-Papai, mamãe, hoje é o dia da minha viagem. Estou muito animada!
Açucena deposita as flores no túmulo de seus pais Camila e Éden e senta-se num banco em frente a ele. Eles haviam partido há três anos, em um terrível acidente de carro. Foi uma perda irreparável para ela e seu irmão Leonardo, então se uniram ainda mais e buscaram juntos a força necessária para suportarem a dor.
-Será por apenas um mês, uns quarenta dias no máximo, mas sei que lá vou encontrar a inspiração que preciso para escrever meu romance de época.
Mesmo sabendo que não podiam ouvi-la, visita-los e conversar sempre a fazia sentir-se melhor.
Açucena era uma linda mulata de olhos verdes e cabelos lisos, dona de uma beleza singular, tinha um belo corpo e jeito de menina. Formada em literatura, gerenciava o restaurante da família ao lado do seu irmão Leonardo, mas sempre havia sonhado em tornar-se escritora de histórias que remetessem a vida no tempo do Brasil Colônia. Para ela o romantismo daquela época era único e as histórias de amor que desafiavam os rígidos costumes e a sociedade eram a sua paixão
No fundo, sentia-se como alguém que havia nascido na época errada, seus valores e visão de mundo eram diferentes das garotas de sua idade. Por toda sua vida esperava pelo dia que finalmente encontraria seu primeiro amor e viveria uma história épica. Por isso jamais havia namorado, na verdade, mesmo tendo 23 anos jamais havia sequer beijado alguém. Ela não queria perder tempo com romances que seriam meras distrações, antes seu foco estava apenas naquele que seria o dono do seu coração.
Para alguns, isso poderia soar excessivamente romântico e ingênuo, mas ela nunca se deixou abalar pelas críticas ao seu estilo de vida, afinal jamais tentou impô-lo a ninguém, então da mesma forma que respeitava o modo de viver das outras pessoas, queria que a respeitassem também. Em seu coração sempre teve a certeza que havia nascido para pertencer à um único homem e que quando se apaixonasse, seria para a vida inteira, então torcia para que quando o encontrasse, fosse correspondida com a mesma intensidade.
Açucena morava em uma pequena cidade turística no litoral da Bahia chamada *Firmamento. Ela havia crescido correndo naquelas praias com os cabelos soltos ao vento e um livro nas mãos. Sempre vivia com seu nariz metido nos livros. Quando lia, sentia-se transportada para uma outra dimensão, por vezes havia passado noites em claro, pois simplesmente não conseguia dormir sem saber o fim da história. Quando se dava conta, o sol estava raiando.
Ela havia resolvido escrever uma história sobre o amor de um marinheiro e uma aristocrata herdeira do café, mas queria encontrar uma inspiração para criar o perfil de sua protagonista, sentia que precisava de uma referência forte para que se ambientasse naquele mundo em que ela viveria. Sua mãe era do Vale do Café do Rio de Janeiro e ela crescera ouvindo falar sobre as belezas e riqueza cultural daquela região, mas infelizmente seus pais morreram antes que pudessem retornar à sua terra natal.
Sua mãe sempre manteve contato com uma amiga de infância, Lydia, então Açucena pediu sua ajuda para conseguir um emprego nas fazendas centenárias da região. Não que precisasse dele, ela poderia se hospedar em algum hotel, mas o que buscava era algo mais profundo, queria morar um tempo para viver uma experiência mais completa. A resposta que tanto esperava havia chegado no dia anterior e ela precisou arrumar sua bagagem rapidamente.
O cemitério ficava numa encosta próxima ao mar e tinha uma vista única. Então mesmo indo ali por um motivo tão triste, sentia-se reconfortada com o esplendor da natureza ao seu redor. Ela se despede e vai para casa, iria para uma cidade próxima pegar o voo para a capital Rio de Janeiro e de lá pegaria um ônibus para a cidade *Bela Vista, onde Lydia morava.
Seu irmão foi contrário à essa ideia, mas ela era uma mulher independente e não abriu mão do que queria. Vendo que havia sido vencido, Léo, como era chamado pelos amigos, acabou concordando depois de fazê-la prometer que estariam sempre em contato.
-Tem certeza de que vai mesmo fazer isso? - Indagou Leo, ainda insatisfeito com a sua viagem.
-Como te disse das últimas cem vezes que me perguntou, a resposta é SIM! – Ele faz uma careta de reprovação, mas ela não se deixa intimidar. – Para de ser dramático, vai ser pouco tempo, vou aproveitar que é inverno e estamos na baixa temporada para fazer o laboratório. Prometo voltar sã e salva.
Açucena corre e fica na ponta dos pés para lhe dar um beijo na bochecha. Seu irmão era toda a família que possuía, uma vez que seus pais perderam o contato com seus parentes, que reprovavam o casamento deles. Ele era um homem de 28 anos negro, alto e forte, com belos olhos amendoados, era muito parecido com seu pai.
-Ok, Sussu. Mas me ligue todos os dias. Juro que se você não me mandar notícias, pego o primeiro voo e te trago para casa.
-Tá bom, tá bom, entendi. Agora para de ser chato e me leva logo para o aeroporto.
*cidades fictícias
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Começa aqui a jornada de Açucena, uma personagem que certamente ganhará o coração de todos vocês .
Conto com a interação dos meus queridos leitores. Cada curtida e comentário ajuda muito no engajamento do livro, assim a plataforma o exibirá para mais pessoas.
Um grande 😘 e obrigada por se permitirem conhecer essa história.
Até mais!🌹🌹🌹
Açucena sorri diante da paisagem que vê pela janela do ônibus. A região do Vale do Café possuía uma natureza exuberante, que oscila suas cores em tons de verde da mata atlântica, em meio a uma imensidão de colinas, dando a ele um aspecto único. Á cada curva ou subida, uma descoberta. O Vale parece querer revelar-se em gotas, provocando nela uma excitação e grande expectativa diante de tudo que está por descobrir.
Ela se lembrou do que lera em um site de turismo no Vale: “ Charmosas formas arredondadas descortinam o Vale do Café misteriosamente. Nada é óbvio. É terra ancestral, suavizada pelo vento, que sabe a importância da discrição, para provocar interesse no viajante. São contos de mil e uma noites, ou de mil e um montes: as colinas falam do movimento amoroso das inúmeras tentativas da terra em alcançar o céu. Ato poético gravado em relevo estático, e recontado pelos habitantes. ”
-Definitivamente, essas palavras traduzem bem a realidade. – Falou consigo mesma.
Ao descer do ônibus ela arrepia-se da cabeça aos pés. Não era acostumada àquele frio, onde morava a maior diferença entre o inverno e o verão era a quantidade de chuvas, mas a temperatura era a mesma praticamente em todas as estações. Enquanto fechava os botões de seu casaco, viu uma figura conhecida se aproximar com um belo sorriso no rosto. Era Lydia, a amiga de sua mãe que iria hospedá-la nos primeiros dias, que fora recepciona-la.
-Seja bem-vinda, minha querida. Fez boa viagem? - Elas se aproximam e se abraçam apertado. Quando se afastam seus olhos estão cheios de lágrimas. Ao se entreolharem foi impossível não lembrarem de Camila.
-Oi, tia Lydia. Sim, fiz uma ótima viagem, muito tranquila... Finalmente te conheci pessoalmente. Ouvi tanto falar de você minha vida toda! A mamãe te admirava muito.
De fato, Lydia, que havia ficado viúva muito nova, lutou para criar os dois filhos sozinha. Agora sua filha Vanessa era casada e morava na capital e seu filho mais velho Bruno era guia turístico da região. Lydia era uma mulher que aparentava ter um pouco mais de cinquenta anos, estatura mediana, era loira de olhos castanhos, um sorriso doce e olhar amável.
-Ah, nem me fale. Eu também sempre admirei sua mãe, ela teve coragem para lutar pelo seu grande amor e pelo que acreditava. Sabe que mesmo sendo a cara do seu pai, você tem os olhos dela? E é igualmente linda!
Envergonhada, Açucena abaixa a cabeça. Ela sempre ficava sem jeito quando ouvia elogios.
-Obrigada. Ela sempre brincava que o papai era egoísta, que só me deixou herdar os olhos e o cabelo dela. Já meu irmão não herdou nada mesmo!
As duas riem e são interrompidas por um belo homem que se aproxima todo sorridente. Ele era alto, cabelos e olhos negros, porte atlético e simplesmente lindo.
-Olha só, então essa beldade é a Açucena? Mãe, você a fez parecer uma criança quando falou dela! - Ele abraça Lydia e estende a mão para Açucena.
-Sim, prazer, sou Açucena. – Ela lhe responde com um sorriso tímido. Jamais havia sido chamada de beldade.
“Que gato! Bem que a Lydia havia comentado que seu filho era lindo. ”
-Acredite, o prazer é todo meu! – Ele lhe dá uma piscada divertida e depois pega suas malas. – Vamos? A dona Lydia aí preparou um verdadeiro banquete para te recepcionar!
-Esse menino é exagerado! Apenas fiz uma mesa de café para sentarmos e comermos enquanto colocamos nosso papo em dia.
Lydia abraça Açucena e elas seguem Bruno em direção ao carro.
Bela Vista era um perfeito exemplar de cidade do interior charmosa. A praça central possuía um antigo coreto e uma linda igreja católica centenária. As ruas eram bem arborizadas e repletas de casas antigas, com sua arquitetura tradicional preservada.
-Essa cidade é tão bonita! Parece que o passado é mais vivo aqui!
A sua cidade também é linda, não é mesmo? O litoral da Bahia é muito bonito. – Respondeu-lhe Bruno, a observando pelo espelho retrovisor.
Sim, mas de um jeito bem diferente. Cresci ouvindo falar sobre essa terra e realmente a mamãe não exagerou em nada. Aqui é um lugar muito especial.
Lydia sorri diante dos elogios e diz:
-Que bom que gostou, Açucena. Quero que se sinta em casa enquanto estiver aqui.
A casa de Lydia era em estilo colonial tradicional, cercada de varandas com espreguiçadeiras, de tamanho grande e extremamente limpa e organizada. Na cozinha, uma enorme mesa de madeira com bancos, que acomodaria facilmente umas quinze pessoas.
-Tia Lydia, quantas pessoas vêm lanchar conosco? Isso aqui dá pra alimentar um batalhão! - Exclama Açucena admirada com tanta variedade de comida em sua frente. Café com melado, aipim (mandioca), batata doce, milho cozido, angu doce e arroz doce, manteiga de garrafa, broa, bolo de milho, ovo mexido, queijo branco e coalhada, doces de abóbora com coco, mamão verde, laranja e doce de leite.
-Ah, é só para nós três mesmo. É que fiz de tudo um pouco.
-Esse é o legítimo café colonial!- admira Açucena.
-Se não tomar cuidado, voltará acima do peso para a sua casa. A mamãe adora fazer os outros comerem!
Eles riem alto, mesmo com os protestos de Lydia. Então se servem e começam a conversar. Açucena fez uma chamada de vídeo para seu irmão para contar que havia chegado bem e para lhe fazer figa, mostrando tudo que Lydia havia preparado.
-Tia Lydia, quando eu te visitar, quero uma mesa de comida ainda maior, só pra eu me vingar da Sussú.
-Claro, Leo, será um prazer. Anima e venha me ver.
Bruno não perde a oportunidade e diz:
Venha mesmo irmão. Aqui tem muitas gatas para eu te apresentar.
-Opa, quem sabe amanhã mesmo eu não apareço aí?
Todos riem e Leo se despede. Açucena ficou sabendo de várias histórias engraçadas e divertidas de seus pais. Como eles não gostavam de falar sobre o passado deles, ela se maravilhava com tudo que Lydia dizia.
-Obrigada por me contar sobre meus pais. Eles nunca falavam de si mesmos, quando tocavam no passado era sempre sobre coisas neutras ou sobre a cidade. Até hoje eu e meu irmão não soubemos direito o motivo da família não ter aceito o relacionamento deles. Eles se amavam e foram muito felizes.
-Ô minha filha, alguns assuntos são difíceis de serem mencionados. Tenho certeza que se não disseram nada para vocês é porque queriam poupá-los, mas vamos deixar isso de lado por enquanto. Você deveria descansar agora. Amanhã falamos sobre as vagas que vi aqui e em outra oportunidade tocamos no passado novamente. Se quiser poderemos até mesmo visitar seus parentes que ainda estão na cidade.
Açucena assente concordando e pede licença para se retirar. Ela toma um banho relaxante e, vencida pelo cansaço, acaba adormecendo.
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Bela Vista parece um pedacinho do Paraíso!😍😍😍
Quais aventuras aguardam Açucena? Bruno é um gato, não é mesmo?
Comentem e curtam, o engajamento de vocês é muito importante.
Um grande 😘
Açucena acorda cedo e se espreguiça. Depois de um sono revigorante, sentia-se pronta para começar o dia. Ela se arruma e quando chega à cozinha, encontra Lydia preparando o café a todo vapor.
-Bom dia, tia Lydia. Pensei que havia madrugado, mas percebi que não sou páreo para você.
-Bom dia, princesa. Sempre levanto muito cedo, vou para a padaria às quatro da manhã, depois retorno ás sete horas para descansar um pouco. Sabe como é, depois de anos trabalhando tanto, me dei ao luxo de diminuir o ritmo. Graças a Deus tenho funcionários de confiança e fico apenas fazendo o controle.
- O nome disso é qualidade de vida: poder trabalhar menos e desfrutar do que ele proporciona.
Lydia e seu marido Daniel possuíam uma padaria e depois da morte dele, ela passou a cuidar de tudo sozinha. Quando seus filhos eram pequenos ela os levava de madrugada para que não ficassem sozinhos em casa. Foi difícil, mas hoje colhia os frutos de todo seu esforço.
Elas riem uma para a outra e se sentam para tomarem café. Lydia explica os detalhes sobre a vaga que havia conseguido para ela. A maior fazenda da região, que também era um hotel fazenda, estava precisando de uma cozinheira. O hotel estava em reforma e tinha dado férias coletivas para todos os funcionários, mas o dono da propriedade estava vindo de São Paulo para acompanhar as reformas de perto, então precisaria de uma cozinheira.
-Filha, tem certeza de que quer mesmo essa vaga? Sabe que poderia ficar hospedada aqui em casa, o Bruno te levaria para fazer os passeios turísticos e te apresentaria a região.
-Quero sim, tia. Agradeço de coração a oferta da hospedagem, mas o que realmente quero é sentir a sensação de acordar naquele casarão e observar a paisagem ao amanhecer e entardecer. Quero poder andar livremente pela propriedade e conviver com as outras pessoas, sabe? Tenho certeza que valerá a pena.
- Tudo bem, filha. Mas saiba que pode contar comigo para o que precisar.
-Como bem sabe, cresci na cozinha do restaurante e sempre amei cozinhar. Eu até trouxe um livro de receitas da mamãe, tem muita comida típica dessa região. Vou busca-lo para que você dê uma olhada e me diga o que acha ideal para o dia-a-dia.
Açucena busca o livro e elas ficam conversando sobre as receitas. Elas acabam se emocionando ao lembrarem-se de seus pais. Algum tempo depois Bruno entra sem camisa, exibindo o abdome definido e deixando Açucena envergonhada.
-Filho, vá vestir uma camisa. Esqueceu que temos visita em casa?
Ele dá um sorriso divertido, volta para o quarto e depois retorna vestido.
-Será que agora posso comer? Estou morto de fome!
Ele se junta a elas e pergunta à Açucena:
-Então, minha linda, vai mesmo para a Fazenda Preciosa? – Ela assente e ele continua: - Boa sorte, lá é muito lindo, mas o dono é difícil de lidar. Ele é muito exigente e não é muito de conversa.
Ela o ouve atentamente, mas não se deixa abater.
- Não me importo com isso. Me concentrarei no meu trabalho e nos intervalos vou aproveitar para explorar o lugar o máximo que puder. Mas sua mãe me disse que você me apresentaria alguns lugares... não vou mentir, se puder realmente me levar, eu quero muito ir!
-Sempre estarei disponível para você, linda. Será um prazer.
Açucena sente suas bochechas queimarem. Então abaixou o rosto e agradeceu com um sorriso doce nos lábios. Estava muito empolgada em conhecer a grandiosa Fazenda Preciosa.
Lydia e Açucena preparam juntas o almoço e a tarde saem para passear pela pequena cidade. A riqueza dos casarões históricos, praças e ruas bem cuidadas enchiam os olhos dela. Açucena levou seu caderno de desenhos e logo começou a esboçar o magnífico prédio da prefeitura da cidade.
-Você é uma artista, menina! Quero um desenho meu também!
Lydia faz uma pose e Açucena faz um rápido esboço e lhe mostra.
-Não ficou muito bom, mas prometo depois fazer um melhor!
-Nossa eu amei! Vou mandar emoldurar. Você tem múltiplos talentos e esse você herdou do seu pai.
Elas ficam ali na praça tomando sorvete, observando as pessoas que iam e vinham sem pressa. Lydia aproveitou e a apresentava aos vizinhos e amigos, explicando de quem era filha. Açucena sentia-se muito bem-vinda, as pessoas eram extremamente simpáticas com ela.
“Talvez procure meus parentes aqui na cidade e me aproxime deles. ”
Quando a noite começa a cair, elas voltam para casa e Açucena vai para seu quarto e faz anotações, toma referências e faz mais alguns esboços. Depois toma banho e vai descansar pois no dia seguinte acordará cedo para ir para a fazenda.
Após tomarem um rápido café, Lydia e Açucena se despedem, Bruno a levará para a fazenda. Por vezes Açucena notou seu olhar de canto de olho para ela e isso a deixava intrigada.
-E aí, primo, por que você está me reparando tanto?
Ele faz uma expressão de curiosidade e responde sua pergunta com outra:
-Primo? Desde quando sou seu primo?
-Bom, sua mãe para mim é uma tia, logo naturalmente te considero como primo. Amei a ideia porque nunca tive contato com os familiares dos meus pais, sempre fomos só nós quatro lá em casa, hoje em dia só eu e meu irmão. Pensar em ter um primo é muito bom!
Ele dá um sorriso cafajeste e lhe responde:
- Pode me considerar o que quiser, desde isso não me impeça de namorar com você, tudo bem.
Ela o olha espantada, engole em seco e sente as bochechas queimarem de vergonha.
-Namorar? Como assim? Você está louco?
Bruno dá de ombros e responde sem se deixar abalar:
- Louco eu seria se visse uma beldade como você e não me interessasse, não acha?
“Ah, meu pai, agora morro de vergonha de vez! ”- ela pensou.
-Lá vem você com essa história de beldade... –Açucena ri, enquanto balança a cabeça em negação.
-Por que fica tão envergonhada ao ouvir elogios, Açucena? Uma mulher tão bonita não deveria nem se importar com eles, já que deve ouvi-los o tempo todo.
Ela dá uma gargalhada divertida.
-Nunca fui boa com elogios, além do mais, saiba que a primeira pessoa que me chamou assim foi você.
-Isso é porque sou mais esperto que todos!
-Ou o mais atirado!- ela retruca.
Eles riem e ela se volta para a linda paisagem ao seu redor. Então recita um trecho do poema Vale do Ciclo do Café:
...Um passeio pelo Vale...
...revitaliza a memória......
...Senzala, fazenda e café,...
...estão no passado da história....
- Você gosta de Rivkah Cohen? Interessante, minha linda Açucena. Você é uma caixinha de surpresas.
- Esqueceu que sou formada em literatura? Sou especialista em poesia nacional. Apesar de amar os grandes clássicos como Machado de Assis ou Camões, a poesia simples é o que me cativa porque é acessível e todos conseguem compreendê-la facilmente. Não é necessário que haja um intermediário explicando para os mais simples o seu significado, eles mesmos conseguem entende-la.
- Puxa, além de linda, simpática ainda é superinteligente. Se você não parar de ser tão perfeita, vou ser obrigado em te pedir em casamento agora mesmo.
Ela ri como o gracejo dele e pede que ele lhe conte um pouco sobre a história do Vale. E assim conversam até chegarem à imponente Fazenda Preciosa.
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Bruno além de lindo é muito simpático, não é?
Açucena parece gostar do seu jeito...
Agora começa sua história na Fazenda Preciosa. Espero que gostem.
Comentem e curtam, isso é essencial para a divulgação dessa obra.
Um grande😘
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