai fazer muita coisa, com esse estômago roncando de fome.

Me encolhi com vergonha, realmente, o meu estômago estava roncando. O segui para os fundos da estufa, onde tinha uma cozinha pequena, com pia, frigobar, microondas, balcão e uma pequena mesa com dois bancos.

— Responda criança, o que você aprontou agora, ou melhor, o que aprontaram com você? — perguntou novamente, colocando um prato coberto no microondas.

Sentei no banco, olhando para baixo, coloquei as mãos sobre a mesa, cutucando os dedos e pensando se devia contar, mas olhando para sua bondade, confiei e contei:

— Bem... Estava costurando, quando alguns fregueses da minha mãe entraram e enquanto ela foi pegar as encomendas deles, começaram a implicar comigo. Como não respondi, me empurraram, caí do banco e começaram a me chutar. Me arrastei rápido, engatinhando, levantei e corri pela porta dos fundos, subi o morro e sentei, esperando eles saírem para eu poder voltar. Mas como pode ver, não deu tempo,  — soltei um suspiro cansado e olhei para o mestre. — O Alfa chegou antes.

O microondas apitou, ele abriu e pegou o prato, destampou, colocou a tampa na pia e o prato em minha frente, buscou uma colher na gaveta do gabinete da pia e entregou-me.

— Coma criança, você está precisando. — falou, me olhando com um sorriso gentil.

Buscou uma garrafa d'água no frigobar, despejou nos dois copos que estavam sobre a mesa e me deu um. Sentou-se à minha frente, bebendo a água do outro copo e sem comentários sobre minha situação, começou a explicar o que eu iria fazer.

Comi com vontade, quando acabei, ele me mostrou as mudas que precisavam ser separadas para o plantio e onde seriam plantadas, me deixou trabalhando e saiu, avisando antes:

— Preciso dar uma saída, mas já volto.

Por um instante fiquei parada, olhando para suas costas, saindo e analisei tudo que aconteceu. No final, não foi tão ruim assim, para mim. Trabalhar com a minha mãe era terrível e ainda tinha que aguentar aqueles fregueses.

Olhei à minha volta e vi que era tudo arrumado e harmonioso. A quietude do lugar aquietava a minha alma, tudo estava tranquilo e em paz. Até o grosseiro do Alfa voltar, desfrutarei desta solidão abençoada.

As mudinhas parecem que estão me pedindo socorro, pois querem espaço para crescer. Me sinto tão em comunhão com elas, que parece que podemos conversar como boas amigas.

Derick

Como Alfa, tenho muito trabalho, mas também tenho uma equipe que me ajuda muito. Meus betas: Carlos e Nestor, são da época de meu pai e muito os estimo, são os principais administradores.

Os outros três que me ajudam no controle dos trabalhos, são amigos que cresceram comigo, temos quase a mesma idade, 90 anos, com carinha de 25. As mulheres gostam da gente, estamos sempre saciados, se é que me entendem... Dou um sorriso de lado, lembrando da última.

Nos últimos tempos, tenho sentido falta da minha companheira, meu lobo Thomas, está bem agitado e não quer pegar mais nenhuma loba que não seja sua companheira. Tenho a impressão de que ela está por perto, mas só vou ter certeza na noite da lua azul. Por esse motivo, estou mais irritado que o normal.

Cheguei ao escritório, vou pôr em dia a papelada. Espero que aquela esquisita dê conta do serviço e não atrapalhe o mestre Túlio. Ele precisa de ajuda e não de mais trabalho. Não sei se foi uma boa ideia, levá-la pra lá, mas foi o que deu para arranjar.

Terminei meus afazeres e fui descansar, ainda pensando em como será minha companheira, mas na mesma hora me veio à mente, a esquisita.

Que raiva!

Por quê justo a imagem dela, foi que veio à minha mente? Só quero sonhar um pouco, acordado, e não ter um pesadelo. Nestor devia tê-la matado logo ao nascer, assim não teríamos que olhar para aquela aberração, todos os dias.

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