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Voltando A Ser Feliz

Dor

Em um quarto, deitado num tapete infantil, encontra-se um homem, com o rosto abatido, com os olhos sem vida, com os cabelos despenteados, e mesmo com toda a beleza que havia nesse homem era difícil enxergar, devido ao estado desolado em que se encontrava. Esse homem que estava ali, não era o mesmo de dois anos atrás, quando se sentia um jovem feliz e realizado, vivendo feliz com a sua esposa, a quem ele amava, ansioso pela chegada do primeiro filho, na verdade, uma filha. Riccardo, esse é o nome desse homem vazio, desse homem sem vida, desse homem que não se perdoa pela culpa que sente pelo sequestro da sua esposa grávida de seis meses. Os sequestradores não levaram apenas a sua mulher grávida da sua princesinha, mas levaram junto toda a alegria que ele tinha em viver, levaram junto o seu coração, levaram  junto a sua vida, levaram com eles a sua felicidade.

RICCARDO – Na Itália

O meu mundo acabou, não tenho mais ânimo, não tenho vontade nem mesmo para me levantar pela manhã, não tenho mais motivo de acordar, não tenho mais prazer em viver. Desde que levaram  a minha esposa Sara, grávida de seis meses da minha princesinha, que o meu mundo desabou, que o meu riso se foi, que a alegria deixou de existir. Ainda hoje, para mim, é difícil acreditar no que vi naquele dia infeliz, quando cheguei em minha casa. No chão, algumas marcas de sangue, como se tivessem a arrastado, são cenas que a minha mente não me deixa esquecer, que me faz ter pesadelos todas as noites. Sangue da minha Sara, do meu amor, da minha vida. Sara, a minha Sara tão cheia de vida, sempre com um sorriso no rosto, ainda consigo ver os seus olhos verdes cheio de vida me olhando, ainda consigo ver aquele sorriso, que contagiava a todos, aquele sorriso que eu tanto amava, que estava sempre presente no seu rosto, mostrando as suas covinhas na bochecha, que me encantavam. Ainda consigo ver os seus cabelos castanhos espalhados no meu peito quando dormíamos abraçados. Ah! Minha Sara, está sendo tão difícil sem você.

Ao chegar e não te encontrar, foi como estivesse em um pesadelo, um pesadelo em que ainda estou. Não pude acreditar quando cheguei aqui, nessa mesma casa, e não a encontrei, ver as marcas de sangue pelo chão, me destruiu por inteiro. Eu tinha acabado de chegar do trabalho, quando primeiro encontrei o segurança amordaçado na guarita que tinha no portão da nossa casa, um único segurança, como eu pude ser tão imprudente? Me questiono diariamente, como pude te deixar tão desprotegida. Ainda consigo me lembrar de tudo o que aconteceu naquela noite, quando entrei em casa vi coisas caídas pelo chão, manchas de sangue como se a  tivessem arrastado, nunca gritei tanto na minha vida, nunca chamei tanto pelo seu nome, nunca derramei tantas lágrimas, nunca me senti tão desesperado, nunca me senti tão destruído. Em pouco tempo, a casa estava cheia de policiais, investigadores e a família. Eu não podia acreditar terem a levado de mim, com a minha princesinha no seu ventre. O meu coração doía tanto que eu não sei como consegui sobreviver aquela noite, na verdade, não sei como tenho sobrevivido até aqui, pois a única coisa que me mantém vivo, é a esperança de encontrar-te um dia.

Já se passaram dois anos, e aquela data nunca sairá da minha mente, 14 de novembro. Amanhã será o meu aniversário,  31 de maio, mas o que eu tenho para comemorar, mais um ano de vida? Não há sentido nisso, pois me sinto totalmente sem vida. Desde que a levaram, eu não tenho motivos para comemorar mais nada. Nunca irei perdoar-me, eu jamais me perdoarei por não tê-las protegido, eu poderia ter colocado um circuito de segurança, ter contratado mais seguranças, pois, dinheiro não era o problema, mas a minha irresponsabilidade foi o problema, e como consequência do meu erro, te levaram de mim, você e a minha princesa, a minha princesinha. Quando o meu pai sugeriu que eu colocasse câmeras eu aleguei ser desnecessário, eu deveria ter feito o que ele me aconselhou, talvez hoje estivesse aqui. Como dói, como me dói a sua falta, meu amor, minha Sara, eu te amo tanto, nunca deixei de te amar um único dia. Queria tanto que estivessem aqui, mas te levaram de mim, levaram a minha princesinha que nem havia nascido. Esperei por dias um pedido de resgate, mas nunca recebi uma ligação, contratei vários detetives, mas todos chegavam a mesma conclusão, de que estava morta, mas eu não consigo aceitar, não consigo me sentir viúvo, não consigo aceitar que te perdi para sempre. Não concordei em fazer uma cerimônia sem o seu corpo, pois para mim está viva e sempre estará, eu ainda não acredito que esteja morta, talvez eu morra com essa dúvida, mas morrerei com a esperança de estar viva. Não consigo acreditar na sua morte, não conseguirei mais viver se tiver essa certeza, hoje eu só respiro, não sei mais o que é viver, você era o meu tudo. Não saio mais de casa, não consigo mais trabalhar, não tenho mais vida social e até os meus pais, não vem mais aqui, pois não há mais vida em mim. Olho para as coisas da minha filha que ainda estão  do mesmo jeito de quando vocês se foram, tínhamos acabado de arrumar o quartinho dela, e não suporto olhar para esse berço e saber que ela nunca dormiu nele, eu não pude ver o rostinho da minha filha, me negaram isso, negaram-me o direito de ver a minha princesinha.

Eu queria tanto encontrar quem fez isso, mas nunca encontraram uma pista, era como se tivesse evaporado com a minha Sara, meu amor, minha vida. Sara, minha Sara, eu nunca deixarei de te amar, disso eu tenho certeza. O nosso casamento durou tão pouco, nove meses apenas, mas nunca, antes, fui tão feliz, foram os melhores meses da minha vida, ainda me lembro de quando descobrimos que estava grávida, já estava com dois meses, descobrimos por ter desmaiado quando voltávamos da casa dos meus pais, a levei para o hospital e ficamos tão felizes quando o médico nos deu a noticia, estava com apenas 18 anos e eu tinha acabado de fazer 23. Todos os dias eu ligava para ouvir a sua voz, e aquele dia ainda pude te ouvir, e a última coisa que você me disse foi "eu te amo". Como eu sinto a sua falta, como eu sinto falta de você meu amor. Tá tão difícil prosseguir, eu não consigo ser forte para deixar de chorar, não consigo ser forte para me perdoar.

Quem sou eu?

Em uma suite de uma cobertura, dorme alguém a base de remédios, que a ajuda a evitar os pesadelos. Enquanto dorme é capaz de deixar de pensar em sua vida, de onde veio e para onde está indo, pois sempre que está acordada se sente como em um barco a deriva, perdido, sem norte.

Ela acorda com alguém pulando em sua cama.

— mamãe, mamãe... — Lara grita pulando na cama da mãe, ela é puxada e jogada na cama e a mãe lhe faz cócegas. Elas riem e se rolam na cama. Lara estava com dois aninhos, ela nasceu prematura, mas era uma criança muito esperta. Ela era a única razão de viver da sua mãe, pois se não fosse Lara, já teria desistido da vida, por não ver sentido em continuar vivendo sem motivos para ser feliz. As cicatrizes que trazia no seu corpo, a faziam querer desistir de viver, mas a sua filha, por quem foi capaz suportar tantas dores a faziam continuar seguindo em frente, mesmo que não soubesse para onde. 'Quem sou eu?' Vivia se perguntando. Depois de brincar com a filha, levanta-se, toma o seu banho, se arruma e após tomar o seu café, segue para a construtora que herdara do Sr. Henrique. Mesmo dirigindo o seu veículo, existia um carro atrás que a seguia, no carro está Rian, o seu guarda fiel, ele a acompanha desde quando ela teve alta do hospital onde ficou internada por quase um ano. Ela segue para a construtora, é um prédio alto e exuberante, todo espelhado, fica em uma área tranquila, sem muitos arranha-céus, mas a sua maioria são prédios comerciais. A sua sala fica no 25⁰ andar, o último andar, ela entra na sua sala, onde tem uma decoração moderna, ela faz questão de sempre ter flores, além de um aromatizador de ambiente com fragrância de lavanda. Ela destranca uma gaveta e pega um caderno entre vários que ali estão, abre o caderno e começa a escrever o seu sonho. Sempre antes de adormecer por completo ela tem o mesmo sonho, era tão real, que ela acreditava estar nele enquanto sonhava.

LUCE BENNETT — Brasil

Essa noite eu sonhei com ele de novo, como eu me sinto bem quando estou no sonho Eu sinto uma saudade que não sei explicar, mas o meu conforto é que, mesmo sem tê-lo ao meu lado, eu o vejo todas as noites em meus sonhos.

É tão difícil estar vivendo assim, onde não conseguimos ver sentido naquilo que estamos fazendo, naquilo que estamos vivendo. Sinto-me perdida desde aquele dia em que acordei naquele quarto de hospital, com uma filha e sem saber o que aconteceu com o seu pai, as marcas do meu corpo me revelavam o quanto eu havia sofrido, mas valeu todo o meu esforço em suportar as dores ao ser ferida, pois, a minha filha sobreviveu, linda e feliz, pois a sua inocência não lhe permite entender o que a sua mãe passara para ela estar aqui. Sei que fui forte e por ela continuarei a ser, pois, só tenho ela em minha vida, e enquanto eu não me encontrar será sempre por ela que continuarei a viver. Eu não entendo o motivo que me fizeram tanto mal, porquê me machucaram tanto, porquê me deixaram com tantas marcas no corpo e na alma, porquê tamanha crueldade. Preciso descobrir quem me fez tanto mal, pois quem fez, precisa pagar por esse crime tão bárbaro. Tento seguir a rotina que criei, mas até isso é difícil para mim, se não fosse o Alan para me ajuda, muitas vezes fazendo o que eu deveria fazer, eu acredito que já teria desistido. Não da vida, pois tenho alguém que precisa de mim, mas deixaria de ser a Diretora executiva dessa construtora, que acredito que nem deveria ter herdado e me trancaria em casa com a minha filha, pois só ao lado dela que tenho vida, não tenho motivos de sorrir ou celebrar algo, de que vale celebrar a vida, se desconhecemos a vida que tivemos e até a que temos. O que o futuro me reserva? Eu não sei. A única coisa que eu sei é que preciso seguir.

Mas é tão bom quando ele vem me visitar em meus sonhos, com os seus olhos lindos e com o seu sorriso encantador. Será que um dia eu vou reencontrá-lo? Fez parte do meu passado, será que fará parte do meu futuro? É sempre a mesma cena, estamos em uma praia, e estamos tão felizes, ele é tão lindo, o seu sorriso é tão perfeito. Sinto vontade de tocá-lo, beijá-lo e até mesmo fazer amor com ele, mas quando acordo, vejo ser apenas um sonho, um sonho bom, mas apenas um sonho.

Luce abre a gaveta, guarda o caderno e fecha a gaveta novamente. Alan entra em sua sala, e ela aproveita para e avisar que não ficará na empresa.

— Allan estou indo embora e não volto mais hoje, estou indisposta — Ela sai da sua sala, e a sua cabeça começa a doer, a fazendo para no corredor, ela encosta-se na parede, apertando as têmporas. Alan corre até ela e a ajuda voltar para a sua sala.

— Luce! venha, sente-se aqui

— Logo passa, é sempre assim, você sabe — Ela fecha os olhos e tenta relaxar até que a dor passe. Alan fica a observando, ela toma o seu remédio e continua de olhos fechados.

— Está se sentido melhor? — Ele pergunta após, ela abrir os olhos e se por de pé.

— Alan, eu me sinto tão perdida. Eu agradeço ao Senhor Henrique por ter-me deixado tudo isso de herança, mas eu sinto como não pertencesse a esse lugar.

— Luce, o Sr. Henrique adorava você e Lara. Vocês o fizeram muito feliz.

— Você está querendo dizer que Lara o fez muito feliz, pois em relação a mim, penso que nunca conseguirei ser e nem fazer outra pessoa feliz.

— Luce, não se cobre tanto.

— Eu só tenho Lara, Alan. Não tenho mais ninguém, o que eu fiz para perder a minha família — Ela pega a sua bolsa para sair, mas antes completa — Isso é se eu tive uma família um dia, pois, se eu tive, penso que não fui tão importante.

Ela volta para o apartamento se sentindo, como sempre, infeliz.

Eu nunca vou te esquecer

— Riccardo, venha, trouxe a sua comida, e não adianta vir com essa história de não querer, porque você sabe que eu não vou embora antes de você comer — Pietro vai até o irmão que está deitado no chão do quarto onde seria o da filha. Tinha um tapete de princesa, onde ele estava deitado, agarrado a um vestido de Sara.

— Porquê levaram ela, Pietro? Por quê? Essa dor nunca vai passar, eu sinto tanto a falta da minha Sara — Riccardo não consegue se controlar, quando está acordado ele está pensando nelas, se dormindo, ele sonha com elas.

— Venha, eu vou te ajudar — Ele ajuda o irmão a se levantar, o leva até o banheiro para poder tomar um banho, ele não suporta ver a dor do irmão. Os seus pais já não vinham mais visitá-lo, pois Pietro os impedia, para que não vissem a situação do filho, bêbado e barbudo. Pietro as vezes tentava fazer a barba dele, mas ele nunca deixava, dizia que não tinha motivos nem mesmo para tomar banho, quanto mais fazer uma barba. Ele não saia de casa para nada, até os detetives vinham a sua casa, quando os contratou, havia contratado a muitos, mas todos chegavam a mesma conclusão, ela estava morta, pois, não tinham nenhuma pista, de para onde a levaram, nunca pediram resgate, eles apenas sumiram com Sara sem deixar rastro, segundo eles. Quando o último investigador saiu, Riccardo se entregou ao caos, chegou no fundo do poço. Pietro sabia que ele queria encontrar Sara, mesmo que fosse do outro lado, o que o mantinha vivo, era a duvida, por ele pensar se ela estava realmente morta, por não terem encontrado o corpo.

— Riccardo, você precisa sair dessa situação. Sara não ia querer te ver assim

— Eu não consigo Pietro, eu me sinto tão culpado, porquê pelo menos não instalei câmeras antes de nos mudarmos? Eles a levaram e eu não pude fazer nada, nem sei quem foram. Eu sinto tanto a falta dela, que chega doer.

– Faça por ela, sei que você a amava...

– Eu amo – Riccardo o interrompe – sempre vou amá-la. Ela sempre será a minha Sara, sempre a amarei, ela e a minha princesinha que se foi com ela, a minha filha que eu amava tanto, eu conversava com ela todas as noites, e ela se mexia ao ouvir a minha voz. A minha princesa, minha princesinha – Riccardo desaba mais uma vez, sem conseguir se controlar.

— Dois anos Riccardo, já se passaram mais de 2 anos. Até quando vai ficar assim? Sara era alegria, ela sempre estava feliz e nos fazia feliz, se ela pudesse te dizer agora o que fazer, ela iria querer que você continuasse a viver.

— Mas é tão difícil

— Mas você precisa pelo menos tentar. Faça por Sara e pela sua princesa.

...

Um ano depois.

— Não consegui me desfazer das coisas delas. Deixei tudo como estava antes delas partirem. Vou comprar outra casa, já estou procurando, mas  por enquanto vou ficar um tempo no hotel.

— É o melhor que você faz. Hoje vou jantar com Paola e Elisa, vamos?

— Pode ser, mas não me venha com essa história de que eu preciso envolver-me com alguém, pois você sabe que eu não me sinto viúvo.

Eles ainda estavam conversando quando o telefone de Riccardo toca, ele olha quem é e atende

— Oi, Elisa.

— Oi Riccardo, queria te chamar para jantar hoje.

— Pietro comentou comigo.

— Vou adorar se você vier também.

— Tudo bem, eu irei

— Ótimo! – Riccardo encerra a ligação

— Acho que Elisa ainda gosta de você.

— Nem invente – Fala Riccardo indo para a sala dele.

A noite eles encontraram-se no restaurante, Elisa se senta ao seu lado.

— É ótimo te ver reagindo, estava muito preocupada com você. Precisa realmente seguir em frente, e sabe que pode contar comigo — Elisa aproveita a sua fala para segurar a mão de Riccardo, que logo  afasta. Eles costumavam ficar juntos na época da faculdade, Riccardo pois um fim ao que eles tinham quando conheceu Sara, pois eles viviam apenas  uma amizade colorida.

– Obrigada Elisa, mas estou bem.

Após jantarem, e tomarem algumas taças de vinho, Pietro leva Paola para casa e pede a Riccardo para levar Elisa, ele confirma com a cabeça, sabendo a intenção do irmão.

— Vamos?

— Sim, claro Riccardo – Eles vão a conversar banalidades e quando chegam no prédio onde Elisa mora ele para o carro para ela poder descer.

— Quer entrar um pouco? – Elisa pergunta, pois apesar deles nunca terem tido um relacionamento sério, ela nutria sentimentos por ele.

— Acho melhor não.

— Só um pouco, pra gente conversar, vai ser bom para você.

— Deixa para a próxima Elisa.

— Riccardo, eu também era amiga de Sara e também sinto a falta dela, mas ela se foi, não estou dizendo para você esquecê-la, mas que mal tem em subir comigo para tomarmos mais uma taça de vinho – Riccardo, bate as pontas dos dedos no volante. Ele puxa o freio de mão e responde

— Tudo bem, mas não quero te dar esperanças.

— Eu sei Riccardo, mas com o tempo você pode mudar de ideia e a gente pode tentar, sabe que eu gosto de você, mas eu não vou te forçar a nada.

Eles estavam sentados no sofá e depois de algumas taças de vinho, Riccardo começa a falar de Sara, e o que ela significava para ele, Elisa em dado momento, pega a taça das mãos dele e coloca ao lado da sua na mesinha de centro, ela segura o rosto de Riccardo o fazendo olhar para ela.

— Riccardo, Sara está morta, mas eu estou aqui e te amo, eu vou te ajudar a deixar de sofrer — Ela o beija, ele no início não corresponde ao beijo, mas ela provoca-o com a sua língua, o forçando a aceitar o seu beijo. Ele a beija com ferocidade, ele abre o fecho do seu vestido, o fazendo deslizar por seu corpo, ela abre a sua camisa, sem interromper o beijo,  mas quando ele interrompe para respirar, o rosto de Sara vem nas suas lembranças e ele não consegue continuar, ele levanta-se e vai embora, abotoando a sua camisa que já estava aberta.

Elisa não desistiria de  Riccardo, ele nunca demonstrou sentimentos por ela, mas como Sara estava morta ela sabia que mais cedo ou mais tarde eles ficariam juntos.

Ricardo vai para o hotel, e mesmo sem estar na casa onde morou com Sara, isso não impedia de pensar em como eles foram felizes enquanto foram casados.

– Eu nunca vou te esquecer, meu amor. – Riccardo fala em voz alta.

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