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Vampire Earth Vol 1 - Caius Volturi

I.

...20 de Janeiro, 1954;...

Angellinna estava sentada em uma poltrona na sala, entediada, seu marido, infelizmente, havia saído para trabalhar, e a deixado sozinha na casa, a mulher olha para o teto, esperando algum milagre, para se entreter, visto que odiava se sentir assim, e não havia mais nada para ler ou fazer em sua casa, a tv não era uma opção, provavelmente, só passaria algo referente ao lado contrário do que ela estava, ou seja, o lado norte comunista, ou de repente, alguma coisa referente aos Estados Unidos, ela odiava os Estados Unidos, o achava uma perda de tempo, uma potência mundial? Eles só serviam para ditar o que o mundo deveria fazer consigo, e isso na visão dela, era errado, mas do que adiantara achar aquilo? Seu país havia sido tomado pelos Japoneses por tempo demais, os coreanos nunca tiveram muita liberdade, e quando abriram-se para isso, a guerra entre o lado Sul capitalista e o norte comunista se iniciou. Suas opiniões políticas, eram claras e inteligentes, mas nunca poderia dizer algo referente a isso, sem ser julgada e provavelmente presa pelas autoridades, pelo menos, seu marido, Kim Junmyeon Blossom, entendia seus pensamentos, inclusive, ela se achava muito sortuda, por ter alguém como ele em sua vida, claro que no início, tudo fora para fortalecer somente os laços e bens de suas famílias, mas, eles aprenderam a conviver e aceitar suas diferenças, os meses de casados, fortaleceram a amizade e o amor entre eles, dois adolescentes poderiam sim, se amar e ter uma vida juntos, embora aquilo tenha sido cedo demais, na opinião dela.

A garota ouviu a campainha, e logo uma das domésticas apareceu pela sala, indo atender a porta, alguns segundos depois, e sua mãe apareceu na visão da garota, ela tinha sacolas nos braços, e um novo corte de cabelo, Kim sorriu, e se levantou, indo até a mãe.

-Olá mamãe, como tem passado? - Ela pergunta e então pega as sacolas da mulher.

-Olá querida, vim te ver, sei que detesta ficar em casa sem fazer nada, e Junmyeon passou em casa para me pedir que te fizesse companhia, ele terá um plantão até de noite, certo?

-Infelizmente - Ela começa a seguir com as sacolas até a cozinha - É tão chato não ter nada para fazer, não sei por que não posso trabalhar, temos empregados que cuidam da casa, Jun trabalha em tempo integral, eu sou inteligente, capaz, supero qualquer homem desse país nojento, eu sou ótima mamãe.

-Angellinna, pare de ser antiquada, não somos as provedoras da casa, não nascemos para trabalhar, somos frágeis... - Ela interrompe a mais velha.

-Você é frágil, eu não, eu não nasci para vegetar e ser bancada por um homem, tenho capacidade e inteligência o bastante, para conseguir me virar sozinha, entende? Se você se contenta com essa vida medíocre, implorando para ser tocada por um homem, enquanto vegeta em sua casa apenas servindo como escrava, aqui está o choque, eu não - A mãe da menina deixa um tapa estalado em sua cara, a menina arregala os olhos, assustada.

-Não ouse falar assim comigo Angellinna, você tem sorte de ter nascido em um berço de ouro, seu pai sempre deu de tudo para você, eu sempre te criei muito bem, te eduquei, te ensinei a ser essa mulher que é hoje, mas você não reconhece isso, é como essas outras mulheres ridículas pelo mundo, só falam de liberdade, mas não vêem que não servem para nada mais do que secretárias ou costureiras, a mulher existe para servir o homem, o dar herdeiros, sempre foi assim, e não é agora, com esses pensamentos ridículos, que irá mudar. Pare de ser uma criança mimada, e se torne uma mulher, aprenda a agradar o seu marido - A garota nega, e se irrita.

-Você se contenta com pouco mamãe, essa porra desse casamento, não foi por que Jun me conhecia desde pequeno, foi por que vocês queriam dinheiro, fama, mas em nenhum momento pensaram em mim, pensaram no que eu queria, na minha felicidade, então vai se fuder, não me venha com um discurso idiota desses, não faz o mínimo sentido, e você sabe disso, homens não estão nem aí para os filhos que dá a eles, nem para a casa limpa, eles só casam pelo contrato e a união das famílias, e quando saem de seus trabalhos, traem suas lindas e belas esposas, você realmente acha que homens ligam para tudo o que fazem por eles? - Mais um tapa estralado é dado em seu rosto.

-Me respeite Angellinna, a vida de outros homens não me importa...

-Nada te importa mãe, esse é o seu problema, você não me deu uma boa educação por que me ama, você não casou com meu pai por que o amava, tudo tem haver com o dinheiro, com todos os benefícios, as roupas, os sapatos, é o que te importa, status, somente status - A mãe da garota levanta novamente sua mão, mas agora, a mais nova é quem bate nela, com raiva - Nunca mais encoste a mão em mim, está entendendo? A partir do momento em que você me entregou de mãos beijadas, a um casamento que sabia que eu não estava feliz e muito menos queria, com somente 16 anos, você perdeu o direito de me corrigir, saia da minha casa, foda-se o que veio fazer aqui, vá embora.

-Você ainda vai me implorar de joelhos por ajuda, quando seu marido desistir de você, e te trair com alguma mulher que você tanto julga sua imunda.

A mulher sai, deixando a garota para trás, estava estressada, muito estressada, e para melhorar seu humor, ela fora treinar, na verdade, mesmo seu país sendo padroeiro de uma das artes marciais que praticava, uma mulher nunca poderia de fato, lutar, porém, Kim nunca foi o tipo de mulher que gostava de seguir regras dirigidas por homens, e outra, seu pai, um detetive muito renomado do país, havia feito algo de útil, ensinando seu "bebê" a se defender de más pessoas, enquanto a seu marido, não ligava para o que ela fizesse, desde que estivesse feliz.

A mais nova caminhou até o andar de cima, onde havia um quarto preparado justamente para treinos, foi lá, que ela passou o restante de seu tempo, treinando e se aperfeiçoando, até, que a porta foi aberta, e um homem alto, moreno, com ombros largos, e músculos avantajados, apareceu, seu marido, ela parou o que estava fazendo, e abraçou o marido, que a pegou no colo, apertando seu corpo com força.

-Como foi o trabalho amor?

-Bem querida, passei cedo em sua mãe, e pedi para te fazer companhia, por que ela não está aqui?

-Nós brigamos - Ela sai do colo do marido.

-Por que?

-Deixa quieto amor, algum novo caso que queira compartilhar? - O homem suspira cansado.

-Na verdade, sim, um homem apareceu morto, seu sangue todo drenado, e o pior, não é nem o primeiro, estamos correndo contra o tempo, para descobrir quem fez e como fez, estamos atrás dele como loucos, mas nada no caso faz sentido, as vítimas não tem um padrão, todas foram de formas diferentes...

-Uau, sangue drenado? Como um vampiro? Por que não pergunta para Jeremy Motriz como fazer isso? - Junmyeon revira os olhos, com a piadinha da esposa, que fica séria - Pode pegar o relatório do caso, e ver se consegue alguma pista ou algo que ajude, se não conseguir, ou nada parecer bater, pode tentar achar em livros, sempre existe algo - O homem concorda, e suspira cansado.

-Esse trabalho acaba comigo, sabia? É o trabalho do seu pai, não o meu, até você tem mais facilidade em resolvê-lo, diferentemente de mim, eu planejava crescer e ser tudo, menos detetive.

-Com o tempo você se acostuma querido.

-A ver corpos o dia inteiro? Sangue a todo momento? Lunáticos querendo me matar o tempo inteiro? Quem se acostumaria com isso? - Ela ri, e sela os lábios do marido.

-Tudo irá se encaixar querido, agora, merece um banho, vem, nós tomamos juntos.

A expressão do marido até se suavizou, com o pedido da esposa.

Eles saíram do quarto de lutas, indo para os seus aposentos e logo, entraram no banheiro, aproveitando a presença um do outro, e se amando, retirando todo o estresse do dia inteiro.

II.

...21 de Janeiro, 1954;...

A garota acordou, com seu marido fazendo barulho no quarto, ela observou o mesmo se abaixando, para pegar o revólver que estava no chão.

-Sinto muito por ter te acordado querida, eu juro que não queria, mas essa arma é uma praga, ela sempre cai.

-Qual a dificuldade de pegar uma arma, meu amor?

-Eu não sei querida...

-Acharam outro corpo? - Ela pergunta, se sentando na cama, puxando os lençóis até seu tronco nu, o tapando, o marido coloca a arma em seu coldre, e assente, fechando a porta do armário.

-Acharam, em uma fazenda perto de Ichaewon.

-Uau, Ichaewon? Isso não é um pouco longe de Seoul?

-É, mas o que não fazemos quando o dever chama? De qualquer forma, estarei praticamente sozinho nessa, Minhyuk está de licença, não me pergunte por que, ele estava bem até ontem, enquanto Daehyun provavelmente só irá mais tarde - Ele revira os olhos, e caminha até a cama, se sentando, Kim engatinha até o marido, massageando seus ombros largos, logo, começa beijando seu pescoço, suas mãos foram a frente do corpo do marido, desabotoando os botões da camisa social branca dele, com calma - Amor, não comece, você sabe que não consigo resistir ao seu corpo.

-É por isso mesmo que estou fazendo isso querido, para que não resista - Ela sorri, e passa suas unhas levemente pelo abdômen do homem, logo ele a puxa, fazendo com que caia em seu colo, a mulher ri, e começa a distribuir beijos em toda a região de seu pescoço e peitoral.

-Você está me provocando demais, nesses últimos dias.

-Não pode me culpar, eu vivo trancada nessa casa, rodeada por pessoas fazendo tudo o que eu fui ensinada minha vida inteira a fazer, o que mais eu posso fazer se não transar com meu marido?

-Talvez não transar com seu marido, estando quase atrasado para o trabalho? - Ela sorri, mas sai do colo do rapaz se afastando consideravelmente, o mesmo encara seu corpo nu, completamente inerte naquela imagem, seus pensamentos sujos tomando conta de toda a sua mente, e o seu membro já endurecido, era notado pela morena - Pior que vê-la assim, me faz querer foder você muito mais - A mulher o encara com uma cara sugestiva, e logo, se aproxima, terminando de desabotoar a blusa do marido, logo jogando em algum canto do quarto - Andy... - A Kim sorri com a tentativa falha de retaliação do mesmo, e se ajoelha perante ele, pegando seu coldre com cuidado e também o retirando colocando-o de lado na cama, ela abaixa a calça do marido, revelando a cueca branca que usava, a mão da mesma segue até o membro enrisjecido dele, acariciando ainda pela cueca - Angellinna... Por favor, preciso trabalhar...

-Shiu!

A mesma pede, e logo, levanta novamente, sentando no colo do marido, e começando a rebolar lentamente, provocando o mesmo, que encarava o rosto dela, com desejo. Não demorou muito, e suas mãos foram de encontro até a bunda da esposa, fazendo-a movimentar-se mais rápido, as baixas arfadas que ambos davam, deixava tudo ainda mais excitante, a expectativa de algo que poderia acontecer.

-Amor... Não...

-Shiu querido, aproveite.

Ela começa a beijá-lo, e sua mão percorre o abdômen sarado do mesmo, parando sobre seu membro, o retirando da cueca, e o masturbando lentamente, com a mão livre, o marido leva a mão até a intimidade dela, acariciando seu clitóris lentamente, a fazendo gemer baixo, e querer mais, os lábios separados, ambos com sorrisos provocativos, sem paciência para mais jogos, ela apenas se movimenta para mais perto, e introduz o pau dele em sua entrada, subindo e descendo sobre o mastro extremamente duro, e implorando por ela, a intimidade quente dela, fez o mais velho ver estrelas, de tanto prazer, a Kim começou a ir mais rápido, e revezar de quicadas a reboladas, vez lentas, vez rápidas, os dois loucos de tanto prazer, os gemidos já estavam mais altos, demonstrando o desejo que tinham. Tapas e mais tapas eram desferidos em sua bunda, enquanto a unha dela arranhava todo o seu abdômen e costas, ele enlaçou sua cintura, pronto para pegá-la no colo e jogá-la na cama, mas, o telefone tocou, fazendo os dois suspirarem frustrados, a mulher levantou-se rapidamente, e seguiu até sua camisola dobrada na poltrona presente ali, e desce até o objeto na sala, para atendê-lo. Alguns segundos depois, ela volta para o quarto, o marido já estava arrumado novamente.

-O que era?

-Meu pai, ele quer que você vá agora, precisa de ajuda, e estava certo, seus colegas não vão agora - Ele suspira cansado, e se levanta.

-Sinto muito querida, volto mais tarde - Ele deixou um beijo em sua testa, e se afastou, saindo pela porta, porém, Angellinna o impediu, segurando seu braço.

-Seus colegas não vão amor, por favor, deixe-me ir, eu posso ajudar se ver mais de perto - O marido parece pensar, não tendo certeza se isso poderia causar problemas á ela, mas não estava conseguindo pensar em nada, pouco entendia o que falavam em seu trabalho, mesmo com o tempo ali, então, ele assentiu, recebendo um grande sorriso da garota - Vou me arrumar rapidamente.

Ela avisa, e então, começa a se arrumar.

Quase uma hora depois, eles estavam em uma vasta plantação de plantas altas em Ichaewon, o corpo exposto, era de uma mulher meio rechonchuda, com cabelos negros e curtos, Andy se abaixou perante o corpo, e com cuidado, pegando uma pequena folha, encostou no corpo, movendo sua cabeça, quatro fendas grandes em seu pescoço, demarcavam que fora mordida de certa forma.

-Isso parace ser de um animal muito selvagem - Ela conclui - Mas nenhum animal existente, seria capaz de tomar o sangue e deixar o corpo intacto, então não pode ser um animal, mas a julgar pelo formato da mordida, me parece humano, e faz sentido, olhe só - Ela pega a caneta que o marido segurava, e aponta para as marcas no pescoço da vítima, mostrando também os pequenos pontos de dentes - Andei observando o caso de Motriz, as marcas são iguais, o mesmo "padrão" de mortes, não tem um padrão, pelas vítimas recentes e intermináveis, em um período extremamente curto, ele é viciado em sangue, se vê em um caminho sem luz, sua única necessidade é matar e beber o sangue, seja de viciados em substâncias ou não, o fato importante é, quer sangue a todo custo - Ela termina de falar e se levanta, arrumando o vestido, os dois homens encaram-na chocados, logo, o pai da menina puxa o genro para longe, onde começam a conversar, a morena suspira - Claro, mesmo sabendo que estou certa, sempre vão creditar o trabalho á um homem.

Ela cochicha baixo, e se afasta do corpo, explorando a plantação, queria algo que talvez pudesse ter sido deixado para trás, pelo assassino, mas quanto mais seguia uma trilha feita por sua própria cabeça, menos encontrava, cansada de só andar, e observando aos arredores, percebendo que já não via mais o pai e o marido, ela se vira, e tenta fazer o caminho para andar de volta, mas, escuta um farfalhar suspeito, confusa, ela continua andando, prestando mais atenção, novamente, um farfalhar, a mente brilhante da morena percebe que quem quer que seja, a atacaria, suspirando, ela fala.

-Eu não sei quem é, mas sei que quer me machucar possivelmente, então por que ficar de jogos? - Ela sorri, e então ouve algo atrás de si, logo se virando, e vendo um homem loiro, provavelmente americano, sua expressão era fria e sagaz - E então, quem é você?

-Não vamos ficar de joguinhos querida, o que é que realmente você quer saber?

-Você é um seguidor de Motriz? Como você mata? Eu vi a marca no corpo, são dentes humanos, como você faz isso? - Ele ri.

-Por que ao invés de te explicar, eu não te mostro?

E com um movimento quase sobre humano na visão de Andy, o rapaz a agarra por trás, puxando seus cabelos e prendendo seu corpo ao dele, mesmo com toda a sua força e técnicas, não conseguia se soltar dele, seu corpo era gelado como um frigorífico, e enrisjecido como carnes congeladas ou uma pedra, para a menina, era quase impossível sair dali, o loiro divertia-se com as tentativas falhas dela.

-Eu acho incrível como vocês humanos agem quando são pegos, a sede e necessidade de viver, muitas vezes vivem vidas de merda, e ainda sim, querem viver - Ele ri.

-Por favor, não me mate.

-Por que eu não faria isso?

-Eu não sei, mas posso ser útil, meu marido, meu marido trabalha na polícia, posso te livrar de muita coisa.

-Querida, nem se todo o seu país se reunissem, iam conseguir me pegar.

E com isso, ele tomba o pescoço dela com tudo, e morde seu pescoço, uma dor aguda faz a mulher gritar extremamente alto de pura dor e desespero, a raiva e a angústia tomando-a, tudo o que ela queria naquele momento, era ter uma distração, ser capaz de substituir sua imagem por outra, ou, seu pescoço ser tão vedado que ao mordê-la, seus dentes cairiam, era somente essas duas coisas que passavam por sua cabeça, enquanto sentia a vida se esvaindo assim como seu sangue, e ao mesmo tempo, sentia algo soltado por ele, se misturar com o sangue ainda restante no corpo. O loiro não terminou seu trabalho, ouviu um estrondo pesado atrás deles, e largou a jovem mulher desacordada no chão, ainda havia sangue em seu corpo, mesmo pouco, ainda havia, Angellinna sentia uma dor enorme e aguda, mas não tinha forças para gritar, então, apenas adormeceu, incapaz de lutar contra.

Ela acordou alguns minutos depois, sua garganta ardia, um desejo latente de sangue, sentia-se mais forte, mais viva, sua audição e olfato estavam mais apurados, ela sentia isso, confusa e perdida, a mulher se levantou, encarando todos os lados, até identificar a presença de alguém, seu único insitinto, foi correr até a pessoa, e agarrar seu pescoço, não dando tempo algum para defesa, Angellinna agarrou sua vítima e foi diretamente ao seu pescoço, mordendo e sugando todo o sangue presente, uma sensação maravilhosa, nunca em sua vida tinha se sentido completa daquela forma, ansiando por mais, sua sede quase, cessando. Satisfeita, após drenar completamente o sangue de sua vítima, ela o largou ao chão, e só então, voltando a si, notou que era seu marido.

-JUNMYEON! - Seu grito fora alto, uma vontade enorme de chorar, seus olhos arregalados e as lágrimas descendo por seu rosto, se misturando com o pouco sangue que escorreu de sua boca - Meu amor, não, o que eu fiz?

Ela ajoelhou com tudo ao lado do corpo de seu marido, seu coração já não batia mais, seus olhos estavam arregalados também, e sua expressão assustada, ele nem tentara lutar, aceitou a morte como uma velha amiga, Angellinna chorava alto, pedindo desculpas ao corpo desfalecido, se arrependendo de ter gostado tanto de sangue, a dor em seu peito, que já não batia mais, era enorme, ela estava perdida, como explicaria uma coisa daquelas para seus vizinhos? E os seus pais? Como escaparia da morte? Por que aquilo aconteceu com ela?

III.

...19 de Fevereiro, 1954;...

Alguns dias haviam se passado, desde então, Angellinna fugira da cena de seu crime, deixando para trás o amor da sua vida, todos os dias ela chorava amargurada devido a seu incidente, seus pensamentos sempre acabavam a levando aquela maldita cena, a maldita sensação de que havia gostado tanto de sentir aquele sangue adentrando em sua garganta, toda a vida se esvaindo de sua presa, ela adorou, até, ver de quem era o corpo, mal poderia acreditar, como explicaria aquilo aos outros? Seria morta se assim o fizesse, o que a deixou pior, foi a sensação de se sentir um monstro, um monstro horrendo que seria capaz de coisas terríveis, depois disso, prometeu a si mesma que não se alimentaria de humanos mais, e sua intenção era morrer de fome, mas, buscou se alimentar de animais, quando a falta de sangue foi insuportável.

Estava morando temporariamente na casa de praia da sua família, era uma casa de madeira, repleta de itens de caça e coisas aleatórias, sabia que há muito tempo, sua família não pisara o pé lá, havia também pegado alguns itens de sua antiga casa, em geral, roupas e itens de higiene básicos, outra coisa que pegou, foi uma parte da grande fortuna guardada na casa do marido, afinal, era dela, de qualquer forma, e precisava de dinheiro caso fosse descoberta.

Os dias ali, eram entediantes, nada na TV, nada para ler, nada para ocupar sua mente perturbada, o que a divertia, eram as caças, adorava caçar animais, grandes e pequenos, vê-los se debatendo, a vida deixando seus corpos, mas até isso, a deixava triste, pois se lembrava de seu marido, de como ele também morreu da mesma forma, mas, ela também procurou cozinhar e ver se seu estômago reagia de uma forma normal ou não, e descobriu na verdade, que mesmo preferindo sangue, conseguia ter uma refeição normal, se assim quisesse. Angellinna tentou encontrar o vampiro que a tinha transformado, mas estava sem sucesso, nada, foi o que encontrou, então, ela apenas desistiu e aceitou sua derrota, tendo que conviver com sua nova forma.

Sua forma, mudou, aos poucos, após começar uma dieta de sangue animal, seus olhos, antes vermelho sangue, agora tinham uma coloração amarela, um amarelo estranho, variava entre um amarelo vivo e um amarelo mais apagado, seu corpo, projetava algo para fora do mesmo, quando se sentia ameaçada ou queria proteger sua presa, para que nada o pegasse, ela não sabia o que era, mas parecia ajudar, algo que também estranhou, foi a facilidade com que tinha de ludibriar alguns dos intrusos ali, era só pensar em algo para eles se afastarem, que eles se afastavam, pensando exatamente no que ele estava pensando. Embora não soubesse o que tinha que fazia ela ser assim, usou isso, para se proteger através dos dias, seus pais não iam para lá, mas a residência ficava perto da praia, o que mais tinha, eram turistas curiosos.

Estava deitada, quando sentiu algo estranho, uma presença, não sabia como, mas sentiu, e não era qualquer presença, os humanos irradiavam calor, dava para se ouvir seus batimentos de longe, mas aquilo não, aquilo não tinha batimentos, somente, passos, assustada, ela se voltou para a cozinha da residência, pegando uma faca grande, muito afiada, logo, indo até a janela dos fundos e se escondendo atrás dela, prestando atenção em quem se aproximava. O que viu, foi um homem, alto, loiro, seus olhos eram castanhos, quase pretos, mas ela percebeu ser uma lente, já que os olhos estavam levemente irritados, ela o observou atentamente, enquanto andava até a frente da casa, a mesma seguiu pelo ambiente, e se prostou a porta, esperando, quieta.

-Eu sei que está aí, eu posso te ajudar... - Ela esperou um pouco, indecisa - Eu sei o que está passando, sei o que você é, estou prestando atenção em seus passos.

-Como? Quem é você?

-Eu sou Carlisle, e moro nessa região há oito anos, notei um movimento estranho por aqui, animais sumindo, deixados mortos em qualquer lugar, seria normal, já que também nos alimentamos de animais, mas não fomos nós, não somos tão descuidados assim...

-Nos alimentamos? Você não é o único? Sabe o que eu sou?

-Sim, eu sei o que você é, você é uma de nós, uma vampira, e eu não sou o único, nem de longe, existem vários vampiros por aí... Se eu puder entrar, ficaria mais fácil te falar, eu posso te ajudar com isso... - A menina pensa, deixar um estranho entrar em sua casa, talvez não fosse a ideia mais sensata, mas o que ela tinha a perder? Ficaria feliz se fosse morta, assim poderia descansar com seu marido, mesmo que não, no mesmo lugar que ele. A garota manteve a faca perto, e abriu a porta, deixando aquele belo moço entrar - Entendo sua cautela, é assim que precisa ser, mas eu vim em paz, não quero te machucar - Ele diz, e ela assente, logo, os dois estão sentados um de frente ao outro, ela ainda com a faca na mão - Você tem alguma pergunta, para ficar mais fácil de começar a explicar...

-Há quanto tempo você é um vampiro?.

-290 anos.

-Uau... Você foi transformado em 1664, por quem? Como você reagiu? - Ela estava intrigada, mas o homem não parecia nada disposto a falar sobre seu passado, o que a fez pensar em uma pergunta rápida - Isso... Isso é reversível?

-Não, acredite, se fosse, eu não estaria aqui...

-Você falou que existem mais vampiros, quem são eles?

-Eu não conheço todos, vampiros são transformados a cada segundo, é impossível conhecer todos, mas ao longo de 290 anos, você conhece alguns mais próximos, outros, nem tanto...

-Quem são os próximos?

-Eu os considero meus filhos, ensino á eles como viver, os dou casa e educação, e vivemos juntos.

-Quem são eles?

-Edward Cullen, um dos mais velhos, foi transformado com 17 anos de idade em 1918, Esmee Cullen, foi transformada com 26 anos de idade em 1921, Rosalie Hale, foi transformada com 18 anos em 1933, Emmett Cullen, foi transformado com 20 anos em 1935, Alice Cullen, que foi transformada com 19 anos em 1920 e Jasper Hale, que foi transformado com 19 anos em 1863. Ele e Alice foram os últimos a entrarem no clã, entraram juntos.

-Conhece outros?

-É claro que sim, mas só tenho intimidade com eles, somos uma família.

-Como assim? Você disse que dá educação e vivem juntos, mas como? Por que?

-Eu tenho uma história com cada um deles, e desde que se juntaram a mim, temos certa forma de viver, para não sermos descobertos, somos como uma grande família.

-Ok... E por que você está aqui exatamente?

-Não é muito comum ver vampiros na Coreia, estrangeiros aqui são muito mal vistos, éramos os únicos vampiros da região, então quando começou a aparecer corpos por aí, ficou difícil não procurar quem quer que fosse, e nas últimas semanas, acabamos notando a falta de certos animais, e a carcaça deles, não éramos nós, então só podíamos tentar achar a pessoa e fazê-la cooperar conosco.

-Como?

-Eu não sei, olha, pelo que vejo, você odeia o fato de ter se tornado uma vampira, posso não te conhecer direito, mas sou médico, consigo ler facilmente as pessoas, está sozinha, precisa de ajuda, precisa de auxílio, alguém para te guiar... Não nos conhecemos, mas quem sabe, você não pode vir ficar comigo e com meus filhos, vamos te ajudar a passar por essa nova fase, mas apenas se quiser...

-Por que veio aqui? Para oferecer ajuda? - Ela pergunta, desconfiada de que talvez não fosse só aquilo, mas não quis parecer chata demais, ele parecia um bom homem e parecia realmente querer ajudar.

-Minha vinda até aqui, está mais ligada ao fato dos animais serem deixados de qualquer forma, não pode acontecer, se alguém além de nós achar, vai te colocar em problemas pelo simples fato de aqui não ter predadores grandes o bastante para realizar este tipo de abate, não nessa região pelo menos, então é estranho que achem animais jogados por aí... - Ela assente, absorvendo suas palavras - Sei que tudo é muito novo e complicado, se quiser, podemos nos ver algum outro dia, para me dar sua resposta - Ele se levanta, e ela nega.

-Eu já a tenho - A garota se levanta, encarando-o - Passei por um trauma recente, ligado a minha transformação, está difícil, lidar com tudo sozinha, eu não costumo confiar em ninguém, mas realmente, estou assustada e com medo, e não é sempre que terei alguém para me ajudar, então posso estar agindo totalmente pela emoção, mas eu quero ajuda, quero viver sem medo... E não quero mais atacar ninguém...

-Ok, entendo tudo que está me dizendo, e sem julgamentos querida, todos nós fizemos coisas horríveis ao nos transformamos, você não é um monstro seja lá quem tenha matado - Ela sente uma dor onde deveria bater seu coração, sabia que era impossível, mas, continuou achando que era aquilo que sentia. Seus olhos começaram a encher de lágrimas, a menina só queria chorar, Carlisle percebendo aquilo, foi até a mesma, abraçando-a e dando apoio, como um pai - Vai ficar tudo bem querida.

Ele diz, e ela se desaba em lágrimas no colo daquele estranho, estava tudo uma bagunça, o medo tomava todo o seu corpo, e não importava quanto tempo havia se passado, ela ainda se sentia horrível, por ter matado o amor de sua vida, e o pior, de vez em quando, tinha o desejo de provar novamente o sangue humano, adorou aquela sensação, mas toda vez que pensava naquilo, se repreendia duas vezes mais, e se obrigava a continuar com a alimentação "vegetariana".

Eles ficaram ali, conversando, ele consolando ela, e explicando um pouco mais do seu mundo, até ele precisar ir embora, o combinado entre eles foi que no dia seguinte, a mulher iria até a casa dele, não para morar de cara, apenas para conhecer todos, e ver se realmente, iria querer morar com eles.

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