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PODE ME AMAR?

Cap 1 Melina

Adoro sentir o cheiro do meu marido..., quando está comigo claro, já que vive viajando. Ele chegou de uma viagem de negócios..., já estava em um sono leve quando senti ele deitar ao meu lado. A praticamente uma semana não nos vimos e, nos falamos muito pouco nesse período, pra falar a verdade, só nos falamos uma vez, porque eu liguei para saber como ele estava, e ainda tive que desligar rápido, estava com um cliente importante.

Ele deita e vira para o lado oposto, ainda sinto a umidade em seu corpo, acabou de tomar banho, acaricio sua costa, seu braço...

Melina:_ Não ouvi quando chegou.

Guilherme:_ Não quis te acordar.

Melina:_ Senti sua falta...

Guilherme:_ Também, senti a sua...

Começo a beijar a sua nuca e a deslizar a mão por seu corpo, absorvo o seu cheiro... Meu marido é um homem bonito, forte, está no auge dos seus 40 anos, Guilherme Lopes, é um advogado bem-sucedido.

É um homem atraente, nos apaixonamos quando eu tinha 18 anos, logo casamos e já se passaram quase 17 anos que estamos juntos, contando o período do namoro. As coisas não são mais como antes, o nosso casamento teve altos e baixos, e no momento, estamos novamente nos baixos.

Ainda assim, faço o possível para nosso casamento dar certo, tento fazer minha parte como esposa dedicada, mas não tem funcionado como antes.

Invisto nas carícias, beijo seu pescoço e quando minha mão vai chegando próximo ao seu volume, ele segura me fazendo parar.

Guilherme:_ Estou..., um pouco cansado, podemos, fazer isso outra hora?

Melina:_ É claro..., meu amor..., me desculpe.

Ele vira para mim, da um beijo frio em minha testa e se cobre, arrumando a postura para dormir. Me jogo do outro lado da cama desapontada e até me sentindo um pouco culpada. O que eu queria?, ele deve está cansado, acabou de chegar...

Fiquei tão ansiosa, acho que já tem mais de um mês que ele não me toca, isso ta me deixando insegura.

As vezes passo horas olhando minha aparência no espelho, não sei se ele está perdendo o interesse..., será que estou ficando velha?, mas ele também está ficando..., não sou uma mulher relaxada, gosto de me cuidar, não sou exagerada, mas sou vaidosa..., quando tento tocar no assunto, ele desconversa, diz que me ama e sai, sempre foge do assunto.

E assim, vamos levando, quem nos ver juntos, jura que somos o casal mais apaixonado do mundo e que nossa relação é sólida e ativa na cama, é o que Guilherme faz questão de mostrar quando estamos em eventos sociais.

Sou Melina Lopez, estou com meus 35 anos, sou professora universitária, formada em engenharia, conquistei meu mestrado com muito esforço e estou focada em meu doutorado. Ao menos em minha profissão sou bem sucedida e amo dar aulas. Mas, com tudo o que venho passando, essa é a imagem que melhor resume minha vida.

Esse período iniciaremos com novas turmas na faculdade, espero que dê tudo certo, trabalho com muitos jovens, adultos e até pessoas bem mais velhas que eu, pessoas que só puderam retomar os estudos depois de anos, são sempre novas histórias, e isso me fascina. Consigo manter uma boa relação com todos os meus alunos, espero que com as novas turmas não seja diferente.

Me dediquei totalmente aos estudos, entrei cedo na faculdade, me formei, fiz uma pós-graduação rápida e mais dois anos de mestrado, almejo concluir meu doutorado, afinal, a grande maioria de professores universitários já são doutores, mas o reitor é amigo de Guilherme e me deu uma oportunidade, já estou trabalhando nessa faculdade há 4 anos.

Nesse momento, apenas fico deitada, olhando pro teto, pensando tantas coisas que minha cabeça chega a doer, levanto, tomo um analgésico e volto a deitar, até que adormeço.

Cap 2_ Melina

No dia seguinte levanto cedo, quero preparar o café da manhã para meu esposo, sinto falta de fazer-mos algumas refeições juntos, já que ele sai ás 8h, e meu horário de trabalho é no período da tarde de segunda a sexta e em três dias da semana durante a noite.

Estou tão entretida preparando tudo que acabei perdendo o horário, ele aparece impecável e lindo em seu terno alinhado.

Melina:_ Bom dia amor, fiz o seu café..., senta.

Guilherme:_ Amor, me desculpa, já estou quase atrasado, prometo que amanhã fico pra tomar café com você.

Melina:_ Gui..., pode ao menos tomar alguma coisa?, por favor...

Guilherme:_ Ok, uma xícara de café.

O sirvo e me sinto vitoriosa em ter conseguido faze-lo sentar comigo, mesmo que por 5 minutos. Não trocamos uma palavra, ele termina o café, levanta e me dá um tchau de longe mesmo. Respondo para mim mesma.

Melina:_ Bom trabalho..., amor.

Sento para tomar algo líquido que desfaça o nó em minha garganta. Em seguida vou para o notebook revisar os assuntos desse primeiro dia de aula, preciso me distrair..., descobri que meu casamento me faz querer sempre buscar distrações para me ajudar a fingir que está tudo bem.

Trabalhar sempre me ajuda, logo chega a hora de ir. Não demora e já estou na sala de professores me organizando para esse novo desafio.

Ficarei com as turmas de segundo e quarto período em turnos diferentes.Em duas disciplinas distintas do Curso de Engenharia Civil. Isso significa que estarei bastante ocupada para me lamentar.

Quando estou lecionando as horas parecem passar rápido, as três turmas que já passei até aqui deu tudo certo, estou seguindo para a última turma do turno da tarde, é uma turma de segundo período.

Cumprimento os meus alunos, apresento-me e apresento a disciplina, faço um resumo do que veremos no decorrer do período, o objeto e relevância da matéria, as formas de avaliação, etc.

Quando estou quase terminando essa parte da aula, chega um rapaz, totalmente atrasado, como se fosse o dono da Universidade, simplesmente passa por mim e senta em uma cadeira ao fundo, algumas garotas ficam visivelmente animadas com a chegada dele, ignorando totalmente a minha presença.

Melina:_ Boa tarde..., senhor?

Rafael:_ Sobanski..., Rafael Sobanki. E a senhorita?

Melina:_ Acredito que o senhor esteja extremamente atrasado, considerando que já tiveram 3 aulas antes da minha ou...

Rafael:_ Está certa, me desculpe..., cheguei agora, sabe como é..., muito trânsito.

Eu mereço..., ele fala com a cara mais cínica, tirando risadas das garotas da turma, já entendi, é um filhinho de papai que está sendo obrigado a frenquentar um curso superior, conheço esse tipo.

Melina:_ Bem..., senhor Sobanski, sugiro que chegue no horário, afinal hoje é apenas o primeiro dia.

Rafael:_ Sim, senhora...

Conheço o sobrenome dele, se for o mesmo que estou pensando, deve ser filho do dono da Construtora Sobanski Ltda. É uma grande construtora, é conhecida nacionalmente, nunca pesquisei, mas me atrevo a dizer que já deve ter expandido seus negócios aos países vizinhos. Sei que eles fazem muitas obras para os governos locais, já ganharam várias licitações, enfim. Só pode ser.

Sigo a aula normalmente, ao final, todos saem, fico organizando minhas coisas e ouvindo as conversas paralelas dos alunos se despedindo, a de Rafael com algumas colegas chamou um pouco de minha atenção.

Jéssica:_ Por favor Rafa, vamos..., sinto falta... das brincadeiras.

Rafael:_ Agora não posso, preciso falar com ela em particular.

Maria:_ Iria adorar ver o que faremos lá, poderia participar...

Rafael:_ Garotas, agradeço o convite, mas estou sendo vigiado por meu pai, preciso ganhar a confiança do velho novamente, marcamos uma próxima.

As garotas se despedem beijando-lhe o rosto de forma sensual. Disfarço..., percebo que ficamos na sala apenas eu e o senhor atrasado.

Cap 3 Rafael

Ultimamente a minha vida não está sendo fácil, o meu pai resolveu pegar no meu pé e está praticamente me obrigando a fazer a faculdade de Engenharia Civil, é claro que um dia iria fazer, mas não precisava ser agora. Ainda estou no segundo período do curso, acho que vou fazer isso durar mais do que o necessário. Zerei muitas matérias, já no primeiro período, tive que refazer novamente, mas paguei todas as matérias, com algumas ajudinhas, e assim consegui chegar ao segundo período.

Acordo totalmente atrasado, passai a noite em uma balada com alguns amigos e garotas, muitas garotas..., acabei chegando em casa só pela manhã, e dormi o dia todo..., tinha esquecido que era o primeiro dia de aula, já perdi praticamente todas as aulas, se correr talvez pegue a última.

Convenci meu pai a fazer isso no período da tarde, assim, só preciso ir na construtora algumas manhãs e ainda tenho a noite livre para curtir.

Sou Rafael Sobanski, tenho 21 anos, nasci rico e quero morrer assim, gosto de festas vips, bebidas caras e as mais lindas mulheres, gosto das garotas da minha idade, entre 18 a 22 anos, por aí, assim temos assuntos em comum, passou dos 30 é pré-coroa. Curto o máximo que o dinheiro de meu pai possa me proporcionar, mas de uns tempos pra cá ele exige que eu tenha responsabilidades. Ameaçou até me deserdar caso não fizesse como ele propôs: Me formar e começar assumir os negócios da família.

Esse meu rostinho de bom moço sempre me ajudou a conseguir muitas coisas, mas no momento não tem ajudado com meu velho.

Chego totalmente atrasado, esqueço os bons modos e passo direto para a cadeira do fundão, as meninas sentiram minha falta. Nem tinha notado que a professora estava na sala, pensei que a mulher fosse uma das colegas de turma.

Ela chama a minha atenção e questiona meu atraso, olha para ela, estou prestando mais atenção, é uma linda mulher, elegante, fala firme, sua postura é séria, mas tem algo a mais em seu olhar...

Espero até que aula acabe, o que não demorou muito, já que cheguei praticamente na metade, quero falar com a professora e pedir desculpas, algo em mim se importa com o que ela pensa, se fosse outro professor nem me daria ao trabalho.

Jéssica e Maria me impedem de me aproximar da professora, dou um jeito de despachar as garotas e agora sim, estamos só nós dois.

Rafael:_ Oi..., posso falar com a senhora?

Melina:_ Sim, o que deseja?

Rafael:_ Gostaria de me desculpar, por ter me atrasado e atrapalhado...., sua aula...

Melina:_ Ok, só peço que não se torne um hábito.

Rafael:_ Garanto que não, ao menos no seu horário.

Melina:_ Isso me deixa aliviada.

Enfim consegui um sorriso, mas não é genuíno, tem um pouco de tristeza..., preocupação nos olhos dela, e sei que não é por minha causa. Mesmo ela se esforçando pra manter a postura altiva e segura de si, ela me chamou a atenção ao ponto de notar isso.Normalmente outros não irão notar.

Rafael:_ Será um prazer deixa-la feliz.

Falo com uma voz mais grave e olhando nos olhos dela, ela me encara, percebo que ela ficou maio perdida, mas logo volta a sua postura.

Melina:_ Até a próxima aula sr Sobanski..., e não se atrase.

Rafaela:_ Não irei, prometo.

Ela sai caminhando na minha frente e a única coisa que consigo olhar é para seu corpo em uma roupa social, mas essa saia lápis comportada marca seu quadril e a curva de seu bumbum..., o que ta acontecendo comigo?, nunca olharia assim para uma mulher como ela, eu vi a aliança, é casada..., mesmo se não fosse, não é o tipo que me chame atenção..., acho que preciso de mais distração.

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