Apresentando os personagens
Jhuly
Olá, meu nome é Jhuly, tenho 19 anos e moro com uma amiga no centro do Rio de Janeiro. Dividimos um apartamento.
Fui criada pelos meus pais, que morreram em um acidente quando eu tinha 16 anos, ficando sozinha na vida. A única amiga que tenho é a Bely, que mora comigo. Trabalho em uma loja onde sou gerente há três anos. A dona da loja era muito amiga da minha mãe e me contratou logo após a morte dos meus pais. Tenho uma casa que era dos meus pais, mas não consigo morar lá, é muito triste ficar lá sem eles, tudo me faz lembrar deles. Então, eu a alugo e o dinheiro me ajuda nas despesas. Terminei o ensino médio no ano passado e estou pensando em fazer uma faculdade, mas ainda não me decidi.
foto da jhuly
Bely narrando:
Olá, meu nome é Isabelly, mas todos me chamam de Bely. Sou a melhor amiga da Jhuly, nós moramos e trabalhamos juntas. Tenho 20 anos e sou vendedora em uma loja de roupas de marca no shopping onde a Jhuly é gerente. Não tenho namorado, gosto de ficar com pessoas sem me apegar. Não nasci para me amarrar a ninguém. Sempre dou conselhos para a Jhuly, mas ela é muito tímida. Acreditem se quiserem, ela ainda é virgem.
Bely narrando
Grego narrando:
E aí, meu nome é Alexandre, mas todos me chamam de Grego. Sou o dono dessa parada toda aqui. Meu pai morreu quando eu tinha 17 anos e tive que assumir o morro. Hoje tenho 25 anos. Já esperava por isso, meu pai estava sendo procurado pela polícia todos os dias e tivemos muitas invasões. Antes de morrer, ele enfrentou muitos policiais. Desde os meus 15 anos, fui treinado para assumir seu lugar. Quando meu pai morreu, estava fora do Rio resolvendo alguns problemas dele em Minas. Não tenho mãe, pois ela morreu no parto da minha irmã mais nova. Fui criado pelo meu pai e minha avó, que também já morreu. Minha irmã está fora do país estudando. Tenho tudo aqui: mais de 20 casas no morro, uma casa na praia, 3 carros luxuosos e 2 motos. Posso comprar o que quiser, dinheiro não me falta. Mulheres também não me faltam, mas não acredito em compromisso. Me apaixonei só uma vez e ela me abandonou. Desde então, evito relacionamentos. Sou um cara que age certo, mas se alguém tenta me passar a perna, não hesito em agir. Só confio no Sombra, meu sub, que cresceu comigo e sempre esteve ao meu lado.
Foto do grego
Sombra narrando:
E aí, meus cria, sou o Diego, mas todo mundo me chama de Sombra. Tenho 26 anos e curto a vida, sem compromissos. Moro com minha mãe, Dona Zilu, que é querida por todos do morro. Ela tem um restaurante aqui na comunidade, onde vende marmitas. Eu e o Grego crescemos juntos, ele tem minha mãe como uma mãe para ele. Desde que meu irmão assumiu o morro, sou seu sub e estou sempre ao seu lado, enfrentando o que vier.
Sombra
jhuly narrando :
Amanheceu mais um dia normal. Levanto às 7 horas da manhã, faço minha higiene pessoal, tomo banho, lavo meu cabelo e escovo os dentes. Visto uma calça jeans, minha camiseta de uniforme do trabalho e um par de tênis branco. Passo perfume e uma maquiagem básica antes de pegar minha moto e ir para o trabalho, pois entro às 8 horas da manhã. Todos os dias de manhã, Bely vai comigo para o trabalho, mas hoje ela não foi porque, com certeza, deve ter dormido na casa de algum cara, já que não veio dormir em casa. Chego no trabalho, cumprimento a todos, e Bely está lá com a mesma roupa de ontem, certamente nem teve tempo de passar em casa para trocar. Cumprimento as meninas, somos três: eu, Bely e Márcia.
Foto da Márcia:
Olá, meu nome é Márcia. Tenho 21 anos e trabalho em uma loja no shopping chamada Monaliza, uma loja de roupas caras e de marca. Moro no Morro do Jacaré, que era o nome do antigo dono, um homem cruel, mas muito correto. Hoje, o filho dele, o Grego, é quem toma conta do morro. Aqui na loja, ninguém sabe que moro na favela, tenho medo de perder meu emprego se descobrirem. Estou solteira, mas sempre fico com o Léo, um vapor do Grego. Ele é lindo, mas é um galinha. Estou apaixonada por ele, mas preciso esquecê-lo, porque nunca teremos um futuro juntos, e quero uma vida melhor para mim.
jhuly:
Hoje o dia foi corrido, vendemos bastante e não tive nem tempo de almoçar. Como ganhamos comissão, me esforço bastante, pois estou guardando dinheiro para comprar um carro. Sou gerente, mas ajudo no atendimento também, faço de tudo aqui. Se a zeladora não vier, eu ajudo a limpar também, não ligo para essas coisas. Por volta das 18 horas, dois rapazes chegam para comprar roupas. Deixo as meninas atendê-los, um era moreno com os cabelos descoloridos, bonitinho e cheio de tatuagens. O outro era lindo, de olhos claros, também com tatuagens. Fiquei até sem graça de tanto que ele me olhava. Vi ele conversando com a Márcia, então ela o conhecia. Depois passaram no caixa para pagar, e eu estava no caixa.
July: Boa tarde...
Grego: Boa tarde, gatinha.
Fiquei sem graça e dei um sorriso tímido para ele. Quando perguntei se ele iria pagar com cartão ou dinheiro, ele disse, com uma voz rouca, que só usa dinheiro. Sua compra deu 3.500 reais e ele me pagou tudo em dinheiro. Agradeci e disse que ele ganhou dez cupons para concorrer a uma viagem. Ele me olhou nos olhos e disse que o único prêmio que ele queria ganhar era o meu número de telefone. Fiquei em choque e, olhando nos olhos dele, respondi que me desculpasse, mas não dou meu número para estranhos. Ele fechou a cara na hora, pegou suas sacolas e foi embora. Fiquei aliviada, quase tendo um treco. Depois que eles saíram, percebi que a Márcia ficou meio estranha. Perguntei o que aconteceu, e ela ficou sem graça, dizendo que nunca viu ninguém rejeitando o Grego, onde moramos, as mulheres brigam por causa dele. Não dei muita bola e voltei a fazer meu trabalho. Fechamos às 20:00 horas e eu e a Bely fomos para casa.
Bely: Amiga do céu, o que foi aquilo? Aquele homem lindo quase te secou com os olhos 😳. Por que não deu seu número para ele? Se fosse eu, teria passado na hora 🤭.
jhuly: Imagino mesmo, você não perde tempo. Amiga, você acha que vou dar meu número para um desconhecido? Sem falar que ele tinha cara de bandido, mas sei lá, tem algo nele que me desconcerta 😬.
Bely: Sei 🤭. Vou pedir um lanche para a gente.
jhuly: Boa ideia, estou exausta hoje.
Grego:
Acordo às 8 como de costume, quase não durmo. Fui dormir às 3 da manhã, levantei, tomei banho, vesti uma bermuda, uma camiseta da Adidas, um tênis e passei meu perfume Malbec, porque bandido tem que andar cheiroso. Fui resolver uns problemas na boca, tenho que colocar pressão, senão esse povo não trabalha. Tive que "resolver" dois hoje porque estavam me devendo droga e meus vapores já tinham dado tempo para pagar, mas estavam tirando com a minha cara. Quando chegou à tarde, chamei meu irmão, o Sombra.
grego: E aí, Sombra, bora lá no shopping comprar umas roupas novas? Amanhã tem baile e eu quero estar bonitão rsrs.
sombra: Bora lá mesmo. Eu sei de uma loja que só tem vendedoras gatinhas.
grego: Você não presta mesmo. Você não estava de rolo com a Michelle?
sombra: Cê é louco, irmão. Aquela ali é só para comer mesmo. Já deu para o morro todo. Jamais vou assumir como minha fiel.
Quando chegamos na loja, logo uma morena veio nos atender, junto com a Márcia, uma mina que mora lá no morro. De Repente, aparece uma mina linda, loira dos olhos claros, com uma cintura e um bundão. Não consegui nem disfarçar, a mina mexeu comigo de um jeito que não entendi. Quando fui pagar, ela estava tremendo e vermelha, acho que estava com vergonha do jeito que eu a olhava. Logo pedi seu telefone, mas ela negou, na hora fechei a cara. Quem essa mina pensa que é? Mulher nenhuma nunca
Grego narrando
Levantei cedo, fiz minha higiene e desci para tomar café.
Grego: Bom dia, Dona Eva.
Eva: Bom dia, meu filho. Como você está?
Grego: Estou bem, e a senhora?
Eva: Também estou bem. Vou deixar seu almoço no forno.
Grego: Beleza.
Dona Eva é minha diarista, vem três vezes por semana. Já faz três anos que trabalha para mim. Gosto muito dela. Tomo meu café e saio direto para a boca. Chego lá, resolvo algumas coisas e vou fazer a contabilidade. Estes dias têm me rendido bastante, estamos lucrando muito.
Sombra: E aí, meu mano?
Grego: Qual é, Sombra? Onde você estava até agora?
Sombra: Ué, você esqueceu que me mandou fazer as cobranças?
Grego: Eu ando com a minha cabeça tão cheia que até esqueci disso. Você acredita? Não consigo esquecer aquela loirinha da loja.
Sombra: Tenho uma boa notícia para você. Descobri o nome dela, é July, e não tem namorado.
Grego: Quero que você chame aquele detetive para mim. Manda ele descobrir tudo sobre ela: quantos anos tem, onde mora, com quem mora, se tem família, tudo.
Sombra: Beleza, seu pedido é uma ordem. (risos)
Saio de lá, vou almoçar na Dona Zilu. Ela cozinha demais. Passo a tarde toda na boca, resolvendo minhas paradas. Depois, vou verificar o armamento novo que chegou. Quando vejo, já são 7 horas. Vou para casa tomar um banho porque hoje tem baile.
Julie:
Levantei cedo, fiz minha higiene, coloquei uma calça jeans, um tênis Adidas, minha camiseta do serviço, e fui trabalhar. O dia foi tranquilo. Quando deu horário do almoço, chamei as meninas para almoçar. Na hora do almoço, Bely me convenceu a ir a um baile com ela hoje à noite. Não gosto muito desses lugares, mas vou ir só para ela parar de me encher. (suspiro) Saí do trabalho e fui para a academia malhar o corpo, porque temos que nos manter em forma. Aqui é um lugar onde eu tiro meu estresse. Passo uma hora na academia malhando, depois vou para casa. Chego em casa e a Bely já tinha feito macarrão com salsicha. Parece que ela só sabe fazer isso para comer. (carinha desapontada) Comemos e fomos tomar banho e nos arrumar para o bendito baile.
Bely narrando
Hoje levantei cedo e fui para a loja trabalhar. Na hora do almoço, fui almoçar com a Julie. Chamei ela para ir ao baile, ela não queria ir no começo, mas eu a convenci. Ela nem imagina que vai ser no morro, numa favela. Meu Deus, quero ver a cara dela. Se eu falasse para ela onde seria, ela não iria. Estou doida para conhecer esse bailão. A Márcia sempre me convidava, mas eu nunca tive coragem de ir. Estou falando pelo WhatsApp com um cara que veio na loja e mora lá. Nossa, eu preciso muito ver ele e hoje vai ser o dia. Faz uns três dias que a Márcia me contou que mora no morro. É claro que eu não liguei, para mim tanto faz onde ela mora, não vai fazer diferença na pessoa que ela é. Ainda não contei para a Julie, mas vou ter que falar, porque ela vai vê-la lá no baile. Eu sei que a minha amiga vai ficar meio grilada, porque ela tem pavor de bandidos, mas nem todos que moram no morro são bandidos. Tem muitas pessoas de bem que moram lá também, eu sei disso, e sei que ela vai entender.
Sombra narrando
Hoje o dia foi bem corrido, pois vai ter bailão à noite. Vou para casa tomar um banho e ficar cheiroso, porque hoje eu vou conseguir ver a Bely, a mina que eu conheci na loja de roupa. Consegui convencê-la a vir no baile hoje. Vai ser hoje que eu vou pegar essa mina de jeito.
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