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Vida Nova.

O começo.

Em um momento você está vivendo sua vida e num estalar de dedos pode não estar mais. Foi assim comigo, eu estava apenas atravessando a rua para voltar à minha casa e quando percebi estava em um outro corpo e em uma outra vida. Loucura, não é?

Estou em uma cama macia e ao olhar em volta, estou em um quarto enorme aparentando ser até uma casa de tão grande. Onde estou? Me pergunto. Levanto desesperada e tento procurar uma saída, esse quarto é tão enorme que até me perco.

-Alguém me ajude! Não sei aonde estou! Será que fui sequestrada? - Murmuro igual a uma doida assustada.

Não... pensando bem, se eu tivesse sido sequestrada, eu estaria amarrada em algum porão e não estaria em um quarto luxuoso. Ao abrir a primeira porta que encontrei, acabei num banheiro e me deparei com o meu reflexo no espelho. Espera... essa não sou eu! O que aconteceu com a minha aparência?! Estou totalmente diferente, estou até mais velha inclusive.

Como é possível?! Estou num sonho?! Não penso duas vezes e dou um tapa na minha própria cara. Parece que não estou em um sonho... O QUE REALMENTE ESTÁ ACONTECENDO?!

Saio do banheiro às pressas assustada e começo a correr tentando encontrar uma saída do quarto e abro a primeira porta que encontro. Ao abri-la esbarro com um homem alto e com aparência jovem e velho ao mesmo tempo.

-Já está acordada? O que aconteceu para você acordar sem precisar de mim? - Diz o homem gargalhando enquanto passa por mim entrando no quarto. Quem é ele?

-Quem é você?! Onde estou?!

-O quê? Como não sabe quem sou, meu amor? Bateu a cabeça, foi? Não comece a fazer piadas tão cedo.

Amor? Do que ele está falando? Meu Deus, será que reencarnei para uma outra vida? Então será que esse homem é meu namorado ou algo assim? São tantas duvidas!

Eu sempre tive sonhos com reencarnação, e sempre gostei de assistir histórias sobre isso. Porém nunca imaginei que isso realmente ocorreria comigo. Não... Isso só pode ser um sonho!

-Hum... Então... O que está fazendo aqui? - Tento ser a mais natural possível.

-Está tudo bem com você? Eu sempre venho aqui para te acordar. Bom, mas parece que hoje não precisou de mim, não é? - Esse homem é tão calmo. -Agora que está acordada, se arrume e desça para tomarmos café. - Diz enquanto bagunça meu cabelo todo acariciando.

Ele simplesmente sai do quarto e fecha a porta enquanto eu simplesmente não consiguia me mover. Estou chocada demais para pensar em qualquer coisa. Acorde, menina! Você não sabe o que irá acontecer quando sair por aquela porta! Eu preciso pensar agora. Pensa... Pensa... Já sei!

Eu não tenho conhecimento de nada sobre como é a vida dessa mulher, então eu poderia simplesmente fingir que perdi a memória! Mas, para isso, eu precisaria levar uma queda grande para não suspeitarem de mim. Mas que ideia... Parece que essa mulher é rica, então aqui deve ser uma mansão. Concluindo, com certeza deve haver uma escada enorme aqui! Há, você é tão esperta!

Ao finalmente encontrar o lugar aonde ficam as vestimentas da mulher que incorporei, percebi que haviam milhares de roupas em um closet enorme. Demorei um longo tempo para achar uma que fosse simples, pois todas eram muito extravagantes.

Logo ao sair do closed, me retiro do quarto que, por sorte minha, já era na frente de um corredor enorme que obtinha uma escada maior ainda e muito extravagante. Essa maravilha será perfeita para a minha atuação!

Será que já devo começar com o meu show? Ah, claro... que pergunta boba! Então... devo apenas me jogar daqui, não é? Hum... Estou com medo de mais para isso! Meu corpo está até arrepiado só de pensar! Ah... Respira garota, você deve fazer isso! É simplesmente pelo meu próprio bem!

Desço rapidamente até a metade da escada para não levar uma queda tão grande. Precisa ser apenas uma queda que faça eles acreditarem que perdi a memória. Então, após eu chegar à metade da escada eu finjo que tropeço e caio logo em seguida. Eu cheguei rolando até o final da escada, e admito que senti muita dor.

-Aiiii!!! Alguém me ajuda!! - A queda foi tão feia que eu realmente não estava conseguindo me levantar. -Espera... Se eu estiver acordada e chamar alguém, ninguém vai acreditar que eu perdi a memória. - Murmurei ao relembrar da minha situação. Eu deveria fingir estar desmaiada, como pude esquecer disso?! Deito sobre o chão desesperadamente e fingo estar desmaiada.

-Que barulho foi esse?! - Alguma pessoa desconhecida grita desesperadamente. Desta forma, escuto passos se aproximando até eu sentir alguém me tocando:

-Irmã! Irmã! Meu Deus! Alguém chame a ambulância ou um médico, por favor!! - A garota não para de gritar desesperada. Irmã? Como ela grita! Meus ouvidos estão até doendo! Porém, faz sentido ela estar desta maneira... Aff, que chato, eu queria poder ver o rosto dela.

Pensando demais, acabo não percebendo que estou sendo carregada. Aquele homem que me chamou de "amor" estava me carregando desesperadamente para o "meu quarto." Consegui perceber isso por causa de seu aroma delicado.

-Já ligou para o médico?!

-Sim! Ele disse que já está vindo o mais rápido possível! Talvez eles não demorem, vamos esperar aqui.

Eles todos estão aflitos e ao vez de me levarem ao hospital ou ligarem para uma ambulância, ligam para um médico particular. Gente rica é outra coisa. Sem enxergar nada ou saber de nada fico apreensiva com o que irá ocorrer. Quanto tempo será que já passou? Eu já perdi noção do tempo... será que aquele médico já chegou? Não consigo ver nada!

-Oi, boa tarde, Dr. Lan. Obrigada por vir, essa é a minha esposa que desmaiou! - Então este homem é meu marido?! Quer dizer... Marido da antiga dona deste corpo se isso não for tudo um sonho mesmo.

-Boa tarde, o que aconteceu com ela?

-Eu não sei! Nós ouvimos um barulho que pareceu de queda e quando vimos ela estava desmaiada ao lado da escada.

-Entendi, preciso examiná-la para ver o que está acontecendo. Peço que se retirem. - Isso aí, doutor! Se eles saírem será melhor pra mim!

-Tudo bem, doutor... Cuide bem dela. - Após isso o meu suposto marido saiu imediatamente do quarto junto da minha "irmã" aparentemente.

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Para os que estão conhecendo minha obra agora e tenham gostado dela, peço que me ajudem curtindo e comentando aqui para me motivar a continuar escrevendo ele da melhor forma possível! Se forem capazes de compartilhar minha obra também, serei muito grata. Obrigada por ter entrado na minha obra!

Costume.

Após eles saírem, abro um de meus olhos e observo minha volta disfarçadamente. Em seguida, chamo o médico surrando:

-Psiu, ei doutor. - Ao fazer isso acabo assustando-o.

-Você não estava desmaiada!?? - Ao ouvi-lo exclamar assustado, me sento e o chamo pra perto com assinalando cautelosamente com as mãos.

-Desculpe, mas preciso de sua ajuda, doutor. - Sussurrei. -Eu preciso que o senhor minta para os meus familiares que perdi a memória para mim.

-Como é? Quem pensa que eu sou? Não faça perder o meu tempo! - Reclamou ele se afastando irritado, porém, ao perceber que ele não pretendia me ajudar, o puxei pela manga do jaleco e implorei.

-Por favor!! O senhor precisa apenas dizer a eles que eu caí da escada com tanta força que acabei perdendo a memória... Se fizer isso prometo pagar muito para o senhor!! Finja que está fazendo um tratamento ou sei lá o que, e cobre deles o quanto quiser!

O homem hesitante aceitou a minha proposta me fazendo ficar aliviada, no entanto, culpada por mentir para esta família e fazê-los pagar caro. Eu não tenho escolha já que eu preciso saber como lidar com a vida que possuo agora. Não poderia simplesmente pedir a ajuda deles, se não eles iriam querer me levar pro hospício.

Na manhã seguinte, junto a volta do doutor, foi informado sobre a minha "amnésia" para os meus "familiares". Após o médico se retirar, apareceu o meu suposto marido para me confortar:

-Oi, amor, aqui está seu café da amanhã. - Diz ele se sentando ao meu lado com uma bandeja, enquanto eu o encarava com desconfiança.

-Quem é você? - Sou uma ótima atriz.

-Eu sou o seu marido, Ethan.

-Você é meu marido? Eu dúvido. - Falei demonstrando não estar convencida.

-É verdade, amor! - Ele tenta tocar em minha mão, porém o afasto.

-Qual é... o meu nome?

-Seu nome é Wanessa. - Ele se levanta calmamente. Wanessa? Caramba, devo dizer Adeus para meu nome antigo... Tchau, Sasha. Pergunto-me, como devo reagir a toda essa situação? É complexo demais até mesmo para falar algo.

-Tome seu café da manhã, eu irei trabalhar agora e voltarei mais tarde, uma garota loira que é a sua irmã irá vir aqui novamente para te fazer companhia, está bem? - Prosseguiu ele se preparando para se retirar do local.

-Espera! Eu preciso saber mais sobre mim! - Falo desesperadamente sem pensar.

-Não se preocupe, nós iremos fazer de tudo para você recuperar a sua memória. Enquanto isso não tenha pressa, quando sua irmã vir para cá, pode perguntar qualquer coisa. - Ele beija a minha testa ao terminar de falar e sai logo em seguida.

Como será que vou viver nessa vida agora? Será possível eu conseguir voltar para a minha antiga vida? Será que reencarnei mesmo? São tantas dúvidas sem respostas... Pelo visto será muito difícil para me acostumar com todas essas coisas.

Tempo depois, aparece novamente ao meu quarto uma mulher muito linda e loira como disse Ethan. Era a minha irmã:

-Mana! Eu não consigo acreditar que tenha perdido a memória desta maneira! - Lamenta a garota após escorar-se e ajoelhar-se ao meu lado.

-Não se preocupe... não é sua culpa que eu não saiba nem quem você é... - Tento ser calma apesar de não saber como uma pessoa com amnésia reagiria.

-Enfim, você é minha irmã mais velha ou mais nova? Qual é o seu nome? Eu gostaria de saber mais sobre eu mesma, e meus familiares também, inclusive você. - Continuo com uma sequência de perguntas. Pretendo questionar a minha suposta irmã o máximo possível, não posso mais perder tempo.

-Não precisa ter tanta pressa para saber tudo...! Tem que descansar.

-Por favor! Eu quero saber tudo o que for possível!! Ou então, ao menos o necessário... - Escutando-me, suspirou cabisbaixa antes de me responder.

-Eu me chamo Cristina e sou sua irmã mais nova. - Diz ela se levantando e sentando-se ao meu lado sob a minha cama.

-Ah entendi, me diga mais por favor.

-Bem... temos um irmão mais velho e você é a do meio. Nossos pais morreram alguns anos atrás, e nosso irmão teve que assumir a empresa da nossa família.

-Quanto anos eu tenho, irmã?

-Você tem vinte e dois anos. Já eu tenho dezenove e nosso irmão, o Lyon, tem trinta e dois anos. - Ela é mais nova do que pensei.

-Pode me dizer mais sobre o meu marido?

-O Ethan? Ele tem vinte e cinco anos, é dono de uma empresa muito famosa, e é um dos mais novos empresários do país. Vocês se casaram após a morte dos nossos pais há cinco anos por causa de um acordo com as famílias Brown e Walker feita quando eram crianças.

-O quê?! - Fiquei pasma com essa informação. Isso significa que eles não se amam de verdade? Mas ele estava parecendo ama-la tanto quando falou comigo ontem ao acordar neste corpo... a não ser que eles tenham realmente se apaixonado.

-Ah! Eu falei demais! Desculpe, eu não deveria falar essas coisas para você. Acho que me empolguei.

-Não se preocupe! Pode continuar falando sobre-

-Ah, preciso ir agora, lembrei que tinha um compromisso! Tchau, mana! - Ao se despedir, Cristina sai às pressas.

-Nossa, precisava ir embora que nem um furacão? - Resmunguei emburrada.

Depois deste momento, dias se passaram e eu já havia passado muito tempo dentro do quarto por ordem médica. Aliás, por que devo ficar aqui? Eu posso estar fingindo ter amnésia, mas não quer dizer que isso me mate. Assim, decidida, me levanto e saio do quarto com o objetivo de conhecer a minha "casa". E uau! Essa mansão é enorme...!

Nunca imaginei que moraria em um lugar como o que estou deslumbrando agora. No quarto em que eu estava, onde tudo começou, era lindo e enorme, porém não se compara com o tamanho da parte de fora do cômodo.

Ao lado do quarto havia muitas suítes e salas incríveis que ricos adoram. Além disso, no andar de baixo, depois da escadaria enorme em que planejei a minha atuação, havia a parte central e as laterais em que levam para os outros cômodos. Como a sala de jantar, a cozinha, livraria e outros.

Confesso que quando estava explorando o local acabei me perdendo fazendo-me parar dentro de um escritório no fim do corredor do último andar.

-Wanessa? O que faz aqui? - Pergunta Ethan surpreso ao me ver, o que acaba me dando um susto ao repara-lo. Percebi que ele não havia me chamado de "amor" como daquela vez.

-Bom... Eu estava explorando essa casa, pois não estava mais aguentando ficar naquele quarto. Posso ter perdido a memória, mas não estou doente a ponto de ter que ficar deitada o tempo todo! - Ao reclamar para ele, o faço ficar com uma cara séria e preocupada ao mesmo tempo.

-Você precisa repousar por um tempo de acordo com o médico.

-Eu sei, mas é que... - Eu acho que esse doutor levou tudo bem a sério mesmo.

-Volte para o quarto. Não se preocupe, você só precisa ficar por mais uns dois dias na cama, depois não precisará mais repousar. - Diz ele me guiando de volta ao quarto.

Dois dias já se passaram e a minha felicidade se expandiu rapidamente ao perceber que finalmente poderei sair desse quarto. Eu me levanto e saio do cômodo indo direto para a sala de jantar.

São tantas divisões nessa mansão que fico feliz ao acertar o local da sala de jantar. Na mesa enorme que havia na sala estavam diversos alimentos para o café da manhã, como bolo, pães, frutas, sucos, café e muito mais! Perplexa com o cenário, não hesito e sento imediatamente sob a mesa.

Sem resistir, pego tudo o que for possível sem qualquer preocupação, até o momento em que Cristina aparece e começa a me encarar de uma forma desagradável enquanto eu comia.

-Acho que perdendo a memória mudou até os costumes. - Murmurou ela com o objetivo de não ser escutada, porém falhando totalmente.

-Por que não vem tomar café da manhã comigo, irmãzinha? - Pergunto ignorando o que a garota disse.

-C-claro! - Assim ela se senta ao meu lado lentamente. -Estou surpresa que tenha se acostumado tão facilmente conosco apesar de não perder a memória. Deve ser difícil não se lembrar de nada...

-Sim... - realmente, é desconfortável ter tantas pessoas desconhecidas sob o mesmo teto que eu, mas todo esse aconchego facilitada também. -Por sinal, me pergunto, onde está o meu marido?

-Ele está na empresa. Esteve trabalhando muito esses últimos dias desde o momento em que você perdeu a memória, quando não está no escritório da empresa dele, está no escritório daqui.

Ao ouvir ela falar, um mal estar me corrompe. Apesar de aquele homem não saber, praticamente perdeu a esposa e acabei reencarnando no corpo dela, o que faz eu me sentir culpada agora. Aliás, como será que essa mulher morreu...?

Depois de nós duas comermos, peço para ela me ajudar a ir até a empresa de Ethan, porém, como Cristina não podia ir comigo, simplesmente mandou um motorista me levar até o local.

Hoje irei finalmente sair daquela prisão luxuosa e ver pessoalmente como é uma empresa. Eu era bastante pobre na minha vida anterior e nunca fui para uma empresa antes.

Empresa.

Observei o motorista ir embora ao chegar em frente a empresa e ser deixada por ele. Perdida dentro da entrada, não fazia a mínima ideia aonde encontrar Ethan. Assim, tento pedir ajuda às pessoas, contudo, sinto que eu era invisível. Ninguém me escutava e só me ignoravam, até que um homem desconhecido apareceu e me chamou.

Este homem parece ser um segurança, e disse que me levaria até Ethan. Segui ele até o décimo oitavo andar, este prédio é enorme! Fomos de elevador e logo depois ele me direcionou para uma porta, que era o escritório do meu "marido".

-Com licença. - Digo ao entrar na sala dele.

-Ah, Wanessa...! A Cristina disse que estava vindo para cá. Eu não esperava que decidisse realmente vir.

-Não precisa se preocupar. Na verdade, eu apenas queria conhecer o seu ambiente de trabalho... e também gostaria de saber mais sobre você. Aliás, eu faço o quê?

-Você trabalha como uma advogada imobiliária. - A mulher que incorporo é já uma advogada nesta idade? Como ela é adiantada... É só o que me faltava. Estou ferrada, vou acabar com o trabalho de uma mulher que era muito mais avançada que eu.

-Impressionante... - Comento. -E onde trabalho, hein?

-Em uma empresa próxima... - Ele responde sem focar em minha direção, quando completou com uma voz indiferente:

-Escuta... acho melhor voltar para casa, pois agora não é o melhor momento para conversarmos sobre isso. Aliás, estou trabalhando agora.

-Se você é mesmo o meu marido acho que não deveria ser frio comigo deste modo. - Resmungo emburrada. -Estou aqui apenas porque quero conhecer o seu ambiente de trabalho, Ethan! Hum, quer saber? Vou explorar sua empresa, e deixar você trabalhar. Tchau! - Declaro, saindo rapidamente da sala em seguida.

-Espera! Wanessa! Volte aqui! - Ethan tenta me impedir de sair da sala, porém, fecho a porta antes de ele me alcançar. Aparentemente, depois disso Ethan não me perseguiu mais.

Porque será que ele não quer deixar eu explorar a empresa dele? Será que estou sendo muito invasiva? Eu não tenho certeza de mais nada... talvez eu esteja atrapalhando o trabalho dele?

Não! Eu só vou explorar este lugar, como isso poderia atrapalhar ele de trabalhar? Enfim, não importa! Vou fazer o que eu quiser. Observando o local, noto que ao lado do escritório dele há várias outras salas. Sem saber qual era cada uma, bato em uma das portas.

-Entre. - Uma voz é escutada do outro lado da porta. Respiro fundo antes de entrar e vejo que é outro escritório de uma pessoa diferente.

-Quem é você? - Pergunta um homem loiro e mais velho sem me olhar, apenas concentrado nos documentos em suas mãos.

-Eu sou Wanessa, mulher de Ethan.

Ao ouvir isso, o homem imediatamente levanta os olhos em minha direção tirando todo o foco dos papeis, assim demonstra-se espantado com minha presença, se levantando logo em seguida para me cumprimentar.

-Olá senhora Brown! É um prazer conhecê-la! Eu sou o Duck Lenz, o Diretor de marketing da empresa! O que a trás aqui?! A senhora é muito mais jovem e linda do que eu poderia imaginar. - Este homem começou a me bajular de modo que fez eu me sentir uma estrela.

-Hum, e-eu vim aqui apenas para ver o meu marido e conhecer o lugar em que ele trabalha tanto. - Falo tentando esconder minha vergonha, mantendo uma postura calma.

-Ah, sim! Sente-se, por favor!

-Não, obrigada... vim aqui somente para observar mesmo, sinto muito por incomodar.

-Ah, não se preocupe com isso, é uma honra vê-la! Certeza que não há nada que eu possa fazer pela senhora?

-Não, obrigada. Mas se eu precisar, pode ter certeza que eu irei chamá-lo.

-Claro! Aqui está o meu cartão com o meu número! Ligue quando precisar. - Após ele me entregar o cartão de visitas, nos despedimos.

Depois disso, me senti aliviada por não ter ocorrido nada demais. Talvez eu nunca ligue para ele, mas não quis ser mal-educada. Enfim, acho que não vou mais entrar nas salas, não quero que isso aconteça de novo.

Ando pelos corredores e vejo muitos funcionários apressados passando ao meu lado desesperadamente. Será que aqui é sempre corrido assim?

A maioria dos funcionários estavam indo para a mesma direção, então decidi acompanha-los. Muitos entraram em uma sala que eu desconhecia, curiosa, entrei junto com eles me misturando.

Sim, eu sei que disse que não iria entrar em mais nenhuma sala, mas sou curiosa demais. Quando entramos em uma sala de reuniões enorme, parecia ter mais de mil metros quadrados de tão grande.

Lá estava Ethan, junto de muitos outros homens que aparentavam serem importantes. Os funcionários que estavam na sala ao meu lado se aproximaram do meu marido com vários documentos e papeladas.

Desta forma, quando todos os funcionários se afastaram, Ethan me notou e ficou espantado. Ao por os olhos em minha direção, outros homens juntos a ele me encararam fazendo eu me sentir constrangida.

-Wane- O que está fazendo aqui?! - Ethan tentou se segurar para não falar meu nome, mas não conseguiu esconder a surpresa. Calada, não consegui me mover por tal sentimento que me fez ruborizar. Desesperado, Ethan levantou-se e me puxou para fora da sala.

-Wanessa, por que entrou nessa sala? Não devia estar aqui! - Cochichou ele enquanto fechava a porta.

-Desculpe... Eu estava explorando essa área quando vi uns funcionários e comecei a segui-los... - Ethan ficou furioso e isso foi possível perceber facilmente pela sua expressão. Antes do meu marido poder falar algo, um segurança aparece apressadamente apavorado ao meu lado.

-Sinto muito, senhor! Eu não estava conseguindo achá-la.

-Seu incompetente, não serve nem para encontrar a minha esposa!? - Ele aparentou querer matar o homem.

-Desculpe, senhor! Isso não irá se repetir! - O segurança claramente ficou muito assustado com sua raiva eminente.

-Espero mesmo, senão eu não irei poupa-lo na próxima. Agora, leve a Sra. Brown de volta para casa.

-Sim, senhor! - Parece que eu quase fiz uma pessoa perder o seu emprego.

-Amor, por favor volte para casa, está bem? - Pediu ele gentilmente mudando seu tom de voz feroz completamente.

-Ethan, por favor, eu não quero ir! - Tento revidar mesmo sabendo que isso não funcionaria.

Ele não pareceu sequer ter ouvido o que eu disse, este homem me ignorou totalmente! Eu não pude fazer nada, apenas fui levada pelo segurança sem questionar. Logo depois de muito tempo, cheguei em "minha casa" exausta, pensativa e aflita. Não conseguia parar de pensar.

Como será que irei lidar com essa vida, meu Deus? Eu quero voltar para a minha antiga vida e recomeçar! Eu sei que cometi muitos erros! Irei compensar tudo que já fiz de errado, eu prometo! Ah... Chega a ser patético prometer isso...

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