— Temos estas variações de papéis de parede, fique a vontade para escolher.
— Obrigado.
Seus braços já estavam extremamente ocupados com sacolas enormes cheias de utensílios para bebês, roupas de cores neutras de vários tamanhos. Sua intenção era apenas comprar algumas coisas já que o sexo não era possível de ser visto, porém tudo era tão lindo que Huiliang não conseguia se conter e rapidamente foi para outra loja — ou então, continuaria a comprar.
"Não gostei de nenhum desses" procurando por algum papel de parede infantil, as estampas não foram de seu agrado. Ele procurava por algo que combinasse com o nome de seu bebê, nomeado de Xu Hai, significado de mar.
Mesmo não sabendo o sexo, o nome serviria tanto para menina quanto para menino. Sempre que Huiliang sentia-se triste ou solitário, o som do mar lhe trazia calmaria. Assim, tendo como 'Hai' para seu bebê.
Em meio a tantos papéis, algumas estampas tendo como: navios, animais marinhos e outras com âncoras foram vistas. É claro que todas elas chamaram sua atenção, mas nenhuma despertou seu interesse.
Saindo da loja, Huiliang entra em outra a procura de tintas e pincéis, decidido a fazer o próprio desenho ao invés de comprar o papel de parede. Aproximando-se de uma funcionária, ele chama por ela e ambos seguem até os itens escolhidos por ele.
— Como você está grávido, recomendo levar essa marca que não é tóxica para gestantes.
— Sim, obrigado.
Sendo pedido para que a acompanhe até o balcão e dando a forma de pagamento, a funcionária diz que poderá entregar sua compra em casa até três dias no máximo, vendo como o jovem levava consigo sacolas cheias e que talvez estivesse sozinho, ela ficou receosa em deixá-lo levar tantas coisas.
— Claro, eu gostaria.
— Me passe seu endereço e contato.
Não demorou muito para que suas informações fossem passadas. Huiliang dá prosseguimento com suas compras, comprando tudo no mesmo shopping Center. Ele entra numa loja de móveis para escolher o berço e um pequeno guarda roupas.
Rapidamente, um funcionário veio em sua direção dando auxílio e indicação de marcas diferentes. O berço que ele queria seria um que pudesse levar para seu quarto durante a noite e colocá-lo de volta no quarto do bebê durante o dia. Tecnicamente, um que fosse acessível e de fácil movimento.
— Temos esse que possui rodinhas nos pés, é simples para movimentar e você também pode regular o tamanho.
— Gostei dele.
"Irei pegar o guarda roupas depois, estou gastando demais". Confirmando a compra, o berço também será entregue em três há quatro dias no máximo. Huiliang percebeu o quão exagerado estava os gastos, sendo que ainda não tinha completado sequer dois meses de gestação.
Agradecendo ao funcionário, Huiliang sai da loja e para no refeitório do shopping para almoçar. Suas pernas e mãos tremiam com a fome que sentia, seria impossível aguentar chegar em casa e ainda ter que cozinhar para si.
— Uma pequena porção de porco agridoce com arroz frito e um copo médio de suco natural.
— Espere seu código ser chamado.
— Ok.
Procurando por uma mesa com cadeira vazia, Huiliang se senta próximo a uma pilastra e larga as sacolas por baixo da mesa ouvindo seus braços gritarem por gratidão. Estavam vermelhos e marcados, realmente, foi uma péssima escolha comprar tudo de uma só vez.
Após quinze minutos de espera, seu código foi visto na tela próximo ao balcão e Huiliang caminha até a atendente e pega a refeição. Voltando para seu lugar, ele coloca a bandeja com seu prato sobre a mesa e admira a comida antes de ser devorada.
— Está muito bom.
Talvez seja por causa do excesso de movimentos que Huiliang esteve fazendo pela manhã, que seu apetite cresceu tão de repente comendo como se não houvesse um amanhã.
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Reescrito e revisado: 27.03.23
Com o passar de três dias, Huiliang ouve o som de batidas na porta. Abrindo, ele vê os entregadores do prédio com suas compras e dá passagem para que coloquem na sala. Uma vizinha que passava pelo corredor notou o nome na caixa e por sua curiosidade se aproximou de Huiliang. Eles já se conheciam desde que o ômega se mudou para o apartamento, mas dificilmente se falavam. Huiliang não gostava de seu comportamento e algumas coisas que essa vizinha costuma dizer.
— Céus Huiliang, você terá um bebê?
Apreensivo, concorda com sua pergunta balançando a cabeça. Ele não queria prolongar a conversa e muito menos dizer sobre sua vida a essa pessoa, mas ainda faltava esperar aqueles homens saírem do seu apartamento.
— Mas já comprou um berço? E se o bebê morrer? Tenho algumas amigas que compraram muitas coisas no início da gravidez e acabaram tendo um aborto espontâneo.
— ... que?
— Só estou dizendo o que sei, preciso ir agora, meus parabéns.
Observando a mulher caminhar pelo corredor até entrar em seu apartamento, Huiliang ficou paralisado na entrada com a palavra “aborto” ecoando em sua cabeça. "Isso realmente pode acontecer?" Como algumas palavras podem afetar tanto alguém?
Originalmente ele teria ignorado qualquer coisa, mas agora que está grávido ouvir esse tipo de palavra lhe deixou amedrontado. Como alguém pode dizer isso de repente e sair como se não dissesse nada demais?
— Com licença? Já colocamos na sala, tenha um bom dia.
— Sim, obrigado.
Fechando a porta de seu apartamento, Huiliang se senta no sofá enquanto observa as caixas no canto da sala. Algumas sacolas de compras ainda estavam pela sala e até três dias atrás tudo estava indo bem e agora parecia como se alguém tivesse amaldiçoado sua gestação.
— Você precisa ter cuidado com o que diz...
Resmungando com suas mãos sobre a barriga, Huiliang mantém uma expressão ambígua e um comportamento abalado. Ele sentia uma sensação desconfortável e queria esquecer o que ouviu daquela mulher.
— Isso não irá acontecer com você, não ligue para o que ela disse.
Huiliang estava se acostumando a conversar com seu bebê, ele viu na internet que após o nascimento o bebê poderia reconhecê-lo pela voz e isso o deixaria calmo e seguro. Na primeira vez ele ficou envergonhado e achou maluquice, pois é como se estivesse falando sozinho.
Levantando-se do sofá, ele arrasta as caixas para o quarto que já tinha sido esvaziado. Ele não iria se arriscar em montar o berço sozinho pois certamente daria errado e pensou em pagar alguém para montá-lo e isso seria feito após a parede do quarto estar pronta.
Ainda era cedo e Huiliang decide pintar a parede, felizmente a cor branca das outras paredes do quarto combinam perfeitamente com o desenho programado em sua mente. Tirando as latas de tintas e pincéis das caixas, Huiliang coloca papéis no chão próximo a parede evitando de fazer sujeira.
Realmente, se ocupar com alguma tarefa foi a melhor decisão. Huiliang precisava esquecer as duras palavras de sua vizinha, tendo tudo pronto, o ômega troca suas roupas e dá início ao seu desenho na parede.
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Reescrito e revisado: 27.03.23
Depois de fazer um pequeno esboço no caderno, Huiliang pega um lápis e começa a recriar uma baleia quase que no centro da parede; desenha um submarino, um pequeno barco e algumas características para o oceano.
— O que faço para o céu?
O esboço criado foi somente para o oceano, se esquecendo completamente do restante. Parado de braços cruzados encarando a parede, ele leva sua mão até a ponta e desenha um sol — próximo a ele um avião e pássaros. Na outra ponta da parede foi feito um balão, o desenho em si foi satisfatório mesmo que ainda não estivessem preenchidos.
Abrindo a primeira lata de tinta amarela, Huiliang pinta o sol usando primeiro um pincel fino e em seguida um mais grosso facilitando preencher o meio. Com outra cor, sendo dessa vez um azul, pinta a baleia e o oceano. Felizmente ele possui canetas posca de tons diferentes de azul para acrescentar nos desenhos, pois somente um tom de azul foi comprado.
— Não está ruim.
Acrescentado alguns traços nos desenhos, finalmente Huiliang termina de pintar a parede após duas horas. Sua roupa estava toda manchada, não importando o cuidado que estivesse mantendo, "pelo menos coloquei papel no chão".
Lavando os pincéis com a vasilha d'água, ele guarda as tintas e pincéis nas mesmas caixas que foram colocadas anteriormente. Arrastando elas próximo a porta no canto do quarto, Huiliang volta para seu próprio quarto e troca suas roupas.
Retornando para o cômodo anterior, ele pega os papéis do chão e coloca numa sacola plástica e vai para a cozinha levando consigo a vasilha com água. Os papéis foram para a lixeira e a vasilha foi lavada, o chão do quarto não ficou sujo. Parado na entrada, Huiliang observa com satisfação o desenho feito por ele.
— Estou com fome.
Caminhando até a cozinha, ele colocou alguns ingredientes na mesa tiradas da geladeira. Sua câmera já estava posicionada, seu paladar ansiava pelo prato “mapo tofu” uma comida típica chinesa de seu país; sendo feita com tofu, pasta de pimenta, pasta de feijão e para engrossar o caldo Huiliang acrescentará o amido de milho.
A gravação já estava sendo feita, e calmamente ele explica detalhadamente o preparo do prato. Seus seguidores pareciam estar sempre esperando por um vídeo, enviaram milhares de mensagens esperando serem notados em sua live.
Mesmo que conversasse com eles respondendo suas perguntas, nem todos tinham essa sorte já que muitas estavam sendo feitas e subiam rapidamente. A maioria pediam para que ele mostrasse seu rosto, já que sua foto de perfil foi tirada há três anos atrás e dificilmente ele aparecia nos vídeos.
— Vocês são muito insistentes.
Levantando o celular para seu rosto, Huiliang sorri e acena para eles. Rapidamente ele volta à posição inicial para mesa, o que foi nítido sua vergonha para seus seguidores. Muitos esperavam encontrá-lo por acaso na rua, ainda que, raramente o ômega saía do seu apartamento.
— Obrigado por me assistirem, até a próxima.
Encerrando a filmagem, Huiliang se senta no banco próximo a mesa e devora sua comida deixando a limpeza e organização para depois. Seu estômago roncava como se implorasse para ser alimentado e após cheio, ele suspirava prazeroso.
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Reescrito e revisado: 27.03.23
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